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#63 – Batman: Jogos de Guerra

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Estamos aqui hoje reunidos em memória de ”Batman: Jogos de Guerra” (no original “War Games”, bem traduzido graças às entidades cósmicas regentes). Trata-se de um roteiro complexo demais, com muitos personagens, tanto vilões quanto heróis, alguns personagens desenterrados, outros relativamente novos ou quase nunca usados… Enfim, MUITOS personagens sendo usados ao mesmo tempo na trama, como toda história do Batman deveria ser.

Não está tão longo e absurdo quanto o “Terra de Ninguém”, dêem graças ao São Dumas, ou a quem preferirem. E o número de pessoas envolvidas nos roteiros e traços também é bem grande, é gente pra encher uma sala (pequena, mas enche).

Nessa história, os fatos culminam numa total virada de mesa, tudo que o Morcego conquistou ao longo de anos vai por água a baixo devido a uma sequência de erros, e um vilão se torna o “rei do crime” se aproveitando dos fatos. Nessa história contamos também com um óbito de personagem. Quem será? Não ganho pra fazer mistério, mas também não vou contar agora.

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001“Jogos de Guerra” foi um titulo devidamente posto. Se formos ver Gotham como um território onde grupos tentam chegar ao poder, derrotando uns aos outros em matéria de domínio, influência e até conflitos diretos de gangues, essas verdadeiras batalhas que ocorrem no submundo e o povo sequer tem conhecimento, o termo “guerra” encaixa como uma luva. Mas porque “jogos”?
Estamos falando de Gotham, e Gotham tem um dono, o tal do morcego. Ou como diria aquele palhacinho bem apessoado, o “Batsy”. Uma vez que é virtualmente impossível acabar com todas as gangues no braço, uma jogada de estratégia seria extremamente necessária e eficaz.
002Dentro do conceito de “estratégia”, em grego “strateegia”, em latim “strategi” (…), (faca na caveira), Batman escreveu um passo-a-passo de como resolveria todo o problema, com todas as pessoas envolvidas, lugares… Tudo. Esse é o Batman. Dez saídas diferentes para todos cenários que se possam imaginar. Eis a razão de “jogos”. É um xadrez, onde as peças têm de estar nos devidos lugares pra tudo funcionar. Um jogo que levaria Gotham a um novo período, um período melhor. Batman montou esse “jogo de guerra” a ser feito.
O problema do jogo foi o mais simples possível, o problema veio logo no primeiro passo. O jogo era pra ser feito pelo BATMAN, mas quem fez foi Stephanie Brown, como Salteadora. E sabem do melhor? Por conta própria, sem o Batman saber. Lindo, né? Se ela resolvesse pintar um afresco com uma metralhadora de fezes não teria saído tão bom.
003Ela tomou decisões sem contar com os passos que Fósforos Malone daria, pois não sabia que Fósforos Malone era Bruce Wayne. Esse era um jogo que Bruce Wayne criou, e ele controlava 2 personagens: Batman e Fósforos. E acima disso, Steph esqueceu um detalhe óbvio. Ela não tem a eficiência do Batman. O morcego traçou um jogo onde ELE jogaria, não a Steph, muito menos Steph SOZINHA.
Foi interessante ver que no decorrer da história o Batman não se tocou de que era o plano que ele traçou, mas ele estava reconhecendo padrões, vendo que tudo parecia ter sido premeditado por alguém inteligente demais, e mal sabia que tinha sido ele mesmo.
004Cavalheiros, olhando por esse lado, eu tive vontade de mudar o título de “Jogos de Guerra” por “Cagadas da Steph”. Já tinha sido reprovada como Robin e depois faz essa lambisgoiada de estourar a rabiola do papagaio. É triste, Batman vai direto pro céu quando morrer. Essas peças como a Steph o cara leva nas costas, fica consertando todos os erros que esse povo faz, come o pão que o diabo amassou, feito do trigo do quinto dos infernos pra resolver as pancadarias com vilões e ainda tem que desfazer burrada interna do time.
011Falei bastante da trama em si e não falei dos responsáveis por ela. Razão simples, tem uma HORDA de gente envolvida nisso. Kinsun, Brad Walker, Mike Lilly, Jon Proctor, Pete Woods, Mike Huddleston e Paul Gulacy nos traços. Ed Brubaker, Devin Grayson, A.J. Lieberman, Dylan Horrocks, Andersen Gabrych, Al Barrionuevo e Bill Willingham nos roteiros, e desculpem se esqueci alguém.
Em resumo de todos os traços, posso dizer que a história merecia melhores desenhistas. Teve um ou dois que fazem jus, mas algo desse porte, de tamanha importancia pro rumo dos fatos e das histórias futuras, merecia melhor representação. Mas os roteiristas fizeram bem seu trabalho, claro que tem altos e baixos, mas na média ficou tudo bem, ao contrário da arte, que ao meu ver ficou em “baixa” tirando a média entre todos.
E já que falei da arte, mais especificamente do Barrionuevo, temos uma observação, ou se quiser chamem de “easter egg” desse post, há um desenho do Batman pilotando uma moto em uma das páginas que ele fez que você poderá encontrar igual numa história bem mais a frente, se não me engano na saga “Guerra pelo Manto”. Só que ao invés do Batman na moto, era o Asa Noturna.

006Como em toda guerra, há divisão de territórios. Selina é responsável pela zona leste. Ela intercepta Steph numa corrida, e um diálogo interessante cheio de detalhes começa. Selina foi praticamente a primeira a saber pela boca da Steph que a cagada toda começou com ela.
A Steph contou tin-tin por tin-tin pra Selina, da Batcaverna, do Batcomputador com planos B, do plano que ela roubou de colocar todas as gangues e criminosos sob controle do Batman, que ela mesma enviou as mensagens e fez a reunião que constava no plano acontecer… Só que a peça principal, Fósforos Malone, não apareceu. O legal é que antes de citar o nome “Fósforos”, ela só disse que um dos caras, o principal, não apareceu e que o plano foi pras cucuias.

Segue então uma das frases que define BEM o que é ser Batman, e mais adiante, em outra parte, há outra, vou colocar as duas aqui:

Selina: Espera um pouco… o plano do Batman tinha uma FALHA? Não pode ser.
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Selina: Ele tem planos de contingência pra qualquer coisa que aconteça.

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Isso é uma das coisas mais incríveis quanto ao universo do Morcego, o que os demais personagens acham dele. Ele está sempre em um patamar de… Não direi de deus, nem semi-deus, nem exu, mas algo praticamente sobre-humano.
Eu particularmente achei interessante que a Selina se mostrou bastante compreensiva. Claro, não tinha mais o que se fazer, mas ao menos perder a cabeça pelo inferno que veio por causa do erro da Steph, mas ainda assim manteve a calma. Mais a frente quando Selina revela que o Bruce e o Fósforos são a mesma pessoa, a Steph dá um piti, mete uma bifa na lata da Mulher Gato e tenta fugir, leva um cacete baiano e sossega o facho.
Nessa cena da “revelação”, houve um quadro em especial que, podia ter rendido uma arte sensacional. Quando a Steph aponta pra Gotham em chamas, tiro e fogo, dizendo “Tudo isso é culpa minha”… Caramba, dava pra ter explorado isso, terfeito uma única página com um desenho dessa cena, só que bem feito, não com esse traço PORCO do Brad Walker.
010Quando foram procurar pelo Tim, Batman diz “O primeiro a encontrar o Tim avisa os outros imediatamente. Ele já terá localizado os criminosos”, Batgirl (Cassandra) pergunta “Como pode ter certeza?”, e o Morcego lança um “Porque eu o treinei”, fuck yea.
Primeira imagem em vídeo do lendário protetor de Gotham. E a TV/imprensa fazendo o que faz de melhor, falar merda. Vocês estão vendo isso numa revista em quadrinhos, a imprensa falando um monte de asneira só de ter visto o Batman, mas isso acontece MUITO na vida real, e como se não bastasse, as vezes nem é só por ingorância, mas também por conveniência. Muitas vezes eles sabem qual é a realidade e apresentam outra coisa, ou apresentam o problema pela metade, as razões variam entre dinheiro e rabo preso. O mundo bem representado.
Enfim, retrataram muito bem o que já se esperava que fosse acontecer caso o Batman aparecesse em público.
Asa Noturna, Oráculo, Robin, Caçadora, Canário, Batgirl (Cassandra Cain), Salteadora (escondida), Mulher Gato e Tarântula… um time de dar inveja para resolver o problema em Gotham.

O Jim Gordon aparece um pouco mais a frente na trama, falando com o novo Comissário de polícia.

Gordon: Ele esteve aqui?
Akins: Sim.
Gordon: E aí?
Akins: Pensei em prendê-lo na mesma hora.
Gordon: Mas…?
Akins: Em vez disso, resolvi gritar, me indignar e fui embora.
Gordon: Ele tem esse efeito nas pessoas.

013Porém mais a frente, ao encontrar o morcego, Gordon foi extremamente sincero, como sempre é com o Batman, e admitiu que se o pedido de assumir o controle da força policial de Gotham tivesse sido pra ele, ele o teria prendido.
No decorrer dessa história você vai ver todo império do Batman cair, pessoas ficarem contra ele, e pessoas aliadas também acabarem ficando contra. Numa medida meio… Extrema, o Batman toma conta da frequência da polícia e fala com a cidade inteira. Todo mundo sente o quão sinistro e extremo isso foi. Ele comanda a polícia quando ninguém mais sabia o que fazer, e novamente trabalhando às cegas sem saber que tem um elemento faltando no plano, ele comete outro erro. Uma sequência de fatos que fez com que a polícia e o povo tomassem os mascarados como inimigos, e o grupinho do Batman ficou resumido a “os morcegos”.
015Estes “morcegos” ficaram numa enrascada federal, Asa Noturna baleado, Steph gravemente ferida, Bárbara cercada… E o Batman além de ter sua imagem revelada, ainda foi de forma negativa. Agora ele é tão vilão quanto o Coringa aos olhos do povo.
Toda essa confusão vira palco para quem? Máscara Negra. Ele é um dos vilões mais legais, desde o “Jogos de Guerra” até as confusões com o Jason Todd a respeito de dinheiro, poder e kryptonita (mais a frente vocês verão isso). Ele é um dos meus vilões preferidos. Não que ele seja legal, forte, diferente nem nada, mas ele de certa forma é engraçado, extremamente sagaz e sarcástico, é como se fosse o Coringa, só que menos pirado e mais “chefe”. Ele não tem poder algum, não é grande lutador, ele é um bagunceiro, um fanfarrão que conseguiu chegar onde quis.
018Você que está lendo as sagas de acordo com a ordem apresentada aqui, e não tem noção do que virá adiante, adianto que nesta saga “Jogos de Guerra”, o Máscara Negra assume um reinado, ele ganha bastante poder e influência em Gotham, e só vai cair muuuito tempo depois, e não será pelas mãos do Batman. Quer dizer, será pelas mãos do Batman, mas não como vocês imaginam. E de quebra vocês vão descobrir quem é que está debaixo da máscara. De início, nessa saga ele entra torturando a Steph atrás de informações, em parte ele consegue, e soube usar muito bem.
O Máscara Negra discursou diante de câmeras de TV, e falou uma coisa que foi meio “chocante”. Dentre vários comentários e críticas ao Batman, o Máscara Negra afirmou que o Batman acha que a cidade é dele, e disso não há defesa, de alguma forma o Batman realmente acha isso. Só que também podemos ver que o Máscara Negra considera a cidade dele mesmo, e o novo comissário, o Akins, também se refere a cidade como sendo dele, por ele ser a lei. Gotham tá num fogo cruzado enorme, todos querem ser donos dela.


019Falando novamente na Steph, a responsável por tudo, ela encarou uma tortura do Máscara Negra, lutou com ele duas vezes, se machucou muito, foi baleada e no fim das contas o Batman a encontrou. Acham que o Morcego despejou nela a fúria com que destrói marginais nas ruas? A fúria de quem tinha todo um controle sobre uma cidade e perdeu? A fúria de quem cometeu diversos erros que o levaram a centenas de mortes, milhares de feridos, toque de recolher, destruição em massa, guerra de gangues, ser procurado pela polícia e tudo mais? Não, Batman a acolheu e a levou para o hospital. Ele a consolou como pôde.
Pra encerrar com chave de ouro, Máscara Negra chega até a base da Oráculo e a faz de refém, com a TV filmando tudo. E no momento em que o Batman entra em cena pro resgate, uma coisa muito boa e uma ruim são percebidas na história. Vamos a ruim primeiro.
020O Batman é mestre de várias artes marciais, tem o condicionamento físico de um atleta olímpico… E ao encarar o Máscara Negra fica numa luta quase de igual pra igual. Tudo bem que ele já está há tempos lutando contra centenas de vilões ao mesmo tempo, mais a carga psicológica e etc… Ok, passa, mas acho que ele devia ainda estar melhor que o Máscara Negra, pois ele também apanhou um bocado e andou muito pela cidade em caos.
A parte boa é a Bárbara tentando freiar o Batman. No ritmo em que estava, ele poderia acabar morrendo, então a Bárbara diz “O trabalho acabou? O Asa está pronto para assumir o seu lugar? Ou o Robin?”
Não descartando as qualidades do Robin, mas foquemos no Asa Noturna. Vê-se que desde sempre as pessoas tem essa visão do primeiro herdeiro. “Se der alguma merda, ele é que assume as morcegagens”. Enfim, deu merda. O Batman não morreu com o desfecho dessa história, mas tudo que ele conquistou, sim.
021Não menos importante que o resto dos fatos… Ao que tudo indicou na história, Steph rodou. Isso ai, mais um óbito nas costas do Batman. A Steph em seus últimos momentos falou pro Bruce que tinha uma filha, e ele quase que no automático disse que nunca iria faltar nada a ela. Coisa do gênero temos em uma história da Mulher-gato, onde o Bruce vai visitar a filha pequena da Selina, e leva de “presente” pra menina uma bolsa de estudos em qualquer faculdade do mundo que ela quiser. Acho interessante esse jeito bilionário de dar presentes.
Voltando ao Jogos de Guerra… Asa Noturna ferido, Jim Gordon e Bárbara Gordon se foram, Tim Drake e Cassandra Cain idem, Steph “morta”, nenhum contato com polícia, nenhum contato com ninguém. Como o próprio Bruce disse, é como no início de tudo, a diferença é o que ele já sabe, e agora também que todos sabem que ele não é uma lenda.
Isso também foi bom pra vocês leitores verem que, nessa altura da história, ao fim do Jogos de Guerra, os dois únicos que seguraram a onda e não desistiram de Gotham foram Batman, Alfred e Asa Noturna. Pus o Alfred sim, porque ele sempre esteve onde a família Wayne precisou, lealdade assim nenhum outro personagem tem.

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Mais acima questionei o fato de Gotham estar numa richa pra ver quem era o “dono da cidade”, isso de certa forma soa meio errado mesmo, pois a cidade é do povo, e futuramente mais donos surgem, surge também gente querendo sumir com ela do mapa, e pós-reboot mais “donos” surgem clamando (e aparentando) estarem em cena há mais tempo ainda… Enfim, mas o final do Jogos de Guerra mostrou algo bem claro, Gotham pertence à Bruce Wayne e Richard Grayson (Wayne).

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#64 – Aves de Rapina: Almas Gêmeas

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Oi!
Hoje o texto será sobre as Aves de Rapina. Me baseei nos textos descritivos do Augusto para formular esse – e isso significa que darei enfoque muito mais na história das personagens do que na história escolhida. O grupo das Aves de Rapina possui um longo histórico de mudanças, e tentarei falar um pouco sobre todas elas nesse texto. Espero que gostem!

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004A série intitulada “Birds of Prey” começou com o roteirista Chuck Dixon. Oráculo era um personagem popular, mas para agregar valor a Canário Negro (Dinah Lance) também foi convocada. As histórias faziam constantes intercâmbios com outros personagens. A dupla focava em combater vilões terroristas, traficantes de armas e de narcóticos. Era uma série regular, mas não espetacular. Dixon precisou abandonar Aves de Rapina e por um período a série foi assumida por Terry Moore e Gilbert Hernandez – que produziram histórias de gosto duvidoso, minando ainda mais a preferência do público por essa publicação. Estaria “Aves de Rapina” fadada ao fim?
Não. Gail Simone assumiu a revista mensal de Birds of Prey e foi responsável pelo que pode ser chamado de “período de ouro” dessa publicação. Simone começou sua carreira escrevendo os roteiros de Simpsons para a Bongo Comics, e depois desenhando Deadpool e Agente X. Depois desse período, foi contratada para a DC Comics, onde assumiu o comando a partir da edição #56 de Aves de Rapina. Como desenhista oficial, foi convocado o brasileiro Ed Benes, conhecido por desenhar mulheres voluptuosas – o que contribuiu para a popularização de Aves, além, é claro, dos roteiros interessantes de Simone.
AndersonQuando assumiu, colocou a Caçadora como personagem efetiva de Aves de Rapina. O relacionamento entre as personagens não era dos mais perfeitos, pois Bárbara não se relacionava bem com Helena Bertinelli. Esse lado dos relacionamentos das personagens é amplamente explorado por Simone, através de diálogos curtos e diretos; ela também abusa de elementos mais próximos da realidade dos leitores, como saídas noturnas, o bom humor entre as personagens, momentos tensos e emocionantes – tudo para cativar o leitor.Mulheres tão diferentes entre si convivendo de maneira tão próxima e em situações de tensão são um tema bastante interessante para se tratar, e Simone soube fazer isso de forma magistral.
1456174-birds_of_prey_8 Depois dos eventos da HQ desse post (parte final desse texto), elas começam a ter uma relação menos conflituosa. Mas Bárbara teme que Dinah entre em perigo mortal novamente, e insiste para que a amiga fique mais tempo no planejamento estratégico do grupo – ficando mais segura na torre central. É óbvio que Canário se recusa, e é, assim, demitida do grupo. Bárbara surpreende novamente nesse arco, pois fica claro que o responsável pelo sequestro de Dinah está sendo torturado na cadeia sob suas ordens, como forma de vingança pelo que fez com a amiga. Enquanto isso, Canário treina novas táticas com Batgirl, para conseguir evoluir enquanto lutadora.
Bárbara repensa sua decisão e aceita Canário novamente na equipe, e as três conseguem se aproximar e fortalecer a equipe.
tumblr_mj9p4wvIHs1rd8w6so1_500Gail também busca reunir várias personagens da DC Comics, não da maneira superficial como muitas vezes elas são retratadas, mas com uma abordagem psicológica bastante interessante e detalhada. Canário Negro começa a conviver com Lady Shiva em Hong Kong, Bárbara Gordon está com problemas pessoais que acabam refletindo em seu trabalho (lembre-se que ela é consultora de Batman, da Sociedade da Justiça da América e de Cassandra Cain). Essa abordagem aproxima o leitor das personagens, porque até mesmo Oráculo, o cérebro por trás de supercomputadores tão complexos, também pode se deixar afetar por problemas pessoais. Bárbara é sequestrada por falsos agentes do FBI, e é acusada de traição aos EUA. Eles estão a serviços de um senador corrupto que descobre a identidade dela e a desativa. Ela consegue se comunicar com as outras duas Aves, mas quem a salva é justamente Caçadora. Ambas conseguem chegar a tempo de resgatar Lady Shiva e Helena.
Após esse trabalho em equipe (não estou descrevendo todo o roteiro de todos os arcos aqui senão o texto ficaria muito cansativo e longo), Caçadora é convidada para entrar de forma definitiva nas Aves de Rapina.
O quarto arco é uma continuação no processo das Aves para se tornarem uma equipe de verdade. A arte desse arco contou com a presença de Joe Bennett, também brasileiro. A convivência e o ajuste entre elas não tem sido fácil. E, para ajudar, na minissérie “Asa Noturna / Caçadora” de 1998 (clique aqui para baixá-la), Helena dormiu com Dick Grayson – ou seja, Bárbara não consegue aceitar isso. Canário também fica irritada com Caçadora ter ido para cama com Roy Harper, seu protegido, a quem ajudou a salvar dos problemas com dependência química. Ou seja, elas tem muitas idas e vindas. O arco termina de forma positiva: Bárbara presenteia Canário com um imóvel para que ela construa sua floricultura e arranja um emprego de professora para Helena, o seu verdadeiro sonho. Tudo parece melhor.
O quinto arco é inspirado no caso do suicídio coletivo promovido por Jim Jones. Helena é convocada para investigar a morte de vários jovens por todos os Estados Unidos, com um padrão entre eles: eles morrem vestidos de super-heróis que já morreram. Essa seita é comandada pelo Reverendo Brusaw, e relacionado a alterações químicas dos membros, lavagem cerebral e sacrifícios de crianças. Light. Gail Simone procurou trabalhar temas atuais, como tecnologia e fundamentalismo religioso.
É nessa época que Gail Simone introduz a personagem Lady Falcão Negro, que é Zinda Blake, uma antiga personagem da DC que fora criada no começo dos anos 60. Originalmente, ela era uma moça que queria fazer parte da equipe de soldados especiais Falcões Negros, e participar das ações da Segunda Guerra Mundial. Ela dominava armas pesadas, aviões modernos, táticas de defesa e combate, mas fora impedida de ingressas nos Falcões Negros por ser mulher. MAS Zinda é tão perigosa e boa no que faz que o Falcão Negro em pessoa aceita a mulher no grupo. (Mulheres fortes são tão lindas). Bom, de alguma forma sinistra ela parou no tempo e veio parar na atualidade. Ela tem que se virar de algum jeito, então acaba virando uma garçonete, mas ainda não perdeu suas habilidades de combate. Ela é, então, convidada por Oráculo para ingressar as Aves de Rapina, mas muito mais como uma colaboradora esporádica em missões especiais.

LineNo sétimo arco, temos a situação das Aves de Rapina durante a saga Jogos de Guerra. Os erros de Stephanie foram se sucedendo de tal forma que o prédio (Torre) das Aves de Rapina é totalmente destruído. Máscara Negra descobre a localização da Torre onde ficam armazenadas as informações de Oráculo, e antes que ele possa atingir o local e ter acesso às informações confidenciais do Morcego, Bárbara aciona a auto-destruição dos arquivos. Tudo se perde, anos de trabalho, de lembranças, de conhecimento. Para superar, Oráculo precisa sair da cidade, e as meninas também precisam reconstruir sua história longe dali. Elas precisam agir em outros lugares do mundo. Mesmo em um momento doloroso, é bonito ver como as Aves de Rapina se aproximaram para se fortalecer.


birds-of-prey1Começa, então, a procura das Aves por um local mais estável para suas novas instalações, buscando por novos crimes que possam resolver. Podemos dizer que, nesse ponto, a Caçadora já foi completamente aceita como uma integrante importante do grupo e amiga pessoal de Bárbara. Dinah, inclusive, discute com Batman para defendê-las. Gail Simone consegue tratar as personagens femininas com certa sensibilidade – claro que ainda há a presença das poses absurdas e super-sexualizadas, porque é preciso atingir o público masculino. Falarei mais sobre isso lá embaixo.
tumblr_mn0etlqZvU1qg8i80o1_1280Entretanto, devido a uma série de acontecimentos, Bárbara mostra que aprendeu algumas coisas de Batman e manipula Helena para mantê-la fazendo as coisas que queria. Ao descobrir isso, ela abandona a equipe. Isso afeta Oráculo mais do que ela gostaria de admitir, por perder alguém que era essencial para a equipe – e alguém que havia se tornado sua amiga. As Aves restantes estão acabando com algumas máfias espalhadas pelo mundo, enquanto Helena retorna a Gotham sem uniforme, e se aproveita da sua condição de filha dos chefões mafiosos locais para tentar armar emboscadas para eles. De alguma maneira que só os roteiristas de HQ conseguem fazer, elas acabam se encontrando e Bárbara tem uma conversa franca com Helena, colocando os seus posicionamentos. Mas ela não aceita voltar à equipe, e decide seguir em carreira solo em Gotham City, trabalhando como professora e tentando quebrar a máfia dos seus próprios modos, infiltrada nos planos dos principais chefões. Ela consegue mapas das próximas atividades da Máfia, tem acesso informações sobre os membros e ex-membros, etc. Após a saga Jogos de Guerra, Batman é forçado a trabalhar com Helena para que consigam resolver alguns dos muitos problemas que a cidade tem passado por conta da guerra de gangues.
Depois de inúmeros eventos, Helena volta à equipe, Lady Shiva começa a ajudar as Aves de Rapina; depois, Canário Negro, que adotou uma menina, decide abandonar a equipe para trazer mais segurança à criança – deixando a Caçadora muito abalada, pois ela aprendia muito com Dinah. Canário agora tem uma missão muito difícil: se tornar uma ótima mãe. O comando de Oráculo é retirado, e Lady Falcão Negro deixa o grupo, mas quando Bárbara consegue se reestabelecer no grupo, Zinda retorna.

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068-6 Birds of Prey Blood and Circuits (Manhunter)No penúltimo arco das Aves de Rapina, Oráculo começa a angariar um monte de gente, para experimentar uma nova formação para o grupo. Canário Negro volta para as Aves. E todas as personagens que já haviam aparecido nessas edições todas da Aves fazem uma aparição. Para dar a vocês uma dimensão de quem já ajudou nas Aves de Rapina, direta ou indiretamente: Alice Sombria (Lori Zechlin), Canário Negro II (Dinah Laurel Lance), Cigana (Cynthia Reynolds), Grande Barda (Barda Free), Hera Venenosa (Pamela Lillian Isley), Justiceira (Katherine “Kate” Spencer), Katana (Tatsu Yamashiro), Lady Shiva/Canário de Jade (Sandra Woosan), Marginal (Charlotte “Charlie” Gage-Radcliffe), Mestra Judoca III (Sonia Sato), Mulher-Gato (Selina Kyle), Poderosa (Karen Starr / Kara Zor-L), Sturnia (Evelyn “Ev” Crawford), Víxen (Mari Jiwe McCabe)… Isso sem contar os colaboradores que as ajudam eventualmente nas missões.

Esse foi um “pequeno” resumo das atividades das Aves durante esses anos. Existe algo muito interessante sobre Gail Simone Simone: em 1999, ela tinha um site chamado “Women in Refrigerators”. Como ela mesma descreve: “This is dedicated to the women with capes who died for comics!”. Nesse site, ela traz uma lista de várias personagens que haviam sido mortas, alejadas, feridas ou perderam seus poderes durante os quadrinhos. Você pode acessar clicando aqui. Então, Simone obteve muito êxito ao assumir a série, conseguiu dar volume às personagens, e sempre que possível inseria várias personagens femininas subutilizadas pela DC. Conseguiu fazê-las reviver, inseriu-as em temas atuais, deu um tom humorístico, criou mulheres fortes e totalmente independentes. Mas não completamente. É sobre isso que eu gostaria de falar um pouquinho.

A super-sexualização das heroínas não é segredo para ninguém. Quase sempre que uma personagem aparece, ela tem que estar em alguma posição absurda que evidencia seus atributos físicos – que muitas vezes são absurdos e com proporções que não existiriam na vida real, posições impossíveis de reproduzir com um esqueleto de verdade. O público-alvo das HQs ainda é composto em sua maioria por homens. Embora isso esteja mudando aos poucos (é só observar uma Batwoman que anda com roupas normais, de cabelos curtos e trejeitos raramente sensuais), ainda é muito presente e inevitável. Gail Simone fugiu disso o quanto deu, criou personagens muito inteligentes, mas que ainda assim estavam lá com poses absurdas. Contudo, mesmo que seja algo que nós não podemos mudar, deixo dois link para que vocês possam refletir sobre o assunto:

Escher Girls – Esse Tumblr mostra a que ponto alguns desenhistas chegam para conseguir retratar o maior número de atributos físicos das personagens: as poses das personagens são impossíveis, anatomicamente falando! Ninguém com um esqueleto desse jeito poderia sobreviver! O corpo delas é retorcido para mostrar seios e bumbum ao mesmo tempo! Como assim? Quantos problemas de coluna essas meninas devem ter? Socorro!

Escher

The Hawkeye Initiative – Nesse site, o autor escolhe as personagens femininas das HQs, com suas poses impossíveis, e as redesenha colocando o Gavião Arqueiro (ou outros personagens homens das HQs) nos seus lugares. O resultado é ótimo para nos fazer pensar sobre o assunto.

Hawkeye

O arco que eu escolhi foi o primeiro sob direção de Gail Simone, e chama-se “Almas Gêmeas“. (Birds of Prey: Of Like Minds, roteiro de Gail Simone e arte de Ed Benes, 2003).

001Começamos com Canário Negro encurralando Andrew Fisher, que está planejando saquear os bens de sua companhia e fugir do país. Como não consegue encontrar evidências concretas que poderiam acusá-lo em sua empresa, ela recomenda que ele desista do plano – não sem antes assustá-lo o suficiente para que desista de fazer qualquer coisa errada pelos próximos anos de sua vida. Dinah volta para a Torre das Aves para descansar um pouco e comer com Oráculo – um trecho bastante leve da HQ – até que recebem um bilhete de suicídio. De Andrew Fisher. Aparentemente, elas o assustaram demais.
Canário Negro é enviada para o local, para evitar que o pior acontecesse, mas era uma emboscada. Ela é sequestrada pelos vilões Savant e Creonte. Eles pedem o resgate pra Oráculo. E, como não poderia deixar de ser, Oráculo não está falando com Caçadora direito.
Dinah está sendo mantida refém, algemada a uma cama, sem poder se alimentar direito. Para completar o pacote de tortura, ela foi golpeada na garganta, e está com um edema no esôfago e traquéia. Caso você não se lembre, Canário tem o poder do Grito do Canário, um ataque de ondas sonoras super-potentes, que é capaz de atordoar, confundir ou mesmo desacordar inimigos. Impedida de usar esse poder, ela está à mercê da crueldade dos bandidos. Ela está indefesa. Eles entram em contato com Oráculo para ameaçá-la, e solicitar uma informação para que soltem Dinah – mas é uma informação que ela não pode dar, então ela vai precisar da ajuda de Helena.
002Bárbara conseguiu rastrear Caçadora, mas no momento ela está um pouco ocupada demais resolvendo o sequestro de um bebê. É bem interessante observar como elas trabalham juntas. Mesmo estando acostumada, às vezes ainda fico surpresa com o alcance das tecnologias de Oráculo. Ela tem olhos e ouvidos em praticamente todos os lugares! Depois de deixar o bebê à salvo, Caçadora e Oráculo começam a trabalhar no resgate de Canário.
Enquanto isso, Dinah está fazendo uma retrospectiva da sua trajetória desde a adolescência. Particularmente, acho esse tipo de reminiscência bem interessante. Por mais que tenhamos lido sobre a origem dos personagens e que, muitas vezes, saibamos de cor como eles começaram a ser o que são, é sempre mais fidedigno ler relatos deles mesmos, suas impressões e sensações sobre quando começaram a ser as “máquinas de guerra” que são. No caso de Dinah, ela nos conta sobre seu professor excessivamente zeloso, e termina com a seguinte frase de impacto: “O amor é um professor maravilhoso… Mas a dor é uma motivação do cacete.” Fofa. Ela está tentando quebrar os ossos das mãos para libertar-se da algema – uma artimanha formulada inicialmente por Houdini. Arriscado, porém necessário.
Enquanto Caçadora parte para uma abordagem mais direta – procurando onde Canário está escondida – Savant está pressionando Oráculo para que ela lhe dê a informação necessária. Que informação seria assim tão confidencial para que ela adie a salvação de uma amiga tão importante? Simples: ele quer saber a identidade secreta de Batman.

003Mas antes que possa entrar num acordo com Savant, as coisas evoluem e Canário consegue voltar a se comunicar com as amigas. Num golpe de mestre, ela consegue se libertar das algemas e algemar Savant, na mesma hora em que Caçadora chega. Entretanto, alguns imprevistos: Savant tem as chaves da algema e Canário está com três membros do corpo quebrados. A única esperança é que Caçadora consiga salvar as duas. Mas Savant e Creonte conseguiram derrotar Dinah, e Dinah já conseguiu derrotar Helena… Nessa equação, ela tem alguma chance contra eles?
Esquecemos do cérebro do grupo, Oráculo. Com algumas pistas, ela consegue identificar a identidade secreta de Savant. Ele teve vários problemas psicológicos na infância e adolescência, e ao jogá-los na cara dele, ele fica realmente irritado e nervoso – e fica ainda mais nervoso quando Oráculo ameaça apagar todos os seus arquivos. Depois de uma luta contra Creonte, elas conseguem fugir. Oráculo pede a Dinah que traga o backup das informações que Savant possuía, obtidas ilegalmente, para que consigam resolver alguns casos pendentes – mas essas informações quebram o sigilo de muitas pessoas. Dinah se nega, mas Oráculo salva, sem que elas saibam, outro backup desses arquivos. Uma mentira que trará muitos problemas futuramente…
Esse foi o primeiro arco que li das Aves de Rapina, então tenho certo carinho por ele, porque você começa a pegar o ritmo de como são as tramas desse grupo. Os diálogos são leves mas ao mesmo tempo inteligentes, então acaba se tornando uma leitura bastante prazerosa. Esse arco particularmente não é dos mais densos, afinal elas se relacionam relativamente bem e acabam trabalhando em conjunto. Não dá para explorar as brigas em si. Mas dá para captar bem a essência do grupo Aves de Rapina, e as formas que elas utilizam para lutar, bem como o papel que cada uma significa para o grupo. Lady Falcão Negro ainda não aparece nesse arco, mas ela também é vital para as Aves de Rapina.

