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ENTENDENDO: Crise Final

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Preparem seus objetos pontiagudos, tochas e correntes, vamos falar do Grant Morrison. Brincadeira, foi só pra descontrair. Sabem que o sujeito não é muito “querido” por suas decisões dentro de histórias e tal.
Hoje estamos aqui reunidos em nome da “Crise Final”, lançada em 2008 pela DC comics. Uma grande saga escrita (como eu disse antes) pelo Grant Morrison, e desenhado por Dough Mahnke, Marco Rudy, Carlos Pacheco e J. G. Jones.
A história usa elementos que já existiam nas histórias da DC desde que o mundo é mundo, então tecnicamente eles não fizeram mais do que mesclar tudo de maneira equilibrada, fazer um crossover macabro de grande entre tudo que era elemento disponível e fazer tudo ter coerência (a parte complicada na vida do Morrison).

NOTA: Por favor, não confundir com as seguintes crises:

LINE

Assim como na Crise Infinita, já lhes adianto que praticamente TUDO que ocorre de confuso ou sem pé nem cabeça, é devido a quantidade de informação que há dentro das histórias. Alguém ai sabe o que é a “Source” ou o “Source Wall”? Já ouviram falar de “Fourth World”? Sabem quem são Astorr e Drax? Pois é, informações inacessíveis dentro do universo Morcego. Não estamos falando de Gotham, estamos falando de vários universos, do Multiverso.
Sabem quando algum conhecido de vocês fala “Nossa, mas essas Crises são uma confusão”, “Caramba, mais uma crise?!”, eles tem razão, é confuso DEMAIS, pois envolve elementos espaciais, dimensionais, povos de outros planetas, coisas de origem desconhecidas… Enfim, é meio como tentar explicar a origem do universo, da vida e etc. A origem de certas coisas ainda tem que ficar em branco.
As consequências dessas ideias do Morrison sempre mudam consideravelmente as coisas no rumo das histórias, depois da Crise Final, então… A coisa mudou MUITO, principalmente nos títulos do Morcego e do Azulão (outrora chamados de Batman e Superman).
“Porque tanto se fala em ‘confusão’ nessa Crise?”. É simples. O Sr. Grant Morrison tem uma aptidão inigualável pra fazer merda. Antes que digam que eu cuspi pro alto, eu já elogiei SIM as consequências da Crise Final em algum texto, pois pra mim abriu um leque de possibilidades e situações inimagináveis no universo do morcego, foi brilhante MESMO as novidades e mudanças inseridas, mas o CAMINHO pra se chegar até ali, e o CAMINHO pra se retornar a normalidade… É ai que mora o problema.
O que ele fez na Crise Final foi bom, o que ele fez nas histórias do Batman antes e depois da Crise é onde mora o problema. Geralmente o problema dele com os roteiros do Batman é sempre o CAMINHO entre a cabeça dele e o papel, o caminho entre o início e o fim da ideia. O Morrison é bom roteirista pra coisas de existência, espaço, planetas, raças, blablabla, é complexo sim, não tiro mérito dele, mas pra escrever Batman não deveria ser uma pessoa assim.
Não sei dizer se o Morrison é a contraparte do Brian Azzarello, pois o Azzarello é um roteirista perfeito para tramas urbanas, e o Morrison para tramas universais. Não achem o fato de um universo ser maior que uma cidade faz o Morrison mais criativo que o Azzarello, muito pelo contrário, para se fazer uma trama urbana BOA tem que ser criativo pacas, pois a trama urbana tem mais compromisso com realidade e um leque menor de possibilidades, coisa que não existe nas tramas universais.
Roteiros urbanos do Morrison são como contar uma piada faltando um personagem, ou contar uma piada esquecendo de dizer que eles estavam em um avião com o Papa, o Fidel Castro e o Michael Jackson. Você lê as histórias com a nítida sensação de que perdeu algo, ou que deixou de ler alguma história. Ele é daqueles que mudam as coisas DE QUALQUER JEITO pra chegar no resultado que ele bolou inicialmente.
Um EXEMPLO: Se pra fazer uma crise na qual o Superman morre no fim ele precisasse fazer com que houvesse um tipo de kryptonita cor-de-burro-quando-foge que quando o Clark encosta ele automaticamente EXPLODE, o Morrison simplesmente colocaria essa kryptonita no roteiro e dane-se a origem dela, dane-se quem encontrou, como encontrou e porque isso explode o Clark. Pro Morrison TANTO FAZ esse tipo de coisa. Capaz dele dizer “essa kryptonita cor-de-burro-quando-foge já existia desde sempre, eles só não tinham conhecimento”.
Bom, isto posto, não esperem total coerência entre os fatos, e se dêem por satisfeitos dele ter saído da DC esse ano. Vou fazer um resumo da Crise Final, totalmente a estilo do texto da Crise Infinita que temos aqui no blog. Não estranhem se parecer faltar alguma explicação quanto a algo, algumas coisas realmente não tem explicação.

Parte 1

Monitorxantimonitor

Monitor e Anti-Monitor

Começando do início: Na Crise Infinita fomos apresentados a serem antiguíssimos como o Monitor e o Anti-Monitor, que tem vários bilhões de anos de idade, cerca de uns 13 bilhões que eu me lembre (não que eu tenha estado lá no início pra confirmar).
Apesar do Anti-Monitor usar a antimatéria e o outro ser a contraparte que “desfaz”, isso não necessariamente faz deles os criadores do universo, nem os seres mais antigos do mesmo. O Monitor e o Anti-Monitor surgiram quase junto com a criação (acidental) do multiverso, coisa que foi desencadeada por um cientista habitante do planeta Maltus, planeta este em que surgiu uma das primeira raças inteligentes do universo, os maltusianos.
Quem fez a cagada que gerou o multiverso foi um cientista maltusiano chamado Krona. Pois é, até então, não existiam outras dimensões. Nada de Earth 2, Earth 3, Earth1/New Earth nem nada. Era só o universo, sem outras versões.

Krona

Krona

Como eu disse, Krona era um maltusiano. Os maltusianos posteriormente então tornaram-se os Guardiões do Universo. “Porque?”
Krona tentou assistir o momento de criação do universo usando uma máquina de “mesclar tempo”, é como se fosse uma “viagem no tempo controlada”. O experimento deu errado, e de alguma forma ele corrompeu o momento da criação do universo, a energia meio que transbordou… É complicado explicar. Digamos que o nosso Big Bang teve janelas a mais por onde vazar e graças a isso criou mais de um universo. Todos eles coexistem separados por uma fina camada vibratória. Esse transbordamento gerou o multiverso.
Hoje em dia, do lado de cá das páginas, nós estamos ai com o LHC tentando recriar um bigbang. Daqui a pouco fazem um multiverso sem querer, daí eu quero ver. Vai ser um tal de “Não fui eu, foi minha versão da Earth 2” pra tudo que é canto.
Os maltusianos vendo a barbeiragem que o Krona fez, sentiram-se responsáveis por tudo, e decidiram então por proteger o universo, deixaram o planeta Maltus pra trás e mudando-se pro planeta “Oa”, que é a sede da Tropa dos Lanternas Verdes atualmente. “Porque foram justo pra Oa?” O planeta Oa fica exatamente no centro do universo e a partir dali eles mapearam o universo em setores. Oa fica no “Setor 0”, Maltus no “Setor 38”, a Terra fica no “Setor 2814”, Krypton no “Setor 2813”, Daxam (planeta do Mon-El) no “Setor 1760”, Tamaran (planeta da Starfire) no “Setor 2828” e daí seguem as divisões.
Muito bem. Em uma das luas de Oa, nasce o Monitor, que é tipo a personificação de toda energia positiva dos universos. Como o multiverso é cheio de facetas, um dos universos que nasceram a partir da burrada do Krona foi o universo Anti-Matéria, que é uma cópia do nosso, só que todo ferrado em negatividade. Lá, o planeta que fica no centro do universo (equivalente a Oa) é Qwarf, e em numa lua de Qwarf quem nasce? O Anti-Monitor, a personificação de toda energia negativa.
O Monitor e o Anti-Monitor entram naquela guerra de bilhões de anos atrás que termina com ambos desacordados por uns 9 bilhões de anos, e acontece a “Crise nas Infinitas Terras”, onde eles morrem. Com a morte deles, surge um novo monitor em cada universo, e no fim das contas os monitores se juntam para fazer tipo uma “vigilância geral comunitária” de todos os universos, todos juntos. Ótimo? Não, pois sempre tem a maçã podre. Mais pra frente explico.

Malthusianos

Maltusianos

Em Oa os maltusianos perderam a aparência alta e cinza com cabelos negros, e a medida que envelheceram ficaram um tanto diferentes. Sabem aqueles “chefes” dos Lanternas Verdes? Vocês que já leram alguma história dos Lanternas Verdes com certeza já devem ter visto. São anões azuis voadores de roupa vermelha. Então, esses são os maltusianos. Ficaram aliviados de lembrar que eles são dos quadrinhos e não de alguma alucinação proveniente de absinto ou LSD? É, eu também.
Então, pra que esse discurso todo sobre os Guardiões e os Monitores? Mostrar a origem do multiverso e para dar uma noção de TEMPO, pois ainda faltam mais coisas bilhões de anos antes da origem do multiverso, coisas mais pra trás no único universo que existia até a gracinha do Krona.
A fonte de tudo que existe no universo, é a “Source”, ou Fonte mesmo, tanto faz. Chamarei de Source porque é o original. A Source, obviamente veio antes dos Monitores, antes dos maltusianos, antes de tudo. Digamos que é o olho do Big Bang. A Source é protegida por um muro, a “Source Wall” (Ah vá, sério?). Esse Source Wall não é algo com o que se brinque, dali não se passa, quem tenta simplesmente fica preso pra eternidade, seja lá que tipo de ser você seja. A Source (e por consequência a Source Wall) ficam no limite do que se conhece como universo.
Sejamos sinceros, se fosse pra definir a Source como alguma coisa, seria o que muitas religiões chamam de “Deus”. Isto posto, vamos para o tópico seguinte: Os mundos.
Eu disse lá em cima que os maltusianos foram uma das primeiras raças, mas não a primeira. Vou dar números aproximados, não me venham cobrar exatidão pois eu não tenho todas fontes disponíveis. Monitor e Anti-monitor devem ter uns 13 bilhões de anos, os maltusianos devem ter seus 15 bilhões… Mas antes de todos eles existiam os Deuses Antigos, esses com seus 18 bilhões de anos.
Digamos que as eras fossem separadas em “primeiro mundo”, “segundo mundo” e daí por diante. Esses deuses antigos viveram no que foi o “primeiro mundo” e “segundo mundo”, em um planeta chamado God World. No “primeiro mundo” (lembrando que é pra enxergar isso como contagem de tempo) as formas humanóides que se desenvolveram foram ganhando dons divinos, e quando essas formas humanóides tornaram-se deuses, entramos no “segundo mundo”.
Nessa parte digamos que a coisa ficou bem “Thor”. Lá pelo final do “segundo mundo” estoura uma guerra entre esses deuses, havia o lado do bem e o lado do mal, no lado do mal havia um tal de “Lokee”, que era o filho de consideração do governante entre os deuses, e devido a guerra entre os antigos deuses que eram absurdamente poderosos… BOOOM, God World fez o Harlem Shake e explodiu. Quase todo mundo morreu.