Bom, acho que é isso. Espero que tenham gostado do texto e que gostem da HQ!

COVER


#65 – Sob o Capuz

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“Ele não podia explicar como voltou dos mortos. Mas na verdade… Esta não era a pergunta que queimava em sua mente. A pergunta será feita… Foram os fogos do poço de Lázaro, ou a força vital de Ra’s Al Ghul… Ou talvez pela carne mortal jamais poder retornar do túmulo sem sujeira… Ou terá sido um surrealíssimo instante de decepção? Estar dentre os vivos sabendo que seu assassino permanece vivo e à solta? E sabendo quem culpar por isto? Foi isso que transformou o coração dele? “

Oi!
Tranque portas e janelas, apague as luzes e se segure na sua cadeira porque as coisas vão ficar sérias aqui no Batman Guide. Aquele que estava morto surge de novo para exorcizar seus demônios e destruir os responsáveis pela sua desgraça.
Prepare-se para o que vai encontrar “Sob o Capuz” (Under the Hood, roteiro de Judd Winick e arte de Doug Mahnke, Tom Nguyen, Paul Lee, Shane Davis, Eric Battle, fevereiro de 2005 a abril de 2006).

LINE

001Começamos essa HQ com David Coates, um garoto que mora na rua há uns 14 meses. Ele está sentado na chuva, sozinho, desolado, quando sente alguns pingos de sangue caindo na sua testa. Antes que arranje mais encrenca, foge. O que ele não sabe é que o sangue que cai sobre ele vem dos lábios do próprio Cavaleiro das Trevas – sangue arrancado com um poderoso soco de um homem misterioso com um capuz vermelho sobre sua cabeça.
Mas Batman não é um homem que apanha sem revidar, e a frenética luta parece se destacar contra a chuva fina que cai sobre Gotham. Batman consegue empurrar o misterioso homem de capuz para o chão, o imobiliza com uma voadora no peito e antes do golpe final anuncia que aquela luta sem sentido está terminada. Mas o outro homem não aceita. Num golpe só, arranca a máscara de Batman – uma ousadia que poucos homens já tiveram. Bruce Wayne parece estar derrotado, seriamente contundido. O misterioso homem então, para se equiparar ao segredo revelado por Batman, retira também seu Capuz Vermelho. Sabemos que poucas coisas surpreendem o “sempre-prevenido” Batman. E essa foi uma delas.

002Corte para 5 meses antes, na Mansão Wayne, onde o clima está bem pior do que antes (e olha que a Mansão Wayne nunca foi o lugar mais alegre do mundo). Lucius Fox vem visitar Bruce Wayne para trazer as notícias ruins: a Wayne Enterprises fora vítima de um minucioso roubo, Wayne fora removido da diretoria e a divisão de PYD fora totalmente eliminada. Em termos práticos, significa que todos os gadgets que já foram criados por Batman – e isso envolve uma maça de alta potência que não causa dano permanente, uma toxina paralisante de nervos capaz de simular morte, e uma variedade incrível de precisos sistemas de guia explosivos de curto alcance, bombas químicas e outras dezenas de acessórios exclusivos – poderiam ser, na melhor das hipóteses, abertos ao público. Ou, na pior das hipóteses, serem vendidas a psicóticos, governos, mercenários ou terroristas.

003

Enquanto isso, em algum dos lugares escondidos de Gotham, está acontecendo uma reunião de pessoas envolvidas com negócios ilegais. Os oito mais prósperos traficantes de rua da cidade. Estranho é que ninguém sabe quem marcou a reunião. Mas logo ele dá as caras.

É o misterioso homem de Capuz Vermelho, que só pra garantir que seria ouvido porta uma AK-47 totalmente carregada. Então, ele começa sua pequena lista de exigências: a partir de agora, ele será o chefe do tráfico de Gotham, e deve receber 40% dos lucros dos traficantes (bem melhor do que o acordo que eles tinham com Máscara Negra), e que não traficassem em áreas escolares ou perto de crianças. Em troca, teriam proteção total contra Máscara Negra e Batman. E é claro que todos eles riem da cara pela sua ideia absurda, e se perguntam que diabos de motivo teriam para aceitá-la. Como resposta, ele joga uma singela mala com a cabeça dos tenentes deles com a seguinte frase: “Isso me levou duas horas. Querem ver o que consigo fazer durante toda uma noite?”. O rapaz é perigoso. E na verdade ele não estava nem perguntando se eles aceitavam o acordo. Estava ordenando.

004Falando em Máscara Negra, o vilão é o chefe do crime em Gotham. Ou, nas suas palavras: “Onde há fogo, há fogo. E no momento detenho toda a gasolina.” Ele ouve os boatos desse novato que está roubando lugar, mas no momento tem coisas mais importantes para fazer do que prestar atenção neles. Como por exemplo, contratar o Senhor Frio para um trabalho bem remunerado e com o assassinato de várias pessoas – justamente o que ele mais gosta, depois de ficar lembrando de Nora Fries.
007No escritório de Máscara Negra, Senhor Frio está tendo alguns problemas para se habituar a um trabalho em equipe – leia-se: matando todos os técnicos que estavam desenvolvendo seu traje. E também todos aqueles que o irritavam. Mas Máscara Negra não vê problemas nisso. Antes vê-lo ao seu lado do que contra ele. Senhor Frio e Máscara Negra discutem a relação, quer dizer, a natureza da relação entre eles: uma relação de parceria, não de submissão. Frio foi chamado para ajudar a proteger um carregamento ilegal muito importante. Máscara Negra também descobre que o louco que estava causando toda essa confusão em Gotham se intitula Capuz Vermelho.
006Mais uma noite em Gotham City. Batman não pode mais contar com Oráculo, depois da saga Jogos de Guerra, então está conversando com Asa Noturna, seu prodígio. Eles vão, juntos, detonar uma operação que envolvia armas de alto calibre roubadas do Departamento de Operações Extraordinárias. Mas as armas militares eram meramente um esconderijo para um roubo muito mais perigoso: bombas e armas de vários vilões de Gotham, coletadas e reunidas – para um colecionador, talvez. Antes que conseguissem descobrir a verdade, uma das bombas explode. Um homem está por trás disso: Capuz Vermelho. Enquanto vão atrás dele, Batman nota que algo nos movimentos de Capuz Vermelho soa estranhamente familiar. Mas não tem muito tempo de pensar isso: se deparam com um gigante chamado Amazo, que é um andróide altamente avançado com células de assimilação. O grandão adquiriu e detém as habilidades e poderes de sete membros da Liga da Justiça. Ou como Asa Noturna diz, “cantar cover com poderes de heróis“. Em resumo, um problema. Um GRANDE problema.
Enquanto lutam contra esse gigante poderoso, vemos os pensamentos de Asa Noturna sobre trabalhar com Batman. Transcrevo esse trecho a seguir:

“Nunca me acostumei ao silêncio de Batman. Na vida já era difícil. Mas no trabalho… Ele nunca tira onda ou ofende o oponente. Não faz a dele. Talvez por isso quando criança, quando Robin, eu nunca calasse a boca. Ele nunca me mandou ficar quieto mesmo. Como depois refleti em retrospectiva, sempre achei que ele não ligasse. Ou ele se valia como distração? Porque ele sempre foi de achar o movimento seguinte. Sempre soube como finalizar a luta. Agora o silêncio leva a nós dois. Compreendo agora. E outrora eu compreendia. Há uma hora para falar… E uma hora de agir.”

008E como estamos falando de Bruce Wayne e Richard Grayson, é óbvio que eles conseguem detonar Amazo (ainda que temporariamente), e frustrar a ação de Máscara Negra. Esse está tendo seu primeiro contato com Capuz Vermelho, que roubou algo muito importante que o pertencia – uma caixa com mais de cem libras de kryptonita. Nós sabemos que kryptonita é um material raríssimo, que possuem um valor inominável, e cujo valor seria pago por qualquer preço por uma quantia pequena dela. E, bem, Capuz Vermelho estava com um enorme carregamento dela, pertencente a Máscara Negra. Para tê-la de volta, o preço era 50 milhões de dólares. Capuz Vermelho, o rei dos pedidos absurdos. O secretário de Máscara Negra fica chocado e diz que ele é insano, ao que Máscara Negra rebate: “Não, os insanos fariam um traje com a pedra e marchariam até Metrópolis bancando o rei da montanha. Este aí sabe o que faz.” Embora relutante, ele aceita, e Capuz Vermelho fica de retornar a ligação dizendo o local desse encontro tão amigável.
011Hora do encontro de amigos, Frio vai junto para tentar resolver o problema, e é claro que dá tudo errado e Capuz Vermelho sai atirando como se tivesse munição infinita ao seu dispor e matando todos os capangas, exceto Frio – com ele, é necessário um toque especial. Mas Victor tem esse dom de deixar as coisas um pouco mais frias (piada pronta, desculpem), e quando está pronto para fazer Capuz Vermelho virar sorvete ele é interrompido por Batman e Asa Noturna (que conseguiram rastrear os sinais de radiação da kryptonita). Mas antes que ficasse feio pra ele, Capuz abre uma barreira no chão e foge, e Frio usa sua arma para se impulsionar. Ninguém gosta de ficar perto de um Batman furioso e um Asa Noturno irritado. Mas eles tem que reconhecer: Capuz Vermelho é habilidoso.
No fim dessa edição, um epílogo. Alguém está procurando por outra pessoa. A encontra em um circo, jogada num canto. É Coringa, talvez um pouco triste. E a pessoa que veio procurá-lo está segurando um pé-de-cabra. Ela espanca Coringa até que ele vire quase uma poça de sangue. Ao fim dessa sessão de tortura, pergunta:

“Diga-me… Como é a sensação?”

ToddvsJoker

009

Todos tem hobbies. Tem gente que toca violão. Tem gente que gosta de assistir séries. Esse blog é meu hobbie. O hobbie do Capuz Vermelho? Explodir carregamentos. Dessa vez, um carregamento de rifles Taser 10-11. Caso você, assim como Máscara Negra, não saiba o que são, basta saber que são armas muito caras. Capuz Vermelho está dando trabalho, atrapalhando o tráfico de drogas, roubando carga, explodindo carregamentos. O que fazer diante disso?
Enquanto isso, Batman está em um lugar afastada com Zatanna, uma detentora das artes místicas. Estão checando algo que parece um poço, e ela analisa que o lugar parece estar selado por anos. É o único poço que restou para Ra’s Al Ghul – todos os outros foram selados por Batman. Mas ele não acredita que esse esteja realmente fechado. Batman pergunta a ela se esses poços podem ressuscitar os mortos. Segundo a teoria que ela conhece, não. Mas isso é uma teoria. Batman vai consultar Jason Blood, expert em ocultismo, para saber mais sobre os possíveis processos de ressurreição, e o especialista o recomenda conversar com Arqueiro Verde. Bruce Wayne tenta conversar com ele, mas a conversa acaba virando uma troca de grosserias. Aliás, Batman está especialmente difícil de lidar nessa HQ.
Encontramos a personagem Onyx, uma ex-assassina que virou heroína, interrompendo um carregamento de drogas. Através de um método sofisticado de interrogatório, que consiste em dobrar o braço do bandido para trás até quase deslocá-lo, Onyx descobre que eles eram capangas de Capuz Vermelho, e os segue para uma reunião secreta. Ao contatar Batman sobre isso, é claro que ele a xinga por não ter algo melhor a contar. Um fofo.
Os traficantes de Gotham não estão muito felizes com a “parceria” com Capuz Vermelho. Ele é muito injusto às vezes – não os deixa vender drogas para crianças, que injustiça! Capuz Vermelho flagra Onyx espionando os bandidos, mas não se importa muito, e vai direto acabar com eles. Ela decide se juntar à essa festinha. Sempre relaxante socar bandidos.
012Batman precisa conversar com Superman. Bem, o Cavaleiro das Trevas é um homem de poucas palavras, então se ele precisa conversar é porque algo está realmente sério. Ele quer saber sobre o período em que Superman enfrentou Apocalypse, e esteve quase morto. Bom, à essa altura você já deve ter percebido as suspeitas de Batman.
Se Onyx achava que conseguiria prender Capuz, estava enganada. Ele enfia uma faca em seu ombro e a imobiliza. Quando tira a faca e espera que ela o enfrente, Batman aparece. Capuz Vermelho começa a atirar, revelando detalhes bem precisos do funcionamento do jato de Batman. Eles começam a se enfrentar, numa luta extremamente difícil, em que fica claro que Capuz Vermelho mostra estar bastante ressentido com Batman. Ele é um lutador habilidoso, difícil de vencer. Movimentos que Batman conhecia de outros tempos.
Trata-se da luta que abriu esse texto. Havíamos parado no momento em que Capuz Vermelho retira a máscara que cobre seu rosto.
Jason Todd.

ToddvsBatman

017Para provar que é ele mesmo, ele chega a retirar cabelos e sangue para que Batman faça a verificação de DNA na Bat-caverna.
A conversa que os dois tem é, pra mim, o ponto alto dessa HQ, você não pode deixar de ler. Jason guarda muito ressentimento pelo fato de Batman nunca ter matado Coringa. Ressentimento por essa linha que Batman nunca cruza. Isso não é o que Gotham precisa. Gotham é uma cidade má, que requer situações drásticas – situações para as quais Bruce não estava preparado para assumir. Então… Jason quer tomar o lugar dele.
Quando chega na Batcaverna, Batman analisa as amostras deixadas de Todd e confirma sua veracidade.
Com a ajuda de Chapeleiro Louco, Máscara Negra implanta um chip em Crocodilo para tentar destruir Capuz Vermelho, mas ele se livra do chip e foge para o esgoto de Gotham. Ótimo. Tudo que Gotham precisava agora.
Particularmente, eu aprecio os momentos das HQs em que Alfred começa a refletir sobre Bruce.

“Quando duas pessoas referem-se a antiquada noção de “lutar numa guerra em duas frentes”… Imagino se de fato a compreendam. Bem como se compreendem o que é lutar numa guerra em diversas frentes. É nesta exata situação em que meu patrão encontra-se. Eu estaria mentindo se não admitisse que alguns desses conflitos foram criação dele próprio. Outros… Aparentemente vieram à procura dele. E são tais ‘fantasmas’ que trazem-me à labuta de hoje… Aqui diante do túmulo não-registrado de Jason Todd.”

Alfred está na frente do túmulo de Jason Todd, dispensa os funcionários contratados por Wayne para vigiar a sepultura. Quando eles saem, ele convoca Batman. Já é a 6ª vez que ele aparece para checar o túmulo. Entretanto dessa vez Alfred não o acha obsessivo. Nas suas próprias palavras:

“Desta vez porém… Eu compreendo. Ou melhor… Sou igualmente obsesso por saber a verdade. Esta vida… Esta vida nossa… Teve tão raros instantes de contentamento… E tais lembranças vem sendo maculadas.”

016Uma retrospectiva do momento em que Jason Todd e Batman se conheceram – o menino roubando os pneus do Batmóvel. Batman esclarece uma dúvida que passou pela cabeça de todos nós – como pode um menino ter roubado um pneu do Batmóvel, o carro do homem preparado pra tudo e pra todos? A resposta: Batman havia trocados os pneus, mas não tinha terminado de redesenhar os encaixes, deixando a conexão das rodas expostas. Os sensores de aproximação e alarme do carro estavam desligados devido a um choque elétrico sofrido no dia anterior. Quando Batman estava ao lado de Todd, ele sentia que a dor do menino se esvaia, transformada em sede de justiça. E é por isso que Batman quer saber o que aconteceu com o menino. Está examinando seu caixão. Todd sempre foi meio violento, impulsivo demais, nem sempre dosava a força corretamente… Ele não era como Dick Grayson, ponderado. Sempre possuía um “espírito maligno”. Quem acompanha o blog há um tempo vai se lembrar da HQ “O Filho do Diplomata“, que termina sem sabermos de Todd, enquanto Robin, matou ou não matou um homem. E Batman chega à conclusão: nunca houve um corpo enterrado naquele caixão.
Capuz Vermelho está atacando Máscara Negra de forma direta: está destruindo todas as áreas de compra de drogas. Não recruta mais funcionários de Máscara. Simplesmente os mata, assim como faz com a concorrência. Ele vem lucrando com drogas, quadrilhas, prostituição. E agora… Capuz Vermelho está atrás de Máscara Negra de forma direta. E Máscara Negra, que não é lá um homem muito paciente e carinhoso, reage:

“A farra acabou. Ele tá morto. Quero o cadáver espancado e mutilado dele diante de mim. Quero comer o coração dele e repousar os pés onde deviam estar as costelas dele. [...] Falo de morte das grandes! Morte séria! Do tipo cabeça na lança, tripas estiradas, eu com uma vestimenta feita da pele dele!”

019E aparece alguém para ajudar: o Exterminador, um assassino mestre, que é membro da cúpula de vilões conhecida como a Sociedade (post sobre ele em breve). E ele convida Máscara para se juntar à Sociedade. Ele aceita. Mas os meta-humanos que ele envia para destruírem Capuz não são páreo para ele e para Batman – que chega para duelar com Capuz Vermelho, mas pra isso ele precisa do oponente inteiro. E antes que possam planejar, trabalham em equipe. Realmente estranho ver isso. Batman abre a guarda para Capuz, mas ele não o ataca. Juntos, eles conseguem derrotar as ameaças.
020Jason envia para a Mansão Wayne duas caixas, embrulhadas num papel azul que só ele e Batman conheciam (era o papel em que as coleções de livros raros de Batman eram embrulhadas). Usando de análises complexas para garantir que não tem agentes químicos ou explosivos, ele chega ao conteúdo da caixa: fiapos de cabelo verde. Com tecidos suficientes para que Alfred examine o DNA e constate que se trata dos cabelos e do couro cabeludo de Coringa. Junto com essas evidências, um endereço. E Batman segue para lá.
Temos uma novidade: Capuz Vermelho entrou em um acordo com Máscara Negra. Como a primeira parte do trato, Máscara simplesmente mata todos os seus capangas. Daí Jason vira e diz algo no sentido de “Ah, mudei de ideia. Esquece aquele nosso plano.” E bem… Você já imagina a porradaria que isso vira. Batman se dirige ao local, que é o mesmo do encontro de Capuz e Máscara. Quando chega lá… Máscara havia matado Capuz vermelho com um taco de sinuca enfiado no peito.
Mais uma vez, Batman chegara tarde demais para salvar Jason.

021

022Mas não era Jason. Era um bode expiatório.
Jason está em algum lugar, mantendo Coringa refém. E Batman é convocado a seguir diretamente para lá.
É uma noite de muitas perguntas…
Em primeiro lugar, por que Jason ainda não matou Coringa, se nutre tanto ódio por ele – se foi ele o responsável por toda sua desgraça? Quando Coringa diz que ele é igual a Batman nisso, Todd fica extremamente irritado. Ele não poderia estar mais errado. É ultrajante para ele ser comparado com Bruce. Ele é bem melhor que Bruce. Capuz Vermelho marca um encontro com Batman exatamente no Beco do Crime.

024

O lugar onde começamos nossa história. O “local de nascimento” de Batman. Todd tem uma carta na manga. Um carregamento repleto de Chemo, um transportador animado de produtos químicos, está sendo despejado sobre Blüdhaven – a cidade de Asa Noturna. Toda a cidade é vaporizada numa explosão nuclear, diante dos olhos deles. Nas palavras maníacas de Jason: “Um filho volta da cova enquanto outro adentra… Que fim apropriado este se tornou”. Se Batman for até Bludhaven verificar se Dick está vivo, Coringa morrerá com vários explosivos colados em seu corpo. Eles duelam – e os diálogos são tão excepcionais, tão carregados de significado, que transcrevê-los aqui seria poupar vocês da emoção de ver com seus próprios olhos.
Mas para entender por que Jason sente tanta raiva de Batman, é preciso compreender o diálogo que se passa enquanto Todd aponta para Coringa.

“Bruce, eu te perdôo por não me salvar. Mas por que, em nome de Deus, ele continua vivo? [...] Ignorando tudo que ele já fez. Cega, estupidamente, desconsiderando os cemitérios inteiros que ele preencheu, os milhares que sofreram, os amigos que ele aleijou… Eu pensei… Pensei que ao ter me matado… Eu seria o último que você o deixaria ferir.”

Os diálogos seguem brilhantemente. Sério, você precisa ler. Várias HQs trazem esse ponto crucial, do motivo de Batman não matar Coringa, seu vilão mais inescrupuloso – o homem que matou Jason Todd, que deixou Bárbara Gordon aleijada, que explodiu uma escola cheia de crianças, que atirou na cabeça da esposa de Jim Gordon, que trouxe o caos e a tragédia ilimitada a Gotham. Pelo menos duas HQs aqui no Batman Guide já trataram desse tema: Batman – Cacofonia, em que Coringa é esfaqueado e Batman, aconselhado por Gordon, ,tem a opção de não oferecer socorro a ele, mas decide fazê-lo; em Batman – Silêncio, ele está tão furioso com Coringa que quase o mata, mas é impedido por Jim Gordon de cruzar essa linha.

A HQ termina com os eventos da Crise Infinita – que é tema de um futuro post aqui do Batman Guide.

Bom, você, corajoso e persistente leitor que chegou até o fim da HQ, com certeza está se perguntando: como DIABOS Jason Todd voltou à vida?
No fim da “Sob o Capuz”, temos uma edição de Batman Anual que nos conta exatamente como isso pôde acontecer. Ela foi apresentada na Batman Annual #25 sob o título de “Dédalo e Ícaro – O Retorno de Jason Todd” (Daedalus and Icarus – The Return Of Jason Todd). As duas capas dessa edição são fantásticas:

Covers_of_Batman_Annual
Começamos com Batman adentrando a cena da morte de Jason Todd:

Death

“Começa onde terminou. Com dor… Provinda de um rosto familiar. Com um relógio correndo. Com um herói a caminho do resgate. Porém desta vez, diferente das muitas anteriores… Ele viria a falhar. E o herói que teve sua missão construída sobre uma tragédia… Que buscou na vingança um meio de aplacar a dor da tristeza… Viu-se uma vez mais cara a cara com a morte. A morte de um parceiro. A morte de um amigo. Uma morte em família.

025

Resumindo de forma bem curta a Crise Infinita (que, como eu disse, terá um post no Batman Guide), o Superboy Primordial soca as paredes da realidade, o que “corrige” erros da história, corrige coisas que nunca deveriam ter acontecido – dentre elas, a morte de Jason Todd. E então, muitos meses após sua morte, quando ele já está enterrado, ele é trazido de volta à vida. Ele precisa sair sozinho do seu caixão, sem seus batarangues, uniformes, contando apenas com sua habilidade.

Jason

027Caminha por mais de 12 milhas. Ele tinha várias sequelas cranianas gravíssimas, hemorragias e danos. Jason vai para a Casa de Convalescença Huntington, diagnosticado com estado vegetativo crônico, e dotado de atividade cerebral limitada, sem resposta a estímulos. Mas devido ao seu instinto, ele consegue escapar, e começa a viver nas ruas de Gotham. Quando precisa se defender, relembra alguns trejeitos de quando era Robin. Ele é encontrado por Talia Al Ghul, que o ajuda a se fortalecer, cuida dele, aprimora suas habilidades – embora não consiga fazê-lo falar sobre suas emoções ou pensamentos, não consegue fazê-lo recuperar sua memória.

028Mas Ra’s Al Ghul cansa-se de ver sua filha perdendo tanto tempo em algo que ele acredita que ela esteja fazendo somente para ganhar o amor de Bruce Wayne, então manda Jason embora. Talia desobedece o pai, e… Mergulha Jason Todd em um Poço de Lázaro. Sua memória volta. Ele é abandonado por Talia na cidade com um kit de sobrevivência, e quando consegue se reestabelecer, e é dominado pelo sentimento de vingança ao ver que Batman não matara Coringa. Em acordo com Cara-de-Barro, ele enfrenta Batman na HQ “Batman – Silêncio”, mas não enxerga arrependimento em Bruce. Então, decide fazer de sua missão de vida acabar com Batman e Coringa. O pai havia perdido o filho. E agora o filho havia perdido o pai. Ele é Jason Todd. Não se engane. É ele.

Espero que vocês gostem da HQ. É uma das melhores que já li.

COVER


CeteraComics #09 – Batman (Parte 1) / NerdCetera

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Oi, gente bonita!
É com muito prazer que venho dividir com vocês o CeteraComics #09, do NerdCetera, onde o querido Mustefaga fala tudo sobre o Batman, detalhes da sua criação, sobre os sidekicks, os equipamentos que o Morcego usa, enfim, tem muitas referências interessantes! E de quebra o Batman Guide ainda é citado no começo do vídeo. Que honra! :D

Essa é a primeira parte sobre o Batman, quando sair a segunda eu posto aqui também. Cliquem em “Gostei” e favoritem o vídeo, o trabalho dos caras no NerdCetera é muito bom!
Obrigada ao Mustefaga, ao NerdCetera e a todos vocês que me ajudam a construir o blog!


#66 – Capuz Vermelho: Dias Perdidos

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“Meu pai estava certo. Eu liberei uma maldição sobre o mundo.”

Oi!
O último post do Batman Guide foi com o arco “Sob o Capuz”, em que lemos o reencontro de Batman com Jason Todd, renascido dos túmulos devido a uma alteração na realidade provocada pelo Superboy Primordial, no contexto da Crise Infinita.
Mas as informações ficaram meio “jogadas” nesse arco. O responsável por esse retorno de Jason Todd, Jude Winick, explicou que essa ausência de informações devia-se ao fato de ele estar muito mais interessado no fato de trazer Jason de volta à vida e o quanto isso iria afetar o Batman do que explicações mais complexas para a ressurreição do personagem. Winnick estava muito ansioso para fazer o personagem, e de criar uma enredo em que ele enfrentasse Batman usando as habilidades que ele mesmo lhe ensinara. Leia aqui uma entrevista que ele concedeu ao Comic Book Resources a respeito de Jason Todd.  Assim, a edição de Batman Annual #25 (presente no arco Sob o Capuz) gerou bastante controvérsia por ter explicado a ressurreição de Jason de maneira quase superficial, meio confusa.
Restou um monte de dúvidas: mas como assim, ele simplesmente levantou e saiu do coma? Se seu corpo estava todo lesionado, se sua mente estava fragmentada, como ele conseguiu se reestabelecer e voltar a lutar? Onde esteve, até ser encontrado por Talia? Como foi o período em que Talia cuidou dele? Ra’s Al Ghul aceitou sua presença sem questionar?
Todas essas questões você vai descobrir lendo “Capuz Vermelho: Dias Perdidos”! (Red Hood: The Lost Days, roteiro de Judd Winick e arte de Pablo Raimondi, agosto de 2010 a janeiro de 2011).

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001Começamos com Ra’s Al Ghul ameaçando Talia por ela algo terrível que ela fez. Nós sabemos que o Cabeça do Demônio a ama muito, então não estaria tão mortalmente nervoso por algo banal. Ele a está culpando por ter soltado uma maldição no mundo.
A cena volta para um flashback de anos atrás. Talia é orientada a resolver alguns problemas de Ra’s Al Ghul que envolveriam Bruce Wayne, mas sem se envolver pessoalmente com ele. Quando é informada que Jason Todd morreu num acidente, ela fica bastante sensibilizada, principalmente pensando nas emoções de Batman. Em Gotham, descobrimos que ela colocou uma equipe para monitorar os passos de Jason Todd.
002Depois de ter fugido da casa de repouso onde ficou internado por 5 meses, ele foi viver nos esgotos. Atualmente, ele está meio morto, tem traumas graves, queimaduras de uma explosão, mas… Continua vivo. Ra’s Al Ghul deseja saber como ele pôde ressuscitar dos mortos, e sair sozinho do caixão em que estava. Pede que Talia comande as investigações. A capacidade física dele não é problema, ele a resgatou, mas as habilidades mentais ainda estão deterioradas, como um efeito autista causado pela lesão no cérebro. Quando ele é atacado, ele reage se defendendo e derrotando o oponente, mas nunca quando Talia o ataca.
003Apesar desse laço emocional que os une, Jason não é capaz de falar ou de expressar emoções, apesar de derramar uma lágrima triste quando Talia o fala do quanto Bruce está arrasado e destruído depois de perdê-lo. De qualquer forma, ele não está fazendo grandes progressos mentais. Ra’s Al Ghul se irrita porque a investigação de Talia não está avançando, e ele tampouco acredita que Todd poderá se recuperar um dia e revelar os segredos de sua ressurreição, e se irrita pelo fato de que Talia estaria cuidando de Jason apenas para conseguir tocar o coração de Batman. Então estabelece que no dia seguinte ele iria embora da mansão, para ser cuidado em outro lugar. Talia não pode aceitar isso.
004Então joga Jason no Poço de Lázaro.
A carta que deixa para ele é muito bonita, começam a ficar claros os motivos pelos quais ela se apegou tanto a Todd. E por que ela o está tornando imortal. Ela acredita que ele tem um destino a cumprir, e que se até agora esse mesmo destino o auxiliou a chegar até ali, ele não deve ser interrompido. E, mais do que uma forma de não atrapalhar o curso do destino, ela a jogou no Poço de Lázaro por amor. Depois do Poço, ela o jogou de um penhasco, lançando-o à água com um kit de sobrevivência, uma grande quantidade de dinheiro e a carta em que explicava o caminho dele até ali. Ra’s Al Ghul fica profundamente nervoso ao tomar conhecimento do fato de que ele havia sigo jogado em sua fonte da imortalidade.

“- Esse Jason Todd é uma entidade desconhecida. Não conhecemos a força que o mandou de volta do além. E você lhe deu poderes pela natureza do poço.
- Lhe devolvi sua vida.
- Não. Apenas liberou uma praga. Eu vivo dentro do poço. E conheço o que queima dentro de meu coração.”

005Foi a partir desse momento em que foi jogado no Poço que ele recuperou suas memórias em sua forma integral. E quando fica sabendo, através dos jornais, que Batman não matou Coringa depois de Coringa tê-lo condenado à morte, ele fica inconsolável. Extravaza sua dor através da violência. Jason Todd é um homem que carrega muita dor e sofrimento em seu coração. Ele não consegue entender porque Batman permitiu que Coringa continuasse vivo após ter sido responsável pela sua morte – e para outros inúmeros assassinatos, ferimentos, roubos, mortes de pessoas próximas. Mas, independentemente disso, ele está de volta… Para fazer o que precisa ser feito. Seu destino é Gotham.
xxEle adquire armamentos militares, fuzis, supercomputadores. Quer atacar Batman, mas não há jeito de penetrar a mansão Wayne. Decide se utilizar do Batmóvel, com as informações que tinha na época em que era Robin – O Batmóvel, que havia sido sua porta de entrada para o mundo de Batman. Ele explodirá o Batmóvel, com Batman dentro. Batman, o hipócrita, que se recusou a matar o monstro que os separou. Seria simples, apenas explodir o carro, e ele seria vingado… Mas na última hora, desiste. Seria muito fácil. Era necessário que Batman soubesse porque estava morrendo, que se arrependesse. Seria necessário planejar cada passo do seu ato de vingança. Jason queria matá-lo, com suas próprias mãos. Jason queria que ele estivesse olhando em seus olhos, quando partisse desse mundo.
007Ra’s Al Ghul estava certo. Ele se tornara um monstro. Talia havia libertado uma maldição sobre esse mundo.
Mas Jason não foi treinado para matar. Contrata um homem que o ensina a lidar com produtos químicos. Contrata um franco atirador que passa três meses o ensinando técnicas de assassinato, mas Jason descobre, através de suas grandes habilidades, que ele está envolvido com tráfico de meninos menores de idade. Tráfico de escravos chineses, talvez tailandeses. Ele não poderia permitir isso… O mundo não seria um lugar pior sem ele, ele não fará falta a ninguém. Jason acredita tem toda a energia, decisão e a mentalidade que faltam a Batman. Jason não tem medo de fazer o que é necessário. Batman tem medo de fazer o trabalho de verdade que vai resultar no que é realmente necessário – na maior parte das vezes, a morte daqueles que nada acrescentam à sociedade.


008Ele também contrata um homem especialista em aviões, helicópteros ou jatos em situações de combate e de guerra. Jason está aprendendo tudo muito rápido. Também contrata um especialista em bombas que havia trabalhado com o IRA e organizações de supremacia ariana na Alemanha. Uma mestra em combate corpo-a-corpo. Um especialista em segurança pessoal. Mas todos tem podres. E por mais vingativo que seja, existem injustiças que Todd não pode tolerar. Ao contrário de Batman, ele não os manda apenas para a cadeia. Ele acaba com eles. Jason é muito melhor que Batman. Mas ainda assim, tendo se tornado um homem de coração duro, não deixa de ficar profundamente magoado quando descobre que Batman tem um novo Robin – Tim Drake.
010Jason envolve-se com um clã russo mafioso Clã Ivgne. Ao seguir o especialista em bombas que contratara, descobre que ele está no meio do planejamento de um atentado, que mataria milhares de inocentes em Londres. Através de informações implantadas erroneamente, eles iriam atribuir a culpa a uma falsa célula terrorista árabe, e o Reino Unido, ocupado em investigar essas supostas ações terroristas, deixaria os crimes do Clã Ivgne em segundo plano. E, como se não bastasse, colocariam a culpa em JOVENS árabes, meninos ainda no colégio. Como vimos em “Sob o Capuz” e durante toda essa edição, Todd odeia que os bandidos utilizem meninos em seus crimes.
015Nessa HQ ele consegue rastrear a localização de Coringa. O palhaço está envolvido em uma nova “travessura” para Gotham: ele adquire um composto químico criado incidentalmente quando tentavam criar um extintor para incêndios de petróleo em alto mar – esse composto químico, ao entrar em contato com a água, é capaz de gerar fogo. E ele pretende envenenar o suprimento de água da cidade. Jason quer dar a ele o mesmo remédio – queimá-lo. Mas isso seria fácil demais. E então, num paralelo com a cena de Batman, ele desiste de fazê-lo no último momento.

014

Era preciso fazê-lo sofrer. Seria simples demais. Seria uma morte rápida e agonizante. Para Batman, talvez a morte não fosse o mais doloroso. Talvez houvesse coisas que doessem mais. Se ele cruzasse a linha. Se ele tirasse Gotham do Cavaleiro das Trevas. Se ele destruísse tudo o que Batman havia construído, pelo que ele havia lutado todos esses anos.

Todd
Também vemos o exato momento em que ele negocia com o vilão Silêncio – leia mais na HQ “Batman – Silêncio”.
É interessante, no começo da edição #6, quando Jason está relembrando da primeira vez em que Batman lhe falou de Coringa – que ele era insano, e que a qualquer descuido ele poderia morrer. Agora, essas palavras se aplicam a ele. Se Batman não se cuidar, Jason o matará. Não há dúvidas disso. Ele é insano, e mortal.
Um detalhe importante desse arco é o nome de cada uma das 6 edições. São eles:
#1 - O Primeiro Passo
#2 - Batismo
#3 - Escola
#4 – Ensino Superior
#5 - Lições Depois da Escola
#6 - Benção e Formatura

012É um processo de transição, do Jason Todd fragilizado recém-saído do túmulo para a máquina de matar de codinome “Capuz Vermelho”. E é interessante observar como, a todos os momentos, ele utiliza as habilidades que aprendeu nos tempos em que era Robin, toda a capacidade de análise, de auto-defesa, técnicas para desarmar. Mas muita coisa mudou desde que ele era Robin. Ele está muito mais brutal, descontrolado, mais perigoso, com instinto assassino, seu desejo de vingança deixando-o praticamente cego, sua motivação tornando-o uma máquina mortífera. Ele está ensandecido, perigoso; ele é um exímio atirador, habilidoso e mortal. Ele é extremamente cruel, deixa os seus inimigos banhados em sangue, chega a dar nervosismo vê-lo atirando ou batendo nas pessoas, porque ele é extremamente frio e violento.

Line2

Espero que tenham gostado dessa review, e que baixem a HQ. Vocês vão poder entender melhor esse personagem tão controverso do universo Batman.

Scans via CoringaFiles
Para agradar a todos, estou disponibilizando download em 3 servidores diferentes. Farei isso sempre que for possível :D

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ENTENDENDO: Crise Infinita

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Normalmente chamamos de “Crise” um período ruim de nossas vida. Na DC não é diferente. By the way, a obra se chama “Crise Infinita”. A saga monstro foi lançada de 2005 à 2006, e saiu toda da cabeça do Geoff Johns. Impossível um leitor da DC não conhecer o cara, ele tem uma carreira longuíssima, tendo sido roteirista por séculos nas histórias do Flash, da Sociedade da Justiça, Jovens Titãs, Lanterna Verde e alguns outros. Talvez seja esse background com tanto conhecimento a fundo de tantos heróis que o permita criar sagas como essa, e como a “Noite Mais Densa” (uma saga alguns anos a frente essa).

Explicar isso não é como explicar o evento “Terra de Ninguém”, onde o cenário é apenas Gotham, e os personagens são os mesmos que aparecem quase sempre. A Crise Infinita mexe não só com UMA cidade, nem só com UM planeta, nem só com UM universo. São vários universos, cada um com seus personagens, cada um do seu jeito, e fora isso mistura personagens de praticamente todas as séries da DC, tanto Lanterna Verde quanto Mulher Maravilha, Superman, e diversos outros, dentre eles o Batman, claro.
Então infelizmente não poderei lhes fazer O SENHOR DOS TEXTOS explicando perfeitamente todos os detalhes da Crise Infinita, nem tudo que se passa com cada personagem, nem entrar com uma biografia autografada de cada herói/vilão que dá as caras na trama. A intenção do texto é fazer um mega-resumo da Crise Infinita e dizer como isso afetou o “mundo morcego”.

Nota: não confundir com “A Crise nas Infinitas Terras“.

LINE L-001 (6)
A Crise Infinita foi a penúltima das crises da DC (até agora), a última foi a “Crise Final”, cujo o nome sugere ter sido a última, e assim eu espero. Tentarei me ater a falar apenas da Crise Infinita, que já é confusa demais por si só.
A história consiste em Superman da Earth 2 (Kal-L), Superman da Earth-Prime (posteriormente conhecido como Superboy Prime), Luthor Jr. da Earth 3 e Lois Lane Kent da Earth 2.
Pra quem não sabe, Earth 2, Earth 3, Earth-Prime e locais do gênero são outros planetas Terra, de universos diferentes. A teoria do multiverso (até apresentada no filme “The One” do Jet Li) é de que existem vários universos, e cada universo é uma cópia aproximada do outro, com os mesmos lugares e mesmas pessoas, só que com histórias diferentes, exercendo papéis diferentes e etc. É como fazer vários filmes com o mesmo elenco e o mesmo cenário, só que com roteiro diferente.
Essa história não é uma saga em especial das revistas do Batman, na verdade você sequer perceberia que o morcego entrou no roteiro da tal Crise se apenas lesse a série mensal do morcego. Saberia que ela sofreu alguma mudança aqui ou ali, mas só.
Essa saga foi pro papel de 2005 à 2006, começando pouco depois da época do retorno do Jason Todd (o segundo Robin, morto pelo Coringa na saga “Uma Morte em Família” nos anos 80), retorno esse arquitetado pelo roteirista Judd Winick (que só voltará a dar as caras em um roteiro de Batman por alguns números após a Crise Final e na série da Mulher Gato após o reboot).

L-001 (2)L-001 (13)Antes da “Crise Infinita” em si rolou a “Countdown to Infinite Crises“, algo como “Contagem Regressiva para a Crise Infinta“. Nessa “contagem regressiva”, temos participação direta do grupo Checkmate, liderado por Max Lord, grupo este do qual a Sasha Bordeaux (das sagas “Assassino?/Fugitivo“) faz parte.

Max Lord não é bem um “sujeito legal”, mas pelo menos não encontramos ele fazendo quadradinho de 8 no Youtube. O cara é o responsável por colocar um monte de OMACs pra perseguir super heróis pelo mundo inteiro. OMAC pra quem não sabe é abreviação de “Omni Mind And Community”, são robôs com as habilidades de superheróis, tipo visão de calor do Superman e etc.
Acham que um sujeito assim fica simplesmente circulando por aí e pondo robôs assassinos atrás dos heróis? Não é moleza assim. Por fatores x e y que são complexos, a Mulher Maravilha mata o cidadão. É, o voto de não-matar rodou.
Ainda nessa parte da história, surge a Sociedade Secreta de Super Vilões. Formada pelo velho carecão do Luthor (Lex Luthor, o inimigo do Superman), Deathstroke (o galã da terceira idade aka Mercenário), o Adão Negro (Teth-Adam, uma versão dark do Shazam, que ao invés de ganhar os poderes do Shazam, ganha de 6 deuses egípcios, negócio é death metal), Dr. Psycho (telepata inimigo nas histórias da Mulher Maravilha), Talia Al Ghul (filha do imortal Ra’s Al Ghul, mãe do filho biológico de Bruce Wayne) e o Calculator (vilãozinho de segunda em termos de ser bacana, apesar de terem sidos precisos vários heróis juntos pra derrotá-lo), este último ainda recrutou o Mr. Freeze pra tal sociedade. Só pra não fazer confusão: Todos esses vilões são da Earth 1, a dimensão que nós conhecemos.
Neste ponto já podemos começar a “Crise Infinita”.
L-001 (12)Aqueles nomes que citei das demais “Earths”, ao fim do “Crise nas Infinitas Terras” vão para a dimensão que corresponde ao paraíso, só que os caras não querem ficar lá. Um lugar cristalino sem as emoções fortes e tal… Pior ainda pro Superboy-Prime, que desejava voltar a ser um herói e salvar vidas.
E querendo sair de lá de qualquer jeito, entra o método Morrison de solucionar as coisas: inventar. Superboy dá um soco na realidade. Um SOCO NA REALIDADE.
Vocês que começaram a ler HQs há poucos anos talvez não saibam, mas na época do soco na realidade isso foi um absurdo tão ridículo que entre a galera fã de quadrinhos isso virou piada. “Tá com algum problema? Dá um SOCO NA REALIDADE”. Claro que tinha que virar piada, olha que MERDA de idéia os caras arrumaram. Se ele desse um jeito de enfiarem o Flash na história e ele usasse algum poder absurdo ligado a força de aceleração… Sei lá, podia fazer um background melhor pra essa história de cruzar as dimensões. Um SOCO? Putz…
O Luthor Jr. é malandrão, ele deu mais poderes ao Superboy-Prime, roubou o controle do “Brother Eye”, que é tipo um mecanismo de vigia feito pelo próprio Morcego após a história em que Zatanna apaga a memória de todo mundo pra impedirem o Batman de descobrir os podres que o Dr. Light aprontou. Em resumo: o negócio observa a tudo.
Não satisfeito ele ainda monta uma nova sociedade de vilões, pega o Caçador de Marte como refém, recupera o corpo do Anti-Monitor e dá inicio a uma guerra entre Rann e Thanagar.
“Puxa o freio, mano. Quem é Rann e Thanagar? E quem diabos é o anti-monitor? É algum aluno que odeia o monitor do colégio?”. Devagar e sempre, vamos lá. Rann e Thanagar não são pessoas, são LUGARES. São planetas. L-001 (19)Rann fica em Alfa Centauro, e Thanagar em Polaris. O Luthor Jr. e o Superboy-Prime empurraram Rann (sim, eles empurraram o planeta) pra Polaris, e a entrada do astro em Polaris causou uns efeitos geológicos bizarros em Thanagar, o que levou os planetas a entrarem em guerra. Thanagar é cenário pra algumas aventuras do Hawkman, ou Gavião Negro, o maluco com máscara e asas de pássaro.
E o Anti-monitor… bom, isso é mais “existencial”. No universo, a coisa mais antiga de que se tem registro, é o Monitor e sua contra-parte, o Anti-monitor. O Monitor tem poderes de gerar vida, ou desfazer as ações do Anti-Monitor, que por sua vez controla a anti-matéria, e simplesmente desintegra as coisas e etc. Um lance bem “origens do universo”. Eles entraram numa guerra de milhões de anos, guerra esta que terminou em empate com ambos desacordados. Então o Luthor Jr. pegou o corpo do anti-monitor uns 9 bilhões de anos depois do knockout.
L-001 (11)Já tá bom de problemas? Não. O Espectro, que vocês devem conhecer de velhas histórias do Lanterna Verde, a entidade super poderosa que por algum tempo era tipo “mesma pessoa” que Hal Jordan, isso lá atrás quando Hal Jordan havia morrido, não agora. Nesse caso o Espectro era o Espectro puro, e ele foi designado a acabar com todos usuários de mágica ou poderes mágicos pelo mundo, como por exemplo a Zatanna. Isso enquanto os OMACs estavam atrás dos que tinham super poderes independentes de mágica. Tecnicamente, todos heróis da Terra estavam numa roubada fenomenal.

Um grupo chamado de “Freedom Fighters” foi exterminado pela Sociedade de Vilões. Esse grupo é de uma dimensão onde os nazistas venceram a guerra e eles lutam contra a tirania e opressão. Eles foram parar ali graças ao “soco na realidade”.
O lugar escolhido pra servir de base contra a crise foi o “New Chronus”, um planeta que serve de residência para deuses, e também pra Donna Troy, a falecida Wondergirl, ou Moça Maravilha, ou Tróia, ou Darkstar (…). Ela vivia lá porque foi levada pelos “Deuses” no momento em que ia morrer nas mãos do Superman Andróide, que acreditavam que ela seria a pessoa que os salvaria num determinado momento. Apagaram a memória dela, implantaram algumas falsas e lá estava ela vivendo como esposa de um deles sem saber de nada sobre sua real vida.
L-001 (9)Também ocorre uma batalha entre as amazonas de Themyscira (lar da Mulher Maravilha e Donna Troy) contra os OMACs, e a Sociedade Secreta dos Super Vilões ainda joga o Chemo em cima de Blüdhaven, cidade onde Dick Grayson resolveu ficar para proteger como se fosse sua Gotham. Isso só pra distrair os heróis. O Chemo pra quem não sabe é um vilão que tem habilidade de causar um efeito de uma explosão de bomba atômica. Superman da Earth 2 queria fazer de sua dimensão a “oficial”… Coringa tentou entrar pra sociedade e não conseguiu… Faz jus ao nome “Crise Infinita”, os problemas nunca acabam.


Jay Garrick, Flash (Wally West) e Kid Flash (Bart Allen) tentaram prender o Superboy-Prime na força de aceleração, contando com ajuda dos velocistas que já residiam definitivamente por lá, Barry Allen, Max Mercury e Johnny Quick, eles até conseguiram prender o Superboy-Prime lá, mas posteriormente ele saiu usando uma armadura semelhante a do Anti-Monitor, uma armadura que tem um efeito semelhante ao sol, emitindo a mesma energia diretamente pro corpo do Superboy-Prime. E sabem como kryptoniano é, adora um solzinho. O poder dos caras vem disso então… Ele conseguiu meios de sair de lá.
L-001 (8)Esse Superman da Earth 2 foi encontrar o Batman e tentar convencê-lo de que fazer a Earth 2 a oficial seria bom negócio. O argumento foi covarde, lá é uma dimensão onde ele poderia ter família. Sujeira do azulão da outra dimensão, mas o Batman pergunta se o Robin da Earth 2 é melhor que o Dick Grayson, e o Superman diz que NÃO. É, meus camaradas, com Dick Grayson não tem pra ninguém, nem pra ele mesmo.

Mas falando em não ter pra ninguém, nesse papo do morcego com o Superman da E2 (haja saco, cansei de escrever Earth 2) o Batman puxa a kryptonita e grita “paraí neguinho, que eu tô armado!”, zuera, e mesmo que tivesse sido isso, a kryptonita era da Earth 1 e não funciona nos kryptonianos da Earth 2.
S - 001 (9)

Eis um RARO detalhe que o Batman não esperava. Se ele fosse sair no tapa com esse Superman E2 ia dar bode pro Batman.
Luthor Jr. faz com que o poder do Adão Negro abasteça a torre.
Superman E2 volta pro seu planeta, em sua dimensão, enfrente ao “Daily Star”, o “Daily Planet” de sua dimensão. Lois volta com ele, claro. Imaginem um Superman sem Lois… Imaginaram? Quem não conseguiu pode ver neste momento. Lois acaba morrendo por ter se enfraquecido depois de todas viagens.
L-001 (10)Ele dá um berro que quebrou tudo de vidro e depois tudo de concreto de uma parte da Metrópolis 2, mas o grito não parou por ai, ele passou pelas dimensões e foi ouvido pelo Superman da nossa terra. O cabra azul se empirulita pra Earth 2 e saber o que ouve. Fofoqueiro, parece velha ouvindo barulho na rua, corre logo pra janela. O encontro dos Supermen rendeu um saracutaco lendário, os dois lutaram pela Metropolis 2, destruindo a porcaria toda, e a luta só parou porque a Mulher Maravilha incorporou a turma do “deixa disso” e os impediu.
Quem acaba com essa grande rodada de problemas é o Superboy da Earth 1 (Conner Kent), que se atira com o Superboy-Prime na torre do Luthor Jr., a base da confusão toda, onde estava o corpo do Anti-Monitor, o lance de dimensões e tal… E tudo vai pelo ralo abaixo.

S - 001 (12)

Batman, Superman e Mulher Maravilha chegam atrasados, e só podem ver o Superboy morrer. Só pra detonar a torre, pois o Prime não morreu.
“Opa, fim da Crise Infinita, vamos arrumar nossos panos de bunda e ir pra casa jogar video-game”. Não, senhores. A Sociedade dos Super Vilões ainda tinha um movimento a mais. Coordenaram uma fuga em massa de todos presídios do mundo.
Quando rola breakdown no Asilo Arkham já é um pandemônio, imaginem no MUNDO inteiro. Bane quebrou a coluna de um tal de Judomaster no meio (Bruce deve ter sentido uma leve coceira nas costas). Problemas suficientes? NÃO, ainda soltaram o Doomsday  (Apocalypse) do centro da terra, mas esse foi contido pelo Superman da Earth 2.L-001 (3)
Finalmente as coisas começam a virar pro lado dos heróis, eles fazem um verdadeiro ataque soviético, derrotam o Luthor Jr. que se enfraqueceu, causam várias perdas na sociedade dos super vilões… E por fim a única dor de cabeça que o Doril não conseguiu eliminar foi o Superboy-Prime.
L-001 (14)Este descobriu que não podia restaurar sua Earth Prime, e qual foi a solução que o gênio teve? Ir para Oa (planeta base da Tropa dos Lanternas Verdes) e absorver o poder da bateria central dos Lanternas, e causar um Big Bang segundo suas vontades. Esse Superboy-Prime é um baita de um arruaceiro super poderoso. Primeiro o cara mete um soco na realidade, depois escapa da Força de Aceleração, agora quer fazer um Big Bang com a bateria central dos Lanternas Verdes. Daqui a pouco ele vai tentar tirar as regalias da familia Sarney no Brasil, mas é claro que isso é outro nível de dificuldade. Out of league, seria preciso uns 5 Primes pra isso, e uns bons advogados.
O Superman da E2 alcança o Superboy-Prime e tentá pará-lo, mas este então em um piscar de olhos fica anos luz a frente de todos que o seguiam, tamanha sua velocidade. Hal Jordan avisa ao Guy Gardner (outro Lanterna verde bem famoso, que também já fez parte da Liga da Justiça) para mobilizar a Tropa dos Lanternas Verdes, e eles criam um muro de contenção de pura força de vontade (energia combustível dos Lanternas Verdes) conseguindo assim diminuir a velocidade do Superboy-Prime, permitindo então que os dois Supermen, o da E1 e E2, o alcançassem.
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Uma vez que os 3 estavam juntos, eles levam o Prime para os restos de Krypton diante do sol vermelho Rao, o que destrói a armadura do Prime, mas isso não o “atrapalha” muito, tanto que o Prime mata o Superman da E2. Ele tentou matar também o Superman que conhecemos na intenção de se tornar o Superman oficial no lugar dele, mas o Superman E1 arranca o S do peito do Prime e diz “Tira esse S do peito que você não é Superman’, você é moleque!”. Another joke. Ele diz que ele nunca entenderá o que aquele símbolo representa ou coisa do gênero.

L-001 (7)Se essa cena não tivesse ficado clara, teríamos várias hipóteses pra essa atitude do Superman E1. O “S” no peito dele tem vários significados. Alguns dizem que é só “símbolo do Superman”, alguns dizem que é o simbolo da “Casa de El”, a família do Superman, o nome dele é Kal-El pra quem não sabe, o pai é o Jor-El, a prima (Supergirl) é Kara Zor-El, dai por diante. Enfim… Já que entrei nos pormenores da história do Superman, vou dar uma breve explicação do que se trata o “Sol vermelho” (até porque a é super bacana).

Os kryptonianos lá em Krypton eram pessoas normais, como os humanos aqui, o que dá poder aos kryptonianos é a luz de algum sol amarelo, coisa que eles lá não tinham. O sol é vermelho, e se chama “Rao”.
L-001 (1)Rao também é nome do deus do sol das lendas de Krypton, ou personificação do sol na Terra… Algo bem a nível da nossa mitologia do Egito, do deus sol caminhar entre os homens, o sol ser aquele que dá vida, o disco solar “Aten” dos egípcios e etc.
Esse sol vermelho não se trata apenas de um “não te dou poder nenhum”, os kryptonianos energizados em sol amarelo que ficam com super poderes, se chegarem perto desse sol vermelho PERDEM os poderes. Essa proximidade que detonou a armadura do Prime, pois esta energizava como um sol amarelo, e o sol vermelho “drena”  isso.
A briga termina no planeta Mogo, Superman E1 detona o Superboy-Prime, e a Tropa dos Lanternas Verdes prendem o Prime. O deixando em uma caixa com energia irradiada da bateria central dos Lanternas Verdes, e essa caixa fica próxima a um pequeno Sol Vermelho, e fica vigiada por 50 lanternas verdes o tempo inteiro.
Posteriormente nas histórias da Tropa Sinestro, Superboy Prime é liberto e passa a fazer parte da Tropa do Sinestro.

L-001 (18)Querem saber do Luthor Jr.? Lembram que o Coringa quis entrar na roda e não deixaram? Pois é, o palhaço é vingativo. Eletrocutou o Luthor Jr., e o Luthor oficial da E1 deu um tiro na cabeça do Luthor Jr. da outra dimensão.
Os heróis tiveram que dar um tempo diante de toda essa confusão, refletir… E essa foi a Crise Infinita.

Isso tudo para responder a pergunta: Como isso influenciou o universo Morcego? Acho que um dos pontos principais foi a destruição de Bludhaven e a morte do Conner que resultou na mudança de uniforme do Robin (Tim Drake), mudando do lendário verde-vermelho-amarelo que foram as cores de Dick, Jason e Steph, para vermelho e preto, que são as cores da blusa do falecido Superboy.
Essas Crises apesar de serem hiper complexas, envolverem tantas pessoas e lugares… Muitas vezes não influenciam tanto diretamente nas histórias do Morcego. Pra terem ideia, é capaz de algum leitor desavisado ler todas revistas do Batman e não sentir falta de informações mais específicas sobre as crises, pois a própria série mensal fornece as informações suficientes pra pessoa entender o que se passou e continuarem a ler só aquela revista mesmo.
Claro, no caso das histórias do Asa Noturna, saberíamos apenas que o Chemo foi largado em Bludhaven por um grupo chamado “Sociedade Secreta dos Super Vilões”, que o Asa Noturna teve que se virar nos 30, quase morreu e o Batman o salvou. Ponto final. Mas lendo a Crise Infinita sabemos muita coisa além disso.

Depois do evento de “Crise Infinita”, todas as revistas do Universo DC deram um salto de um ano no tempo. Esse “ano perdido” saiu na maxissérie “52 semanas” (52 no original), e os eventos que a sucederam receberam o selo  de “Um Ano Depois”. Cuidado para não confundir com “Os Novos 52“.

Bom, quem tinha curiosidade em saber melhor como foi a Crise Infinita, ai está o texto. Espero ter ficado claro, e espero igualmente não ter esquecido de comentar algo importante.

A seguir, os links para download e uma galeria de imagens.

(Nota da Jéssica)
Pessoal, assunto sério. Eu levei 7 dias para encontrar links válidos para vocês. Cheguei a baixar 1,5 GB de arquivo e ter que descartar porque estava fora de ordem. Não adiantava só trazer uma saga enorme dessas e uma ordem de leitura totalmente errada. Me baseei na checklist do Tropa BR BlogScan, em que constam 225 edições. Clique aqui para baixar a Checklist. No link para download no Mega, ficou faltando uma edição que corresponde à 46, mas assim que eu estiver na faculdade subo o arquivo inteiro de novo com essa edição. Por enquanto, vocês podem baixá-la clicando aqui.
Então, os links que vocês terão aqui foram resultado de 7 dias de procura em todos horários livres + duas madrugadas seguidas garimpando as profundezas mais obscuras da internet. Eu e o Augusto nos empenhamos muito nesse post, claro que ele muito mais que eu, porque empregou muito do seu conhecimento e tempo nesse texto extremamente claro – que ele conseguiu fazer em um tempo recorde, como sinal de sua dedicação; mas nós dois nos esforçamos para trazer o material o mais organizado e fácil de entender possível.
Tudo que peço é que leiam o texto do Augusto e que, claro, não deixem de baixar as HQs se gostarem da temática. Para esses links aparecerem aqui bonitinhos e organizados foi preciso muita pesquisa e dedicação ;)

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#67 – Batman: Cara a Cara

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Alô a quem se importa. A história de hoje segue a cronologia principal pré-reboot, e se chama “Cara a Cara”, e nos EUA “Face the Face”.
É uma história já com elementos mais recentes, um tanto curta se comparada com as sagas anteriores, dividida apenas em 2 títulos (Batman e Detective Comics),somando um total de 8 edições.
Geralmente ao falarmos de “face”, “rosto”, “cara” e coisas do gênero no título logo nos vem um certo sujeito na mente, não? (Espero que não seja só comigo). Por acaso essa história não é só dele, nas primeiras páginas já temos um vislumbre do “raro” KGbesta, um de Harvey Dent, e mais ao final da primeira edição um indício de que a Hera Venenosa está na trama. Um time não muito comum de aparecer junto na mesma história, o que dá um ar diferente.
James Robinson no roteiro tanto da Batman quanto da Detective Comics, mas na arte da Batman está Don Kramer, e na da Detective temos Leonard Kirk.
Todo mundo é burro velho de guerra, todos os nomes já metidos nas histórias do Morcego há tempo. Um bom time. Vamos começar o texto, as coisas acontecem rápido nas noites de Gotham. Cara a Cara.

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Essa mini-saga saiu um ano depois depois da “Jogos de Guerra”. Quem lembra bem o que aconteceu no final sabe que as coisas não ficaram boas pra nenhum mascarado, e que o império de respeito que o Batman demorou tanto a construir simplesmente desmoronou.
Essa história se encaixa no “One Year Later”, ou “Um Ano Depois”, como manda a tradução. É, por isso sei que foi aproximadamente 1 ano depois do Jogo de Guerra. O roteiro tem diálogos bem articulados e poucas falas clichês, uma boa seleção de ângulos, quadros e cenas. Essa parte pode parecer responsabilidade apenas do desenhista, mas não é bem assim.
003Claro que o Kirk e o Kramer tem seus créditos por isso, e apesar de não serem sujeitos muito detalhistas, trabalham bem com as sombras. Coisa que eu SEMPRE repito: pra ser desenhista em uma história do Batman, ou você trabalha bem com luz e sombra ou você detalha cada quadro como se fosse a Capela Cistina. Um meio termo é o mais apropriado, mas ambos estão mais pra “luz e sombra”. E observação pessoal minha, o Kramer parece desenhar melhor que o Kirk. Mas só comentando mesmo, não faz diferença.

Detalhe das capas das 8 HQs que compõe essa história:

Capas

Agora começando a obra do Robinson.
002Temos de inicio o KGBesta. O nome é besta e tem besta no nome. Besta ao quadrado. É um sujeito raro de se ver nas histórias, para muitos deve ser a primeira visão dele, e última também, pois ele é morto logo nas primeiras páginas.
Alguém dá um tiro no cano da arma que ele ia usar pra assassinar seu alvo, troca umas porradas com o elemento, quebra o seu braço e o joga de cima do telhado. Batman? Não, mais parece um bandido. A não ser que a Armani tenha feito uma linha de toucas de marginal pro Bruce usar nas noites de frio. Mas não, não é o Batman. Além de ter usado uma arma de fogo no inicio da ação, no “durante” jogou o KGBesta do telhado, uma queda que poderia ter matado mas não matou, e no “final” terminou a ação dando dois tiros na cabeça do besta. Execução pura.
004A seguir está a polícia envolta do corpo avaliando o caso, e pouco mais adiante… Um assaltante de banco levando uma surra do mesmo cara que tombou o KGBesta. Achei meio confuso, o sujeito ali ao que tudo indica era Harvey Dent, mas ele estava conversando com alguma outra personalidade que NÃO ERA o lado deformado, pois não tem mais lado deformado. Harvey Dent passou 1 ano inteiro detendo assaltantes, dando porrada em vagabundo na rua… Sendo um Frank Castle amador.
Já de volta aos policiais, Jim Gordon retornou ao seu cargo de Comissário. Segundo as contas de Gordon, já faziam 3 meses desde que ele voltou e 12 desde que o Batman sumiu. Não dá pra negar que Jim está de certa forma feliz com o retorno para o caos que são os crimes de Gotham. É o que acontece com quem trabalha com algo por muito tempo, acaba dando falta quando pára.
Ele nos apresenta uma nova policial na história, e apresenta a ela o batsinal. O batsinal está sem ser ligado há um ano. Gordon admite para si próprio que esperou muito por isso. Mandou o pessoal tirar o pano de cima, e iluminou o simbolo do Morcego no céu. Buzinas e gritos nas ruas começam no mesmo momento. Se perguntam se algum vilão deve ter aparecido, e Gordon diz “São pessoas na rua. Eles o viram também. O sinal”, o povo de Gotham estava comemorando.

BATSINAL

Percebem o poder do símbolo do Morcego? É por isso que eu digo que a DC tem algum grande poder criador de símbolos, coisa que a Marvel não consegue. Nenhum símbolo da Marvel tem impacto, mas os da DC, são auto-explicativos e impactantes. É genial, e genial idem o uso disso nas histórias.
Não demora nem minuto direito e lá está o morcego e o garoto-prodígio.
Como nos velhos tempos, Jim apresenta o problema: Hera Venenosa prendeu 7 homens da policia. Durante a explicação eles vêem a torre onde Hera supostamente está ser tomada por raízes ou caules. Batman apresenta o plano: “Dou um jeito de entrar e detê-la”. Boa, Batman. Todos os anos de estratégia renderam um raciocínio rápido. Brincadeira, é óbvio que ele já sai da caverna pensando em tudo que pode acontecer.
005Eles entram no prédio criando uma entrada um tanto… Chamativa. Uma explosão enorme. Eles passam por uma plantas carnívoras, Robin salta em poço de elevador, Batman abre caminho com explosivos, bastante ação ao melhor estilo da dupla dinâmica. O Morcego enfim encontra a Hera Venenosa.