Highfather Izaya

Highfather Izaya

A explosão de God World gerou a “God Wave”, uma onda divina mesmo, que espalhou a essência de God World por todo o universo, possibilitando o surgimento de deuses (ou seres de poderes semelhante aos deles) em todos os planetas atingidos. Começa então o “terceiro mundo”, nessa época enfim ocorre o primeiro povoamento na Terra.
Os que sobraram de God World se separaram em dois planetas… Os bons formaram New Genesis, e os maus formaram Apokolips. E adivinhem só, depois que esses sujeitos de New Genesis e Apokolips conseguiram poderes semelhantes aos dos deuses antigos um tempo depois… Entraram em guerra de novo, dando inicio ao “quarto mundo”. Tanto New Genesis quanto Apokolips ficam no “Setor 38”.

Outro tópico encerrado, agora o tópico seguinte é: Os Novos Deuses.

New Genesis

New Genesis

New Genesis é um planeta pacífico e limpo, coberto pela natureza, muitas florestas, rios… E sua única cidade é uma ilha flutuante chamada Supertown. O manda-chuva de New Genesis se chama Izaya. Após seu primeiro encontro com a “Source”, ele mudou seu nome para “Highfather” (Pai Celestial), e trouxe a sabedoria adquirida com a Source para seu povo.

Highfather Izaya também foi o responsável por um experimento que consistia em selecionar alguns habitantes da Terra para serem levados para viver New Genesis. Esses passaram a ser chamados de “Forever People”. Darkseid até sequestrou uma dessas pessoas, e o Superman se meteu pra resolver. Enfim, são outros 500 que não vem tanto ao caso.

Apokolips

Apokolips… É localizada em um ponto vibracional entre o mundo físico que conhecemos e o inferno. É um lugar coberto de fogo, sem recursos, literalmente um inferno. Quem dá as ordens por lá? Uxas, posteriormente conhecido como Darkseid. Nem sempre foi ele, até porque nem sempre ele foi poderoso como é, esse poder “divino” veio através de um monte de jogadas e traições.

Uxas é irmão de Drax, ambos filhos do rei de Apokolips, que se perdeu há tempos no Source Wall. Drax era muito pacífico, e Uxas muito violento. O reino cairia para Drax que é herdeiro mais velho, mas Uxas é quem queria o trono, então ele simplesmente mata o irmão, que na verdade não morre, mas até ali Uxas não sabia.

Infinity Man

Infinity Man

Drax foi salvo pelo “Infinity man”, um cara chamado Astorr, cheio dos poderes e tal… Mas Astorr já estava nas últimas devido a idade avançada (não é tão “Infinity” assim, tá pior que a Tim), e pouco tempo após salvar Drax, Astorr morre e passa o cargo Infinity Man para Drax. Ele só vem a exercer o papel de Infinity Man após algum tempo de treino e estudos, mas assim que a coisa se torna oficial, ele vai a New Genesis servir ao Highfather.

Uxas

Uxas (Darkseid)

Bom, voltando ao Uxas, depois das tais jogadas e traições e conexão com a dimensão Ômega ele conseguiu poder suficiente, tornando-se o gorilão chefe de Apokolips, e adotando o nome de DARKSEID. O sonho do Darkseid não era coisa simples. Alguns se satisfazem ao rodar o pião do bau e ganhar uma casa, mas o Darkseid não… Ele queria mais. Ele queria a Equação Anti-Vida.
“Putz cara… Matemática nessa altura do campeonato?”. Calma lá, se fosse matemática nem eu iria gostar. A matemática é uma ciência exata, só que no caso dessa equação, os fatores são elementos de ciências humanas, ou seja, sentimentos e coisas do gênero. Uma expressão matemática onde no lugar dos números temos sentimentos e conceitos. A equação é a seguinte:

Solidão + Alienação + Medo + Desespero + Auto-estima ÷ Zombaria ÷ Condenação ÷ Desentendimento x Culpa x Vergonha x Falha x Juízo… n = y, onde y = esperança e n = loucura, amor = mentiras, vida = morte, eu = Dark side

Quando essa equação é dita na mente de um ser vivo, ele ganha a certeza de que a vida, a esperança e a liberdade não tem sentido. A equação anula o livre arbítrio de qualquer ser. Tá bom ou querem mais? Porque tem mais. Posteriormente é revelado que a Equação Anti-Vida na verdade é uma entidade viva, mais exatamente a contraparte da Source. A Equação Anti-vida é o outro lado da moeda, o yang.

Orion

Orion

Ai então novamente entram as guerras entre New Genesis e Apokolips. Mas como tudo demais na vida cansa, eles entraram em um tratado de paz bem diferente. Para mostrar que estão “na boa” um com o outro, Highfather e Darkseid fazem uma troca… De filhos. Isso ai, Darkseid manda seu filho Orion para ser criado em New Genesis e Highfather manda seu filho Scott Free (Mister Miracle, Senhor Milagre) para viver em Apokolips.
Orion cresce aprendendo a controlar sua fúria e se torna o maior guerreiro do mundo. Já Scott, cresce sendo criado por uma serva sádica do Darkseid, a Granny Goodness. Esse Scott tem um talento natural para… Escapar. Ele é o que chamam de “escape artist”. O Batman, por exemplo, também é um escape artist, mas o Scott… É outro nível. Uma frase do próprio Batman quanto ao Scott:

“Ele não se tornou o maior mestre de fugas do mundo pelos aplausos. Ele fez isso para sobreviver”.

Mister Miracle

Scott Free (Mister Miracle)

Scott tinha a bondade natural de New Genesis, e não se deixou levar por todo sofrimento e absurdos de Apokolips. A habilidade de escapar de tudo que é armadilha ou situação chamou a atenção de um sujeito chamado Himon. Ele é outro dos novos deuses, originalmente um cientista de New Genesis, que vive escondido em Apokolips.

Esse Himon é um inventor de primeira, ele é o descobridor do “Elemento X”, um material que é usado pra fazer outra de suas invenções, a “Mother Box”. Essa Mother Box é usada por praticamente todos os novos deuses, mais frequentemente encontrada em New Genesis.

Mother Box

Mother Box

Nem mesmo os próprios usuários sabem de todas capacidades das Mother Box, e dentre as habilidades estão: Mudar a constante gravitacional de uma área, transferir energia de um lugar pro outro, controlar o estado mental de outra pessoa, se comunicar por telepatia com outra forma de vida, manipular a força da vida e salvar pessoas de ferimentos letais, tomar controle de outras máquinas, evoluir outras máquinas, manter o usuário vivo em ambientes nocivos a sua saúde, tipo espaço ou lugares com veneno, e uma das principais funções, abrir e fechar os “Boom Tubes”.
Os Boom Tubes são como portais. Para quem tem alguma noção de astronomia, é o equivalente a um wormhole, ou buraco de minhoca. A teoria de que o caminho mais curto entre dois pontos NÃO É seguir uma reta, mas sim unir os dois pontos.
Há algumas Mother Boxes que tem capacidades diferentes. A Mother Box do Orion (filho do Darkseid) controla a raiva dele e também sua aparência. A do “Forever People” tem a capacidade de invocar o Infinity Man… E daí por diante.
Himon ensina o Scott a fazer a tal Mother Box. Essas caixas são tipo uma conexão com a Source, uma “conexão com o divino”. Com que cargas d’água o Himon criou algo que se conecta com a Source eu não sei. As Mother Box são caixas que aparentam ter quase o tamanho de uma fita k7, mas apesar de serem super computadores, ainda assim são organismos vivos.
Citação por fora… Há lendas antigas sobre um aparelho semelhante aqui do lado de fora dos quadrinhos, aqui mesmo no mundo onde vivemos. Explicaria muita coisa sobre nossas antigas civilizações. Alguns arqueólogos e estudiosos dizem que pra cortar e mover aquelas pedras de toneladas que nem mesmo nossas máquinas de hoje conseguiriam, os Incas usavam um aparelho de tamanho não muito maior que um controle remoto de TV, cedido por seres que vieram do espaço.
Há alguns daqueles registros antigos em paredes que mostram humanos usando algo do gênero pra cortar e mover os grandes blocos, e também havia algumas outras funções, acho que as pessoas voavam quando estavam em posse daquilo, enfim. Eu sabia o nome dado ao tal aparelho, mas esqueci e não encontro mais em lugar nenhum. Em todo caso, provavelmente a Mother Box foi baseada nisso.

Big Barda

Big Barda

Voltando ao Scott Free… Ele se apaixonou por Big Barda, uma mulher que fazia parte da tropa feminina de seguranças do Darkseid. É, o velho mano Uxas tinha guarda feminina igual o finado Muammar Gaddafi lá da Líbia. Por fim ela também se apaixonou por ele (o Scott, não o Gaddafi) e se casaram lá (em Apokolips, não na Líbia).
Com o tempo, claro, ficou inviável continuar lá, então Scott fugiu pra Terra, onde virou amigo de um escape artist que trabalhava em circo, um homem que usava o nome de Mister Miracle no palco. Após a morte desse homem, Scott assume o nome de Mister Miracle pra si. Big Barda também fugiu pra terra e eles passaram a viver juntos.

Esses Novos Deuses apesar do nome “deuses” e etc… também morrem. O Highfather teve seu momento e cantou pra subir. Quem entrou no lugar? Alguém que estiva a altura, supomos. Ai entra um que não citei ainda, Takion.

Takion

Takion

Joshua Saunders é o nome real de Takion. Ele foi escolhido pelo próprio Highfather em vida, pois este em sua sabedoria e poderes viu que Joshua era um homem sem destino. Então Joshua tornou-se parte da Source, passando a ser conhecido como “Takion of the Source”, Takion da Fonte, ou coisa assim na tradução.
O sujeito ficou incrivelmente mais poderoso, e assim que o Highfather bateu as botas divinas ele entrou como cabeça de New Genesis. A intenção do Highfather era simples, ao morrer, ele se tornou uma coisa só junto da Source. Fique claro que ele não “se tornou” a Source, nem responde por ela nem nada do tipo, ele apenas “faz parte”. Como o Takion também era tipo um canal ambulante da Source, mesmo depois de morto, o Highfather original poderia assumir controle de Takion, como se ele fosse seu avatar.
Tecnicamente, quem deveria assumir como novo Highfather era o Scott Free, o Miracle Man, mas esse recusou, não restando então muitas opções pro Highfather Izaya.
Independente do rumo que os filhos trocados tomaram… Apokolips e New Genesis continuaram trocando farpas, então a Source tomou uma decisão: Acabar com a Guerra.
Agora sim, depois disso tudo explicado, finalmente, começará o resumo da CRISE FINAL. Tudo que escrevi até agora foi com uma única intenção. Digamos que nem tanto “por mim”, mas por uma das principais qualidades do Batman Guide que já existia desde o primeiro dia, muito antes de eu sequer cogitar a escrever aqui. Ajudar quem está começando.
Não importa tanto o que eu “penso”, apesar de eu gostar de deixar claro. Na vida sempre temos uma escolha, só contra a morte não há escolhas. Médicos fazem um juramento que os comprometem a cuidar até mesmo do pior criminoso. Eu particularmente deixaria a vagabundagem pra morrer, mas se eu me tornei médico e fiz a porcaria do juramento, eu seguirei, pois eu tinha a opção de não fazer. Se eu fiz, eu sigo. Dane-se o resto.
Ao entrar pro Batman Guide assumi esse compromisso primário de fazer os textos pensando em quem está lendo pela primeira vez. Eu dispensaria mais da metade dessas explicações sobre a ”origem do universo” da DC, mas acho que pra entender a Crise Final é bom saber de todos esses detalhes. Até porque o Batman, nosso foco do blog, vive dentro desse universo que citei, e eu NUNCA vi um resumo assim das origens dos povos e multiverso.
Não que eu tenha fornecido TUDO o que há de detalhes sobre o universo da DC, mas será um adianto para quem quer entender. Eu posso SIM ter errado alguma coisa nesse “resumo do universo” segundo a DC. Se realmente errei, espero que possam transformar meus erros em degraus para complementos.

Ok, Crise Final.

Parte 2

A Source achou que acabando com o “quarto mundo” e com os Novos Deuses, Apokolips e New Genesis finalmente acabariam com sua guerra. Como diria Confuso Sobrinho, “pelo sim pelo não, como a gente fica?”. A guerra resultou na vitória de Apokolips, Darkseid conseguiu o que mais queria, a Equação Anti-Vida.

Darkseid funda o “Dark Side Club” na Terra junto aos novos deuses do mal que fecham na vacilação com ele. Os novos deuses tem a habilidade de tomar posse do corpo de humanos, e assim eles fizeram, tomaram corpos aqui pela terra e circulavam a paisana.
A história ganha um toque fúnebre, os novos deuses estão sendo assassinados um a um. Lightray, o Forever People... E todos acham que é o Himon. Orion, Superman e Mister Miracle investigam pra saber quem é, chegando na resposta que poucos esperavam, não por haver muitas outras hipóteses, mas por este não ser tecnicamente um vilão. O assassino era Infinity Man, a essa altura não mais o Astorr, que morreu de velhice, mas sim o Drax, o irmão mais velho de Uxas (Darkseid).
Infinity Man foi selecionado para esta missão pela própria Source, e após descoberto, a batalha se resume a Infinity Man contra Mister Miracle (Scott Free, o filho de Highfather Izaya). No fim das contas temos mais uma batalha entre o sangue de Darkseid e o sangue de Izaya. A batalha se estendeu até a Source Wall, e como o Mister Miracle estava em posse da Equação Anti-Vida (que como expliquei antes na verdade é a contraparte negativa da Source), a Source e a Equação tornaram-se uma só, e o Infinity Man foi morto por Mister Miracle.
A intenção da Source era juntar com sua contraparte (a Equação Anti Vida) e assim dar origem ao “quinto mundo”. Diante da realidade, depois de ver que logo o Infinity Man era o assassino dos deuses, depois de ver qual era o plano e de descobrir que era a própria Source que estava por trás de tudo… Scott permitiu que a Source lhe retirasse a vida, e lá se foi.

metron

Metron e sua Mobius Chair

Como se a história já não tivesse muita gente envolvida, agora temos a presença de Metron na bagunça. Metron é um dos Novos Deuses, porém não é nascido nem em New Genesis nem em Apokolips. Sua origem é um mistério, e o mistério é o que o move. Muitos acham que ele é “do bem”, mas na verdade ele é neutro.
Metron é um viciado em informação, tecnologia, conhecimento, histórias… Enfim, sua sede de sabedoria é infinita, nunca é suficiente, ele é um cientista e inventor, e tem inúmeras criações, a mais famosa talvez seja seu “trono”, a Mobius Chair. Essa cadeira o permite viajar pelo espaço, pelo tempo, e pelas dimensões. Ele vai pra onde e quando quiser, literalmente. Fora que a tal cadeira tem uns equipamentos com força suficiente pra tirar um planeta de órbita. Ele também não é pouca coisa.
Metron no passado chegou a negociar com Darkseid quando este ainda se chamava Uxas. A negociação foi sobre o Elemento X, descoberto por Himon. Uxas entrou com o elemento X e Metron entrou com meios de Uxas poder invadir New Genesis. Como podem ver, o cara faz qualquer coisa por conhecimento.
“Então porque o Metron agora tá dando pra trás com o Uxas?” Simples, o mano Uxas (agora Darkseid), finalmente conseguiu a Equação Anti-Vida, e com isso ele tem o poder de tirar o livre arbítrio de qualquer um. Se isso o atingisse ele perderia a capacidade de buscar conhecimento, ele seria um mero escravo do Darkseid. Metron não gostou, e aliou-se com o lado contrário, o de New Genesis.

Metron and Anthro

Metron e Anthro

Pensando algumas jogadas a frente de Darkseid, Metron colocou sua cadeira pra voar e ir atrás do prejuízo. Dentre suas ações, ele foi até o início dos tempos na Terra, até o primeiro homem da raça humana, Anthro. Um homem das cavernas (não pensem em um neanderthal, o sujeito era bonitão, cabeludo, do peito bonito, da barriga bonita) e lhe cedeu o fogo, e também um símbolo que os ajudaria a lutar contra a Equação Anti-Vida. Metron bancou o Prometheus em cima dos humanos. Isso não adiantou muito, pois o Darkseid já estava em um nível de influência e domínio grande demais.

Libra

Libra

Darkseid mandou Libra (Justin Ballantine, um vilão) cuidar dos fugitivos do planeta prisão, fazendo a eles a promessa de que teriam tudo que quisessem, desde que seguissem a Darkseid, e fora isso, a morte de seu próprio filho, Orion, aquele que foi trocado com Highfather Izaya num tratado de paz.
Esse tal do Libra também reuniu a antiga “Sociedade Secreta dos Super Vilões”, que causou bastante zona durante a Crise Infinita.
“Isso é DC ou Saint Seiya?!”, o Libra é um sujeito que, assim como Infinity Man, Himon, Scott Free e mais uma HORDA de personagens da DC passam despercebidos por um roteiro de Batman. Imaginem ler uma saga como… “Cidade Castigada” por exemplo. Quais as chances de ver o Highfather? Nem se você tentar olhar de luneta pro céu de Gotham vai ver o cara.
Libra é um personagem sem tantas aparições, e de alguma forma, sem taaanta importância quanto alguns dos demais, mas a história dele é meio bizarra. Como diria o Capitão Nascimento “O Baiano teve uma infância fudida”, assim como o Justin também teve. A mãe dele morreu quando este ainda era criança, um químico mediu mal a dosagem do medicamento dela, usando uma balança (símbolo de libra), e a mulher empacotou.
Como toda desgraça é pouca na DC, o pai do Justin abusava dele. Um dia qualquer ele conseguiu um telescópio, foi pro telhado, e o pai dele tentou chegar lá, e acabou caindo lá de cima e morrendo na queda. O garoto ficou observando o corpo lá de cima até a polícia chegar, e notou que a vida é uma questão de equilíbrio/balanço. Tcharam, Libra.
Os seguidores do Darkseid proliferaram a Equação Anti-Vida, e a Terra começou a se tornar algo que poderia condenar toda existência, um buraco negro no espaço-tempo ferrando todos os universos do multiverso. Até o tempo desregulou, semanas se passaram em dias. A própria presença do Darkseid em si já altera o espaço-tempo ao seu redor. Olha o caos que o Uxas veio fazer na Terra.
Mas isso teve um lado bom, alguma força desconhecida trouxe Barry Allen, o segundo Flash, de volta da força de aceleração, onde ele estava preso há anos. Info pra quem é alheio ao universo dos corredores escarlate: Ele é tecnicamente o segundo Flash, porém muitos o entendem como “primeiro Flash”, tendo em vista de ter sido o primeiro com esse uniforme, e que o primeiro foi o Jay Garrick (da Sociedade da Justiça), com aquele coroa com capacete de penico. Digamos que o Barry Allen foi o primeiro Flash “moderno”.
Barry AllenEle deu as caras também na Crise Infinita, ajudando Wally West e Bart Allen a prender o Superboy Prime na Força de Aceleração. “E o que o homem estava fazendo lá dentro?”. Então… Longa história. Durante a Crise nas Infinitas Terras Flash vivia no século 30, só que a existência lá no Século 30 entrou em declínio, Flash correu de volta ao século 20 pra dar o pitaco pro povo de que tava dando bode lá na frente, primeiro tentou avisar o Batman, mas então ele foi pego pelo Anti-Monitor e levado ao universo antimatéria. Pra não me prolongar muito, adianto que ele conseguiu se livrar, e pra destruir o canhão Anti-Matéria que ia acabar com tudo, ele correu em torno dele numa velocidade tão alta que foi suficiente para destruir o canhão e, infelizmente, prender o Flash na força de aceleração pra sempre. Por isso o Flash já estava lá dentro.
Mas então… Flash surgiu correndo atrás da bala disparada para matar Orion, e logo atrás dele, William Walker, mais conhecido como “Black Racer” (Corredor Negro). É um maluco de roupa escura colada, chapéu medieval deslizando em velocidade mach usando esquis. Aliviado dessa bizarrice também não ser um pesadelo seu?
O Black Racer foi selecionado pela Source para ser tipo… A morte. É, o grim reapper velocista, o Zé Maria de esquis. O sujeito pode trazer a morte com um toque. Bom… Barry avisou a Wally e Bart para correrem. Eles avançam um mês no tempo e vêem a Terra dominada por Darkseid. Ferrou-se, né? Barry e Wally dirigem-se a Blüdhaven, onde está Dan Turpin, o “corpo” dominado por Darkseid na Terra, e correndo na direção dele na velocidade da luz, guiam o Black Racer para Dan, e este arranca a essência do Darkseid do humano.