Ela segurou como reféns os donos/representantes de grandes empresas que só fazem poluir, desmatar e agredir a natureza, e dentre eles o representante das Empresas Wayne, Lucius Fox. Batman é preso por plantas e vai seguindo conversa. Demora um pouco pra Hera notar que ele não está oferecendo resistência, e quando nota já é tarde, Robin dá o sinal de que já chegou no reservatório de água do prédio, pos um fortíssimo desfolheador na água e dispara o sistema de incêndio, matando tudo que a Hera plantou lá dentro, e por consequência soltando o Batman. Ela nem resistiu, se entregou.
A Dupla Dinâmica volta ao Gordon, e são informados de que o justiceiro Dent (sendo que eles não sabem que é o Dent) tirou mais um(a) fora-da-lei de circulação, definitivamente. Dessa vez Magpie, deve ter feito escola com o KGBesta, provavelmente éa primeira vez que boa parte dos leitores estará vendo. Alguém lá no centro do deserto de Gobi deve estar muito triste pois seus dois vilões preferidos morreram.
Harvey não só matou a Magpie, como também matou todas as aves de seu aviário (ainda bem que não as criava em um aquário, não?). Enquanto observam as vítimas emplumadas, o Bullock puxa uma questão interessante. Porque GOTHAM?
006Nunca se perguntaram isso? Bullock diz algo como “Magpie podia ir pra Apache Junction e ser a rainha do Arizona. Podia ir pra Inglaterra, lá só deve ter dois heróis no país todo… Porque os criminosos de agrupam em GOTHAM?”. Pois é, porque Gotham? Algum engraçadinho pode acabar dizendo “Pois sabem que um soco do vigilante de Metrópolis vai sair do outro lado da cabeça”, ou “Sabem que o vigilante de Central City se move na velocidade da luz”, mas vá, não é isso. Gotham já tem a tendência, a tendência a chuvas, neve, tempo escuro, construções de arquitetura antiga, muitas sombras, muitos becos… É como perguntar “Porque Estocolmo é menos violenta que Los Angeles?”.


013O dia amanhece, e o Morcego volta pra toca. Na Bat-caverna Bruce começa as análises e chega à conclusão que a arma que usaram para o assassinato do KGBesta e da Magpie foram iguais, uma pistola diferente do que costumamos a ver, uma pistola de dois canos igualzinha a que o Duas-Caras usava, mas Harvey não era mais o Duas-Caras, até o rosto foi consertado, e a arma estava guardada com a justiça.
Batman em vista de não poder agir de dia, pensa em mandar Tim Drake nas empreitadas, Alfred a princípio não acha correto, mas Bruce argumenta que o pai do Tim se foi, que o Conner (Superboy), melhor amigo dele, morreu, e que o Tim precisaria de uma distração.
Próxima cena é Harvey relembrando do passado. Falando sobre a Dupla Dinâmica. Falou que as coisas mudaram, quea primeira dupla tinha sincronia perfeita, que o “outro” (Jason) e o terceiro (Tim) nunca foram tão bons quanto o primeiro, mas que o terceiro ficou sincronizado igual ao primeiro e a Dupla Dinâmica voltou a lutar em sincronia, perguntando-se se o primeiro Robin não pôs a mão no treinamento do garoto. Comenta também dos dois pegando o Chapeleiro, demonstra felicidade em vê-los de volta, mas não sabe mais se isso permite lugar a ele.
007Quando Harvey começa a falar demais sozinho sempre vem confusão, e dessa vez não foi diferente, ele começou a ver o Duas-Caras numa poça d’água dizendo que era pra eles “voltarem”.
A luta de Batman e Robin contra o Chapeleiro e seus capangas termina, Batman elogia o trabalho do Robin, Tim pergunta se ele está se tornando bom como o Asa Noturna, Batman diz que vê potencial para ser até melhor. Será? De qualquer forma ele despacha o jovem vigilante e vai fazer algo que precisa fazer sozinho.

Drake
Tirar uma pedra da Bat-bota que tanto visita a arcada dentária da bandidagem de Gotham? Passar no Bat-barbeiro pra dar uma aparada na lixa? Nada disso, foi algo muito sério. Fez uma visita a Jason Bard. Eu escrevi BARD, não Todd. Jason Bard. Um detetive particular. Rendeu o cara peladão em casa no meio da madrugada. Batman disse que queria contratá-lo, e que gostou do fato dele não demonstrar medo diante de sua presença, assim como Jim Gordon também não demonstra.
Na teoria, apenas quem tá devendo tem que ficar assustado na presença do Batman, mas topar com um armário de quase 1,90cm por 1m de largura vestido de morcego dentro de casa no escuro durante uma madrugada… Até a gente lembrar que não tá devendo nada o primeiro movimento é correr ou se cagar, isso se não desmaiar antes. Ou desmaiar enquanto corre se cagando. 008As opções são muitas e no fim das contas nenhuma adiantaria nada.
Well, Jason BARD acha graça que o maior detetive do mundo está querendo contratar um detetive particular de segunda. Batman dá um relatório breve sobre os demais da lista, um está desperdiçando seu talento em programas de TV, outro não estava disponível, e sobrou o Bard.
O Morcego explicou o esquema, ele trabalha de noite, e precisa de alguém pra trabalhar de dia pra ele, Bard falou o que eu, você, nossos amigos e a tia do Bátema teriam dito, “Perigoso, não?”, Batman não negou, Bard disse “perigo custa”, Batman mostrou em um papel o quanto estava disposto a pagar, o “detetive de segunda” já espia com um olhar de quem viu um valor até que alto mas que ainda está avaliando se vale o risco. Ele pergunta “Por mês?”, e Batman dá o cheque-mate: “Por semana”. O Bard decidiu parar com essa bobeira de pensar. Pelo valor que imagino estar ali eu virava até para-choque do Batmóvel.
As coisas ficaram ainda mais interessantes nesse papo no apartamento do Jason BARD. A mulher que estava dormindo com ele era uma cliente que havia contratado seus serviços pra descobrir quem matou seu marido. Ela acorda, dá de cara com ele e o Batman. Bard apresenta os dois e pergunta ao Batman pra onde ele está indo, ele responde que vai para o Departamento de Polícia, Bard manda ele levar a cliente dele junto, pois ELA era a assassina do próprio marido e só contratou seus serviços para despistar. Deu todas as provas e a arma do crime para o Morcego, e o Morcego carregou tudo.
Sinceramente, se não fosse pelo fato do nome Jason fazer confusão com o do Jason Todd, acho que tanto esse Jason Bard quanto a Sasha Bordeaux (a guarda-costas) deviam ter continuado na série. São personagens ótimos.
009A trama segue e é descoberto o corpo do Ventriloquo e do Scarface, ambos mortos. Eu disse ambos? Wtf… Enfim, em seu último momento, o Ventriloquo usa o Scarface pra deixar um endereço escrito com molho do espaguete que estavam comendo. Devido ao terremoto, quase nada sobrou nessa tal estrada que o endereço indicava, e puxando pelas câmeras de segurança do local, a Dupla Dinâmica assiste um encontro do Ventriloquo com Magpie, KGBesta e Harvey Dent. Tudo resolvido? Harvey Dent é o sacana? Não. O Morcego tem titulo de maior detetive do mundo por isso, a placa logo atrás dele estava refletindo a imagem de um quinto elemento (sem o Bruce Willis) que não estava no campo de visão da câmera. O Orca.
010Que reuniãozinha maldita. Magpie, Orca e KGBesta. Se os 3 aparecem juntos você não sabe se ri ou se dá dinheiro com pena. Tirando o Scarface e o Harvey, só tem vilão apagado (agora literalmente).
Batman retorna pra bater um papo com o Gordon, e dali vai ao terraço onde começa uma troca de sedas com o Bullock. O sargento vem com um “Agora que estamos sozinhos eu queria dizer…” e o Batman já corta com “Não me interessa, Bullock. Diga apenas o que eu quero saber”. Depois dessa eu ia até embora, mas bem, eles prosseguem com a sinceridade a nível dark side.
Batman diz que ele era corrupto e que talvez ainda fosse e coisas do tipo, o bat-papo (ok, parei) continua, Bullock cerca o Morcego com palavras, pergunta o que ele estava fazendo nesse ano sumido e também se ele nunca errou na vida. Batman dá uma rápida pensada e responde “Nosso livro está em branco. Minha opinião sobre você começa a partir de hoje”, Bullock tenta confirmar se aquilo era uma segunda chance, e o Batman confirma “Se eu não te desse isso, eu seria um hipócrita”. Incrível cena.
No caminho para um papo com o Harvey, Batman deixa o Tim para uma conversa bem mais curta com o Vagalume. O Morcego chega até Harvey, pede pra ele explicar como os fatos não o incriminam, e Harvey apresenta umas oscilações que pra quem o conhece já é um adianto do que está por vir, falando tudo de forma dupla… Velha história que sabemos como termina. Ele não se defende, pelo contrário, diz que talvez tenha feito. Ele desanda total e detona uma bomba em sua mesa. O sujeito some, Batman volta ao encontro da polícia.
011A Dupla Dinâmica está atrás da Orca no litoral/esgoto, e Bullock no armazem César que pertence ao Pinguim, um local que facilitava qualquer coisa a entrar ou sair da cidade. Nos esgotos, eles deram de cara com o Croc. Nunca diga que as coisas não podem piorar. A briga dá seus primeiros passos e vai parar num ponto mais fundo dos esgotos. Lá eles conseguem derrubar o Crocodilo. “Eles” é bondade minha, o BATMAN derruba o Croc. Primeiro com uma flashbang que o deixa sem visão e em seguida com uma mina estourando no peito.
Com Croc fora de ação, a Dupla avança mais ao destino de todas as descargas de Gotham, e logo a frente no esgoto encontram a Orca, cheia de marcas de garras e dentes, mas também com dois tiros na cabeça, assim como as demais vítimas da arma do Duas-Caras. O Crocodilo só aproveitou a carcaça.
014A seguir vem um flashback da época em que Batman convidou o Harvey Dent curado para vigiar Gotham. O treinou por um mês, o que explica a repentina habilidade pra lutar. Todas as memórias que Harvey tem são como se fosse uma narrativa dele mesmo pro Duas-Caras. Ele então toma sua primeira decisão na moeda em bastante tempo… Ele voltará a ser o Duas-Caras. Pra desfazer o trabalho dos médicos… Um bisturi e um vidro de ácido nitrico. Algum tempo e o serviço está (des)feito. Voltamos à estaca zero com o Sr. Dent.
E falando em voltar à estaca zero… Uma cena bem tradicional de Batman e Robin, eles enfrentando o Espantalho, e enquanto lutam Batman conversa com Jim por um comunicador preso a sua orelha por fora da máscara, sendo que até umas sagas atrás ele já usava um comunicador interno… Não entendi esse vacilo do pessoal de criação, mas ok. Durante a conversa via “aparelhinho de bat-orelha”, ele informa a Gordon que Harvey é inocente. A explicação é CSI. A arma do crime é SIM a arma do Harvey, a mesma arma que estava no departamento de polícia, arma que obviamente tinha as digitais do Harvey.
Só que essa arma foi roubada, teve o gatilho e cabo trocados e foi utilizada para matar as vitimas e após isso, teve o cabo e o gatilho trocados novamente pelos originais que tinham as digitais do Harvey. Ou seja, Harvey pegou SIM naquela arma, mas foi antes dos assassinatos. Alguém aprontou pra cima dele.
No Departamento de polícia Batman se retrata com a policial Harper, e nós descobrimos então que ela é parente do primeiro herói com nome “Guardião“.
015“E o Jason Bard?”. Ficou numa furada, um assassino foi pra cima dele, o baleou no braço, Bard ainda conseguiu derrubá-lo, catou uma arma e deu um tiro no homem que tentava matá-lo, o “Talião”. Bard estava atortoado e com a visão confusa, mas não entendi qual foi a de por a pistola quase colada no rosto para poder mirar. Tudo bem que ele não tava enxergando, mas dar um disparo com a arma naquela distancia do rosto além de estourar seu tímpano ainda daria um coice no rosto que ou ia deixá-lo cego de uma vista ou quebrar algum osso da face.
Se o Bard fosse atirador ao invés de detetive isso teria sido uma falha grave, mas como é o inverso, bota na conta o Papa. Faca na caveira e chumbo no Talião. O disparo foi suficiente pra abrir brecha pra uma troca de porrada, e no fim os dois estavam desarmados, de pé, esperando pelo pior. Bard diz pra si próprio que é faixa preta em karatê, e quando o Talião parte pra cima, ele mete um chute a la Daniel-san e larga o Talião estirado. Ele liga pro Batman e informa que era esse sujeito que estava matando as pessoas.
016As coisas estavam perto de uma resposta, mas longe de se resolver. Harvey invaidu um zoológico no meio da noite, fez alguns determinados funcionarios como reféns, soltou a bicharada e manteve apenas um macho e uma fêmea de cada espécie. A Arca do Harvey.
Eles vão ao escritório já preparados pra não encontrarem o Harvey pra conversa. Batman luta, conversa, discute, argumenta… Tudo pensando em QUEM armou isso. Após a confusão com o Harvey, ele joga uma bomba de fumaça e some igual um ninja. Novamente, achei meio falho. Um sujeito como o Duas-Caras fugir de BATMAN E ROBIN, Bruce e Tim, os dois melhores detetives da família, estranho. Mas vá, tudo bem, ele recebeu 30 dias de treino intensivo pra desaparecer igual ninja.
017Robin fica no zoológico para receber a polícia e Batman vai fazer uma visita ao homem responsável pela confusão armada em cima do Harvey Dent. Onde será que ele mora? Batman sabe. Um lugar que era pra ser definitivo pra muita gente e acaba sempre sendo apenas temporário. [Alerta de spoiler! Se deseja ler, selecione o texto a seguir]. Quem está por trás de tudo é o chefe secreto do crime em Gotham, o Tubarão Branco. Envolveu desde o Chapeleiro, Espantalho, Crocodilo até o tal do Talião, que começou a agir na cidade no ano em que Batman esteve fora, e também era hóspede do Arkham, onde estava diagnosticado como “além da cura”.
O maior detetive do mundo expos sua teoria, Tubarão queria os homens do Pinguim, Harvey achou mais seguro mantê-los com o Pinguim mas como seus espiões. Harvey realmente estava fazendo um trabalho dos bons,e devido a isso, criou essa “vontade” de acabar com ele no Tubarão.
O jogo foi claro, Batman admitiu que não podia provar NADA do que ele deduziu, Tubarão deu uma de joão sem braço perguntando se o assunto estava encerrado, e despertou o goddamn Batman. O Morcego levantou o sujeito a quase 1 metro de altura e o jogou na parede, dizendo queia pegar o Duas-Caras, contar toda a história e levá-lo ali pro Arkham também.
[Fim do spoiler]

Imagina o grau de coragem de alguém pra pegar o chefe do crime da cidade mais perigosa, dizer “EU SOU SEU INIMIGO”e jogá-lo na parede? Pra eu fazer isso precisaria de meia garrafa de vodka.
Para fechar essa história… Batman retorna para a mansão Wayne com Robin. Não disse “caverna”, disse “mansão”, uniformizados lá no nível dos quartos. Durante a história, Bruce disse a Tim que queria debater com ele seu futuro, e nessa cena final da história o debate surgiu.
Eles estavam no quarto que foi de Dick Grayson (lembrando que nesse ponto da cronologia Dick não vive na mansão), Bruce fala que as leis mudaram e que as coisas não funcionam mais como na época do primeiro Robin, que ele (Tim) perdeu os pais, que ele (Bruce) se preocupa, mas que devido às leis ele precisa adotá-lo como filho e… Na mente de Tim a conversa parou nesse exato ponto, o garoto abraçou o Batman desmascarado, um “obrigado” misturado com “não acredito”e uma pitada de “Wow, filho do Batman”. O rosto em lágrimas encostado sobre o simbolo do Morcego do uniforme de seu pai, Bruce Wayne. A partir da adoção, seu nome passa a ser Timothy Drake Wayne.

Drake2Cá entre nós, só esse desfecho, a cena da mansão, não tinha história melhor pra acontecer. Primeira utilização do batsinal em um ano, primeiro trabalho de Batman com a polícia em um ano, recomeço de consideração com Bullock, volta do Jim Gordon ao cargo de Comissário, retorno bem sangrento com banho de ácido proposital do Duas-Caras, morte do Ventríloquo, e inclusão oficial de Tim Drake na familia Wayne.

L002
Em resumo, muito boa história. Apesar de ninguém falar dela e só lembrar de coisas grandes como Terra de Ninguém, essa “Cara a Cara” foi lotada de coisas importantíssimas pra cronologia. Confiram, vale a pena.

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#68 – Batman/Deathblow

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“Apesar de suas rigorosas convicções, o mundo não funciona exatamente num sistema tão irretocável e preto e branco… Mas em milhões de tons de cinza. Eu sou um deles. Goste ou não, você também”.

Sabem o papo de “você pode, é só querer, se esforçar e nhenhenhe, blablabla (…)”? As coisas não são tão bonitinhas assim. Ao ver histórias desse gênero você sente que falta algo mais pra chegar nesse nível.
Mais uma vez tenho o privilégio de escrever sobre uma história desenhada por Lee Bermejo, e como se não fosse suficiente, roteiros de Brian Azzarello. Dois de meus desenhistas/roteiristas preferidos.
Como de costume em histórias do Azzarello, a trama é bem urbana. Quase tudo nessa história é “pé no chão”, e temos a oportunidade de conhecer o “Deathblow”, que ao contrário do que alguns pensam, é um personagem. Digo isso porque já vi algumas pessoas achando que “Deathblow” era só o título da história, coisa que também é de certa forma errada, pois o título ainda tem um “After the Fire” em seu total.
“Batman/Deathblow” foi lançada em 2002, vocês encontram aqui no Brasil com o mesmo titulo, lançado com capa dura pela Panini anos a frente. Antes de entrar em detalhes já adianto a vocês, vale a pena ter aí na sua estante.
Tens medo de fogo? Cuidado dobrado After the Fire.

Line03

Azzarello e Bermejo. Complicado pensar em que nome citar primeiro nessa dupla, fico com a velha ordem alfabética mesmo, pois em qualidade… Ambos são mestres no que fazem. Brian Azzarello fez um trabalho dos grandes nessa história. Já li reviews em outros sites dizendo que a história não tinha nada demais e que a “única salvação é arte do Bermejo”. Besteira.
O roteiro na verdade é complicado, e ser complicado não necessariamente faz ser ruim. Claro que tem roteiros que ficam tão complicados que comprometem a obra, mas não é esse caso. Talvez a maior dificuldade sejam os flashbacks que no geral tem a mesma cara. Se você não estiver lendo com atenção, você acha que está no presente e na verdade está no passado.
Como deve ter dado pra notar, a história se passa em dois tempos, Gotham atual, e Gotham há 10 anos. Na atual o herói é o morcego, Bruce Wayne, na de 10 anos atrás é o Deathblow, Michael Cray. Em ambas épocas o “vilão” é o mesmo, Maxwell Kai.
001“Oi, eu sou chinês e a internet aqui é censurada, quando abro o Google aparece o rosto do Bruce Lee dizendo ‘Seja água’ e o pc trava. Não tenho como pesquisar esses nomes todos”.
Vamos lá, quem são Michael Cray e Maxwell Kai. Michael Cray é um soldado/agente secreto/Pau-mandado da CI (Comando Internacional), e o título”Deathblow” que ele carrega como codinome é apenas um “cargo”, assim como maioria dos nomes de herói. Um morre, entra outro no lugar usando o mesmo nome. Mais a frente veremos que já existiram dúzias de Deathblows, e que a carreira deles é curta porque é perigosa pra caramba. Alguém aí pensou “as do Batman também são loucura e o velho Bruce ta aí firme e forte pra contar sobre como escapou de todas”? É, mas ele não é um simples soldado como o Deathblow.
Deathblow_2De aparência, Michael Cray tem o semblante do Dolph Lundgren tomado de anabolizantes. Bandana/touca, um listra vermelha na vertical descendo de cada um dos olhos, e o resto não tem grande grife nem detalhe, o sujeito é um soldado, se ele precisar matar alguém vestido de bailarina, mendigo ou pelado, ele vai matar. E vai deixar a carta branca com duas listras vermelhas na vertical, é a sua carta da morte, carta esta que começa boa parte da confusão na trama do “presente”.
Na Gotham de 10 anos atrás, Deathblow caçava o líder terrorista conhecido como “Falcão”, e acabou topando com Maxwell Kai que, sozinho, levou a missão ao fracasso. Como um homem pode ter sobrevivido a uma investida do Deathblow e feito o sujeito com uma carreira invicta ter tido sua primeira falha?
Max Kai não é um simples homem, ele é um pirocinético. Cuidado vocês com mente suja, pirocinético quer dizer que o rapaz tem o poder de criar fogo com a mente. Não é bem como o Pyro dos X-Men. O Pyro não “gera” fogo, ele apenas manipula o fogo já feito, já o caso do Kai é diferente, ele CRIA o fogo.
É um personagem que, ao longo da história, vocês talvez vão até passar a gostar. É misterioso, leal, importante pra diversas pessoas e fins, e só quer paz pra si mesmo. Só não abandona o jogo porque não pode. Fora que sua habilidade é um tanto especial.
Se formos tentar pegar alguém de estilo parecido para representar sua imagem… Vamos de Tyler Durden no Clube da Luta. Junta personalidade, aparência bacana e uma habilidade especial, fica difícil dizer que é um personagem qualquer. Eu particularmente curti mais o Max Kai do que o Michael Cray em si. Personagem com muito mais background.
BATMAN_DEATHBLOW_AFTER_THE_FIRE_3Claro que cada mínimo detalhe de como a trama deve ser, cada fala, atitude, ação dos personagens… TUDO nesse aspecto é obra do Brian Azzarello. Claro que ele não criou o Batman, não criou o Deathblow, não criou o Kai, não é o “criador” de nada nessa história. Assim como o atual melhor atirador do mundo também não foi o criador das armas de fogo. Azzarello fez bom uso do que tinha disponível.
Quanto aos desenhos, aí concordo com qualquer site por ai, Lee Bermejo faz estrago em tudo que toca. Ele é quase o contra-peso do Rob Liefeld no universo. Este último que citei é quase um alquimista, tudo que ele encosta vira merda. Mas o Bermejo está ai para não nos fazer perder a fé numa boa arte, e fiquemos todos gratos do Liefeld não ter NADA a ver com essa história.
Se formos pegar os traços DESSA história que o Bermejo fez e compararmos com histórias mais atuais como “Batman – Noël”, dá pra notar boa diferença. O Bermejo evoluiu. Sim, ainda havia pra onde evoluir. Com isso não estou dizendo que a arte dessa HQ esteja “pior” que a Noël, só diferente em alguns aspectos que em nada condenam a obra total.
Eu poderia novamente detalhar como é o Batman segundo os traços do Bermejo, falar dos olhos por dentro da máscara, costuras, fivelas, o cinto de utilidades de tamanho plausível, falar dos detalhes mínimos das dobras de capa e etc… Mas não vou entrar nesses detalhes todos novamente, serei mais específico no que essa história tem de único. O aspecto “queimado”.

BatmanNão temos cinzas de cigarro nem páginas queimadas, nada disso. Temos um estilo obscuro de desenhar, e também de colorir (lembrando que não foi o Bermejo a colorir essa história). Talvez eu tenha sido redundante em dizer “estilo obscuro” em uma história do Batman, mas essa é obscura em totalidade, não é só o cenário e os personagens, parece que até o PAPEL usado é outro diferente do comum, algo mais amarelado, antigo… Não sei explicar bem isso, sei que ficou muito bom. Tudo muito detalhado, com sombras e pouca repetição.
Eu acho que vendia metade da população do mundo pro Sinestro pra ver uma história do Asa Noturna desenhada pelo Bermejo. O roteiro podia ser do Azzarello ou do próprio Bermejo mesmo, que se mostrou competente pra tal em “Noël”.
Lee Bermejo sempre tem cuidado absoluto em cenários, proporções físicas e roupas. Tudo é sempre pensado nos mínimos detalhes, seja um fio solto aqui ou um poster no muro ali. Ele aproveita ao máximo o espaço, dificilmente você verá uma parede sem algum detalhe especial, seja simples sujeira proposital ou detalhes de construção. Tudo impressionante.
Agora indo ao “After the Fire” em si:
002Começamos na Gotham de 10 anos atrás, mais exatamente no bairro oriental. Michael Cray (Deathblow) e seu companheiro Scott. Este só bizolhando com uma luneta de dentro de um quarto de segundo andar enquanto Deathblow está na chuva aguardando a exposição do alvo. Não demora muito e o tal alvo aparece.
Michael pega a tinta vermelha e passa embaixo dos olhos, conforme falei mais acima, e parte pra missão com arma em punho. Seguindo seu alvo ele passa por corredores, escadas, salas e diversos orientais, como era de se esperar em um bairro oriental. Por fim ele encontra resistência por parte de um oriental armado, que usa seu próprio amigo/comparsa como escudo. Deathblow bota os dois pra papear com o Zé Maria e vai embora.
Zé Maria pra quem não sabe é a ilustre “morte”. Pro povo do voodoo é o Barão Samedi, pros americanos é o Grim Reaper, e pra nós é o Zé Maria. Cada um tem a morte que merece, né?
Enfim, a história avança 10 anos a frente. Estamos agora em uma estrada onde há um pedágio logo a frente. Se não prestarmos atenção nos desenhos, deixaremos passar algo muito importante. Vemos um sujeito de óculos escuros dirigindo enquanto ouve música, então em um quadro pulamos para dentro do carro de trás, onde um casal de irmãos pequenos briga no banco de trás, a menina reclama, os pais dão sermões pra trás… Papo comum, mas enquanto essa cena ocorre, podemos ver o carro da frente pelo para-brisas, o motorista deixando algo na lixeira do pedágio.
003Esse é Maxwell Kai, deixando a mão decepada e carbonizada de alguém, com uma carta semelhante a uma carta de baralho, toda em branco exceto pelas duas listras vermelhas na vertical. A carta de morte do Deathblow. O pai da família do carro de trás encontrou aquilo e ficou paralisado.
Ainda no tempo presente, temos um restaurante com música ao vivo que conta com 3 personagens importantíssimos na platéia, reunidos em uma mesa. O tal parceiro do Deathblow, o Scott, uma mulher da CIA chamada Carla, e Bruce Wayne, o tal do Batman.
Falam sobre dinheiro, verbas, criatividade… Papo de aranha do qual Bruce tanto tenta fugir. É mais fácil ser Batman e bater mais do que fala, não? Claro que não. Sabemos que o Batman tem tanto intelecto quanto força, a questão por trás disso é apenas que porradas resolvem mais do que palavras, e ele como gênio que é descobriu isso cedo.
Bruce retira-se do local, e enquanto acerta o local de entrega da conta, leva uma esbarrada de ninguém mais ninguém menos do que Maxwell Kai. O sujeito ainda dá uma baforada de fumaça de cigarro na cara do Bruce. Nem imaginava quantos ossos podia ter quebrado em outra ocasião.

0xx
004Bruce se disfarça com um de seus vários personagens, como Knox Canhoto ou Fósforos Malone e vai a uma loja de penhores, aparentemente recolher informações do submundo, e descobre algo sobre a tal mão carbonizada deixada na entrada da cidade. Dali seguimos direto para as ruas, onde o Comissário Gordon e os demais policiais recolhem o corpo de um sujeito que foi assassinado por um atirador, um headshot dos bons, digno do Pistoleiro. Mas ele não tem nada a ver com isso.
005Gordon vai ao terraço e troca uma letra com o morcego. Bruce aborda o assunto da mão com a carta de morte que até então tem remetente desconhecido para ambos, mas Batman recebe um alerta do Alfred para dirigir-se ao restaurante do qual saiu há pouco tempo. Chegando lá de volta a paisana sem as bat-traquitanas, a tal Carla informa que o Scott simplesmente pegou fogo, mas não foi uma chama que começou pequena, segundo as aparências foi como uma bomba incendiária que foi detonada. Mas nós sabemos que não teve bomba nem detonador.
Bruce levanta suas suspeitas na figura que assoprou fumaça nas suas ventas mais cedo. O maior detetive do mundo começa a “detetiviar” na mesma hora, liga uma câmera no botão de seu blazer, manda Alfred vasculhas o sistema da policia atrás do inquérito da mão decepada e foi ao hospital falar com Scott.
006O tal Scott, que há 10 anos atrás foi parceiro do Deathblow… Agora está com queimaduras de terceiro grau em 95% do corpo e 78% das queimaduras atingiram órgãos e músculos. Sem chance de recuperação. Bruce foi direto: “Você sabe o que isso significa… sinto muito”, e garantindo-se no fato de que o sujeito não tinha muito tempo, revelou ser o Batman, e disse que podia pegar o assassino. Surge então o nome Deathblow no conhecimento de Bruce Wayne.


Voltamos 10 anos no tempo, no dia da missão de Deathblow, na qual Scott era seu parceiro. Na verdade, esse flashback é uma continuação direta do outro, no momento em que ele mata os dois orientais que tentaram reagir.
A confusão do Deatblow continua no mesmo local, agora um monte de orientais armados dão as caras, e todos terminam mortos. O agente da CIA mostra ser bastante profissional com o par de pistolas. Façam suas apostas, Deathblow ou Jason Todd? Brincadeira.
Não demora e ele dá de cara com Max Kai, e este nem se dá ao trabalho de grandes feitos, acende uma verdadeira pira contra Deathblow e faz o cara ter que bater em retirada imediatamente, saltando fora do prédio em uma explosão estilo as de filme. Do lado de fora, Scott o recebe e o ajuda a entrar no carro.
De volta ao presente, Max vai fazer uma visita a um personagem já mostrado na história, porém ainda não “apresentado”, lembram o “alvo” que Deathblow começou a perseguir no inicio da história? Pois é, o próprio.
007Até este ponto da história vocês já tiveram oportunidade de ver quadros verdadeiramente brilhantes. Pra se desenhar desse jeito não basta “saber” desenhar assim, você tem que ter quase a mesma noção que um decorador de ambientes tem para escolher e organizar os móveis e objetos do interior, e saber o lugar certo de cada coisa. A mesma noção que um estilista tem para fazer roupas tão bem detalhadas e com caimento, a mesma noção que um arquiteto tem para fazer as construções… Tem que ter um bom conhecimento da anatomia humana para detalhar os corpos.
Se observarem o quadro do “oriental que era alvo”, vão vê-lo diante de uma daquelas bandejas com garrafas e whisky, e copos, cada garrafa com seu formato, tudo obviamente pré-definido, o desenhista tinha que saber tudo o que normalmente vai numa bandeja dessas. Lee Bermejo é um ponto de luz dentro do conceito de arte. É um privilégio nosso ter alguém como ele nesse setor de quadrinhos, que tanto gostamos.
Certo, sem rasgação de seda. História. Max Kai vai ao encontro do homem, mas a história vai a um flashback, também com esse oriental, mas no flashback a “visita” que ele está atendendo não é Max, mas Deathblow. O nome do tal oriental é “Chen”. Deathblow o interroga para saber do tal líder terrorista chamado “Falcão”, sem sucesso.
De volta ao presente damos de cara com o encontro de Max e Chen. Eles conversam bem pouco e Max explode tudo. Pelo visto Max está com uma listinha de coisas a fazer. Primeiro deixa a mão carbonizada com a carta do Deathblow perto do pedágio, depois incendeia Scott e manda Chen pelos ares. Até agora, só pessoas envolvidas naquela noite.
Já na Batcaverna temos um diálogo bom e esclarecedor sobre a história do nome Deathblow, sobre Scott e etc, e a seguir Bruce já está coberto pelo manto do morcego, no alto de um prédio observando um incêndio. Imagem linda também, digna daquelas concept art de jogos.