Mandrakk

Mandrakk

Lembram dos monitores que falei bem antes no texto? Lembram da maçã podre? Ela tem nome, é o Monitor Dax Novu, que ao passar pro lado negro da força passou a se chamar Mandrakk, the Dark Monitor. Os monitores são como… Parte do multiverso em si, eles tem uma função como se fossem células, ou parasitas, não sei explicar o tipo de ligação, sei que de alguma forma estão ligados ao Multiverso (lembrando que tudo isso de multiverso começou com o Krona, o cientista maltusiano).

Miracle MachineO tal Mandrakk acabou vencido pelo Superman, mas outro Monitor que estava de conchavo com o Dax Novu, um tal de Rox Ogama, assumiu o manto de Mandrakk. Pouco problema? Tem mais: Superboy-Prime, o Sr. “Soco na Realidade”, o baderneiro principal da Crise Infinita. Ai a coisa ficou feia de vez, foi necessário uma convocação de Supermen pelos universos, um exército de Supermen pra lidar com o Prime. Mas com isso, Superman ficou fora de sua época, e não conseguia voltar pra encarar o Darkseid fuça a fuça. Vendo que isso era essencial pra não haver um colapso em escala universal, o Brainiac (sim, o vilão), forneceu os esquemas pra montar a “Miracle Machine”, pra mandar o Superman de volta.
O Lanterna Verde John Stewart fez uma contribuição curta porém importante para o rumo da história, ele encontrou uma bala de Raidon no corpo de Orion. A bala que Barry Allen perseguia. Radion é um material de origem desconhecida (tipo o Elemento X), só que esse Radion tem uma característica bem interessante… Ela mata os novos deuses. Batman ficou em posse dessa bala.

E falando em Batman (o blog é sobre ele, né), o mano Uxas entrou na furada de tentar clonar o Homem-Morcego. Sim, o simples humano foi escolhido para ser recriado aos montes e assim montar um exército. Darkseid tem seus contatos sinistros, e usando um dos “subalternos” da Granny Goodness, o “Lump” (que não é um Oompa Lumpa), roubou as memórias do Bruce, ele até resistiu, mas no fim cedeu. Essas memórias seriam colocadas nos clones feitos para serem o futuro exército de Batmen. E aí um exército de Homens-Morcegos desceu na Terra e é por isso que se chama Crise Final. Nostradamus estava certo. Brincadeira. Não tão óbvio, mas não deu certo.

Lembram do filme Die Hard 4.0, onde o hacker fala pro policial “se eu passar tudo que tem no meu cérebro pra você de uma vez, sua cabeça explode”? Foi mais ou menos isso. Tudo que o Batman tem de sofrimento, preocupação, solidão (…) foi adquirido grão por grão. Apesar de ser algo que gera níveis altíssimos de stress e depressão, e ele suporta isso. Mérito dele. Talvez se ele tivesse recebido tudo de uma vez, nem o próprio Batman teria aguentado, e foi isso que ocorreu com os clones. A carga foi demais e eles entraram em conflito interno.

Foi “triste” de alguma forma, eles tentando acabar com eles próprios em sofrimento, mas foi um exemplo do tipo de carga que o Batman carrega nos ombros o tempo TODO. Darkseid manda acabar com todos clones, mas segura um vivo. Vocês o verão futuramente.

Batman vs DarkseidOs Guardiões do Universo sabendo do saracutaco na Terra, enviam uma Tropa de Lanternas Verdes sob os comandos de Hal Jordan para enfrentar Darkseid. Mas o Morcego chegou na frente. Ali não era um kryptoniano com poderes, não era um ser de New Genesis, nem um velocista… Era um homem diante de um deus. Batman e Darkseid. Em vista da diferença óbvia de poderes e capacidades, e diante das consequências da permanência de Darkseid vivo, Batman fez a única exceção de sua promessa e disparou uma arma de fogo contra um inimigo, disparou a bala de Radion usada originalmente para matar Orion, agora no pai, Darkseid. A mesma bala do filho serviu ao pai, mas Batman demorou demais pra tomar a decisão, e o disparo veio quando a Sanção Omega já o fitava. A Sanção é “morte que é vida”. Até ali ninguém sabia o que realmente aconteceu com o Batman, o que tudo indicava é que o Morcego tinha sido fritado por algum raio mortal do Darkseid.

Batman is dead
lasso of truthSuperman consegue retornar para o tempo certo, e uma vez de volta, aliou-se com Lex Luthor (sim, com o velho Luthor) para quebrarem a Equação Anti-Vida sobre a Mulher Maravilha. Esta por sua vez agora consciente, usa o Laço da Verdade no corpo do Darkseid, quebrando de vez a Equação sobre tudo e todos.
Superman tentou usar a Miracle Machine para reverter todo estrago feito pelo Darkseid, mas este ainda atrapalha tudo. Superman lança uma nota tão alta que a vibração trinca a essência do Darkseid. Tudo resolvido? Não. Nunca é tão simples. Mandrakk, the Dark Monitor retornou, não o primeiro derrotado, agora é o outro que assumiu o manto.
Superman precisava de mais elemento X para fazer a Miracle Machine funcionar, tentou inclusive usar a Mobius Chair do Metron pra ajudar, mas não deu certo. A solução que o campeão da Terra encontrou foi usar a energia solar acumulada em seu corpo, e assim conseguiu fazer a Miracle Machine funcionar. A Tropa dos Lanternas Verdes chegou com Hal Jordan, mataram o Mandrakk, e a Miracle Machine que Superman energizou consertou o estrago feito no multiverso e no espaço tempo, devolvendo a Terra a sua normalidade.
“Normalidade”… Nessa Crise o Caçador de Marte morreu, o Batman “morreu”… Mas valeu a pena vermos a troco de que.
“Mais vale um covarde vivo”? Não, se ele não tivesse se sacrificado, talvez não houvesse mais Terra ou universo para se estar, ele morreria de qualquer jeito. Ele fez o que precisava ter feito e não correu das consequências. Acham que o Batman, o sujeito que tá preparado pra TUDO, não sabia que isso podia acontecer? Ele mais do que ninguém sabia de suas limitações, sabia que era apenas um humano numa guerra entre deuses, e mesmo assim fez a diferença. Se não fosse aquela bala de Radion em Darkseid, sabe lá se os demais teriam chance de reação.
Claro, foi um esforço conjunto. Barry Allen e Wally West tiveram grande importância também (com auxílio do Black Racer, mas tiveram), o Metron também (independente da finalidade)… Mas claro, o sacrifício maior foi do Homem-morcego. Claro que não foi ele sozinho, mas ele foi parte da salvação do multiverso.
Em meio a tantos personagens, tantos lugares, explicações, mundos, deuses, mortes, itens… Não falei nada sobre a arte da história. A história foi lançada em 2008, então logicamente já veio com desenhos bem modernizados. Cores fortes e definidas, mas claro que isso não é “padrão”, há equipes e equipes, cada uma com seu trabalho, e essa ficou de parabéns. Não podíamos esperar menos de uma saga tão grande dentro da DC.

Capas

Capas das edições de Crise Final

As consequências serão VÁRIAS dentro do universo Morcego, e vocês acompanharão tudo aqui no blog mesmo. Pra quem lê apenas a série mensal do Batman tudo isso passaria batido, pois nas revistas do morcego tudo é passado bem por cima. “Ah, ele foi pra uma missão com a Liga da Justiça e POW, o Morcego velho bateu as bat-botas”. Rolam algumas sagas curtas, umas plausíveis, outras apenas simbólicas (a do Neil Gaiman), e daí pra frente… Conheceremos uma Gotham sem Bruce Wayne.
Pros leitores de Batman que nem relaram um olho na Crise Final, acho que isso aqui fica mais do que suficiente, uma vez que na série mental não foi explicado nem 1/8 disso e tudo fluiu bem.
Aqui encerro o texto. Que a Source os abençoe. Até.

(Nota da Jéssica)
Augusto, novamente obrigada por nos presentear com mais um dos seus geniais textos.
Me baseei na ordem de leitura do Darkseid Club. Você pode baixar a checklist aqui.
Abaixo dos links para download você pode encontrar uma galeria de imagens. Boa leitura e qualquer problema por favor nos avise nos comentários!

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Galeria de Imagens

A Capa001 (1) A Capa001 (2) A Capa001 (3) A Capa001 (4) A Capa001 (5) A Capa001 (6) A Capa001 (7) A Capa001 (8) A Capa001 (9) A Capa001 (10) A Capa001 (11) A Capa001 (12) A Capa001 (13) A Capa001 (14) Capas DC HEROES 000A DC HEROES 000B DC Heroes 001 DC Heroes 002 DC Heroes 003 DC Heroes 004 DC Heroes 005 DC Heroes 007 DC Heroes 008 DC Heroes 009 DC Heroes Final Crisis 000 Final Crisis 001 Final Crisis 004 Final Crisis 005 Final Crisis 006 Final Crisis 007 Final Crisis 008 Final Crisis 009 Final Crisis 010 Final Crisis 011 Final Crisis 012 Final Crisis 013 Final Crisis 014 Final Crisis 015 Final Crisis 016 Final Crisis 017 Final Crisis 018 Final Crisis 019 Final Crisis 020 Final Crisis 021 Final Crisis 022 Final Crisis 023 Final Crisis 024 Legion VillainsUnitedTP Wallpaper001 Wallpaper002 Wallpaper003 Wallpaper004 Wallpaper005 Wallpaper006 Wallpaper007 Wallpaper008 Wallpaper009 Wallpaper010 Wallpaper011 Wallpaper012 Wallpaper013 Wallpaper020 Wallpaper022

Sorteio Nihil, Fuck! –“O Que Aconteceu ao Cavaleiro das Trevas?”