010
008Onde há fumaça há fogo, e onde há fogo, há Max Kai. Batman observa do alto procurando.
Flashback again. Scott e Deathblow novamente no encalço de Max Kai, mas este estava mais que ligado nos arredores e armou um susto com chamas pro Scott, mal podia imaginar que no 10 anos a frente esse mesmo homem o queimaria por completo. Max foge e Deathblow vai atrás, Scott fica no chão mas diz estar bem. O incendiário consegue deixar Deathblow pra trás usando umas chamas para atrapalhá-lo.
De volta ao presente, Bruce já tem a ficha de Max (só então finalmente temos o nome completo do cidadão) e debate possibilidades e coincidências com Alfred. Bruce se disfarça novamente para tentar uma aproximação.
Se a cada flashback ganhássemos 10 reais, a essa altura já podiamos ter comprado o SBT, que nem deve estar tão caro. Esse flashback nos deixa de cara com a Torre Kane. Pra mim isso foi só uma homenagem a Bob Kane, e em nada tem a ver com a família de Kate Kane (Batwoman). Bom, ness aparte da história, há 10 anos atrás, já é depois dos dois encontros com Deathblow, aparentemente Max está querendo partir de Gotham. Entra em cena o “Sr. Blue”, com quem Max aparentemente tem um rabo preso.
009Papo vai e papo vem, descobrimos que Max trabalha pra uma agência, e que Max não pode abandonar o barco quando bem entende. Sr. Blue apresenta… Carla. A agente da CIA que estava com Bruce e Scott no início da trama. A tal Carla diz que já providenciou o desaparecimento de Max para este não ser mais caçado, e Sr. Blue diz que eles estão em débito com Max. O que foi que Max fez para ficarem em débito com ele?
Ao presente novamente, Bruce tira seu disfarce em um terraço e já vestido de morcego salta para dentro de um prédio, e uma vez lá dentro, rapidamente Batman e Max estavam cara a cara. O incendiário não é idiota, ele sabe que porrada com o Batman não é jogo, jogou umas chamas pra cima do Morcego e picou mula de lá. Isso não deteve o Batman, ele ainda alcançou Max e lhe deu uma porrada, e sentindo o peso da mão do capa-preta Max caprichou nas chamas dessa vez e conseguiu fugir.
013Agora em um estacionamento, a tal agente Carla é surpreendida por um Batman sem soluções e em busca de resposta. O morcego sai de uma sombra e segura a mulher contra o chão, ela diz que Max não tem medo dele, e Batman pergunta a ela do que o Max tem medo. Dá pra ver uma das principais e mais antigas teorias do Batman sendo aplicadas ao pé da letra. O medo. Ele se veste de morcego para botar medo, mas se a roupa de morcego não põe medo ele se adapta a usar algo que vá deixar seu alvo com medo. Ele procura o medo e a fraqueza do seu oponente.
Sai uma sequência de flashback seguido de presente em poucos quadros, no flashback temos Scott e Deathblow disfarçados esperando por Max, e no presente, temos a agente Carla tendo uma conversa com Max em um cinema, sobre interesses e motivos, e Max revela de quem era a mão deixada no início da história.
012Carla entra em seu carro, encontra um envelope com fotos suas que na certa não deveriam existir, e na ligação, Batman pergunta se ela gostou, e afirma que em Gotham, ele é onipresente. Senhor deus morcego.
A correria entre quadros do passado e quadros do presente continuam, no presente, Batman disfarçado manda Carla ficar em um beco virada pra parede e a interroga, enquanto nos quadros do passado temos Deathblow abordando Max e Carla. A sequência apesar de confusa é esclarecedora. Como isso pode ser possível? Simples, tanto no passado quanto no presente, todos os mistérios a respeito de Max e Falcão se desvendam.
[Alerta de spoiler! Se deseja ler, selecione o texto a seguir]. Falcão na verdade trabalha pra CIA, assim como Deathblow e Scott. “Mas ele não era um líder terrorista?”. Sim. Mas a CIA investiu na idéia de quebrar os grupos terroristas de dentro pra fora, ou seja, atacar como um grupo semelhante. Falcão e seu grupo eram como “os terroristas em nome da CI”, mas Falcão perdeu a “utilidade”, a CI decidiu eliminá-lo e enviou Deathblow e Scott, também agentes da CI, pra matar a “célula terrorista CI” do Falcão
014E Maxwell Kai? Ele também era um dos “filhos de interesse” da CI, mas na verdade tinha mais lealdade ao seu empregador, o Falcão.
Porque a confusão estava grande? Porque Deathblow e Max não faziam ideia de nada disso. Deathblow só sabia que tinha de pegar o Falcão, Max só estava protegendo o cara, e nem Deathblow nem Max sabiam que o Falcão também era da CIA. Ou seja, haviam “3 faces” da CI Aem conflito, o Falcão (alvo), Deathblow e Kai (cegos no tiroteio) e Scott e Carla (os sabichões).
Nem tão sabichões assim, pois eles só sabiam que o Max tinha algum vínculo com a CI, mas não sabiam que ele era leal ao Falcão.
[Fim do spoiler]

Todo mundo ali tinha algum segredo pro outro. O único que estava 100% de otário era o Deathblow. Não é de se espantar o porque de já ter havido 39 Deathblows.
Meio enrolado, mas isso é que dá graça a qualquer roteiro, você entender a complexidade. Três vivas pro Azzarello, essa foi uma sequência de esclarecimento daquelas que vale a história e ao mesmo tempo de dá vontade de ler as poucas páginas que restam voando pra saber o que acontece.

“O mundo não é uma moeda, Deathblow. Muito menos redondo. É como um diamante… cheio de faces”.

015Scott dá um chute no Max, Deathblow dá uma coronhada no Scott, Bruce dá um vácuo na Carla e vida que segue. Todo mundo se separa tanto no presente quanto no passado.
No presente, temos Carla e Max conversando em um dirigível, um lugar tão comum pra um encontro, não? Max diz que o tempo todo trabalhava pro Falcão. Carla leva um espanto duplo, primeiro pela informação, depois por ver Deathblow aparecer do nada ali. Era Bruce Wayne vestido de quem dava medo em Max.
Mas o pirocinético derrete a faca que o Bruce estava usando e ainda joga Carla pela vidraça do dirigível, Bruce salva a mulher, e então Max e Bruce vão pro topo do dirigível, Max devolve a capa de Batman ao “Deathblow”, começa uma pancadaria na qual Max só conseguiu dar um soco por ter sido covarde. No meio da briga um helicóptero aparece, provavelmente da CIA, abrem fogo no Bruce e no Max, e na fuga, um atirador acerta Max. Bruce pega uma seringa pra injetar algo que fosse ajudar, mas Max derrete a agulha para não ser salvo.
Max morre diante de Bruce, deixando apenas algumas belas palavras sobre sacrifício e perda de tempo.
Par fechar a história, novamente temos um flashback, mas esse não continua do ponto onde o último parou, esse flashback é mais antigo que todos os demais, esse é de ANTES do Chen ir as ruas e Deathblow o seguir. Esse é do Max conversando com o Falcão no momento em que Chen está indo pra rua. Falcão diz que tornou-se inútil pra quem trabalha, que as pessoas a quem ele é leal, o consideram um traidor. Que ele não tem mais função nem pátria. Max não o abandona, apesar do Falcão lhe dar passaportes e ordem para se mandar, e não só permanece ali como também jura que dali a 10 anos fará com que todos as pessoas que o traíram se atraquem para encontrá-lo.

Falcão ameaça pegar uma arma, Max com um facão decepa a mão do Falcão, taca fogo no cara e assiste o churrasco. No último quadro vemos apenas o cadáver carbonizado do Falcão, faltando a mão direita. Mesma mão que foi deixada no pedágio de Gotham 10 anos depois e desencadeou toda bagunça que deu combustível pra essa história.
Deathblow foi um total laranja nesse papo, a história deveria se chamar “Batman/Kai”. O sujeito roubou a cena. Essa foi uma história excelente, e espero que vocês comprem se tiverem oportunidade. É uma real obra prima dos quadrinhos, em todos os aspectos.Line02

3 edições em um único link!
Lembrando que para fazer o download no 4shared é só clicar na capa; o link para outros servidores está logo abaixo da capa!

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CeteraComics #10 – Batman – Coringa, Duas Caras, Bane, Ra’s Al Ghul / NerdCetera

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Oi!
Conforme prometi, vim trazer para vocês o CeteraComics #10, do NerdCetera. Nesse vídeo, o Mustefaga fala sobre alguns dos vilões mais famosos do Batman: Bane, Coringa, Duas Caras e Ra’s Al Ghul. O vídeo está excelente e tem um monte de referências que eu desconhecia! Se gostarem do vídeo, deixem um like lá, adicionem aos favoritos e comentem também :) O trabalho que o NerdCetera e o CoringaFiles desenvolvem é muito inspirador pra mim.
Clique aqui para acessar o CeteraComics #09, sobre a história do Batman, os gadgets, os sidekicks, entre outros.

Ao longo do vídeo o Mustefaga cita algumas HQs, a maioria já está no Batman Guide:

Coringa
» A Piada Mortal
» O Homem que Ri

Duas-Caras
» O Longo Dia das Bruxas

Bane
» Vingança de Bane I e II
» A Queda do Morcego

Ra’s Al Ghul
» Batman: O Nascimento do Demônio (‘Trilogia do Demônio’ – 1ª Parte)
» Batman: O Filho do Demônio (‘Trilogia do Demônio’ – 2ª Parte)
» Batman: Noiva do Demônio (‘Trilogia do Demônio’ – 3ª Parte)
» Batman & Filho: Em Breve


ESPECIAL: Dia dos Namorados #2 – Bárbara Gordon e Dick Grayson

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Oi!
O amor está no ar aqui no Batman Guide Hoje é Dia dos Namorados no Brasil, e para comemorar essa data tão bonita o post de hoje vai ser sobre um dos casais mais lindos – e complicados – do universo Batman.
Clique aqui para ver o Especial de Dia dos Namorados #1 – Bruce Wayne e Selina Kyle, publicado em 14/02.

Ela é Bárbara “Babs” Gordon, filha do Comissário Jim Gordon. Foi a primeira Batgirl. Bibliotecária de dia, combatia o crime à noite usando suas habilidades de luta – até que um encontro com o psicótico Coringa a deixa paraplégica e presa para sempre em uma cadeira de rodas. Mas isso não foi empecilho para sua vontade de lutar contra os criminosos. Tornou-se Oráculo, uma super-hacker com memória eidética à serviço de Batman, monitorando pontos estratégicos da cidade, tendo acesso a bases de informações sigilosas e gerenciando equipamentos ultratecnológicos.
Ele é Richard “Dick” Grayson. Quando pequeno, era um acrobata de circo na equipe “Os Grayson Voadores”, vê seu destino sendo mudado de forma definitiva quando um acidente encomendado mata sua mãe e seu pai. É acolhido por Batman, adotado como seu filho e treinado para se tornar o primeiro Robin. Entretanto, decide começar a atuar sozinho e vai para a cidade de Blüdhaven, onde é um policial de dia e Asa Noturna à noite. Sua contribuição para Batman é notável em diversas HQs, e os dois apresentam uma sincronia admirável (Em breve, haverá um texto do Augusto com a trajetória completa de Dick Grayson, com mais detalhes sobre sua atuação).

Eu trouxe duas HQs para o Especial de hoje.
A primeira foi publicada em “Birds of Prey #8”, e a participação do Asa Noturna mudou o título para “Nightwing Ignites Birds of Prey” (algo como “Asa Noturna incendeia as Aves de Rapina”). A história se chama “Asas da Liberdade”. Ela conta uma história bonita e sensível sobre rompimento de barreiras, sobre orgulho e um amor difícil de se concretizar.
A segunda foi publicada em “Nightwing Annual #2” e traz uma linda mensagem na capa: “Até que a Morte nos Separe”. A história se chama “Jornada de Herói”.
Espero que vocês gostem! 

LineDef

A história dos dois é muito, muito complicada.
Divulgação 4Eles são duas pessoas realmente habilidosas. Dick foi o Robin mais talentoso. Independente demais para estar sob comando de Batman, se separa e segue como Asa Noturna, que leva a justiça para Bludhaven sob dois viés: como policial e como um justiceiro à noite.Bárbara foi brilhante como Batgirl e é indispensável como Oráculo – basta lembrar das dificuldades que Batman enfrenta toda vez que perde o contato com ela. Ela é corajosa e destemida, e sua deficiência motora não foi motivo para que desistisse ou para que se tornasse menos eficiente. Como ela diz numa ilustração de Adam Hughes: “Não deixe a cadeira de rodas te enganar… Eu ainda posso chutar o seu rabo.

Oracle

Ela não tem medo. Enquanto figuras individuais, eles são poderosíssimos. Como dupla, então, são praticamente invencíveis.
BabsQuando eles eram jovens – ela era Batgirl, ele era Robin – eles eram um time perfeito. Quando Batman saia da cidade e deixava Gotham a cargo deles, eles se saiam excepcionalmente bem. Gotham era o parque de diversões deles, um lugar para desbravar e combater o crime nos seus pequenos nichos e becos. Juntos, conheciam a cidade e conheciam a si mesmos. Era uma relação de companheirismo desde o início. E não se tratava de uma parceria limitada somente às suas identidades como super heróis: Bárbara Gordon e Richard Grayson eram também geniais juntos. Essa relação foi se desenvolvendo de maneira tão intensa ao longo dos alunos que inevitavelmente evoluiu para um romance.
Depois de amadurecerem e adotarem seus novos mantos, eles se complementam: ele é frenético, enérgico, às vezes pensa com os punhos, um fluxo constante de emoções à flor da pele.

Divulgação 4 (2)

Ela é a calma que ele precisa para se estabilizar, o pensamento racional que muitas vezes falta a ele. Ele a deixa nervosa, irritada, encantada, excitada – um mar de emoções em uma vida baseada totalmente no elemento racional. Ele a faz sentir viva. Quando não há ninguém com quem podem contar… Eles tem um ao outro. Para sempre. Mais do que apaixonados, eles são acima de tudo amigos. Tem uma conexão que não pode ser explicada. Eles podem dizer o que querem um ao outro. Estão juntos em todas as situações. Bárbara conhece Dick com a palma da sua mão, e vice-versa.
Eles juntos são indestrutíveis. A relação deles seria quase perfeita. Quase.
Divulgação 5Babs reluta em namorar com Dick porque não se considera boa o suficiente para ele: ela o considera um homem incrível, o mais carinhoso e doce homem que existe – portanto, merece a melhor mulher possível, não alguém que está presa numa cadeira de rodas. Esse mar de inseguranças se mistura ao fato de que seu orgulho não a deixaria que ele se tornasse uma espécie de babá para ela. Ela reluta demais em deixar transparecer qualquer sinal de fraqueza. Há algo dentro de seu coração que se fechou quando o acidente aconteceu. Ela sentiu sua feminilidade e sensualidade diminuírem consideravelmente ao se prender a uma cadeira de rodas. Mas o que ela não entende é que Dick nunca a viu como uma garota frágil devido ao seu acidente. Pelo contrário. Para ele, ela ainda é a mesma Bárbara, forte e admirável, aquela ruiva que saltava os prédios sem medo, com uma inteligência anormal, e uma coragem que a transforma em alguém com o dobro do seu tamanho.
A relação deles passou por vários baques (como você lerá na HQ “Jornada de Herói”). Dick também se opõe ao fato de que Bárbara cuide demais dele – é independente demais para isso. Ele se cobra demais, é perfeccionista, não admite ter algum ponto fraco.

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Feita essa introdução, vamos às HQs agora!

“Asas da Liberdade”
(On Wings, roteiro de Chuck Dixon e arte de Greg Land, agosto de 1999)

Line HQ 1

“Você sabe por que minha cadeira não tem manoplas? Eu não gosto de ser empurrada.”

001A história se passa durante a saga “Caminho para Terra de Ninguém”. A HQ começa na torre das Aves da Rapina. Canário Negro liga para Oráculo, e é Asa Noturna quem atende, se identificando como um “amigo” – e fala dela pelo carinhoso apelido de “Babs”, o que faz Dinah desconfiar que se trata de alguém que é mais que um amigo. Dick começa a lembrar do último encontro dos dois… Vão ao circo juntos. Eles assistem uma apresentação de palhaços. É, Dick não teve muito tato na escolha da temática – mas Bárbara não se deixa magoar por isso. Há um detalhe sobre esse circo: é o mesmo circo em que os pais de Grayson morreram.
002Dick é o dono do circo agora. Ao conversar sobre esses fantasmas, ele afirma que já superou seu trauma. Mas Bárbara não superou. Ela começa a contar do que sente toda vez que abre uma maldita porta, que se lembra de tudo aquilo que lhe foi tirado. Da sensação de combater os crimes com os próprios punhos e pernas. Ela sente falta do vento batendo no rosto ao pular de um prédio, com o trânsito caótico de Gotham lá embaixo. Isso dá uma idéia a Dick… Ele a leva para voar, numa das cenas mais lindas de todas a história dos dois.

BabsDick

Duas, aliás. Esse beijo é um marco na história dos dois. Se trata do lugar em que ele perdeu tudo, mas conquistou de volta com seu trabalho. E ela consegue fazer algo de que sentia falta – como se por alguns instantes voltasse àquela vida cheia de energia.

Kiss

É uma bela história de superação – mas termina com uma conversa incisiva, em que compreendemos melhor porque esse amor é tão difícil de se concretizar.

“Jornada de Herói”
(Hero’s Journey, roteiro de Marc Andreyko e arte de Joe Bennett, junho de 2007).

Line HQ 2

“Babs,
Você tem razão, como sempre. Saiba disto: Não importa onde eu vá… Não importa por quanto tempo eu fique longe… Eu te amo, Bárbara. E um dia vou voltar pra você. Prometo.”

2-001O roteiro começa nos dias finais da Crise Infinita. Dick está ajoelhado diante de Bárbara no Aeroporto Internacional de Gotham. Ele a pede em casamento, mas não espera pela resposta, e segue com Batman para Metrópolis para tentar salvar o planeta. Mas ele é seriamente atingido – começa a ter pesadelos com todos os seus remorsos, tristezas e medos, vê Bárbara sendo atingida por um tiro de Coringa, e não consegue salvá-la de cair de um abismo. É impedido por um Batman zumbi e pelo torso morto de Deathstroke. Felizmente, ele é salvo pelo Dr. Meia Noite, e entra em coma induzido por três semanas, do qual é acordado por Oráculo. Ele tenta relutar e ir ajudar a salvar o mundo, mas a Crise Infinita já acabara.

2 - 002Uma cena singela: ela leva o lanche que eles comeram no primeiro “encontro” deles. Encontro em aspas porque eles só tinham dado um tempo na vigilância de Gotham como Robin e Batgirl. Mas como o crime não pára, eles são obrigados a agir – lutar contra um vilão estranhíssimo chamado “Remendo Maluco”. Passaria batido, se não fosse pelo poder de transportá-los para um cofre apertado. É uma cena bem divertida, diferente da carga emocional pesada que estamos acostumados a lidar com esse casal. Destaque para Robin ficando “animadinho” demais por ficar colado com e tendo que esconder sua “felicidade” quando Batman chega. :P

2 - 004Eles estão treinando para restabelecer as habilidades físicas de Asa, que foram ficando atrofiadas com a falta de exercícios. Enquanto isso, revisam momentos importantes da história dos dois. Uma confissão feita quando ainda eram Robin e Batgirl, e ignorada por Bárbara. O momento em que ela decide finalmente confessar seus sentimentos para ele e vai até seu apartamento – onde encontra Starfire (Estelar), integrante dos Novos Titãs com a qual Dick tem um romance, vestindo calcinha e o moletom dele. Ele tinha prosseguido com sua vida.
2 - 007Eles relembram o momento em que Bárbara ficou paraplégica. Ele tem um grande sentimento de culpa por não ter estado ao lado dela quando tudo aconteceu – Dick estava em Tamaran, terra de Starfire. Ele volta 6 meses depois, e a encontra numa cadeira de rodas. Eles dormem juntos. Mas no dia seguinte, uma revelação: ele havia marcado o casamento com Estelar. Ela o expulsa de casa aos berros, se sentindo traída e usada.
Nessa história toda, ambos erraram. E quando finalmente começam a se entender… Eles são separados novamente. Eles tem um destino a cumprir. Mas eles voltarão um para o outro. Eles sempre voltam. Até que um dia a história deles dê certo. Um dia, quem sabe… Quem sabe…

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Bom, queridos, espero que tenham gostado. Preparo esses Especiais com muito carinho pra vocês. Feliz Dia dos Namorados e boa leitura! PS: Depois dos downloads tem Material Extra ;)

Download da HQ “Asas da Liberdade”
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Download no MEGA – “Asas da Liberdade”

Download da HQ “Jornada de Herói”
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Download no MEGA – “Jornada de Herói”

Inspirado na história desses dois, o casal americano Laura Taylor e Seeth Teples fizeram seu casamento TOTALMENTE baseado na temática Asa Noturna & Batgirl! Até os mínimos detalhes foram lembrados – desde o convite com a alusão ao circo em que Dick trabalhava até os brincos dela em formato de batsinal. Lindo demais! Vou deixar algumas fotos aqui, e a galeria completa você confere no Imgur do casal, clicando nesse link.

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#69 – Batman e Filho

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“Pai. Eu imaginei você mais alto.”

Oi!
A obra de hoje é bastante polêmica, como não poderia deixar de ser – basta lembrarmos que é de autoria de Grant Morrison. A arte é de Andy Kubert. Foi publicada numa edição de luxo pela Panini ano passado, pena que eu ainda não comprei. Espero que vocês gostem do meu texto ;) Quem me acompanha na página do blog sabe que esse fim de semestre está sendo uma loucura (tô escrevendo esse texto de madrugada) mas por sorte logo chegam as férias e eu vou poder me dedicar bem mais ao blog!

Para melhor entendimento, recomendo que vocês tenham lido a seguinte trilogia:

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001A história começa de uma forma bem particular: crianças suspensas por um dirigível pintado de palhaço ouvem Coringa gritando “O Comissário foi envenenado pelo Coringa! Consegui! Até que enfim matei o Batman! Em frente a um monte de crianças deficientes e vulneráveis!” E o palhaço segura o corpo morto, inerte e ensanguentado de Batman. Será o fim do Cavaleiro das Trevas? Ora, claro que não. Estamos falando do goddamn Batman. Batman totalmente vivo toma a arma de Coringa e dá um tiro no meio da carinha do palhaço. “Oh, o Batman matou alguém!” Repetindo: claro que não. Coringa está vivo (infelizmente). Uma deixa para que Bruce delicadamente jogue Coringa desacordado em uma lixeira. Delicado como sempre.
002As crianças saíram ilesas, Gordon nem tanto. Coringa aplicou aquela toxina tão conhecida por nós – a que provoca contrações musculares e forma um sorriso duradouro, e o faz achar graça e tudo, até em tragédias. Ao visitá-lo no hospital, Batman conta que quem atirara em Coringa era um outro cara vestido de Batman, e não ele.
Seguindo um conselho de Gordon e depois de Alfred, Batman decide tirar um tempo para si, para reaprender a ser Bruce Wayne. Deixará Tim cuidando das coisas. Ele está fazendo um ótimo trabalho.
004Aparece Talia, que está aprontando mais uma das suas brincadeirinhas habituais – tentando obter uma informação enquanto chantageia e tortura um doutor. Mas nessa cena o chama atenção é a conversa que ela tem com uma criança. Eles afirmam que o jato particular de alguém foi encontrado. E ela profetiza: “O passado finalmente alcançou você, meu querido detetive”.
Batman precisa desistir de sua viagem porque há algo muito suspeito com Robert Langstrom, o inventor do soro do Morcego Humano – o objeto do qual Talia está atrás. Ela o observa em uma festa em que Bruce está cumprindo seu papel de playboy bilionário fútil. Talia está com uma criança. Pede que a criança observe os trejeitos e o diga quem é.
“Aquele é meu pai. O que vamos fazer agora, mamãe?”

003E o que eles vão fazer fica muito claro: atacar o museu em que Batman está com os Morcegos Humanos criados com o soro obtido através da ameaça a Robert Langstrom. O Morcego Humano é um vilão um pouco desconhecido de Batman. Kirk Langstrom, um especialista em morcegos, criou uma fórmula que conferia a ele poderes de audição e visão de morcegos, além de transformar a aparência. Ele não é de todo uma pessoa ruim, às vezes até ajuda no combate ao crime, mas na maioria das vezes usa essas características monstruosas para tocar o terror na cidade. E bem, como se um Morcego Humano não fosse bastante ruim, temos vários Morcegos Humanos. E como se isso não fosse o ápice de uma escala de “temos problemas”… São Morcegos Humanos ninjas. Great! O Batman nem queria relaxar mesmo. E lá está ele para salvar o dia (a noite, na verdade) novamente. E começa a fazer o que ele faz de melhor: bater em quem ouse tirar a paz de SUA cidade.

Morcegos Humanos

Seus novos bichinhos de estimação.

005Sensacional a arte durante essa luta. É um museu com referências Pop, com elementos coloridos e vibrantes que parecem alheios e deslocados à briga severa que está acontecendo ali. Existem MUITOS deles. São pelo menos 30 Morcegos-Humanos. E são muito maiores que Batman. Mesmo Batman sucumbe às vezes. Ele é rendido e levado desacordado a um cais, onde quem o espera é a bela Talia.
O discurso dela nessa parte é particularmente interessante. Ela faz referência à noite que eles passaram na HQ “Filho do Demônio” (dê uma lida no texto, caso não se lembre). Ela menciona um garoto que tem sido treinado pela Liga dos Assassinos desde seu nascimento, mas que está perdendo o controle porque falta a ele disciplina e a mão de um grande homem para direcioná-lo. Agora era a hora de reverter isso, porque Talia tinha alguns planos – coisa simples, liberar um novo tipo de horror ao mundo – e deixará o garoto sob cuidados de Bruce.
Ele é Damian Wayne. O filho de Batman.
“Pai. Eu imaginei você mais alto.” Isso porque o Bruce tem pouco menos de 2m, né.

Damian

Divulga 02Batman o leva para a Batcaverna, onde ele simplesmente ignora qualquer coisa que o Batman o diga, tenta bater no próprio pai com um soco inglês, xinga tudo e todos, ameaça quebrar a cara de Tim Drake e manda Alfred se f%#@&. Um docinho de garoto. Essa presença conturbada estremece as relações entre Batman e Drake (também seu filho, adotado no arco “Cara a cara“). Damian foi treinado pela Liga dos Assassinos. Não teve carinho materno – “administrar um império do crime não deixa muito tempo para o afeto” -, é extremamente brutalizado e foi usado como uma arma de Talia contra Batman. Mas é seu filho.
006Falando no pequeno diabinho, ele está no seu quarto esperneando contra a injustiça de não poder ter um laptop pessoal. Batman, paciente, explica que ainda não é a hora adequada para isso, e pede que o filho se alimente. Damian fica feliz em estourar o prato de comida na parede, e começa a bradar aos quatro ventos sobre o quanto ele não obedecerá ordem alguma de Batman. Só que, novamente: estamos falando de Batman. E o Cavaleiro das Trevas, que não é nenhum cordeirinho, põe seus pulmões para funcionar e mostra pro garoto quem manda ali. E como o Damian não é burro, ele percebe na hora porque seu pai tem a fama que tem. Se no começo ele achou Batman “menor” do que esperava, aqui ele percebeu que o Morcego pode ter o dobro do tamanho quando quer. E sacou direitinho quem dava as cartas. Damian baixou a bola rapidinho. Cena interessante.

BatmanEFilho_003_012Os problemas estão se acumulando para Batman. Um vilão chamado Assombração, que estava causando problemas à cidade, foi brutalmente decapitado.
008Voltando a Mansão Wayne, Damian conseguiu escapar de seu quarto e é encontrado por Tim treinando. Ele se vangloria de ter falsificado a voz de Robin para conseguir acesso à Batcaverna – ele considera o sistema ineficiente e inseguro. Tanto que conseguiu sair. Foi ele que decapitou Assombração. Para provar ao seu pai que ele também pode lutar contra o crime… Com seus meios questionáveis.
009A cena de luta entre ele e Tim Drake é sensacional. Damian sente ressentimento e raiva por Robin ser filho adotivo de Batman, acha que Drake não merece o que tem. E quer matá-lo, para tornar-se herdeiro legítimo de tudo. Drake é mais alto e mais velho, de fato. Mas Damian foi treinado pela Liga dos Assassinos. Ele luta baixo, não tem o código de ética de todos os envolvidos com Batman. Ele deixa Drake sangrando. Ao chegar Batman libera Alfred de onde fora preso pelo seu problemático filho para que ele estanque as hemorragias de Robin. Coisa que eu estranhei foi Batman sendo tão “brando” com Damian nessa parte. Eu não esperava que ele fosse bater no garoto ou algo assim (e ficaria bem decepcionada se ele fizesse isso), mas esperava algumas palavras bem duras, um discurso muito sério e raivoso. Tudo que vi foi um “Ah, vai dar pra costurar o Drake? Menos mal. Damian, não faça mais isso, hein?” Mas Damian parece ter esse poder de abrandar a fúria de Batman.
Talia está aprontando algo muito sério, envolvendo os Morcegos Humanos e a base militar de Gibraltar. Batman leva Damian consigo para interromper os projetos megalomaníacos de destruição dela. O garoto parece ansioso para cooperar e ganhar a aprovação de seu pai. É interessante ver a conversa que eles travam no foguete supersônico de Batman. É uma conversa quase “normal”, de pai pra filho.
Batman e Damian logo confrontam Talia na costa de Gibraltar. Ela revela seus planos e dá opções ao Cavaleiro das Trevas. O que o destino reserva a essa família com uma configuração tão incomum? O que será deles, a partir dessas experiências tão incomuns?
Na sua leitura, você perceberá que a edição Batman 663 é diferente: é uma história em prosa, chamada “O Palhaço à Meia-Noite”. Trata-se de uma história “Elsewords” sobre Batman, Coringa e Arlequina. As ilustrações são em 3D, bem assustadoras (não leia antes de dormir, se quiser dormir uma noite inteira). Gosto bastante desse tipo de história de Batman, escrita. É bem diferente do que estamos acostumados, e bastante cativante.

Coringa

Ficar olhando essa imagem de madrugada não é legal.

010A edição de Batman & Filho também conta com um arco adicional, escrito por Grant Morrisson e desenhado por Andy Kubert. Um trecho interessante do começo é quando Bruce Wayne (na figura do playboy fútil) está se encontrando com uma moça que tenta conversar com ele sobre o trauma da morte dos seus pais, e ele manda um “Isso foi há muito tempo. Eu… já superei”. Ironia das ironias. Batman está resolvendo um caso sinistro na cidade: tem um homem drogando, espancando e estuprando prostitutas, a ponto de deixá-las destroçadas. Cenas muito chocantes, principalmente para mim… Ele começa a procurar nos lugares mais sujos da cidade. 012E se depara com um homem que parece o Bane, o dobro do tamanho de um homem normal, usando uma roupa com um Morcego no peito. Como o cara que atirou na cara do Coringa. Na verdade, ele usa um golpe até bem parecido com o de Bane: pisoteia a coluna de Batman quando ele está no chão (lembrando que o pé do cara é do tamanho da coluna vertebral inteira de Wayne). Mas Batman consegue sobreviver e agora precisa procurar o culpado. Com a ajuda de Drake e Alfred, ele precisará desvendar esse mistério quase sobrenatural, com prostitutas pintadas como palhaços, criminosos vestidos de Batman, gigantes movidos a testosterona, seitas religiosas e sacrifícios humanos.

E a última história é se passa num mundo alternativo (Elsewords), com um possível futuro para Damian, um Batman que mata e uma Oráculo que vira a Comissária Gordon. Novamente: coisas de Morisson. Na verdade, eu acho que a “Batman e Filho” deveria ter acabado no conflito em Gibraltar. Mas tanto nas edições americanas quanto na brasileira elas tem esse segundo arco complexo. E como eu tenho compromisso com o material original aqui no Batman Guide, resolvi trazer na íntegra tal qual ele é veiculado em todo o mundo.
Vocês já devem ter acompanhado aqui no Batman Guide que o Grant Morrisson tem um jeitinho bastante… Peculiar de fazer as coisas. Numa página Damian é apresentado a Batman e na outra ele já está entrando na Batcaverna. Batman parece ter lidado bastante bem com o fato de ter tido um filho. Talvez por alguma espécie de “amor” que nutria por Talia – mas ainda assim, estamos falando de Bruce Wayne, o maior detetive do mundo, aquele que suspeita de tudo. Entretanto, temos um Batman que colocou Damian dentro de sua casa, deu a ele um quarto e um acesso ao seu centro de treinamento – e batcomputadores. Uma concessão irrefreada de pai?
A arte de Andy Kubert é bastante preciosista, ocupada em detalhar e deixar detalhes ao longo do cenário que só podem ser observadas com uma análise mais demorada. Alguns painéis da arte remetem aos quadrinhos pop da atualidade. É um trabalho bastante interessante. Não meu preferido, mas bastante interessante.
Batman & Filho abre precedentes para uma enorme gama de histórias – mas isso não é necessariamente bom, já que Batman parece não estar em seu lugar natural. Um Batman com uma família, em ambientes familiares… Como o Cavaleiro das Trevas vai lidar com isso?
Damian soou extremamente irritante para mim, da primeira vez que li. Mas é um personagem que evolui bastante ao longo da saga, então por favor continuem aqui no Batman Guide para entender melhor a personalidade dele. Esse primeiro arco, essa introdução ao personagem, foi inegavelmente feita em “grande estilo”.

Boa leitura!
É só clicar na capa para fazer o download no 4shared, e abaixo da capa estão os links para download no Mega e no FileSwap.

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Pausa de fim de semestre!

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Studying BatmanOlá!
Bom, como vocês perceberam, não atualizei o blog nessa última semana por pura falta de tempo. Como venho falando para alguns de vocês, estou terminando a faculdade e com isso as enormes monografias e relatórios de estágio tem consumido todo o meu tempo.
Por isso, vim deixar esse recado para avisá-los que essa semana não tem atualização, mas dia 02/07 eu saio de férias e vou voltar ao blog com força total! Estou acertando várias coisas legais para vocês, posts temáticos bem interessantes, HQs para sortear, itens para sortear que já vieram de fora do Brasil, enfim, muita coisa!
PS: Alguns de vocês já notaram que o Mediafire está bloqueando meus links. Eu já efetuei a migração dos links de download para outros servidores, mas ainda não tive tempo de trocar o link de todos os posts. Essa será minha primeira tarefa assim que eu sair de férias. Peço desculpas a vocês por esse incômodo :( Enquanto eu não troco os links, vocês podem acessar essa pasta do 4shared onde os links estão hospedados. Mas logo estarão todos nos seus devidos posts!

Pasta do Batman Guide no 4shared

Muito obrigada a todos pela compreensão. Conto com vocês na semana que vem!

(PS do Augusto: Não sei se alguém se perguntou “e o Augusto está fazendo o quê?” (alguns talvez não tenham notado que há Augusto, enfim), nós aqui dividimos as histórias entre nós. “Você escreve essa, eu escrevo essa” e daí por diante. Eu continuo escrevendo os meus, inclusive já tenho um ou outro prontos, mas não podemos postá-los pois quebraríamos a ordem cronológica. Então, vamos dar apoio pra morcega-chefe em seu fim de semestre e nada de pensar que tô de bobeira. Quando ela voltar será força total, cheia de tubos injetando venom, veias saltando, máscara… peraí, esse é o Bane…)


#70 – Batman: Morte e as Donzelas

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“Eu sou a filha de meu pai, detetive. O legado dele é meu agora, e o que faço, faço por ele… E por um bem maior. Não é exatamente isso que você faz, detetive? Um trabalho em memória de seus pais? Não é essa a razão de sua existência?”

Olá! Sentiram minha falta? Finalmente estou de férias!
A HQ de hoje insere-se em um ponto anterior da cronologia, antes da saga “Jogos de Guerra”, não lembro porque ainda não tinha colocado antes (desculpem!). Mas de qualquer forma isso não tem uma implicação maior para o entendimento de vocês, porque é uma minissérie foras das séries regulares de Batman, então não tem problema nenhum ser lida agora.
A leitura de hoje é “Batman: Morte e as Donzelas” (Batman: Death and the Maidens, roteiro de Greg Rucka e arte de Klaus Janson, outubro de 2003 a agosto de 2004)!

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DeathMaiden

Arte de PJ Lynch

Antes, uma pequena nota: o conceito de “Death and the Maiden” é um padrão encontrado nas artes do período Renascentista. Ele deriva das alegorias de “Dance of Death” (Dança da Morte) do período medieval, que retratam a universalidade das pessoas em seu derradeiro momento – todos somos iguais na morte, todos enfrentaremos os mesmos terrores numa dança macabra. A vida é frágil e passageira, e chega para todos.
A Morte e as Donzelas é um conceito bastante explorado em diversas artes: é o nome de uma pintura de Hans Baldung, Egon Schiele, Edvard Munch, de composições de Franz Schubert, um balé de Nikos Skalkottas, um filme de Roman Polanski, dá nome à biografia de Fanny Wollstonecraft, ao livro de Gladys Mitchell, e mais incontáveis referências.

001A HQ começa com um tenente notificando uma jovem mulher a respeito da morte de Vasily Vasilievich, que supõe ser seu marido. Ele morreu corajosamente numa explosão. A jovem ri debochadamente do tenente. Não… Ele não era seu marido. Tampouco seu irmão. Era seu bisneto. Seu último descendente.

002Os momentos de reminiscência de Batman, quando se lembra do fatídico dia em que perdeu tudo o que mais amou na vida através do cano da arma de um bandido, são sempre notáveis. Não poderia ser diferente aqui. Aqui, ele divaga sobre o fato de já fazer tanto tempo que aconteceu que ele está tendo dificuldades de lembrar do rosto de sua mãe. Me lembrei dos trechos iniciais de um dos meus livros preferidos, “A Sombra do Vento”, de Carlos Ruiz Zafón, em que o personagem principal percebe que a memória do rosto de sua mãe está se esvaindo. Bem, Batman é acordado por Alfred. Mais um dia em que é preciso salvar Gotham.
003Encontramos a mesma mulher do começo da história, mas há dois anos atrás. Descobrimos que se chama Nyssa. Ela está conversando com Ra’s Al Ghul, que conta sobre sua relação com Batman – tentara fazer dele o herdeiro de sua posição como Cabeça do Demônio, já que ele é o único ser humano digno de ocupar tal posição. Mas não só Bruce recusa como se torna seu pior inimigo, lutando contra ele e interrompendo a criação dos Poços de Lázaro nos lugares de grande concentração mística que seriam perfeitos para Ra’s. Ela ganhou um Poço de Lázaro dele (agora entendemos o diálogo inicial dessa HQ). Mas por que ele está contando essas coisas tão pessoais para ela? Ele precisa de sua ajuda – coisa que ele se nega a fazer. Nunca devemos subestimar alguém a quem o poderoso Ra’s Al Ghul recorre. Essa pessoa provavelmente dona de um grande poder.
004Para comprovar minha tese, vemos Ra’s Al Ghul recorrendo a Batman – invadindo a Batcaverna, na verdade. Poucas pessoas conseguem invadir a Batcaverna. Sabemos do incalculável arsenal militar e tecnológico de Ra’s – mas ainda assim, tenho minhas dúvidas se seria possível invadir a Batcaverna. Mas ENFIM, ele conseguiu. E pede a Batman um favor bastante precioso: que pare de matá-lo. Que o deixe construir seus poços, e assim macular o curso da natureza. Isso está fora de cogitação para o detetive, mas Ra’s oferece algo bastante único para Batman: um elixir alquímico capaz de conectar Batman aos mortos. Aos seus pais. A tentação mais antiga do homem: falar com os mortos. Encontrar os espíritos uma vez mais, depois de sua partida.

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Mas é realmente possível confiar em Ras? A proposta deixa Batman muito tentado. Reencontrar seus pais… Ver o rosto de sua mãe uma vez mais… Bruce toma sua decisão. E o desenrolar da decisão que toma é emocionante.
Ao longo da história, vamos conhecendo a história de Nyssa. Ra’s Al Ghul não aceitou o desacato que a mulher lhe fez, e planeja uma grande represália para ela. Nyssa conhece Talia em seu apartamento. E também vai até Batman, para alertá-lo das terríveis intenções de Ra’s. A mãe de Nyssa e Ra’s já tiveram um relacionamento, mas ela questionou seus métodos sanguinários que ele justificava como sendo para um “bem maior”. E assim surge Nyssa na vida de Ra’s Alghul. Toda a história de Nyssa está permeada com intervenções impiedosas de Ra’s. Ele parece não se importar com os mortos que deixa pelo caminho.
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Ela o encontra no fim de 1790. Ele a mata a primeira vez em 1794. Em 1941. Em 1945, num campo de concentração para mulheres. Em 1952. Matou a ela incontáveis vezes, e matou a seus filhos, netos e bisnetos – todos os que Nyssa já amou, incluindo sua própria mãe. Ela sequestra Talia. Uma vez. E mais uma vez. E de novo. Usando o Poço de Lázaro como instrumento. Para prepara sua vingança. As duas irmãs precisam se vingar. Receber a redenção pelas dores de seu passado. Mas qual o preço dessa redenção?


007Nessa HQ, Batman e Nyssa tem muito em comum: encontram e revivem pessoalmente as experiências dolorosas de seus passados. Batman coloca sua vida em perspectiva diante de seus pais, e reconta sua trajetória até o presente, questionando os meios que tem adotado para agir em nome da justiça – o sacrifício que Batman faz de sua própria felicidade é o que seus pais desejariam para ele? Nyssa tem uma dívida a acertar: uma dívida de sangue e dor, de um passado destroçado, de uma felicidade sempre destruída em nome do “bem maior”.
008Ambos tem nos seus pais as razões necessárias para suas lutas. Mas em sentidos diametralmente opostos.
O fim dessa história traz um evento que nunca poderíamos esperar. O fim de uma era. Somos levados a questionar se certas pessoas realmente aprendem com os erros e dores de seus passados.
Um momento interessante é quando Ra’s Al Ghul invade a Mansão Wayne sem ser convidado e Alfred o “convida a se retirar” apontando uma arma com munição de ketamina (um composto anestésico comumente conhecido como “tranqüilizante de cavalo”) e uma gramada para ele. Nunca devemos nos esquecer do passado militar de Alfred. É dele uma das frases mais impactantes dessa HQ:

“Você planeja sua vida com um propósito, independente do catalisador, Bruce. Simplificando, você é o Batman porque é quem deseja ser.”

Alfred

As partes que se passam no campo de concentração para as mulheres são realmente dolorosas e fortes.

CampoConcentEu particularmente gosto dos roteiros do Greg Rucka, e aqui também considero que ele acertou. O panorama do sofrimento de Nyssa ao longo do tempo é um grande mérito desta HQ. A arte oscila bastante: em alguns trechos é rica e proporcional, em outros trechos insere feições em desacordo com o contexto e retira alguns ossos do esqueleto dos personagens.

Espero que vocês gostem! A minissérie tem 9 volumes, coletados em um único link! Ah, uma nota: as numerações das páginas parecem estranhas, mas estão corretas. É porque as edições em que “Morte e as Donzelas” foram publicadas no Brasil não tinham só essas histórias, mas também outras.
Para fazer download no 4shared, é só clicar na capa. O link para download no MEGA está logo abaixo da capa!

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SORTEIO EMPÓRIO HQ – “Batman: O Cálice”

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LogoOlá, queridos!
A Empório HQ é uma loja de compra, venda e troca de quadrinhos/mangás/livros muito legal aqui de São Paulo. Ela está instalada na Rua Tucambira, 86, em Pinheiros, pertinho do metrô Faria Lima. A loja tem um ambiente bem intimista e caloroso, perfeito para você fazer suas compras e ainda ter uma boa conversa sobre a nona arte com os funcionários de lá.

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Conheci essa loja quando fui comprar minha edição de Batman – Cacofonia em PERFEITO estado por apenas R$ 6 – que oferta! O acervo deles é MUITO grande e tudo com preços muito justos. Dá uma olhadinha num pedaço do acervo deles:

Acervo008 Acervo007 Acervo006 Acervo005 Acervo004 Acervo003 Acervo002 Acervo001 Acervo009

E a Empório HQ cedeu de seu precioso acervo a edição de luxo da HQ “Batman: O Cálice” para sortear aqui no Batman Guide! Não é o máximo?

CapaCalice

Essa HQ foi lançada em 2004 pela Panini, e no original recebeu o nome de Batman: The Chalice. Quem acompanha o blog há um tempo irá reconhecer já na capa o estilo único da arte de John Van Fleet: ele também desenhou “Batman – De Volta à Vida”. O roteiro fica por conta de Chuck Dixon, que também trabalhou em “De Volta à Vida” e em outras sagas relevantes como “Aves de Rapina” e “A Queda do Morcego”. Na história, nos deparamos com um pacote misterioso chegando à Mansão Wayne, endereçado ao seu falecido pai Thomas Wayne. Dentro desse pacote está um consagrado objeto de desejo de incontáveis historiadores e estudiosos de teologia ao longo dos séculos: o cálice usado por Cristo na última ceia – um objeto raríssimo e de incalculável valor, que irá despertar a cobiça de inúmeras pessoas em Gotham… A resenha completa será publicada junto com o resultado do sorteio.

Agora vamos ao que interessa: como ganhar essa maravilhosa HQ de Batman?

É bem simples. Você precisa seguir esses três passos:

1. Curtir a página do  Empório HQ no Facebook;
2. Curtir a página do Batman Guide no Facebook;
3. Preencher o formulário no fim desse post!

Não se esqueça de ler o regulamento abaixo! Qualquer dúvida, é só deixar um comentário, ok? Boa sorte!

1. Você deve ser residente no Brasil.
2. Para participar, é obrigatório curtir a página do Empório HQ no Facebook.
3. Para participar, é obrigatório curtir a página do Batman Guide no Facebook.
4. Após curtir as respectivas páginas, preencha o formulário abaixo. Todos os campos devem ser preenchidos. No campo “Facebook”, insira o endereço do seu perfil. Caso você seja sorteado e não esteja curtindo alguma das duas páginas do Facebook, o sorteio será refeito.
5. A data-limite para participação é a 12 de julho de 2013, às 15h00. Este será feito de forma totalmente eletrônica. O resultado será divulgado no dia 14 de julho de 2013.
6. O ganhador da HQ se compromete a tirar uma foto com ela depois, para que seja postada no blog e na página do Empório HQ. É a única coisa que pedimos, não custa nada, né? ;)
7.Caso o ganhador não se manifeste em até 24h, o sorteio será refeito.

Boa sorte!


#71 – A Ressurreição de Ra’s Al Ghul

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“Eu tenho caminhado com a morte nas costas. Eu tenho me arrastado entre os restos sem carne… Sem corpo nas noites que não tem fim [...] Eu vi muitas coisas. Mas eu voltei para casa. Sou Ra’s Al Ghul.”

Olá!
Vocês já se inscreveram no sorteio da HQ “Batman: O Cálice” que a Empório HQ e o Batman Guide estão fazendo? Não? Então clique aqui pra se inscrever!

A HQ de hoje é mais uma obra de Grant Morrisson, em parceria com Paul Dini e mais uma série de roteiristas. É uma saga bem interessante, e saiu em 10 volumes e uma edição adicional. Essa saga é importante para a cronologia de Ra’s Al Ghul, e será bastante apreciada por aqueles que se interessam pela Bat-família e pela construção da personalidade de Damian Wayne. Prepare-se para presenciar “A Ressurreição de Ra’s Al Ghul” (Batman: The Resurrection of Ra’s Al Ghul, dezembro de 2007 a fevereiro de 2008)!

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Na última HQ que postei aqui no blog, “Morte e as Donzelas“, nos deparamos com uma situação inédita nos últimos séculos: a morte de Ra’s Al Ghul. Desde que tomara conhecimento das atividades criminosas de Ra’s Al Ghul, que envolviam a morte de milhares de pessoas ao redor do mundo para seus fins megalomaníacos, Batman vinha lacrando os Poços de Lázaro – os locais onde Ra’s se reestabelecia nos períodos de fraqueza e que permitiam que estivesse vivo desde o tempo das Cruzadas. Ra’s interrompia, assim, o curso da natureza, a ordem correta de nascer, crescer, criar um legado e morrer. Batman se recusa a ceder qualquer Poço para Ra’s.
Ra’s estava debilitado e fragilizado demais. Ao ser esfaqueado por sua filha Nyssa, Ra’s Al Ghul morre.
001Começamos a HQ com um estranho sendo enfático com Talia: o seu filho Damian deve conhecer a história de seu avô Ra’s Al Ghul, diante de uma perigosa ameaça ao legado dele. Essa perigosa ameaça é Batman, como era de se esperar. O Morcego está estudando o desaparecimento de dois ecologistas ligados à Fundação Wayne, que no momento estavam pesquisando o ciclo de vida de uma espécie de mariposa. O comportamento das mariposas indicava a alteração do ecossistema local – elas estavam vivendo por mais tempo. Multiplicando em muitas vezes seu período normal de vida.
002Damian Wayne não se interessa nem um pouco pela história do avô – em suas sempre gentis palavras, “Por que eu ligaria pro que aconteceu com um velho morto?”. Ele é um garoto bastante insolente. Mas ainda assim, Talia rememora a trajetória de seu pai (já contada na história “O Nascimento do Demônio“) desde o casamento com Sora, o desenvolvimento dos Poços de Lázaro e o primeiro teste com o Príncipe do Reino – ao sair do poço ele enlouquece e mata Sora. Para Damian é tudo um monte de besteira inútil, até que sua mãe conta para ele como Ra’s al Ghul enganou a morte. Assim como em “Morte e as Donzelas”, temos uma perspectiva da vida de Ra’s Al Ghul ao longo dos séculos. Na Batalha de Waterloo, com as cortesãs de Napoleão. Em Whitechapel, na Inglaterra, terra dos assassinatos de Jack O Estripador.
003Em todas os momentos ele é acompanhado por seu ajudante Fantasma Branco, que o fala sobre regras determinadas há muito tempo atrás. Há uma maneira de enganar a morte, mesmo sendo destroçado membro por membro: possuir o corpo de outra pessoa.
De preferência, de um garoto saudável e forte.
004Batman encontra alguém que pode ajudá-lo a desvendar o mistério do desaparecimento dos ecologistas. Um homem velho. Muito velho. Ele está começando a descobrir o que se passa quando é atacado por 4 ninjas. Quem nós conhecemos que treina uma liga de ninjas? Alguém muito poderoso. Que está prestes a ressurgir, com o corpo de Damian.
Num primeiro momento, essa tentativa de roubar o corpo de Damian dá errado devido às habilidades de combate do menino, e ele e Talia conseguem fugir.
Batman está cada vez mais próximo das pistas que o levarão ao que procura. Ele já tem uma ideia. Ao interceptar um assalto planejado por Talia e suas irmãs, ele ouve a seguinte profecia: “A cabeça de demônio está voltando da tumba”.
E Ra’s Al Ghul vai ao encontro de Talia.
Morto desde a HQ “Morte e as Donzelas”, ele ressurge.
Como isso é possível? Como ele conseguiu vencer a morte? Que mecanismos permitem a sobrevivência da mente além da morte do corpo? Como se mata um demônio?

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005O corpo em que Ra’s Al Ghul está envenenado com radiação, por isso possui um aspecto asqueroso e reptiliano. A carne o recusa, o rejeita, ele não sente dor, não sente a carne. Logo ela o expulsará, e ele nada mais será do que uma casca vazia e inerte. Por isso, ele precisa de fato do corpo de Damian, que contém seu próprio sangue e seu próprio DNA. Ao fazer essa proposta, o garoto fica indignado: “Você quer o meu corpo? Outra vez com essa merda? Como espera que eu reaja diante disso? Pareço-te um completo imbecil?” Ra’s fica irado com a ousadia de Damian, e afirma que exige dele nada menos do que “absoluta obediência”. Damian encerra a conversa: “Velho ranzinza. Meu pai te fará em pedaços… Quando eu lhe disser que você voltou.

Nesse ponto é importante observar o grandioso treinamento de Damian: ele consegue escapar das tentativas de contenção da Liga dos Assassinos, e foge. Ra’s fica possesso: “Eu não arrastei minha pouca essência corporal através do congelante nada para ter meus sonhos de imortalidade acabado por uma criança egoísta!”. Ele desconta sua ira na sua adorada filha Talia.

007Damian vai até o único que pode protegê-lo agora: Batman. Mas Batman está em uma missão na Ásia agora, e quem o recebe é Tim Drake, que não acredita em uma vírgula da história que Damian conta – afinal, Ra’s Al Ghul estava definitivamente morto. Não devemos nos esquecer da evidente rivalidade que os atingiu desde o primeiro encontro, de ambas as partes. Da parte de Damian por considerar que Drake não é digno de ser intitulado filho de Batman; da parte de Drake há ressentimento com o comportamento hostil de Damian com ele desde o primeiro contato, e por Batman ter introduzido Damian de forma tão repentina na Mansão Wayne.

008O fato é que eles não se entendem de maneira nenhuma. Momento engraçado da luta entre eles é quando Damian quebra um quadro raríssimo da Escola de Hudson River na cabeça de Drake com a justificativa “de qualquer jeito, isso vai ser tudo meu um dia!”. Enquanto eles lutam, a Mansão Wayne vai sendo cercada por membros da Liga dos Assassinos, treinados em todos os tipos de artes marciais, com a seguinte ordem de Ra’s Al Ghul: trazer Damian sem machucados, mas matar qualquer outro se estiver no caminho.
Ao descobrir as intenções malignas de Ra’s, Batman precisa tomar uma decisão: ir atrás de seu filho para protegê-lo ou ir atrás de Ra’s Al Ghul para detê-lo?

009Asa Noturna segue para a Batcaverna para evitar uma catástrofe. Os ninjas estão em uma absoluta vantagem numérica, além da total ausência da ética Wayne de “não matar”. Ele encontra Damian, percebe sua fantasia de Robin, e pensa: “nota mental: dar um MURRO nesse moleque.” É, Damian não é a pessoa mais querida da Batcaverna. Drake e Damian são sequestrados pelos ninjas de Ra’s Al Ghul, mas Damian foge, deixando Drake à mercê de seu cruel avô. Destaque para Asa Noturna, que age com cada vez mais independência e sabedoria. Se alguém te narrasse o comportamento dele nessa HQ sem citar nomes, você não saberia dizer se estava falando de Batman ou de Dick Grayson.
Ra’s faz a mesma proposta que fizera a Batman em “Morte e as Donzelas”: fazê-lo se reencontrar com seus falecidos pais. Ao avisar que seu pai agora era Bruce Wayne, Ra’s é baixo: ele afirma que em breve Bruce se afeiçoará tanto a Damian que esquecerá da existência de Drake.

010Robin responde com uma evasiva. E Ra’s Al Ghul é um homem que não sabe lidar com “nãos”.
Drake também tem um corpo adequado e saudável. Perfeito para um espírito combativo que procura um novo invólucro. Damian ou Drake, um dos dois será o novo hóspede do espírito de Ra’s Al Ghul. Robin, o filho adotivo e precioso, o mais perspicaz dos seus sidekicks. Damian, seu filho natural com uma das poucas mulheres que realmente amou. Um deles irá perecer e receber um espírito maligno que perdurará ao longo dos séculos.
E é Batman quem deve decidir.

Alguns pontos dessa história são interessantes: o lado maternal de Talia parece aflorar diante da ameaça de perder a afeição de Damian para Batman. É dela uma das frases mais emblemáticas dessa HQ, ao combater um dos ninjas da Liga dos Assassinos tentando proteger seu filho:

“- Princesa, nossas ordens são para detê-la até que Ra’s Al Ghul decida seu destino.
- Meu destino? Meu destino é ser mãe… E sofrer por isso. Meu destino é não mostrar piedade para ninguém que ousar ficar entre eu e minha criança!”

013Percebemos também que nessa história Drake também não superou a perda de seus pais – aos moldes de Batman. Assim como Batman ficara tentado na HQ anterior, e cedeu à tentação de ingerir um composto de Ra’s Al Ghul para estar com seus pais mortos, Drake também pende para esse lado. Mas nesse caso, ele não se encontrará com os pais e as pessoas amadas, mas os fará ressuscitar. Tim Drake sofreu golpes duros demais no último um ano e meio.

“Está certo eu ter que negar aos meus amados uma chance de viver de novo? E está certo eu ter de viver… Enquanto eles ainda estão mortos?”

011Essa é uma história que fala, obviamente, sobre ressurreição. Mas transcendendo o sentido óbvio exposto no título da HQ, é também uma história sobre limites. Sobre até que ponto uma pessoa pode ir ao buscar a imortalidade. E em que ponto ela rompe sua “humanidade” em troca de uma existência eterna. O tema da “imortalidade” é explorado com amplidão na literatura, no cinema e nas artes em geral, e aqui percebemos em Ra’s Al Ghul esse desejo que é inerente à condição perecível de ser humano. Ra’s superou isso. Ele é imortal.
É interessante observar como Batman se posta no mesmo patamar de Ra’s Al Ghul nos quesitos força e inteligência. São inimigos que estão no mesmo nível altíssimo de combate. Só que, além do ódio que nutrem um pelo outro, há também um certo respeito que só pode existir quando se concebe que seu inimigo tem o mesmo potencial que você.
012Batman está movendo esforços impensáveis por Damian, para salvar sua pele. Ele não admite que encostem um dedo em seu filho. O garoto soa menos arrogante do que na edição anterior, consegue até se comunicar adequadamente com Alfred e tenta manifestar um começo de diálogo com Dick. Algo que eu pessoalmente admiro é que Damian não tem medo de nada, nada o detém, o assusta ou o faz hesitar. Claro que isso também significa que ele também não respeita nada além de seu pai.
Quem gosta dos personagens de Robin e Asa Noturna vai se empolgar com essa HQ, já que os dois personagens são exploradas com riqueza de detalhes. As peculiaridades da Bat-família são exploradas aqui, as relações entre seus membros, sujeitas a quebras, mas também a reconstruções.
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016Isso no roteiro, porque a arte oscila demais – o que já era de se esperar quando falamos de uma saga que contém 11 números (duas HQs como um “epílogo”, um prelúdio, as 7 edições da história em si e um prólogo). Em certos trechos, como na batalha entre Asa Noturna e Robin, a arte é de encher os olhos, mas em outros momentos ela é extremamente caricata. Destaque para a edição de Asa Noturna #138 e #139, uma das artes mais bonitas que já vi para o Grayson – uma cortesia de Fabian Nicieza e de Don Kramer. As cenas dos volumes finais também são de tirar o fôlego.

Asa

Asa 2
Espero que vocês tenham gostado do texto! Boa leitura!

Todos os volumes compilados num único link! Para fazer download no 4shared, clique na capa. Para download no MEGA, o link está logo abaixo!

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#72 – Batman/Lobo: Mortalmente Sério

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“- Lobo, você está fora de si. O que quer agora?
- Sexo, drogas, brigas, biritas e periquitas.”

Um post sobre o Lobo. “O que o Lobo tem a ver com Batman?”. Nada. “Porque esse post?”. Porque o Lobo tem esse poder de não precisar de grandes explicações pra aparecer no meio das histórias dos outros.
Isso não foi argumento mal pensado, é sério. O Lobo na DC é igual ao Deadpool na Marvel, os dois são tão loucos e tão aleatórios que eles são usados como carta coringa em qualquer título, de qualquer herói.
Esse texto terá diversas referências a outros heróis, tanto da DC quanto da Marvel, porque pra se entender a “magnitude” do Lobo temos que ter MUITOS pontos de referência. Pra terem noção de como o personagem é especial, ele é o personagem preferido do Stan Lee na DC.
Nesse post contarei a vocês sobre quem é o Lobo, e a história selecionada foi o crossover dele com o Batman, mas desde já lhes indico a ler/comprar/baixar o “Evangelho Segundo Lobo”, vocês ficarão por dentro e terão um excelente resumo de quem é o sujeito. Melhor do que eu escrevendo, claro.

Segurem as pontas que agora não tem mais regras, Lobo chegou ao sítio. Batman/Lobo: Mortalmente Sério (Batman/Lobo: Deadly Serious).

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“Ah que legal, o nome dele é Lobo! No original é Wolf?” Não, nada a ver com os belos canis lupus. Eu não sei se ao escolher esse nome o criador sabia que essa palavra tinha um significado em português, mas o significado original é algo como “Aquele que devora sua entranhas e se delicia com isso”. É, 4 letras tem esse significado todo. Igual filme japonês, pra falar um “não” o cara quase canta o hino.
Lobo é um mercenário e caçador de recompensas (isso não é a mesma coisa que mercenário). Ele veio do planeta Czarnia. Não é czar russo nem Narnia, é Czarnia.
Antes de continuar vamos deixar algo claro. A criação do Lobo e praticamente TUDO na história dele, é uma afronta à outras histórias e outros heróis. Lobo é conhecido como “O Maioral” não é a toa, ele foi criado com essa intenção. Tudo dele é melhor que dos demais.

Krypton era um planeta pacífico? Czárnia era TOTALMENTE livre de crimes. Wolverine tem fator de cura? O Lobo é imortal. Wolverine tem olfato apurado e pode seguir trilhas? O olfato do Lobo faz ele seguir de um sistema solar para outro atrás do cheiro de quem ele quer. O Justiceiro caça bandidos no mundo inteiro? O Lobo caça no UNIVERSO inteiro. O Motoqueiro Fantasma tem uma Harley que pega fogo? A harley do Lobo viaja pelo espaço. Eu nem citei tudo em que ele vence os demais, acho que já deu pra entenderem porque ele é “O Maioral”, não é?

Voltando a Czarnia… Lobo nasceu lá, e ainda criança matou todos os habitantes do planeta. Posteriormente descobriu-se que restou uma pessoa… A professora de primário dele, Miss Tribb. Depois ele a executa, mas isso são outros 500.
Lobo vs SupermanLobo tem força suficiente pra lutar contra o Superman, ele vaga pelo espaço lutando contra tudo que é tipo de aliens, monstros, raças, lidando com todo tipo de confusão. Até morrer ele já morreu. “Ué, ele num era imortal?”. Ainda não. A imortalidade do Lobo não é proveniente de mutações genéticas nem super poderes. É uma decisão do outro mundo.
“Ah, então o Lobo é medium?”. Não, senhores. Lobo tem um fator de cura altíssimo, e como ele por si só já tem uma resistência absurdamente grande, as poucas feridas que conseguem abrir nele se fecham numa velocidade que talvez só o Deadpool tenha próximo.
Não sei se vocês sabem, mas apesar do Deadpool ter o fator de cura tirado do Wolverine, o do Deadpool ainda é mais acelerado ainda, pois Wade Wilson (Deadpool) tem câncer, e ó câncer também ganhou fator de cura, então o corpo e o câncer ficam numa eterna luta onde ninguém vence, e como todo organismo, diante da necessidade, há uma evolução, e o fator de cura dele evoluiu pra um nível mais alto ainda.
A única vantagem de resistência do Wolverine contra o Deadpool é o esqueleto de Adamantium, o que impede o Wolverine de ser desmembrado o tempo inteiro como o Deadpool é. A exceção é nos encontros com o Hulk, pois este já cortou o Wolverine em dois usando as mãos. Mas voltando ao Lobo…

Lobo no céuA imortalidade dele é post-mortem. Apesar do fator de cura, da alta resistência e tudo mais… Ele acabou morrendo. Óbvio, ele foi pro inferno. No inferno ele tocou um terror tão grande que os demônios mandaram ele pro céu. No céu ele tocou um terror tão grande que ele foi mandado de volta a vida e foi “proibido” de passar pro “além vida”, ou seja, o além o proibiu de morrer.
Como “morrer” não depende exatamente dele (pois podem matá-lo), o além cuidou para que a alma dele não deixe o lado de cá da vida, e como ele tem o tal fator de cura acelerado… É sempre questão de tempo ele estar inteiro de novo. No mínimo incrível, não?
A imortalidade já o coloca um passo a frente do Superman, mas vamos por partes. As capacidades físicas do Lobo diferem de acordo com o roteirista da história. Antes que me chamem de mentiroso em dizer que ele é tão sinistro isso tem que ficar CLARO. Em algumas histórias, ele chega a ser ferido por balas, em outras ele é igual o Superman e as balas nem machucam. Em algumas ele tem a força um pouco além da de um humano extremamente forte, em outras ele tem a força igual a do Superman, que toma todo cuidado para não rasgar carne e ossos como papel dos humanos quando encosta neles. Claro que a versão adotada pelos fãs é a versão “Superman” do Lobo.

Vamos aos fatos sobre o Lobo:

 Ele pode criar cópias de si mesmo, com o mesmo poder e habilidades a partir de cada gota de seu sangue;
O olfato dele o permite farejar seus alvos mesmo que eles tenham ido pra outro sistema solar;
Usa uma corrente/gancho de titânio;
Anda numa moto Harley espacial;
Tem um chip no cérebro que fica sintonizado 24 horas em uma rádio de metal;
Não envelhece, ele não adoece e não sente nem 1/3 do que costumamos a sentir de dor;
É expert em combates armados e desarmados;
Tem intelecto de nível gênio para destruição, é perito desenvolver explosivos e vírus, ou a união de ambos, armas químicas. E também antídotos para as mesmas.
Sabe falar 17.897 linguagens aliens (número fornecido pelo mesmo);
Extenso conhecimento sobre história, cultura, linguagem e localização de diversas raças de diversos planetas sem auxílio de nenhum tipo de tecnologia;
Fator de cura acelerado;
Super força, super velocidade, super resistência;
É imortal por ter sido proibido de ir pro céu ou inferno após ter destruído ambos durante seu período morto.

Basta? Pra mim ainda não. Vale citar a passagem dele pelo “O Dia mais Claro”, a super saga da DC que teve como origem as histórias do Lanterna Verde. Como vocês talvez saibam, no universo DC, existem os espectros de cores/sentimentos, os guardiões e tal, o espaço é dividido em setores, blablabla… E cada tropa de lanternas tem sua cor.
Lobo apareceu para capturar o general dos Lanternas Vermelhos, Atrocitus. Nessa investida de capturar Atrocitus, Lobo teve de lutar contra o próprio Atrocitus e também contra Hal Jordan (verde), Sinestro (general dos amarelos) e Carol Ferris (Estrela-Safira/rosa). Lobo bateu em retirada, e Hal Jordan que já o conhecia de outros invernos espaciais achou estranho, pois o Lobo não desiste de nada. Depois foi revelado que Atrocitus pagou o Lobo para atacá-los, para assim Atrocitus ajudar os demais a combatê-lo e ganhar a confiança deles. O pagamento? Um anel da tropa vermelha. Lobo é suficientemente forte para ter derrotado todos ali.