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Olá!

Hoje teremos o sorteio da primeira edição de capa dura aqui no Batman Guide!
Essa edição é uma cortesia do queridíssimo Nihil, do blog Nihil, Fuck!, parceiro do Batman Guide desde o seu surgimento! O Nihil, Fuck! é um blog de conteúdo adulto, entretenimento geral, humor e reflexões filosóficas.

Com o roteiro do fenomenal Neil Gaiman e com arte de Andy Kubert, foi publicada em duas edições da série mensal do Batman e do Dectetive Comics, e compilada originalmente com o nome de “Whatever Happened to the Caped Crusader?” (O que aconteceu com o Cruzado Encapuzado?). Pela Panini, foi lançada em uma edição de luxo esse ano, com a tradução “O que aconteceu ao Cavaleiro das Trevas?” Particularmente, essa tradução não me deixou satisfeita, pois “Cruzado Encapuzado” é um título bastante adequado ao Batman, mas pouquíssimo utilizado aqui no Brasil. Mas eu entendo a necessidade de adaptar o título para “Cavaleiro das Trevas”, o título de maior impacto atribuído ao Batman. Essa edição da Panini conta ainda com outras histórias paralelas à trama central do Morcego. A resenha completa virá na semana que vem, junto com o resultado do sorteio!

Capa

Gostaria de agradecer ao Nihil pela gentileza e disposição em oferecer uma edição tão bacana para sortear aqui. Valeu, meu querido!

Então, vamos descobrir como ganhar essa HQ!

1. Você deve ser residente no Brasil.
2. Para participar, é obrigatório curtir a página do Batman Guide no Facebook.
3. Para participar, é obrigatório curtir a página do Nihil, Fuck! no Facebook.
4. Após curtir as respectivas páginas, preencha o formulário abaixo. Todos os campos devem ser preenchidos. No campo “Facebook”, insira o endereço do seu perfil. Caso você seja sorteado e não esteja curtindo alguma das páginas do Facebook, o sorteio será refeito.
5. A data-limite para participação é 4 de agosto de 2013, às 15h00. Este será feito de forma totalmente eletrônica. O resultado será divulgado no dia 5 de agosto de 2013.
6. O ganhador da HQ se compromete a tirar uma foto com ela depois, para que seja postada no Batman Guide. É a única coisa que pedimos, não custa nada, né? ;)
7. Caso o ganhador não se manifeste em até 24h, o sorteio será refeito.

Boa sorte!


#75 – Batman: Descanse em Paz

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“Bem-vindos a Gotham City. Claro que ninguém nunca disse que seria fácil destruir o Batman. [...] Mas este auto-intitulado bem feitor, esse aristocratazinho arrogante e mimado está prestes a ter um merecido e duro despertar. [...] O que estamos prestes a fazer será uma obra de arte. Nada menos que a completa e total ruína de um nobre espírito humano. “

Olá!
Espero que tenham gostado do texto da Crise Final, escrito pelo Augusto.
Até esse momento, eu e ele viemos construindo um caminho, uma “estrada” para a HQ que venho apresentar hoje até vocês. E finalmente chega um dos momentos cruciais para o Batman Guide, e um dos momentos definitivos para a cronologia do Morcego: “Batman – Descanse em Paz” é a HQ de hoje.

Para a leitura dessa HQ, recomenda-se fortemente que você tenha lido, ou pelo menos conheça em linhas gerais, as seguintes sagas:

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No roteiro temos Grant Morrison e na arte nomes como Andy Kubert, Jon Van Fleet, JH Williams III e Tony Daniel – só os “dinossauros” da DC Comics. Antes de começar, uma pequena citação de Morrison para a Comic Book Resourcs, a respeito do destino de Batman em “Descanse em Paz” – se era definitivamente o fim do Bruce Wayne. A tradução é minha, mas você pode ler o original aqui:

“Sim, mas como eu digo: é bem melhor que a morte. As pessoas tem matado os personagens no passado, mas pra mim, isso meio que encerra a história! Eu gosto de manter a história girando e se transformando. Então o que eu estou fazendo é um destino pior que a morte. Coisas que ninguém nunca imaginaria acontecer com esses caras.”

Um segundo detalhe que ficou um tanto quanto escondido na tradução de “RIP” para “Descanse em Paz”. Como você deve saber, a sigla “RIP” é o acrônimo de “Rest in Peace”, que é literalmente “Descanse em Paz”. Então qual é o problema? É que depois de muitos eventos, foi revelado que a sigla “RIP” não significava exatamente isso, e sim outra expressão em inglês. Revelarei isso para vocês posteriormente.
Posto isso, vamos para a análise das 20 edições que compõe “Batman: Descanse em Paz”.

001

Começamos com o volume “Meia-Noite na Casa da Dor”, que é uma espécie de prelúdio para os eventos que se seguirão. Você se lembra da minha resenha sobre “A Luva Negra”? Terminamos com Bruce Wayne se revelando para Jezebel Jet: ele é Batman. De fato, algumas outras mulheres de sua vida já souberam dessa ligação: Silver St. Cloud (uma mulher com a qual se envolveu na série nos anos 70), Sasha Bordeux. Um detalhe a ser notado é que nos relacionamentos anteriores de Batman ele jamais se “entregou” tanto assim, mostrou suas vulnerabilidades. Um Batman com uma paixão assim, quase adolescente… Isso é possível? É como se ele sempre tivesse amado Jezebel Jet (lembre-se disso posteriormente). Devido a esses fatores, Tim Drake está preocupado com a sanidade mental de Batman, diante dos acontecimentos recentes . Ao discutir isso com Alfred, o fiel mordomo afirma que as grandes habilidades físicas e mentais não permitiriam que Bruce Wayne se perdesse em loucura.

“Você entende que patrão Bruce tem uma visão clara da busca pela perfeição humana a qual constantemente empenha-se. O domínio físico absoluto das artes marciais, ginástica e ioga, as habilidades dedutivas e lógicas dos principais filósofos, cientistas forenses e detetives, o entendimento, discernimento e objetividade moral dos supremos adeptos do zen… Devo continuar? [...] Ele é uma mente como nenhuma outra. Eu tenho sérias dúvidas se algum de nós irá compreender completamente suas decisões, mas nunca devemos subestimar sua força e resistência.”

002Contudo, fica muito claro para nós que talvez essa não seja a realidade. Batman começa a se perder em meio aos seus próprios pensamentos, em meio as suas idéias, suas concepções. Por favor, não se esqueça desse fato do qual eu venho falando desde “A Luva Negra”: a sanidade mental de Bruce Wayne está cada vez mais deteriorada, fragmentada, o limite entre e o que é real e o que é ilusão está cada vez menos nítido.

003Bruce e Jezebel recebem um estranho convite: “A Luva Negra concede um convite à senhorita Jezebel Jet e ao senhor Bruce Wayne… O tema desta temporada: danse macabre”.
Enquanto isso, no Asilo Arkham, Coringa é submetido a um teste de Rorschach – você vai se lembrar da edição “O Palhaço à Meia-Noite” da HQ “Batman e Filho”, em que Coringa só enxerga dor, morte, tripas, sangue e destruição. Aqui não é diferente: por alguns instantes, vemos como Coringa enxerga as coisas, pessoas mortas e sangue por todo o lado. E instantes antes antes do efeito dos calmantes passarem, ele é convidado por alguém em nome de Luva Negra, para “a dança da morte do Batman”.

Vamos fazer uma pausa. Eu gostaria que você percebesse um padrão em alguns momentos dessa história: a presença do padrão de cores vermelho e preto.
Na verdade isso vem ocorrendo desde “Batman e Filho”: a coloração do céu no momento em que Coringa leva o tiro. O Batmóvel. Jezebel Jet, novo amor de Bruce Wayne: uma mulher negra com os cabelos vermelhos.
Em “A Luva Negra” esse padrão se repete inúmeras vezes durante a formulação da teoria para destruir Batman. Inúmeras roletas de jogos de azar aparecem, sempre vermelhas e pretas.
Por que existe essa sugestão?
Vamos retornar à história “O Palhaço à Meia Noite“, contida em Batman e Filho. Veja esse quadro:

Red and Black

Vamos também dar uma olhada nas páginas iniciais de “Crise Final”. Batman também percebe essa combinação que aparece várias vezes, e então vai até o Asilo Arkham investigar isso junto a Coringa. Leia essa sequência.
CRISEFINAL_001_007

CRISEFINAL_001_008

CRISEFINAL_001_009
De uma maneira simplificada, vermelho e preto significam a luta entre a vida e a morte, entre o “bem” e o “mal”, e essa sugestão de conceitos dá a Batman uma idéia do que ele vai enfrentar, o tempo todo.
Outro conceito com o qual você vai se deparar é a “Mão do Morto“, (“Dead Man’s Hand”). Essa é uma jogada de pôquer que consiste em um par de áses e um par de 8. Porém essa não é uma simples jogada, há uma lenda por trás dela; dê uma lida nesse trecho (Fonte)

“Em 2 de agosto de 1876, o jogador de pôquer profissional, pistoleiro, advogado e trambiqueiro Wild Bill Hickok foi até um saloon na cidade de Deadwood, Dakota, para faturar uns dólares em cima dos locais. Infelizmente, para ele, não achou uma cadeira vaga de costas para a parede e de frente para a porta, onde costumava sentar-se por precaução.
Interessado no jogo, ele se contentou com uma cadeira de costas para a porta. Má ideia.
Logo após receber um par de ás e um par de oito, todos pretos, um colega de profissão seu se aproximou por trás e o fuzilou na nuca. Como ele era uma espécie de celebridade no Velho Oeste, jornais publicaram várias matérias falando do sujeito e do jogo, com ênfase nas cartas na mão dele, que se tornariam sinal de mau presságio.”