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Pra finalizar esse pequeno resumo do “Maioral”, cito que ele chegou a fazer parte da Liga da Justiça por um curto tempo. Quando Superman morreu (é, assim como muita gente da DC, o Superman tambem já morreu), Lobo achou que era a única pessoa que tinha condições de substituir o Superman, realmente era, mas ninguém o queria lá. Ele entrou assim mesmo e ainda ajudou a Liga, mas quando Superman voltou Lobo abandonou o barco e disse que se precisassem… Não era pra chamá-lo.

Agora que estão melhores apresentados ao Lobo vamos pra narrativa da história dele com o Batman.

001Quem acompanha meus textos aqui há algum tempo sabe que sou sincero. A arte dessa HQ tá uma bosta, e o roteiro hiper forçado. Culpa dupla de Sam Kieth. Sim, as duas catástrofes vieram da mão da mesma pessoa, este sujeito é roteirista e desenhista da mesma história.
Tudo nessa história acontece rapidamente, tudo em sequências sem grandes pausas. É típico daqueles roteiristas que desenham de qualquer jeito só pra poder ter o roteiro nos quadrinhos. Você verão um Lobo que chega a ser disforme de tão grande que é a musculatura e um Batman ridículo com orelhas do capuz maiores que a própria cabeça. Querem saber no que ele capricha? Mulheres. É típico de um desenhista que pega material do Lobo.
002Não me culpem pela “falta de detalhes” em minha narrativa. Não tem citações à outras sagas ou histórias, não tenho outros desenhistas pra comparar a arte, não tenho bons detalhes para comentar nessa história. Até tenho, como eu disse, as mulheres estão bem desenhadas, mas bem, não vou ficar falando a mesma coisa em todos os parágrafos.
Quem já lê o blog há algum tempo e já leu alguns outros textos meus sabem que eu faço o que posso pra deixar os mínimos detalhes sem evidência, se não estou fazendo isso nesse texto, é por uma boa razão.
003A história começa na mansão Wayne, Batman vestido de morcego no meio da SALA, ouvindo a voz de uma fantasma caolha chamada Astrella, dizendo que ele será teletransportado pra um local a 7.2 anos luz da terra. É, o primeiro quadro é isso. Não tem um preparo, diretíssimo ao ponto.
Uma mulher com jeito de secretária o aguardava do lado de fora de uma nave espacial que está dominada por uma praga, e ela acredita que o Batman poderia ajudar. Eles andam alguns passos para longe dali, e lá está o Lobo sentado. Ao lado do cadáver de uma mulher que até poucos instantes estava viva.
Batman e Lobo começam a trocar porradas tão de estalo quanto o teletransporte do Batman. Esse Kieth não sabe fazer suspense, as coisas simplesmente acontecem de uma hora pra outra. Eles mal trocaram 3 frases e já começaram uma briga.
004Durante os carinhos entre o morcego e o maioral, Astrella avisa que a “praga” na verdade não é uma doença, é uma presença viva que domina a mente/corpo das pessoas.
Só pra não passar em branco, Batman estava levando a melhor na luta. Legal pra nós que somos fãs do morcego, mas errado porque no braço o Batman não ganharia do Lobo de jeito nenhum.
A tal secretária careta que recebeu o Batman virou uma sinistrona violenta, arrumou uma arma e começou a matar aliens aleatoriamente, Lobo tenta parar a mulher, mas aparentemente a “presença viva” também dá super força, pois o grande nem conseguiu mover a tal secretária.


005Lobo dá uma recaída dizendo que não esqueceu das mãos do Batman no pescoço dele, e leva outra mão fechada no meio dos olhos. Como dá pra ver, o Lobo tá um OTÁRIO nessa história.
A medida que os quadros avançam, Batman põe suas habilidades de detetive na mesa e nota que o “vírus” só pega mulheres, e que de de alguma forma ele está conectado com a “coisa verde” que tá corroendo a nave espacial do lado de fora.
Nesse meio tempo descobrimos que o hospedeiro da “presença viva” vai ficando fraca muito rapidamente, como se a possessão desgastasse o corpo do hospedeiro, obrigando-a a trocar de corpo com certa frequência. Abandonando o corpo da secretária, a coisa pulou pro corpo de uma colegial de 14 anos, através de um beijo.
006A colegial roubou a moto do lobo e abriu fogo na galera. O maioral avançou na garota pra matar, e o Batman avançou no Lobo pra impedir. Ela consegue fugir na moto do maioral e os dois ficam lá com cara de otário.
A colegial dá de cara com um monstro grande que faz lembrar o Venom ou coisa assim, o bicho arranca o braço da menina, ela monta na moto de novo e pilota até colidir e explodir a moto do Lobo, uma stripper se aproxima do local, e o esqueleto carbonizado da colegial a beija na boca passando a “presença viva” pra striper, que também rasga as roupas e vira especialista em armas.
Tão entendendo até ai? É, tá simples. O virus pula de mulher pra mulher através de beijos, e o Batman e o Lobo ficam correndo atrás do prejuízo. Só isso. Genial, né?
007A dupla que não é a dinâmica encontra a stripper possuída, depois dão de cara com o monstro que parece o Venom, o Lobo fuzila o bicho… Aí descobrem que eras ó um filhote, a mãe chega e começa a parte complicada, a mente do Batman é levada pra um lugar que ele considera seguro pra um bat-papo com a Astrella, e depois da conversa é mandado de volta pro olho do furacão, onde o Lobo descarrega sua arma na mãe-monstro do tamanho de um prédio. A monstra explode, mas não foi o Lobo, foi a stripper.
008Uma coisa engraçada é o Lobo falando com o Batman. “Morcegoso”, “Orelhudo”. Enfim… Eles acabam indo pra Gotham, eles detêm a mulher, mas o vírus toma o corpo do Lobo. “Mas não pegava só em mulheres?!”. É. Só tenho a dizer uma coisa sobre isso: Caravana pra matar o Kieth.
Gordon entra na história, rolam umas mortes, mais porrada, tentam deter o Lobo mas ele foge… O Maiorial fica perdido pelo deserto do Arizona, e acaba encontrando Las Vegas. Lobo é um caçador de recompensas que viaja sem mapas entre um sistema solar e outro, entre planetas, tem um faro que o leva aonde quiser no espaço… E ficou perdido no Arizona. O lance da caravana tá de pé, só avisando.
O final da história também não é excelente.

012Só pra eu poder dormir hoje: Não gastem seu dinheiro com isso.
Vamos lá… Vocês já me viram diversas vezes aqui apoiando que sempre comprem HQs quando puderem e tal, mas eu sempre sou sincero a dar esse julgamento, eu aconselho a comprar o que eu julgo que vale a pena, e usando dessa mesma sinceridade lhes digo que essa NÃO vale a pena. Só se você for colecionador, ou estiver com dinheiro sobrando, se for parente do Kieth e coisas do tipo (se for parente do Kieth é melhor nem comentar no post).
Eu tenho aqui, saiu na Batman Extra #15, pela Panini. Comprei porque eu queria ter todas Batman Extra. Eu só abri 2x na vida, uma pra ver se não veio com defeito, e outra pra escrever esse post.

011

Na primeira eu quis matar o Kieth, na segunda eu senti algo que nem nome tem, pois o final da história (digo as últimas páginas), o sujeito simplesmente começou a desenhar pior do que já estava antes. É VISIVEL, é como se eu que sou destro decidisse tentar desenhar as últimas páginas com a mão esquerda. Lógico que ia sair uma bosta.
Esse meu texto está bem a caráter dos meus primeiros por aqui, cheio de críticas, reclamações, mas eu só faço isso quando a obra é uma porcaria em um todo. O que salva eu digo “SALVA”, mas nessa…Tá tudo errado. Ele parece que terminou as pressas, coisa que não é surpresa já que a história toda foi hiper corrida e sem detalhes.
O objetivo do Batman Guide é trazer todas as histórias importantes sobre Batman, e a importância dessa foi mostrar o crossover mais conhecido do Batman e do Lobo, dar um parecer sobre o personagem Lobo, que já fez parte da Liga da Justiça, da qual o Batman faz parte. As histórias que trazemos são importantes para a cronologia, sim, mas não significa necessariamente que são boas. “Mortalmente Sério” foi um desses casos.

Enfim. Espero que o texto não tenha sido tão horrível pra vocês quanto foi pra mim.

Minissérie em dois volumes, reunidos em um único link!
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RESULTADO DO SORTEIO Empório HQ: “Batman – O Cálice”

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As histórias de Batman não costumam abordar a temática religiosa. Aliás, há diversos tópicos de discussão sobre a religião de Batman, você pode ler alguns clicando aqui, aqui e aqui.
Só por isso já podemos criar expectativas a respeito de “Batman – O Cálice”.
Já “O Santo Graal” é recorrente na literatura: esse tema desperta a imaginação das pessoas. A “Lenda do Santo Graal” trata sobre um cálice que teria sido usado por Jesus Cristo na Última Ceia, e a que são atribuídos poderes mágicos e sagrados. Primeiro como lendas e depois como relatos historiográficos, desde o século 12, quando foi citada pelo francês Chrétien de Troyes. A figura de José de Arimatéia foi definida como primeiro detentor (que recolhera o sangue de Jesus com esse cálice) e encarregado de proteger esse objeto. Desde então, uma série de romances medievais se propõe a recontar a trajetória desse objeto desde Jerusalém até a Inglaterra – e é procurada pelo Rei Artur e pelos Cavaleiros da Távola Redonda, para devolver a paz ao reino de Camelot.
Enfim, eu poderia falar mais e mais sobre essa lenda que já inspirou tantos filmes, livros, documentários, pinturas, músicas, quadrinhos e tudo mais, porém acho que já deu pra sacar que nessa HQ estamos lidando com um grande mistério da humanidade. Vamos para “Batman – O Cálice”.

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A HQ começa com um detalhe bem interessante: a dedicatória de Chuck Dixon. É a seguinte:

“Ao padre Johns, o único da Igreja de St. Andrews que lia a página de quadrinhos do jornal de domingo no púlpito.”

001Um misterioso pacote chega à Mansão Wayne. Endereçado a seu pai, Thomas Wayne, numa elaborada letra escrita à mão. O envelope parece ser de couro, e está lacrado com cera. Certamente trata-se de uma brincadeira bastante engenhosa. Mas ao analisar o objeto na bat-caverna, Bruce descobre que se trata de um livro de encadernação irlandesa e papel de linho italiano. Uma lista de nomes. Batman é descendente de um dos Cavaleiros da Távola Redonda.
002Bruce vai ao encontro de Lorde Peter DeWettering, que informa sobre seu passado: ele pertence à Casa de Gevain. E também o fala sobre o futuro: ele tem uma obrigação de sangue a cumprir. Uma obrigação cuja linhagem de Wayne arcou muitas vezes. Cuidar de um objeto mais precioso que sua vida. O cálice onde o sangue do Messias foi depositado, e que deve ser guardado com a vida. Mas porque confiariam um objeto tão precioso à Bruce Wayne, já que sua figura é a de um playboy irresponsável? Será que o Lorde sabia que o Guardião de Gotham é uma das únicas pessoas vivas capazes de ser o Guardião do Graal? Com os poderes do Cálice, Batman poderia oferecer a redenção a Gotham – assim como o rei Artur buscou a redenção de Camelot. Mas não foi essa a missão dada a Wayne. Ele deve proteger o cálice, não usá-lo.
003Mas… Protegê-lo de quem? Batman não tem certeza… Mas tem uma vaga idéia. A notícia se espalha pelo submundo de Gotham, depois dos rastros da morte criminosa e violenta daqueles que entregaram o objeto a Wayne.
Existe alguém que, desde o início dos séculos, cobiça o Graal. Já quase obteve a peça por três vezes na história, mas em todas elas ele perdeu o objeto – e descontou sua ira massacrando pessoas inocentes e criando conflitos que perduram até hoje. Ra’s Al Ghul. Ele precisa desse objeto para aumentar seu poder, para expandir seu reinado sobre a Terra e saciar deu desejo por imortalidade. Ra’s é sempre tão egoísta e interessado em si mesmo… Ou será que não?
004Uma perigosa irmandade de Merovíngios também está à procura da taça, para que volte ao lugar de onde nunca deveria ter saído: de dentro da própria irmandade.
Pinguim também deseja obter a Taça. Para tal, ele contrata os serviços da Mulher-Gato, perita em roubos e crimes.
Essas pessoas não medirão esforços para obter o Graal, um objeto realmente raro e milagroso, que se cair em mãos erradas pode mudar o curso da vida humana sobre a Terra.
A HQ tem um desfecho surpreendente.

A religiosidade dos personagens, tema pouco explorado como eu disse no começo do texto, é trabalhada de forma interessante. Ao analisar o objeto, ela encontra um padrão binário. E trava o seguinte diálogo com Bruce:

“- Você disse que é um artefato religioso?
- Um objeto sagrado. Eu vi a prova! […] Um milagre. Ele tem poderes de cura.
- Eu não creio em milagres.
- Mas esse é real, Bárbara!
- Para milagres funcionarem, é preciso ter fé. Eu não tenho essa fé.
- Você não acredita em Deus?
- Não é isso. É outra coisa. Eu não… Vou continuar trabalhando. Desligo.”

Após desligar, ela revela o padrão binário encontrado na taça. Um trecho da Bíblia, encontrado em Marcos, 14: 32: “E foram a um lugar chamado Getsêmani…”

Ra’s Al Ghul também fala sobre a figura de Cristo.

“O objeto pertenceu a um ser que até eu saúdo. Não por amor, mas por respeito. O cálice é poder. Além do tempo. Além do espaço. Além da lógica humana.”

Também achei bem interessante o início da HQ, com uma narrativa de um cavaleiro medieval corajoso e ousado destinado a proteger o Graal – pelo qual estava disposto a dar a sua própria vida. O texto diz:

“Seu dever era encontrar um artefato: O Cálice de Cristo. Nem todas as hostes do Inferno poderiam detê-lo. Apesar de terem se erguido de todos os lados, seu lado era o da Justiça.[...] Nem a tentação da carne ou a promessa de tesouros terrestres poderiam influenciá-lo.

005Os trechos em negrito não parece descrever exatamente a retidão de caráter de Batman, e sua obstinação com a promessa que fizera aos seus pais?
Eu realmente gostei dessa HQ, apesar de alguns comentários negativos da crítica. Achei a temática incrível, e pensar que Batman pertence a uma linhagem milenar é interessante. Introduzir o mito do Graal a um personagem tão envolto em mistério como é o Batman foi uma combinação que, na minha opinião, deu muito certo. Eu adoro os trabalhos do Chuck Dixon, acredito que ele é um roteirista que SABE trabalhar com Batman.
A arte de John Van Fleet então dispensa maiores comentários. Sua técnica é bastante singular, e colabora para o tom de mistério que cerca toda a história do Graal. Os momentos são mostrados através da expressão dos personagens – basta perceber a diferença na expressão de Wayne quando falam de seu pai, sua face se ilumina, assim como seu coração. E o cálice também traz mais vida ao seu olhar.

LineDown
Destaque para os cenários criados por Fleet, bastante poderosos na minha opinião, e para a presença da Mulher-Gato, com uma linguagem corporal bastante chamativa e aparições vivas e engraçadas – em contraste com uma trama de temática densa e quase sobrenatural.
Para mim definitivamente valeu a leitura, e eu tenho certeza absoluta que você vai gostar. É uma HQ tão bacana e tão preciosa que eu estou até com invejinha do ganhador do sorteio! :P

Falando nisso, agora que você já leu sobre essa HQ, vamos conhecer o sortudo que levou essa maravilhosa edição?

Antes disso, preciso dar um agradecimento especial ao André Mendes, que foi quem intermediou e possibilitou esse sorteio. Obrigada, André!
Então, vamos saber quem ganhou?

Roberto

O ganhador foi o Roberto Ribeiro! Parabéns!
Entrarei em contato com você. Por favor, responda dentro de 24h, senão irei realizar novamente o sorteio (conforme o Regulamento).

E se você não ganhou, não fique triste! Faça um favor a você mesmo e baixe essa incrível HQ!

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#73 – Batman: Coração do Silêncio

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“Desta vez eu atingirei Wayne direto em seu coração. Pois apenas sua completa destruição pelas minhas mãos exorcizará os demônios do meu passado.”

Essa frase define bem do que se trata essa história. Vingança atrás de vingança.
Boa noite a vocês, presumindo que queiram ler isso no clima da grande e velha Gotham. Esta é a saga “Coração do Silêncio”, escrita por Paul Dini e desenhada por Dustin Nguyen, já no novo milênio, praticamente um dos últimos passos antes do morcego entrar na saga “RIP”.
É uma história de certa forma realista, com planos e consequências bastante humanas. Não é um ás pra se jogar sozinho na mesa caso queiram apresentar o morcego a alguém, mas dentro de um bom pacote com histórias selecionadas, essa merecia ir dentro.
Mão no peito e cuidado com cada sombra, vamos lá. (“Batman: Heart of Hush”, setembro de 2008 a janeiro de 2009).

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001“Coração do Silêncio” foi só uma das dores de cabeça que antecederam a maior de todas que o Morcego podia ter. Uma história um tanto reveladora, que mostra um Batman deixando seus sentimento expostos a uma mulher, uma história cujo primeiro quadro já dita bem qual será o ritmo das coisas, uma corrida. Teremos a oportunidade de entender melhor o passado de Thomas Elliot, o Silêncio, e a ruína desta mesma família que, junto a dos Wayne e Cobblepot, era uma das 3 maiores de Gotham City.
A arte dessa revista tem pontos altos e baixos quase por igual. É uma arte clara de entender, sem grandes “inovações” daquelas que é tão “nova” que acaba enrolando ou atrapalhando. Organização de quadros, ações e falas bem simples e diretos. Os dois pontos negativos que peguei do Dustin nos desenhos são fáceis de perceber.
Primeiro: tudo feito com muitas retas, deixando o desenho com aparência meio quadriculada/retangular, algo como os primeiros personagens 3D dos videogames.
002Segundo: Essa parte talvez não seja totalmente responsabilidade do Dustin, mas também do colorista. Os desenhos falham no degradê entre as cores luz/sombra. Reparem que você pode praticamente traçar uma linha no local onde o colorido muda, não tem aquele efeito “fade”. Da luz para a sombra não é aquele efeito progressivo de escurecimento, você praticamente traça uma linha, pinta de uma cor onde tem que ser claro, e de outra cor onde é escuro. Tipo colagem de criança.
003Não estou condenando os desenhos do Dustin, só apontando o que notei. Ele desenha bem, e trem criatividade para as cenas, ele soube passar bem com seus traços o “sentimento” da história, tanto a frustração do passado do Silêncio quanto a raiva do Bruce no presente diante dos ocorridos. Fora que para detalhar ele deve ter perdido um bom tempo. Reparem na coronha das armas e nas marcas das bandagens do Silêncio. Fora que ele faz o esquema de “silhueta sombria” do Batman como tanto gosto. Agora começarei a narrativa da história.
Vamos começar já na correria, acompanhando um sujeito fugindo de cães. Mulher-Gato o faz escapar de terminar igual um antilope na savana. Ela dá uma chicotada na fuça do cachorro e o tal fugitivo dispara o gancho que substitui sua mão direita, agarra a Mulher-Gato pela cintura e vão para um terraço.
004O camarada já dá uma de capitão gancho com uma garra de 3 pontas no lugar da mão direita, e pra terminar de surpreender ele dispara a tal garra igual o gancho do Batman. Oh claro, era o Batman. Esse é “Knox Canhoto”, outro disfarce do morcego, assim como o Fósforos Malone.
Ele troca de roupa no alto do prédio e parte aos pulos com Selina pelos terraços de Gotham. Eles não contavam com o fato de estarem sendo observados pelo mal-caráter que deu nome e razão ao título do arco… O Silêncio. O Doutor. Thomas Elliot, herdeiro de uma das 3 maiores famílias de Gotham City.
Todos os 3 personagens principais aparecem logo nas primeiras páginas. Batman, Mulher-Gato e Silêncio. Um fará algo com outro, e o que restou vai correr atrás do prejuízo. Confuso? Que nada, até fácil demais, sigamos o curso da história.
Ocorrem duas passagem solo do Elliot. A primeira é enquanto observa o morcego e a gata, de um local próximo a um hospital. Um morador de rua o aborda, não como o morador de rua abordou o Zsasz, foi na bondade, lhe informando que o hospital estava fechado. Elliot viu um prato cheio ali. Porque? Ele está colecionando gente. Não é nada como um “Dead Human Collection”, nem nada a estilo de “Olhos Famintos”, ele está dopando diversas pessoas com algo que as deixa um tanto “estilo zumbi” e sob seu controle, e as colocando dentro do tal hospital como seus “funcionários”.
Podemos ver que seja lá o que o Elliot quer, ele pegou pesado nos investimentos. Como eu estava dizendo, essa foi a “primeira passagem” de chegada do Elliot nesse arco, a segunda logo consecutiva, é ele falando de si, de sua história e da história de sua familia.
Segundo seu depoimento para os leitores, seu pai era um ricasso de familia nobre de Gotham, que vivia desgostoso com a vida, fazendo nada, bêbado, isso quando não estava gastando milhões em alguma coisa que lhe encheu os olhos no momento, como carros, aviões, mulheres. Parece aquela raposa dos desenhos do Pica-Pau ao conseguir dinheiro: “Carros… Mulheres … Iates… Mulheres… Mansões… Mulheres…”.
006E sua mãe… Ah a mãe do jovem Thomas… Não saia das baladas com a tia do bátema. Brincadeira. A mãe do Thomas era uma mulher normal, que ficou rica ao casar com o Elliot-mor, só que ela o tempo inteiro achava que ela e seu filho deviam mostrar que merecem o status ganho tão facilmente com o casamento. Aparentemente uma mãe mais direita que o pai.
Ele deixou claro com todas as letras que ele quer a ruína de Bruce Wayne, vide a primeira citação do texto.
Os contos do Silêncio passam de quadros com imagens de antigas fotos de familia para um flashback. Aos seus 10 anos, “alterou” o freio da limousine da própria familia. Fica óbvio que o garoto além de um prodígio também era um lunático. Uma criança normal de 10 anos não teria o intuito de sabotar nem uma bicicleta, quanto mais um carro de luxo.
A sabotagem dá certo, eles sofrem um acidente, mas ele não contava com o socorro bem sucedido de Thomas Wayne. Esse é o pai de Bruce Wayne: médico, filantropo e milionário. Se também fosse “bilionario” e “gênio” teria roubado a cena do Tony Stark. Então… Graças a Thomas Wayne, a mamãe Elliot sobreviveu ao acidente.
O flasback vai parar no hospital junto ao jovem Elliot, Bruce e Thomas Wayne. Este último ficou em cima do ocorrido, falando com o detetive Bradley que avaliava o “acidente”. Rolou uma transferência de hospital da mãe do Elliot e ela foi levada para o mesmo hospital que o Silêncio já adulto comprou e abarrotou de “zumbis”. No flashback, chegou a hora do garoto ver sua mãe pós-acidente.
005No quarto a gente até se impressiona, a mulher está com bandagens no rosto exatamente igual a ele no presente. Ela o chama, diz que o Dr. Wayne está cuidando muito bem dela, perguntou se o Bruce estava lá, elogiou o jovem morceguinho, e durante as falas para encorajar seu filho puxou citações de Aristóteles por duas vezes. Por fim deu-lhe seu cordão cujo o pingente era um círculo.
O pequeno maldito então mostra a nós leitores o que ele poderia ter feito com a mãe dele. A coisa vai de chute na traqueia pra baixo. Se com 10 anos está assim, dá pra imaginar o quão podre o Silêncio é por dentro, e ao contrário da maioria dos loucos que rodeiam o Batman, esse é louco desde a infância e era tido como amigo para o Bruce.
Fim de flashback e estamos de volta à Gotham com Batman e Mulher-Gato invadindo um local onde haviam animais ilegais sofrendo maus-tratos e coisas do gênero. Um dos responsáveis foge enquanto os demais pagam nas mãos (e pés) do morcego. Mal sabe ele que correu da cruz e caiu na espada. Deu de cara com o Silêncio, e a múmia dos tempos modernos abriu fogo no sujeito. Batman finalmente viu seu nemesis deste arco.
007Silêncio diz que ele não precisa se preocupar com inimigos, pois ele não deixaria ninguém matá-lo em seu lugar. É o tipo de comentário que alguém de raciocínio lento ainda daria um sorriso feliz pela proteção e em seguida arregalaria os olhos chegando a conclusão de que o cara quer sua caveira. Silêncio dá uns tiros na direção do morcego e este reage com alguns batarangues, Silêncio diz que não é a hora do confronto final deles e foge.
Batman chega ao hospital e lá perde pro Silêncio em uma briga no escuro. O homem-Morcego perder pra um HUMANO no escuro? Tudo bem, não foi na porrada, ele levou um tiro pelas costas e ficou desacordado à mercê dos zumbis do Silêncio.


This is the rhythm of the night (8), flashback de novo, e agora estamos em um acampamento que os jovens amigos Bruce e Thomas estavam remando em um barco pelo lago. Eles conversaram sobre assunto sério, Thomas abriu o jogo quanto a seu pai, algo triste de imaginar uma criança dizendo, mas foram interrompidos pela mãe do Thomas.
008Ela ficou igual ao Retalho do Justiceiro, toda costurada e numa cadeira de rodas. Visivelmente perua debilitada com problemas mentais, constrangedor para o garoto. Ela foi buscá-lo debaixo de sermões, paranóias e gritos, deixando-o mais constragido ainda. Um garoto deu uma zuada nele e terminou com uma pá na boca, o Thomas desceu a peça na cabeça do engraçadinho. Isso rendeu mais dores de cabeça, reclusão, reunião com psicólogo…
Podemos ver a existência da mãe de Thomas tornando-se um visível e compreensível incômodo, assim como pudemos ver a existência de Bruce Wayne ser um empecilho na vida do Batman nas sagas “Assassino? / Fugitivo”. Deixemos claro que não estou dizendo que ele querer a morte da mãe é compreensível. Estou dizendo que dá pra notar o que o motiva, não que isso justifica.
Para exemplificar bem a maluquice do Silêncio, ele disse que Bruce foi abençoado em ter ficado órfão, que enquanto Bruce viajou o mundo em busca de conhecimento, ele ficou limpando a baba de um velha louca e impertinente.
Enquanto ele narra essa parte, os zumbis tiram a máscara do Batman e… Não é o Bruce. Bruce ainda é o rei da escuridão, conseguiu tempo suficiente de disfarçar outro sujeito com seu uniforme e tapeou o Silêncio.
Bruce dirigiu-se originalmente para ir até sua bat-familia avisar que o Silêncio poderia atacá-los, mas deu de cara com um assalto a banco no meio do caminho e juntando o útil ao agradável chamou Asa Noturna e Robin para “ajudá-lo”.
009Depois de dar o aviso houve um comentário interessante por parte do Bruce. Ele disse que deveriam tomar cuidado sim com o Elliot, uma vez que ele não era como o Ra’s Al Ghul que mantinha os segredos deles devido a um “senso deturpado de honra”. É esse senso de honra que me faz achar o Ra’s Al Ghul um dos melhores vilões do Batman.
Zatanna aparece na história totalmente aleatória como uma vidente de rua e tal, e enquanto conversa com Selina a paisana, Silêncio a observa de binóculo enquanto fala com alguém que ele chama de “mentor”. Qual será o plano do Silêncio? Ele quer atingir Batman no “coração”, e à distância. Um simples tiro não é do feitio de um cara perturbado como o Silêncio, mas só esperando pra ver.
010Nos próximos quadros já podemos deduzir qual é a idéia do cara. Ele invade o apartamento de Selina e a ataca. Selina não é qualquer mulher, claro que ela reage, ambos voam pela janela brigando. Ela diz ser uma dama, Silêncio rasga o verbo e a compara as “demais vadias” que passaram na vida de Bruce Wayne ao longo dos anos.
Realmente, Bruce não se acerta com uma mulher tranquila. Teria se acertado com a Sasha Bordeaux. Eu vou morrer falando dela, achei a personagem incrível. Mas como eu estava dizendo, as mulheres da vida do Bruce não são do tipo “tranquilas”. O Bruce também não é nenhum sujeito “comum”.
011O casal Bruce x Selina é um dos mais… “promissores” talvez. Eles estão praticamente do mesmo lado agora, apesar de Selina não ter deixado os furtos, Bruce também não tá ligando muito, se estivesse é ÓBVIO que já teria pego a Selina e prendido. Se ela ainda está a solta e roubando é porque há conivência do morcego.
Ambos curtem uma roupa apertada, sair a noite, viver perigosamente, dar porrada em marginais, ambos são teimosos e tem personalidade difícil, ambos lutam bem… São um bom casal e ao mesmo tempo não são bem “Jack e Rose” no Titanic. Vocês nunca vão ver o Bruce dançando no convés de um navio rindo a noite nem a Selina dizendo “Me desenhe como uma de suas francesas” usando só o Coração dos Oceanos no pescoço (se virem me avisem).
A briga prossegue e eu não duvido nada de que Selina levaria a melhor em cima do Silêncio, mas ao rasgar as bandagens do Sr. Pinel e ver o que havia debaixo delas… A surpresa fica cravada no rosto da Mulher-Gato, não tão firme quanto a faca do Silêncio se crava em seu corpo em seguida.
Bruce nem imagina o que estava acontecendo com Selina, pois estava atrás de um menino chamado Colin, que estava sob posse do Espantalho em uma caverna. O Dr. Crane armou bonito, montou um mecanismo que injetou veneno no garoto assim que Batman se aproximou, mas não era simples veneno, era algo como o veneno do Bane, o garoto cresceu pra tudo que era lado, e junto de sua musculatura cresceu também a selvageria. O garoto atacou o Batman pra valer, e chegou a acertá-lo algumas vezes. Crane apenas observa.
012Enquanto isso, no hospital do Silêncio… Selina está desacordada na mesa de operação, e o dono do hospital está prestes a operá-la. Seria uma honra um grande médico que ainda era dono do hospital se responsabilizar por sua operação, caso a operação fosse necessária, claro. E se o médico não fosse um doido varrido querendo se vingar de alguém usando você como ferramenta.
Batman numa jogada quase de psicologia consegue amarrar Crane e deter o suplemento do Veneno do menino. O morcego dá uma prensa no Espantalho, e ele revela que tudo foi parte do plano do Silêncio, que só queria distraí-lo com isso. Batman sai de lá mais perturbado que o de costume, pensando no pior.
Não demorou muito até uma chamada da Oráculo o avisar do resultado das peripécias carniceiras do Silêncio. Barbara avisou que uma ambulância largou um corpo na frente da emergência do hospital e que o motorista fugiu. Bruce pergunta já tomado pelo nervosismo, e Barbara revela que é Selina.
O Batmovel cantou mais pneu que carros populares de brasileiros que fazem pega em avenidas, achando que tão próximos de ser o Vin Diesel. O morcego deu uma de Wally West e em pouco tempo estava na porta do hospital.
Ele entrou sem fazer cerimônia, passando no meio dos médicos e paciêntes que por sua vez olhavam assustados, como quem vê uma lenda tornando-se real aos olhos. Jim Gordon já estava lá, Selina foi internada,viva, ou como diria o Gordon “viva, de alguma forma”. Silêncio retirou seu coração.
O quadro maior, de Selina ligada nas máquinas, e Bruce apenas segurando a borda da cama… Muitos detalhes. O Batman em si estáquase inteiro coberto de sombras, mas ao mesmo tempo passa claramente o que o personagem estava sentindo. De alguma forma, não me pergunte como. Talvez o roteiro tenha construído bem o “caminho dos fatos” até ali.

Selina
Imaginarama ira do morcego naquele momento? Quem não conseguiu, conseguirá agora. Batman vai ao Arkham, onde Crane acabou de ser levado. Lá está o Coringa de enfeite na cena, e degrau pra uma das coisas mais engraçadas que já sairam de uma cena estilo essa.
Batman adormece os dois guardas que levam Crane, mete um chute na cabeça do homem jogando-o de cara no vidro da cela, arranca o fio da lâmpada logo acima, estica até a privada e enfia o fio dentro junto da cabeça do Crane, dando um choque memorável no cidadão. A seguir o morcego pergunta onde estava o Silêncio, Crane diz que não lembra, Batman põe o fio na garganta dele, dando outra decarga elétrica, o Coringa assiste os choques sentado e diz “Juro por deus que isso é melhor que o natal”, e eu aqui comecei a rir de uma das cenas mais sérias e detalhadas de violência do Batman contra alguém que no momento está indefeso.

Crane
Geralmente, mesmo que eu vou você estejamos armados até os dentes, perto do Batman ainda estamos indefesos. Ele iria nos fazer cagar do avesso, e falando em avesso, o Crane continuou levando choques, até que desmaiou. Batman o jogou como um pedaço de pano velho pro lado, e o Coringa fechou a cena com chave de ouro dizendo “Sei que nós temos nossas diferenças, mas admito que é um prazer assisti-lo trabalhar. Sério.”.
014Eu gosto de ver os vilões tratando o Batman com essa… “Racionalidade” de que nas devidas circunstâncias, não se ganha nada indo pra cima dele. É como ver as conversas do Batman com o Pinguim, ou ver o “respeito” que qualquer outro vilão das antigas tem. Gosto desse comportamento onde o vilão não ataca qualquer coisa vestida de morcego igual um cachorro louco inconsequente faria. Pra eles, ou o plano é bom o suficiente pra peitar o morcego, ou é melhor considerá-lo um problema a evitar. Quem viu o filme Tróia vai lembrar quando o Rei Príamo de Tróia foi buscar o corpo de seu filho Heitor nas praias tomadas pelos gregos. O rei foi sozinho no meio da noite na tenda do Aquiles, e durante a conversa disse “Mas até mesmo os inimigos podem demonstrar respeito”. De certa forma essa passagem mudou alguns conceitos meus e eu passei a admirar o respeito em formas que eu nem cogitava. Mas isso não vem ao caso.
Batman dá uma amostra de que é um sujeito com contatos. Estão no hospital em nome do morcego o Dr. Midnite, ou Meia-Noite, um herói/médico dos bons, e o Mister Terrific, cujo nome verdadeiro é Terry Holt. Ambos membros da Sociedade da Justiça (não confundam com a LIGA da Justiça, são grupos diferentes), O Terrific diz que o nível da ciência aplicada ali é coisa do patamar do Lex Luthor ou até de Apokolips.
015Pra quem não sabe uma faísca fora do universo morcego, Lex Luthor é aquele camarada vilão mais famoso do Superman. Maioria o conhece pelo terno, outros pela rídicula armadura verde do Megaman, ou mais frequentemente pela careca mais lisa que o bolso do Peter Parker. E Apokolips… Bem, isso é uma história mais longa, mas trata-se do planeta natal de Uxas, o sujeito que veio a se tornar Darkseid, um dos maiores vilões do universo DC, uma entidade conhecida e declarada como “Novo Deus”. É, o Darkseid não é lá um sujeito pra se ter de exemplo, mas pelo menos ele não enviou nenhum video pro youtube fazendo Harlem Shake.
Explicações dadas, prosseguimos.
Todos nós sabemos o que acontece quando o morcego entra em fúria. O homem é capaz de arruinar uma cidade inteira. E o Silêncio mexeu logo com sua amada da vez. Esse “da vez” deixou o Batman parecendo um muleque piranha. Mas vamo que vamo.
Podemos ver em mais um flashback a relação dele com sua mãe já com certo tempo passado. Ele jogou na cara dela algo que não tinha ficado claro nas primeiras lembranças do Silêncio… Seu pai o batia a ponto dele ficar rastejando ensanguentado, e a mãe ao invés de ajudá-lo ou sumir com o garoto… Ficava recitando Aristóteles e frases de conforto para superarem aquilo. Tudo para não perder o dinheiro e conforto. A boa vida e conforto foram pagos com o sangue do Silêncio.
016Agora as coisas já soam tão “em vão” quanto antes… Ele realmente tinha que tomar uma decisão. Não a de matar os pais, óbvio, mas enfim… Como vamos julgar se não estivemos no lugar? “Antes de julgar minha vida ou meu caráter, calce meus sapatos e percorra o caminho que eu percorri”, Clarice Lispector.
Batman estava disfarçado de enfermeiro no hospital do Silêncio (e vê-lo com aquela touquinha branca por cima do capuz de morcego foi único), ele deu uns cacetes no Silêncio, voaram por uma escada, e após isso Batman questiona “Porque Selina?”, e o Silêncio prontamente responde “Eu sei o que aquela vagabunda de rua representa pra você, mesmo que você negue até pra si mesmo”, completando com “Não impota com quem você esteja, diplomata, socialite, aberração superpoderosa, só uma mulher tem seu coração. E agora eu tenho o coração dela”.
017Silêncio não só revelou ser bom médico e psicopata como também é quase o Hitch, conselheiro do amor. Ele tinha que dar uma avaliada no Dick Grayson também, ver logo quem é a dona do coração do acrobata.
O Silêncio é um humano, não tem “técnicas de combate”, ele só foi capaz de orquestrar um plano e chegar até onde deu, Batman confronta seres de outros planetas, claro que ele ia sair por cima e o Silêncio SABE disso. Ao ficar rendido diante do Batman ele entrega os pontos. Disse que simulou aliança com o Sr. Frio, que descobriu tudo sobre o coração após ter que tirar o marca-passo que o Coringa implantou nele, que ele já estava com o hospital e esse plano feito desde o último encontro deles, mostrou o coração da Selina e disse que podia pegá-lo e levar ele embora. Mole, né? Nem tanto.
Batman o tempo todo esteve aspirando um composto que paralisava os movimentos, e acabo ficando de fato paralisado e caiu no chão. Silêncio revela sua face por baixo das bandagens… Bruce Wayne. Exatamente. Por isso Selina deu uma travada ao rasgar as bandagens e acabou sendo atingida. Silêncio não só recriou o rosto do Bruce em si próprio como também queria destruir o rosto do Bruce verdadeiro.
018O Dr. Elliot então dirigiu-se para a mansão Wayne, onde tentou se passar pelo Bruce e dar uma cama de gato no Alfred, mas sem sucesso, pois o Bruce original ligou do carro avisando tudo. Alfred e Elliot lutam, de início o Alfred levou a melhor pelo fator surpresa do primeiro golpe, mas depois a situação se inverteu. Elliot ainda deduziu que a entrada da caverna era na biblioteca pelo relógio, pois Alfred parecia estar evitando que ficassem ali, e ele estava mexendo no relógio antes de tudo.
O flashback seguinte da história não é para anos atrás, mas sim alguns minutos de volta ao hospital onde Batman foi “paralisado”. Silêncio explica toda ligação do Mr. Freeze na história, e o Batman numa jogada esperta, se aproveitou do olho grande de Elliot e lhe deu uma cabeçada. Silêncio simplesmente saiu de perto e deixou o morcego paralisado pra morrer na mão de seus capangas. Mas ele é o Batman, arrancou o colar do Silêncio, pegou sua máscara de gás e desceu o cacete em todo mundo. A seguir, já em contato com o Mr. Terrific (Sr. Incrível na tradução, igual no filme “Os Incríveis”) explicou todo o procedimento, disse que o batcomputador ia mandar informações, deu a localização do Coração da Selina e blablabla… E de volta ao presente Bruce atravessa a janelada mansão Wayne direto em cima do Silêncio.
019Ele rola a escadaria da caverna e cai na dita cuja. Lá embaixo confirmamos o que já era praticamente certo. Elliot morre de inveja do Bruce. Ao se deparar com a caverna fechou a cara e disse “Bruce, seu desgraçado! Isso é magnífico!”, e continuou detalhando o que via naquele curto espaço de tempo, as lanchas e submarino no rio, “um carro para cada humor”, um computador do tamanho de um telão… Mas suas observações já tão conhecidas por nós cessaram com um ataque surpresa do morcego.
A perseguição se estende pela caverna, eles brigam, Silêncio consegue enfaixar seu rosto de novo e ainda joga Bruce em cima da “vitrine” onde guarda seus objetos colecionáveis. E cá entre nós, quantas mil vezes alguém será jogado em cima da vitrine do uniforme do Jason Todd? Haja paciência, é sempre a mesma coisa. Todo mundo já atravessou aquela vidraça pelo menos uma vez na vida. Só falta o próprio Jason ser jogado ali.
Alfred põe o robozão de t-rex pra ir atrás do Silêncio, mas ele derruba o bicho a tiros de pistola, pistolas essas que deveriam ser as do Juiz Dredd, pra derrubar um bicho daqueles… mas OK, essa cena estranha logo foi apagada pela chagada de Robin e Asa Noturna, eles atacam o Silêncio e e o cara simplesmente se livra dos dois, e ainda se livra do Batman também, conseguindo começar uma fuga em um dos transportes voadores que estavam na caverna.
Foi necessário o Batman se agarrar no negócio e fazer as faixas do Silêncio enrolarem na hélice e o veículo se chocar nas paredes da caverna, causando uma explosão. Só valeu pela frase do Batman “Porque acha que eu tirei a capa?”
Depois do confronto final (Na boa, ou o roteirista merece a forca, ou a familia morcego merece uma temporada de treinamento, ou o Silêncio merece uma medalha), Bruce conta ao Alfred uma passagem o que o Elliot citou um tempo antes, e o Alfred completou dizendo que o sujeito não falou por inteiro. O final omitido dava outro contexto, deixarei para vocês conferirem. Já no hospital, o Dr. Midnite conclui a operação com sucesso, Zatanna dá um auxílio mágico pra Selina se recuperar mais rápido e melhor.
020Bruce vai ao hospital a paisana, sem a couraça de morcego. Selina deitada em repouso, Bruce rasga o verbo em uma declaração que termina em um “Sempre te amarei”, e quando ele já estava indo embora, ela diz que estava acordada, ele volta e eles se beijam.
Uma história clássica onde no final o mocinho e a mocinha se beijam? Não tão clássica, pois no encerramento da história Selina estava na praia tomando sol e birita gravando uma mensagem de video para o Dr. Thomas Elliot. Uma mensagem explicando a vingança dela. O que importava mais pro Silêncio? Dinheiro. Foi a razão de tudo em sua infância.
[Alerta de spoiler! Se deseja ler, selecione o texto a seguir]. Selina com ajuda de pessoas que lhe deviam favores conseguiu contas bancárias da familia Elliot (com a Oráculo), desvendeu todos esconderijos onde Elliot escondeu dinheiro pela casa (Hera Venenosa), um monte de negociações onde o Elliot se ferra (com o Pinguim) deu dica de assalto a banco para levarem o que estava depositado (Arlequina), e ainda colocou o detetive do caso da morte de seus pais em sua reta novamente.
Os milhões? Selina usou para ajudar todos os moradores de rua que Elliot manteve dopados no hospital, doou parte para um abrigo de mulheres que sofreram abuso, uma parte pegou pra si… E esse foi o fim da riqueza de uma das três famílias mais ricas de Gotham se desfez da noite pro dia
A história encerra de fato com o Silêncio asisstindo esse video, quebrando a TV onde viu, e sumindo no escuro de uma viela, usando uma muleta.
[Fim do spoiler]

Nota da Jéssica
Destaque para a arte das capas. O Dustin Nguyen é, atualmente, meu artista preferido. Adoro o trabalho dele na série Lil’ Gotham. Destaque para o seu trabalho nas capas desse arco:

CAPAS

Essa HQ tem um clima noir bastante interessante. Nela somos levados a observar o que acontece quando os vilões atingem o ponto fraco de Batman: seus amados. Batman fica cego de fúria e não mede esforços para salvar os que ama e punir os que causaram o mal aos seus conhecidos. Podemos dizer que os ataques diretos a Batman são “código laranja”, ele não deixa barato, mas os ataques à Bat-família e a todos os envolvidos são “código vermelho”, ele não perdoa sequer a suposição de que alguém possa feri-los. Não é raro ver aqueles que conheceram intimamente Batman apelando para essa tática suja. Pensando aqui rapidamente posso lembrar de “Batman: Sob o Capuz“, em que Jason Todd explode um composto químico sobre Bludhaven (a cidade em que Dick Grayson mora), ou também “A Ressurreição de Ra’s Al Ghul“, em que Batman ataca Ra’s sibilando a frase “Não encoste um dedo em meu filho!”.
Silêncio sabia que Batman se recuperaria de qualquer ataque físico, que se esquivaria ou se restauraria, então decide atacá-lo emocionalmente. No coração, de fato. É uma tática bem pensada – típica de quem passou a adolescência toda estudando raciocínio e estratégia.

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Ganhador do Sorteio EMPÓRIO HQ: “Batman – O Cálice”

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Olá! ;)
Já chegou a HQ que o Roberto Ribeiro ganhou no sorteio promovido pela Empório HQ, da edição de luxo da revista “Batman – O Cálice”! E ele mandou a foto:

Roberto

Valeu, Roberto!
Se você não ganhou, não fique triste! Não deixe de conhecer a Empório HQ, os preços de lá são realmente muito bons. Essa semana passei por lá e comprei a saga “Mulher-Gato” por apenas R$ 5, em ótimo estado! Também comprei uma Elsewords bastante interessante chamada “Terror Sagrado”, por R$ 3! E o atendimento é muito bom também, eles te ajudam a achar qualquer saga no acervo deles, que contempla também mangás (coleções completas, inclusive) e DVDs. São atenciosos e te deixam bem à vontade. Eu não estou sendo paga nem recebendo revistas para falar isso, é que eu gosto muito dessa loja!

E fique ligadinho no Batman Guide, vai ter outro sorteio muito em breve!


#74 – Batman: A Luva Negra

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“E se houver um vilão supremo lá fora, ainda não visto? Uma mente brilhante absoluta, voltada totalmente para matar? E se existisse um inimigo invisível e implacável, que calculasse todas as minhas fraquezas? Que tivesse acesso a aliados, armas e táticas que eu nem pudesse imaginar… Um adversário cujos planos e esquemas fossem tão vastos, tão elaborados que passassem despercebidos… Até que fosse muito tarde. Como eu poderia me preparar para um desafio como esse? Eu teria recursos para lidar com isso? Eu frequentemente me pergunto.”

Olá!
Sejam bem-vindos a mais uma resenha do Batman Guide!
A HQ de hoje é a última antes de dois eventos importantes para a cronologia do Morcego – e do próprio universo DC em si. Com roteiro de Grant Morrison e arte de J. H. Williams III, Tony S. Daniel e Andy Kubert, esse encadernado foi lançado pela Panini em uma edição deluxe em junho de 2012. Espero que vocês gostem da resenha!
Batman: A Luva Negra (Batman: The Black Glove, agosto de 2007 a maio de 2008)

Para a leitura dessa HQ, recomenda-se fortemente que você tenha lido, ou pelo menos conheça em linhas gerais, as seguintes sagas:

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Na verdade, o encadernado de “Luva Negra” traz duas grandes histórias: a primeira com 3 edições (coleta as edições da série mensal de Batman #667-669) e a segunda com quatro edições (Batman #672-#675). Para descrever essa coleção, vou adotar a seguinte metodologia: falar um pouco de cada uma das 7 histórias, e depois tentar passar a importância dessa compilação para esse momento do Morcego.

Vamos para o primeiro arco.
A primeira história se chama “A ilha do Senhor Mayhew”. Somos levados a um lugar misterioso, onde está havendo uma reunião misteriosa com pessoas misteriosas. Mas logo descobrimos: trata-se de uma reunião dos Batmen de Todas as Nações. E quem são esses caras? Os “Batmen of All Nations” são uma equipe de heróis inspiradas no morcego, cada uma espalhada em um país do mundo. Essa ideia surgiu nos anos 50, devido à inspiração que Batman trouxe ao mundo, e se reuniam sob a alcunha de “Clube de Heróis”.
Nessa HQ, temos os seguintes Batmen (e é ótimo que vocês leiam isso antes de ler a HQ, para não ficarem absolutamente perdidos como eu um dia fiquei na primeira leitura):

 O Cavaleiro (Inglaterra), cujo nome verdadeiro é Cyril Sheldrake, e sua sidekick Square (Escudeira).
 Mosqueteiro (França)
Homem-dos-Morcegos e seu sidekick Corvo Vermelho (Estados Unidos), que são descendentes de indígenas.
Wingman ou Alado (Suécia)
Gaúcho (Argentina)
Dark Ranger (Austrália)
O Legionário (Itália)

Batmen

001Entretanto, essa ideia não foi muito para frente. A iniciativa de Grant Morrison de recuperar esse conceito quase esquecido se sai muito bem nessa edição, como falarei mais no fim do texto. Feita essa introdução, vocês poderão contemplar com assombro a perspectiva de vários Batmen reunidos, com roupas inspiradas no traje do Morcego. É engraçado no começo porque todos os “Batmen” (e “Robins”) estão reunidos contando casos de como tem sido esses anos, conversando e brincando com o fato de que o verdadeiro Batman (Bruce Wayne) jamais se dignaria a dar as caras por ali – e eis que surge o Morcego original em pessoa pela porte, imponente, deixando todos estupefatos. Batman continua sendo uma grande inspiração para eles. É hora de descobrir porque todos estão ali reunidos.
002Engana-se quem pensa que o Clube de Heróis está ali reunido para tomar um café e discutir sobre o quão incômodo é usar uma roupa colada e pular de prédios de madrugada. Há um sério caso para se resolver. Eles foram convocados pelo bilionário John Mayhew, mantenedor do Clube de Heróis. De fato, há um vídeo. Gravado por Mayhew.
Mas não é ele. Ele está morto. E alguém está usando sua pele. O plano de fundo é a pintura “The Triumph of Death”, de Pieter Bruegel. Essa pessoa convida os Batmen para desvendarem esse mistério, como uma cortesia de alguém que se intitula Luva Negra. E é melhor eles solucionarem logo… Antes que também acabem mortos.
Destaque para a primeira capa: uma foto do Batman e o Clube de Heróis nos moldes da Era de Prata, que mostra um Batman quase “feliz” e seus representantes ao redor do mundo, com o reflexo do sério e solitário Batman atual refletido em sangue. Pesado.

667
004A segunda história, sob o nome de “Agora estamos mortos!”, é uma continuação, mas com um diferencial: essa edição está começa com uma lembrança de alguém, e é ilustrada de acordo com as histórias típicas dos anos 50. Morrison nos ajuda a conhecer aos poucos cada um dos Batmen. Trata-se da memória de Cyril, “O Cavaleiro” da Inglaterra, e da morte de seu pai durante uma reunião do Clube dos Heróis. De fato, eles podem se inspirar em Batman, mas eles são humanos normais que às vezes sentem os nervos à flor da pele. Quem matara o pai de Cyril? 003Flashback feito, voltamos à terrível realidade: Legionário, o representante italiano de Batman, é morto com 23 facadas por alguém a mando do ameaçador homem do vídeo. E o assassino está dentro da Mansão. Pode ser qualquer um deles.
Cena engraçada é quando Wingman desconfia de Batman, dizendo que ele podia ser ao assassino, porque ninguém sabia se quem estava debaixo da máscara realmente era Batman – e Batman se aproxima sorrateiramente por trás e ironiza a guarda baixa de Wingman, dizendo “Se eu não fosse, você já estaria morto.”
005Cyril é pego e envenenado. Por sorte, o Homem-dos-Morcegos tem habilidades médicas e se prepara para salvá-lo. Enquanto isso, o restante dos Batmen prossegue na sua procura pelo assassino à solta na Mansão, e eis que um detalhe amedrontador acontece… Uma armadura se move! Isso é tão típico de livros de mistério, assim como toda a HQ, cheia de pistas para os leitores tentarem desvendar. Quem será o assassino? Ou talvez, como Mosqueteiro propõe, seja… Um grupo diametralmente oposto ao Clube de Heróis? Luva Negra tem um trunfo: sequestrou todos os três sidekicks ali presentes. Você, caro leitor, já descobriu quem está matando e ferindo todos os Batmen?
006A terceira história é “O Cavaleiro das Trevas tem que morrer”. Mais dos Homens-Morcegos são abatidos. Estão sobrando poucos. Agora os Batmen que sobraram precisam ir atrás dos garotos, enquanto tentam não ser mortos por uma ameaça que pode estar ao lado deles. Em um golpe de genialidade, no último minuto Batman consegue desvendar o mistério, e precisa lutar contra ele antes que Corvo Vermelho, Robin e Squire sejam jogados em um lago de piranhas carnívoras famintas ou picados até a morte por vespas assassinas. E bem, tentar fazer isso antes que a Mansão exploda com os explosivos escondidos. Eles conseguirão se salvar?
007O que podemos retirar dessa história é a importância que Batman tem no mundo atual. Batman é quase perfeito. É um ser humano que atingiu um nível de habilidades tão grande que pode ser comparado a um deus. Se não fosse por Batman, o mundo seria ser um caos enorme. O próprio Clube dos Heróis só é um fracasso porque Batman não participa da iniciativa – se participasse, seria quase uma Liga da Justiça de humanos (analogia minha).
Esse arco é bem empolgante, como um livro de mistérios em que ficamos tentando descobrir quem é o culpado. A arte de John van Fleet, como sempre, é excelente. Os grandes quadros são de encher os olhos, e os ângulos que ele capta mostram sempre a importância do personagem naquela cena. As cenas de luta, o sombreamento, as técnicas que remetem à colagem, as referências artísticas, é tudo deslumbrante – não lembro de outra HQ igual a essa.

Legionário

008

O segundo arco vai precisar que você relembre os eventos da terceira história da HQ “Batman e Filho”.
Quando postei Batman e Filho optei por apresentar o roteiro de forma mais corrida para não confundir a cabeça de vocês (afinal, o conceito de “Três Fantasmas” daquele arco só será útil agora). Então vamos fazer uma revisão dos acontecimentos do terceiro arco daquela HQ.

[Atenção: esse trecho é uma análise da terceira história da HQ “Batman e Filho”]
Aquela saga, que recebe o nome de “Os Três Fantasmas de Batman”, nos conta que algumas garotas sendo mortas após terem marcado programas com policiais. Batman vai até o lugar onde elas estão desaparecendo, um obscuro prédio abandonado com corpos de prostitutas jogados, e dá de cara com um homem com uma versão alterada do uniforme de Batman – mas não é um homem, é um policial gigante, poderoso, duas vezes o tamanho de Batman, que o golpeia e deixa uma marca gigante de pé nas costas de Batman.
009Na segunda HQ, Morrison sugere que Batman se utiliza de compostos químicos para se manter na ativa. Isso o dá força física, mas como efeito colateral causa alucinações que beiram a esquizofrenia. Depois de apanhar demais do policial-gigante, Batman dorme (finalmente) e sonha com seu filho Damian em frente a três versões grotescas dele, com o seguinte recado: “Pai. O Terceiro fantasma é o pior de todos.” Batman desconfia que se trata de um arquivo que ele possui chamado “Casos Inexplicáveis” – situações em Gotham que envolvem eventos misteriosos como vampiros, fantasmas, discos voadores e viagens no tempo. Batman quer descobrir quem são esses três fantasmas dele mesmo: Um Batman assassino armado, um Batman bestial fortemente drogado, e o terceiro, ainda pior… Um Batman que vendeu sua alma ao demônio em troca da destruição de Gotham. Esses três fantasmas alteram a sanidade mental de Batman.
É Michael Lane, o Terceiro Fantasma, que está presente na elsewords de Batman #666, em um mundo apocalíptico destruído e moralmente questionável. O fim do mundo está batendo à porta de Gotham, devido ao pacto com o demônio realizado por ele. Batman é Damian Wayne, um Batman que mata, em meio a sacrifícios satânicos, heresias e um armaggedom iminente. O Terceiro Fantasma (ou Terceiro Homem) é demoníaco e perigoso.

Voltemos à análise desse segundo arco de “A Luva Negra”.

A primeira edição se chama “Medicina Espacial”. O Terceiro Fantasma (ou Sleeper) está fazendo um ataque à estação de polícia. Ele tem um grande poder de fogo, e a Polícia de Gotham não consegue detê-lo, e Batman chega para tentar impedir o pior (ele escapa quando estava saltando de paraquedas com Jezebel Jet) quando é brutalmente baleado no peito pelo Terceiro Fantasma.

012
013Com as alucinações induzidas pelo choque do tiro, ele começa a ter reminiscências de períodos da sua vida.
É disso que trata o segundo volume, “Joe Congela no Inferno”, nos deparamos com as alucinações de Wayne: ele se lembra da perseguição que efetuou a Joe Chill, o assassino de Marta e Thomas Wayne. Essa perseguição traz uma carga psicológica tão pesada a Joe que ele comete suicídio, depois de uma longa temporada de loucura. Batman conversa consigo mesmo o tempo todo, disserta sobre o tiro que levou, tem lembranças psicóticas e cheias de remorso devido aos problemas que já enfrentou e aos erros que já cometeu, a morte de Jason Todd, o período de isolamento em Nanda Parbat (ver: A Ressurreição de Ra’s Al Ghul). Nesse momento de alucinações é impossível distinguir o que é real e o que realmente aconteceu a Wayne.
014Esse arco se chama “Batman Morrerá Ao Amanhecer”. Para entender melhor Batman #674, você precisará ter lido a saga “Robin Morrerá ao Amanhecer” (Batman #156). Para fazer o download, clique aqui.
Basicamente, Batman e Robin foram enclausurados em um planeta alienígena e lá foram perseguidos por essa criatura. Enquanto tentavam fugir, uma pedra cai sobre Robin (Dick Grayson). A culpa atormenta Batman, que como forma de se punir permite ser pego pelo monstro. Ele acredita que Dick morrera. Batman acorda em uma câmara, tendo alucinações, e descobre que ficara 10 dias preso, num experimento sobre a privação sensorial, e não consegue mais distinguir o que é real do que é uma alucinação (justamente como está agora, depois de receber um tiro do Terceiro Fantasma). Falarei mais para o fim do texto sobre esse resgate que Morrison faz das antigas histórias de Batman.
016Voltemos a Batman #674. Batman está fazendo suas reminiscências, e sua narrativa é confusa, seu estado mental é cada vez mais fragmentado. Somos engolfados por uma série de questionamentos, teorias conspiratórias, questionamentos sobre o próprio mito de Batman.
Descobrimos que os Três Fantasmas não são uma alucinação de Batman: eles são resultado de um experimento do Departamento de Polícia de Gotham, que treinaram homens para tomarem o lugar de Batman caso ele morresse. Esse experimento é conduzido pelo Dr.Hurt. Durante o processo de indução a Batman, ele ministra a Batman um composto químico, junto da frase hipnótica “Zur-En-Arrh”.

TheeGhosts

“Nós estudamos a filmagem, modelamos sua linguagem corporal e trejeitos e chegamos a uma conclusão muito simples. Trauma. Trauma súbito é a força motriz por trás do enigma do Batman.”

015Então o Dr. Hurt conduz cada um dos três policiais a traumas, injeções de compostos químicos, privações, violência, mortes na família, etc. Mas esse experimento saiu de controle, e agora os homens se espalham pelo subsolo de Gotham. Gordon exige ser levado para a lá, para encontrarem Batman, que está seriamente ferido.
E Batman está sob o domínio do Terceiro Fantasma, que lança toda a sua amargura a respeito de Batman, e está pronto para esfaqueá-lo. O Morcego, num golpe de genialidade, consegue escapar, mas não por muito tempo… Um inimigo maior está por vir.

019A última história se chama “O Inimigo com Nove Olhos”, e já começa de maneira bombástica. Jezebel Jet está cansada da irresponsabilidade de seu companheiro Bruce Wayne. Ele desmarca os compromissos em cima da hora – quando não falta sem dar nenhuma desculpa, aparece sempre cheio de hematomas e escoriações, não tem responsabilidade com nada. Wayne é misterioso, evasivo, egocêntrico. Ela sente que há algo obscuro por trás dele, um mistério terrível que ele não quer revelar. Bruce finge não se importar, quando o casal é atacado por uma estranha gangue cujos membros tem apenas 9 dedos nas mãos (um dedo é cortado) e em cada dedo uma pintura com um olho. E são sequestrados. E Batman, no momento final antes do arco que vai mudar sua história, mostra porque é a lenda viva a que todos devem temer.

Algumas palavras sobre o significado dos eventos dessa HQ para a cronologia do Morcego.
A paranóia de Batman está alcançando limites inimagináveis. Como vocês podem perceber, o limite entre o que é real e o que é ilusão está tornando-se menos nítido.
Existe algo que eu gostaria que vocês se lembrassem e mantivessem na cabeça: de um painel da página 150 de “Batman e Filho”, de um diálogo entre Batman e Gordon.

“- Olhe para você, todo machucado. Por que teve que escolher um inimigo mais antigo que o tempo e maior que todos nós, Batman?
- Mesmo motivo que o seu, Jim. Eu pensei que podia derrotá-lo. E ainda não desisti.”

017Além disso, Batman se identifica cada vez mais com a figura de Deus, onipotente. Vou traduzir e adaptar o que foi discutido nesse post de um blog só para a análise do Batman de Morrison.
O autor teoriza que o consumo da comida é o nível de necessidades humanas e emoções que a pessoa tem. Quantas vezes você se lembra de ter visto Bruce Wayne comendo nas HQs? E dessa parcela, qual delas estava em HQs do Morrison? Ok, não se preocupe, esse argumento vai melhorar.
Você conhece a passagem bíblica da “Tentação de Cristo”? Cristo passa 40 dias e 40 noites vagando pelo deserto, e é tentado pelo Diabo para que transforme uma pedra em pão e quebre seu jejum.

“E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de Deus, dize a esta pedra que se transforme em pão. E Jesus lhe respondeu, dizendo: Está escrito que nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra de Deus.” (Lucas 4:3-4)

020

Bruce transcende as emoções e as necessidades humanas – assim como Cristo. Ambos negam o Demônio e despendem todos os seus bens e poderes em prol do bem ao próximo. Batman nega o pecado, acredita sempre no próximo, e busca redimir Gotham do pecado e da maldade que a atingiu – assim como Cristo. Batman não mata e também não deixa morrer, sempre oferece atendimento médico mesmo quando a pessoa em questão tentou matá-lo. Até no derradeiro momento ele decide não matar o Terceiro Fantasma – mesmo que este o avise que, poupando sua vida, ele está permitindo também o seu próprio fim.
JezebelTambém vou pedir que você note a linguagem corporal de Jezebel Jet. O copo de vinho que ela toma parece distorcer sua face, e mostrar um lado que talvez nós não conheçamos sobre ela. Talvez ela seja mais do que aparenta.
Grant Morrison é polêmico, e deixou um legado inegável para o Morcego – um legado odiado por muitos e adorado por outros. Para alguns, o Batman de Morrison é a versão final de Batman. Quando se pensava que não era possível piorar, Morrison trouxe o caos para Gotham. O roteirista abusa das analogias, das metáforas, resgata elementos já esquecidos da Era de Prata, personagens enterrados e conceitos inutilizados. Ele parece ter necessidade de demonstrar que conhece a história de Batman, como ele surgiu e como se tornou, em todos os seus detalhes mais metódicos. Seus roteiros são muita vezes inconclusivos e misteriosos, ficam em aberto para o leitor tentar entender, não explicam tudo, requerem uma carga de leitura para entender melhor, transcendem temporalidades.
A arte fica a cargo de alguns dos melhores desenhistas de Batman atualmente: Williams, Daniel e Kubert. É absolutamente necessário prestar o máximo de atenção possível às alterações de quadros para perceber os momentos de flashbacks dos personagens, e tentar descobrir o que é realidade. Porém, nem mesmo isso fica completamente claro, e é um mérito dos desenhistas conseguir expor no papel essa percepção cada vez mais alterada de Wayne.

JohnVanFleetBom, espero que vocês tenham gostado do meu texto. Foi um dos que mais demorei para escrever, preocupada em absorver e transmitir todas as referências possíveis. Mesmo assim, como eu digo sempre aqui, não sou esp’ecialista no assunto e é perfeitamente possível que eu tenha deixado passar alguma referência interessante ou mesmo que tenha cometido algum erro conceitual. Nesse caso, eu ficaria encantada se você deixasse um comentário acrescentando algo que ficou faltando em meu texto, ou relatando algum erro que cometi.
Eu pesquisei bastante e procurei deixar a narrativa o mais clara possível. Realmente, como está escrito lá em cima, Morrison nunca deixa as coisas muito claras, talvez essa seja a graça, mas também complica bastante para falar sobre as HQs, e espero que eu tenha obtido êxito nessa jornada.
E… Estejam preparados para a semana que vem!

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