Voltemos a “Descanse em Paz”. Na edição seguinte, “Batman no Submundo”, o Morcego está enfrentando um novo vilão mascarado de Gotham (mais um?) para saber o que todos nós nos perguntamos: Quem é o Luva Negra? Mas aparentemente aquele criminoso meia-boca não está envolvido com o Luva Negra. Gordon duvida de Batman, e dessa entidade/organização na qual ele anda insistindo tanto nos últimos tempos.
Enquanto isso, num prédio obscuro de Gotham, Dr. Hurt está combinando um novo plano contra Batman. Será um plano grandioso. Uma obra de arte, nada menos que “a completa e total ruína de um nobre espírito humano”. Questionado por um dos vilões se seria possível concluir uma tarefa que é tentada pelos inimigos de Batman há anos, Dr. Hurt responde: “Ninguém o conhece melhor que eu.” O método utilizado será a indução da frase Zur-En-Arrh, a frase gatilho implantada na mente de Batman anos atrás. Um botão, e Batman se autodestruirá.

Ao ver a capa das edições, perceba que Batman parece cada vez mais… “Afundar”. Assim como sua mente, louca e incerta. Ele está cada vez mais mentalmente instável, e você observará isso na bipolaridade das reações que tem ao conversar com Jezebel, por exemplo. Ela começa a discursar que talvez seja melhor ele superar o trauma da morte de seus pais e abandonar todo aquele “império” construído sob sangue, violência e tristeza. Esse quadro retrata como Batman se sente cada vez mais sufocado, engolfado por uma mente fragmentada, vulnerável. Todo o sofrimento parece chegar cada vez mais para cima dele, avolumar-se sobre suas costas.

BatmanRIP_DescanseEmPaz_002_015

004É quando Jezebel sugere que A Luva Negra é… O próprio Bruce. E sua teoria faz sentido: quem conhece melhor que ninguém todas as fraquezas de Batman? Quem é o único humano páreo para um combate corpo-a-corpo com Bruce Wayne? Quem também adora mistérios, charadas, e tem tantos recursos bélicos e logísticos para declarar uma guerra contra Bruce Wayne, além dele mesmo? Mas ele não quer sucumbir. Ele não quer. Tanto que ele ignora uma série de documentos sobre esses casos – eles vivem sendo deixados em sua mesa por Alfred, esquecidos (!) por Bruce.

E essa edição termina com Batman tendo um colapso e sendo atacado pelo Clube de Vilões, assim como seu fiel mordomo Alfred.

Zurr

O próximo capítulo se chama “Zur-En-Arrh”. Certo, vamos parar um pouco nossa resenha para esclarecer um pouco sobre “Zur-en-Arrh”, recapitular seu surgimento e compreender seu significado.

005Já se sabia que Batman não estava em condições de aguentar o estresse mental a que é submetido todos os dias desde muito pequeno. Então, como você vai se lembrar da HQ “A Luva Negra“, o Dr. Hurt torna-se uma espécie de “especialista” em Batman, e ao estudar sua vida, entende que o que dá origem a Batman é o trauma, a violência que sofreu, as dores recorrentes do seu sofrimento, e de uma decisão de não tomar isso de maneira passiva. E então, em conjunto com o exército e o Departamento de Polícia de Gotham, Dr. Hurt conduz um experimento em que cria três “versões” de Batman para substituí-lo quando sua mente entrar em colapso definitivamente. Contudo, essa experiência não passa de um pretexto para que ele induza Batman a experimentos psíquicos e coloque nele a frase-gatilho “Zur-en-Arrh“. E o que diabos é uma frase-gatilho?
A frase Zur-En-Arrh é uma ferramenta que destrói a força de Batman, dispara nele um estado de fragilidade mental e consequentemente física – para que exponha sua fraqueza Como ele diz nessa HQ: “Os Meios extremos que o nosso garoto usou para se fortalecer são fortes indicadores da fraqueza que ele sente que precisa superar. Essa Fraqueza ainda está dentro dele”.
Agora você me pergunta porque dessa palavra, e não qualquer outra do dicionário de qualquer língua do mundo. Bom, eu vou te contar isso no final do texto.

Há uma história publicada na Batman #113 chamada “Batman – O Superman do Planeta X,” – você pode baixá-la clicando aqui. Batman, tendo inalado uma certa quantidade de gás tóxico liberado pelo Dr. Milo, fantasia com um sósia de outro planeta. O planeta se chama “Zur-En-Arrh”, e o Batman de lá é mais rápido, mais esperto, mais sagaz, mais capacitado, quase perfeito. Ou seja, era a perfeita materialização daquilo que ele mais desejava, a perfeição e plenitude.

Bom, agora que explicamos a origem dessa frase-gatilho, sabemos a armadilha a que Batman estava submetido e o quão perigoso seria o momento em que essa frase fosse disparada na cabeça de Wayne. E agora ele sucumbe à loucura de uma vez.
Bruce Wayne está perdido em Gotham City. Ele não faz a mínima ideia de quem seja, de onde veio, sua identidade secreta. Ele não perde todas as suas habilidades, como por exemplo a sua capacidade de defesa física, mas ainda assim não conhece mais sua identidade. Agora é a parte em que você me pergunta onde estão Alfred, Dick e Tim Drake. Entretanto, tudo havia sido muito bem planejado por Dr. Hurt: ele conseguira impedir todos aqueles que poderiam resgatar e salvar Batman. Alfred foi abatido agressivamente pelo Clube de Vilões. Dick Grayson foi fortemente drogado e provisoraiemente jogado no Arkham como se fosse um criminoso. O único que milagrosamente consegue fugir é Tim Drake, que se digna a dar uma olhada nos arquivos dos Casos/Arquivos Estranhos, que Batman vem ignorando por tanto tempo. Lá ele encontra referências a histórias das épocas mais antigas de Batman (um oferecimento de Grant Morrison). Descobre que o pai de Bruce, Thomas, já havia se vestido como um Homem Morcego numa festa.

006Vagando por Gotham City, Batman encontra Honor Jack, um misterioso homem que o entrega uma Bat-Rádio, um dispositivo que lembra as Mother Box descritas pelo Augusto no texto da Crise Final. Entretanto, uma revelação questiona o comprometimento mental de Wayne: ele descobre que Honor Jack havia morrido na noite anterior ao momento em que o encontrou.
Depois disso e de saber que precisa se localizar no mundo, o errante Bruce Wayne precisa começar sua experiência como ser humano do zero. É hora de renascer. Como o Batman de Zur-en-Arrh. O personagem de Bat-Mirim é um duende alienígena da 5ª dimensão, uma espécie de último elo entre o Batman de Zur-en-Arrh e a realidade.

BatmanDeZurEnArrh
Enquanto isso… Dr. Hurt está planejando ser um novo Morcego. Eles deixaram Alfred muito ferido, e ainda estão utilizando a bat-caverna como base de operações.

”O Cavaleiro das Trevas está morto. Um brinde ao crime. E à Luva Negra. Gotham está indefesa. E nada nem ninguém pode nos impedir agora.”

“Descanse em Paz” contém, além da saga principal que se passa na série mensal de Batman, as séries dos outros personagens – que foram incluídas no encadernado também.

007O arco de Robin se chama “Peças Espalhadas”.
A primeira HQ da série mensal de Robin tem um nome bem sugestivo: Death in Family, Morte em Família. Tanto o nome quanto a arte da capa lembram o arco “Uma Morte em Família”, em que Jason Todd morre – mas nesse caso no sentido contrário; é Robin quem segura o corpo sem-vida de Wayne. Entretanto, não se trata de uma morte física, mas sim “espiritual”, como vamos acompanhar mais abaixo.
Robin está seguindo os passos espirituais de Batman nos últimos anos, analisando o caminho que seu pai percorreu até que se tornasse o justiceiro de Gotham. Ele tem acesso ao seu caderno de anotações. “O que está dentro desse caderno poderia destruir Gotham. Podia destruir a mim. Poderia fazer com que tudo o que o Batman fez se tornasse uma mentira.
008O caderno relata a rotina de Batman em Nanda Parbat, para o ritual Thogal que serviria para simular a morte e o renascimento, em 49 dias. Stephanie Brown, que estava na África por um ano e regressou como “Salteadora”, é informada por Robin que talvez Batman tenha… Ficado maluco. Sua resposta é: “Claro que ele é maluco! Todos nós somos. Quer dizer, olhe para nós! E ele é também o homem são mais insano do mundo!” Mas não se trata só disso. Robin aborda o tanque de isolamento do qual participou para entender Coringa – e que talvez isso tenha gerado nele uma espécie de controle mental pós-hipnótico. E com Luva Negra esse controle foi ativado. Se Tim conseguir localizar Batman, e constatar que de fato ele não está bem… Ele mesmo irá tirá-lo de circulação. A propósito, a arte dessa edição está simplesmente soberba.

Robin pagou a Pinguim (!) para que o vilão pudesse fornecer qualquer informação sobre o paradeiro de Batman. Ele também apela para Jason Bard, o detetive contratado por Batman no arco “Cara a Cara”. Sua preocupação com o estado mental do Morcego é evidente.

“Eu normalmente não gosto das respostas que obtenho quando o assunto é filosofia ou religião, então eu não fiz demasiadas perguntas. Mas Bruce voltou… Diferente. A sua experiência… Despertou algo diferente nele… E agora eu estou preocupado porque ele pode estar perto de quebrar. [...] Quarenta e nove dias numa caverna… Ele deveria estar morto. Mas pelo contrário… Ele disse que tinha renascido. Mas a questão lógica que eu não fiz então e que procuro saber agora… Renascido no quê? As suas intenções eram boas, mas tantas coisas se meteram no caminho. A real razão para o ano fora era para nós voltarmos a nos ligar. Em vez disso, em alguns dias, Bruce se afastou ainda mais.”

Porém, ao ouvir a explicação do comportamento estranho de Stephanie, descobrimos que, de alguma forma… Batman sabia que isso poderia acontecer. Ele sabia que as coisas poderiam ficar confusas dessa forma. E que, posto isso, ele não queria ser ajudado. Em seu diálogo com a Salteadora:

“- Por que você ia querer que eu fizesse isso?
- Porque o Tim vai ter que continuar sem mim, Salteadora… E você vai ter que o ajudar.”

Falando no Morcego, onde ele está agora? Depois de ter assumido o papel de Batman de Zur-en-Arrh – que é a solução que já havia sido planejada por Batman de antemão quando imaginara que um dias as coisas sairiam do controle. Falarei mais sobre isso em instantes.

A edição seguinte da série principal de Descanse em Paz recebe o título de “Milagre no Beco do Crime”. É uma edição bastante interessante para aqueles que estão lendo sem orientação, porque Bat-mirim e Batman fazem uma revisão dos fatos até agora. Então vamos recapitular:

“Culpe Zur-en-Arrh – um local que você viu uma vez em uma alucinação de flashback, induzida pela arma de gás do professor Milo. Um ‘planeta’ com dois Batman, onde você era super forte, invulnerável e imortal com um ‘duplo’ tecnologicamente e mentalmente avançado chamado Tlano como companheiro. Chamando Dr. Freud. Tudo isso apareceu durante o trauma do experimento de isolamento espacial que você tomou parte para o exército, lembra? Que foi quando Dr. Hurt teve a idéia de usar ‘Zur-en-Arrh’ como uma frase gatilho hipnótica que daria a ele poder para desligar o Batman qualquer hora que ele quisesse. Mas não compensa subestimar o Batman, não é? Alguma coisa… Aconteceu muito tempo atrás. Chame de milagre no Beco do Crime [...] Batman pensa em tudo. Batman se preparou até mesmo para um ataque psicológico com uma identidade de backup, lembra? Ele fez um eu secreto para salvá-lo. O Batman de Zur-en-Arrh.”

009É, não é à toa que ele é o maior Detetive do Mundo. O Morcego pensa em tudo. Conseguiu se planejar para um futuro breakdown psicológico de um diabólico vilão, e planejou o Batman de Zur-en-Arrh como sua defesa.
Robin decide recorrer ao Clube de Heróis. Gordon vai atrás de Bruce Wayne, e encontra a Mansão Wayne tomada… Por armadilhas mortais, elaboradas por Dr. Hurt. Ele está se mostrando um inimigo muito perigoso, doentio, que mantém Alfred em cárcere privado. (Ele chega até a supor que é Thomas Wayne, no que é duramente contrariado por Alfred. Essa é uma tentativa óbvia de apagar até mesmo as melhores lembranças que Batman tem em sua vida). 010Ele fica sabendo que Batman sobreviveu ao primeiro ataque, mas ele tem uma carta mortal na manga. E ele está preparando o golpe final contra o Morcego. E como ele vai fazer isso? Temos uma dica: o Dr. Jeremiah Arkham acaba de ser espancado a pauladas. Lembra-se do compromisso firmado com Coringa no começo do texto? O plano final de Dr. Hurt: colocar o que sobrou de Batman e o fiel escudeiro Robin contra seu pior inimigo, seu nêmesis, o Coringa. A Dança Macabra. Eles conseguirão destruir Batman para sempre?
Enquanto isso, o Batman de Zur-en-Arrh está interrogando Calígula, uma espécie de caricatura malfeita do Coringa. É interessante notar como trata-se de um Batman menos consequente, menos responsável, mais impulsivo e violento, imoral – uma faceta distorcida do Morcego, sempre tão justo e equilibrado. Depois do “interrogatório”, Batman sai com os louros que enfeitavam a cabeça de Calígula no seu cinto de utilidades. Ele havia matado o vilão?

011A trama de Asa Noturna durante Batman RIP está coletada no arco chamado “O Grande Salto”. Ele está cooperando com Harvey Dent (!) para proteger uma mulher chamada Carol, que está correndo risco de vida. É, as coisas estão realmente ficando estranhas nesse arco.

013

Durante um salvamento, Richard é gravemente ferido, e só é salvo por uma cirurgia de Alfred. (Então, como podemos perceber, o arco de Asa Noturna se passa antes da Mansão Wayne ser tomada pelo Dr. Hurt e pelo Clube de Vilões – você precisa ir percebendo como as histórias vão se ajustando, é um exercício de percepção que vai lhe ser útil ao ler qualquer hQ). Aliás, Alfred se mostra realmente hábil durante o procedimento cirúrgico de retirada da bala alojada no ombro de Dick – Alfred é um personagem complexo, muitas vezes subestimado por algum leitor mais desavisado.

É quando percebe que o forte em que havia deixado sua protegida… Foi tomado por todos os vilões do Arkham. E uma frase é dita por um dos vilões: “Asa Noturna. Descanse em paz. Gosto do som dessa frase.”

014O arco de RIP de “Os Renegados” chama-se “Renegados nunca mais”. Antes, uma pequena explicação sobre esse grupo da DC.
De maneira geral, os Renegados são um grupo de heróis da DC que não se ajustaram adequadamente a grupos mais sérios como a Liga da Justiça. Liderador por Batman, eles não precisam de aprovação pública para suas ações.
Nesse caso, o grupo é composto por Batgirl, Arqueiro Verde, Metamorfo, Grace, Geoforça, Katana, Tormenta e Raio Negro.
Todos esses heróis estão em conflito interno pela ausência de Batman – afinal, o grupo de chamava “Batman e os Renegados”… Quando o nome principal do grupo some assim, qual é o futuro do grupo? Não é a primeira vez que Bruce some, mas nunca havia sido… Assim. Nunca desse jeito, deixando tantos escombros para trás. Dessa vez… Batman não vai voltar.
No Arkham os vilões estão em polvorosa com a notícia do sumiço de Batman. Gordon também está se sentindo péssimo. Ele também sabe que eventualmente Batman some, mas dessa vez o deixou sem aviso.
A fala de Tormenta explicita a relação que muitos heróis tem com Batman: “Bem… Ele é o Batman. E por mais que eu odeie admitir, mesmo que ele seja um babaca colossal às vezes… Eu sei que o mundo precisa dele.
E então, através das artimanhas sórdidas de Luva Negra, o grupo começa a se desintegrar – um dos Renegados morre, outro entra em coma… Tudo que está próximo a Batman está começando a desmoronar, se fragmentar… Alguém precisa juntá-los novamente, e fortalecer a resistência. E essa pessoa é… Cassandra Cain, a Batgirl.

016Voltemos à saga principal. Estamos chegando ao momento derradeiro da nossa obra… O momento em que você perderá o fôlego lendo (por favor, não deixe de ler a HQ, mesmo com a minha resenha!) – Para entender melhor essa história, eu pediria que você lesse novamente a história “O Palhaço À Meia-Noite”, contida na HQ “Batman e Filho
O penúltimo capítulo de RIP se chama “O Magro Duque Branco da Morte” (The Thin White Duke of Death, que na tradução da Panini recebeu o nome de “O Pequeno Duque Branco da Morte”, o que não fez muito sentido para mim). Esse título é também uma referência de Morrison aos anos 70: “The Thin White Duke” foi uma persona que o cantor David Bowie assumiu em 1976. Vamos ler mais sobre essa persona na Wikipédia:

David Bowie

David Bowie como Thin Duke

“À primeira vista, o “Duke” parecia mais “normal” do que as anteriores encarnações de Bowie, pois usava um vestuário estilizado de cabaret, mas as quantidades massivas de cocaína que a estrela de rock consumia durante aquele período tornaram a sua personalidade, ou pelo menos a personalidade que ele exibiu durante entrevistas, mais perturbante do que alguma vez havia sido. Nesta altura disse que vivia de “malaguetas, cocaína e leite”. Impecavelmente vestido com uma camisa branca, calças pretas e colete, o “Duke” era um homem vazio que cantava canções de amor com uma intensidade desesperada, enquanto nada sentia, “gelo mascarado de fogo”.A personagem tem sido descrita como “um aristocrata demente”, “um zombie amoral” e “um super-homem ariano sem emoção”. Para o próprio Bowie, o “Duke” era “de fato uma personagem desagradável” , e mais tarde, “um monstro, para mim”.

Esse personagem lembra o Dr. Hurt, que sempre se veste elegantemente durante duas aparições em “Descanse em Paz” – a despeito da sua total falta de qualquer senso moral, comi fica evidente nesse arco. Ele é DOENTE.
Aqui, vamos ver o que acontece no auge dessa “peça” que vem sendo encenada. É o teste final do Batman de Zur-en-Arrh.
É ótimo para quem está com dificuldades de acompanhar até agora, pois temos explicações sobre alguns pontos que ficaram indefinidos. Dr. Hurt tem um acordo com o Coringa: ele traria Batman e Robin para uma luta mortal contra Coringa, aos moldes de um combate entre gladiadores romanos, para ser exibido em um telão para alguns dos homens mais ricos e cruéis do mundo. Em troca, ele precisaria apenas seguir suas ordens (o que, claro, não acontece. Lembre-se disso: o Coringa não é confiável. Nunca foi e nunca será). O encontro acontecerá no subsolo do Asilo Arkham – perceba o significado disso: num ambiente de LOUCURA, essa luta se passará no nível mais BAIXO. Batman chegou ao subsolo da sua própria loucura.

015Batman se dirige a esse encontro, mas quando chega na porta é alertado por Bat-mirim, sua “voz da consciência”, sua ligação com o mundo da sanidade: “Eu sou o último eco da voz da razão, desaparecendo. E a razão não vai servir ao passar por essa porta. Você vai ter que encarar isso sozinho.
Quando Batman chega, os ricos e cruéis capitalistas ficam nervosos com Dr. Hurt: aquele não era Batman. O Batman vestia preto, e não aquela roupa colorida e nonsense. Mas logo percebem que era realmente o Cavaleiro das Trevas. Dr. Hurt diz:

“Vocês estão olhando para o que sobrou de Batman. Levou anos, mas meus cenários cuidadosamente preparados e sugestão pós-hipnótica dividiram sua já frágil personalidade. Eu tenho a chave da mente do Batman.”

Enquanto isso, Gordon está tentando atravessar a Mansão Wayne sem ser atingido por nenhuma das armadilhas implantadas pelo Clube do Vilões – e não são armadilhas como aquelas de filmes antigos não, são armadilhas mortais, envolvendo armas de fogo e lanças que perfuram o crânio – quando recebe o reforço de algumas pessoas que amam o Morcego. Talia e Damian, junto com a Liga dos Assassinos, vão ajudar a localizar o paradeiro de Bruce Wayne.
E a luta entre Batman e Coringa, ambos no limite de suas próprias psicopatias… É algo inexplicável, profundo. Não há espaço para piadas, para risos agora. Coringa despreza o fato de Batman ter se “enfiado” naquela experiência com o objetivo de entendê-lo. Não é assim que as coisas funcionam, segundo o Palhaço: “Você realmente acredita que todo o que precisaria seria de alguns dias de isolamento induzido por drogas e um colapsozinho nervoso barato e você teria me entendido?

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017Mas Batman tem um motivo para não destroçar Coringa: Jezebel Jet, sua amada, está presa em uma cadeira, com uma camiseta de força, sob a ação de pétalas de rosa vermelhas e pretas – que ao se tocarem liberarão uma toxina mortal. Agora, você que leu meus textos anteriores… Você se lembra de uma coisa que eu disse sobre Jezebel Jet nesse texto e nos anteriores? Quem é essa mulher? Você conseguiu desvendar esse mistério?

018Asa Noturna. Ao entrar em contato com os vilões liberados do Asilo Arkham, ele inala uma grande quantidade de gás do Espantalho. E começa a enxergar tudo como um mar de sangue e tripas, em que todos os vilões estão ocupados em fazê-lo ficar louco, em machucá-lo e fazer sangrar. É uma tentativa de breakdown psicológico em Asa Noturna também, afinal ele é quase tão bom e hábil quanto Batman. Eles buscam atingir suas fraquezas, suas dores e remorsos, e estilhaçar sua mente – tal como fizeram com Batman. Coringa faz alusão ao episódio da morte de Jason Todd:

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019Então, numa reviravolta incrível, descobrimos verdadeiramente porque Duas-Caras solicitou a proteção de Asa Noturna para Carol Bermingham. De quem ele realmente queria protegê-la. E agora Asa Noturna precisará se preparar para enfrentar uma vingança de alguém que quer exterminar a cidade. E ele não irá tolerar isso. Os diálogos desse arco são muito bons, bem como a arte.

020Com Batman desaparecido e os Renegados afastados, quem vai proteger Gotham dos vilões do Asilo Arkham soltos? “Batman agora se foi. E o caos reina na sua ausência. [...]” Cassandra Cain está tendo problemas em montar uma rede de proteção a Gotham. “Como se pode substituir um homem insubstituível?” Ela faz uma análise e chega a alguns nomes significativos – Canário Negro, Oráculo, Zatanna, Robin, Arqueiro Verde – que somando as forças poderiam significar o fim do caos de Gotham. Alfred sugere que ela considere Dick também nesse grupo, mas eles tem suas desavenças. Por favor, lembre-se disso.

Bom, estamos chegando ao fim do nosso texto.

Chegamos ao momento crucial desse arco. Se você acompanhou até aqui (muito obrigada!), já entendeu alguns pontos principais: a Luva Negra é um grupo comandado pelo Dr. Hurt e o seu Clube de Vilões, um grupo com forte inspiração no Coringa. E agora descobrimos que uma pessoa que era aliada de Batman também faz parte desse grupo.

Uma frase é citada na terceira página desse volume, e faz parte do texto chinês “Livro das Transformações” (ou I Ching/ Yì Jīng no original):

“O homem superior pensa no mal vindouro e se prepara contra ele.”

022Batman está amarrado numa camisa-de-força, dentro de um caixão fechado. Enterrado vivo pelo Dr. Hurt e pela organização Luva Negra. Eles venceram. Um detalhe de sua lápide é especialmente sinistro: uma cruz com um Morcego. Ele começa a relembrar os momentos do seu treinamento Thogal. Em suas buscas internas, em sua jornada de auto-conhecimento, ele relata ter sentido que há uma espécie de cicatriz em sua consciência, escondido, algo que fora implantado… E o artifício que ele cria, como dito acima no texto: a sua personalidade de emergência, o Batman de Zur-En-Arrh. Mas de que adianta isso, agora que ele está enterrado debaixo de quilos de terra, fechado em um caixão, com uma camisa de força?
021Você se lembra de quando eu disse que o Coringa não é confiável? Havia alguma coisa errada em ele simplesmente se sujeitar a trabalhar PARA Luva Negra, como um mero lacaio.
Dr. Hurt afirma ser Thomas Wayne, o pai de Bruce Wayne. E também se descreve:

“Eu sou o buraco nas coisas, Bruce, o inimigo, o pedaço que nunca se encaixa, lá desde o início.”

Encontrei duas referências signifcativas a “buraco” na Bíblia, com o significado de um poço, cova, algo ruim e perigoso “Cavou um buraco e o fez fundo, e caiu na cova que fez.” (Salmos, 7:15) e “Deixem-nos; eles são guias cegos. Se um cego conduzir outro cego, ambos cairão num buraco“. (Mateus, 15:14) E para os cristãos, “Inimigo” é um dos nomes pelos quais o Demônio é chamado, como podemos ver claramente nesse trecho da Bíblia: “Sejam sóbrios e vigiem. O diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar.” (I Pedro, 5:8)

Além disso, Dr. Hurt faz um convite a Batman: a possibilidade de um trato, de que ele se torne parte da Luva Negra, em troca da liberdade e salvação. O Demônio também tenta fazer trato com as pessoas, não é?

Robin está tentando conter o caos em Gotham City com a ajuda do Clube de Heróis e os Batmen de Todas as Nações. Tudo está chegando ao fim.
É o fim de Batman. A não ser que… Que haja alguma esperança. A não ser que milagrosamente algum dispositivo desse aos poucos amigos de Batman a localização de seu corpo. Mas isso… É apenas uma possibilidade. Batman já passou por tudo. Batman pensa em tudo. Mas talvez dessa vez não tenha sido assim. Afinal, Dr. Hurt e a Luva Negra picharam as paredes de Gotham com a frase-gatilho, dividiram a mente de Bruce, o drogaram, o deixaram sem rumo, o enterraram e envenenaram. Conseguirá Batman se salvar dessa vez?

Vamos repassar agora a história do termo “Zur-en-Arrh”. [Alerta de spoiler! Se deseja ler, selecione o texto a seguir]. A história é narrada no epílogo de Batman RIP. Começa na noite em que os pais de Bruce foram mortos. Batman está saindo do cinema com seus pais, passando pelo Beco do Crime e comentando sobre o filme que haviam assistindo, Zorro. Batman, todo feliz, brinca que quer ser um justiceiro assim como Zorro. Seu pai comenta com ele que um justiceiro a cavalo não seria bem recebido em Gotham, e provavelmente a cidade jogaria uma pessoa assim no asilo Arkham: “Zorro in Arkham“. Entretanto, o garoto não ouve a expressão direito, escuta algo parecido, algo como ‘zur en arrh‘ – mas seu pai não tem a chance de repetir, pois segundos depois ele e Martha Wayne são mortos.
“Zur en Arrh” é, então, a última expressão que Batman ouve enquanto sua vida ainda é feliz, é sua última lembrança alegre nessa vida. Complicado, mas faz sentido.
[Fim do spoiler]

Batman RIP é a experiência mais intensa da cronologia de Batman até agora. Se você ler com a devida atenção, vai se sentir absorvido – assim como eu me senti lendo da primeira vez, e assim como eu me senti nesses dias escrevendo sobre esse texto (o que é mais difícil, entrar na mente de Bruce Wayne ou entrar na mente de Grant Morrison entrando na mente de Bruce Wayne? Fiquem felizes por eu também não ter ficado louca escrevendo isso :P ).
Descanse em Paz” é uma experiência única. A mais cruel caçada já feita ao Morcego, uma batalha massiva usando recursos nunca antes explorados, o maior breakdown pelo qual Bruce Wayne já passou. Mas não é uma história em que ele simplesmente apanha ou leva tiros. Batman sempre teve uma vida conturbada. Mas agora… É uma completa detonação psicológica, uma destruição engendrada, com um alcance absurdo.
É uma batalha na mente de Batman. É a descida vertiginosa de Batman, sua loucura e sua… Morte. A jornada psicológica mais densa que o Morcego jamais experimentou.
Destaque para a aparição mais assustadora do Coringa nos últimos anos. Se você não conseguia temer aquele homem de terno roxo que ria a toa… Aqui você vai ter medo. Ele está realista e sombrio. Estamos longe de conhecer completamente a mente de Coringa… E quando isso acontecer – se um dia acontecer – nós estaremos condenados ao inferno depois das visões que tivermos. Inclusive nesse texto ele usa o termo “apofenia”. Segundo o Dicionário Cético, “ Apofenia é a percepção espontânea de conexões (padrões) e significância de fenômenos que não possuem relação entre si”, e a Wikipédia pode ser “Inicialmente descrita como sintoma de psicose”. A própria utilização do vermelho/preto é uma sugestão de apofenia.

Se você leu o brilhante texto do Augusto sobre “Crise Final’, vai me perguntar: ué, o Batman não tinha morrido? Pois então. Mesmo para quem coleciona, isso não ficou claro. “Crise Final” e “Batman RIP” estavam sendo lançados ao mesmo tempo, em 2008 e 2009 (e tudo que envolve o Morrison tem esse costume de te deixar com a sensação de “O que foi que eu acabei de ler?”). Vamos tentar prosseguir focando na cronologia do BATMAN e ver se as coisas ficam mais claras daqui em diante.

Lendo esse arco pude perceber que realmente Morrison teve ótimas sacadas ao escrever Batman: RIP, o plano de fundo que ele criou para justificar seu roteiro foi grandioso e complexo. A maneira como ele foi construindo o mistério ao redor da Luva Negra nos deixava ansioso por finalmente descobrir quem era essa(s) pessoa(s). E o gatilho mental de Batman, que história complicada e complexa… De fato é uma justificativa interessante. Realmente, Morrison conseguiu impressionar os seus leitores, cativá-los. Ela está no nível de outros clássicos como Piada Mortal, Asilo Arkham, Silêncio, O Longo Dia das Bruxas. O mar de referências que ele utiliza, os mistérios que esconde, as pistas, seja da própria cronologia do Batman, seja de elementos externos, enriquece a história.

Espero que com esse texto eu tenha conseguido esclarecer alguns pontos para vocês, como tenho buscado fazer durante essa viagem pelo Batman de Morrison. Talvez eu não tenha conseguido captar todas as referências, mas eu realmente me esforcei para isso (levei 6 dias escrevendo esse texto). O que eu tenho para pedir é que agora que você eu esse texto, que você leia essa história – vale muito a pena. Modéstia a parte, meus textos vão te ajudar a entender melhor. E o fim dessa história ainda vai render muito assunto.

A checklist é baseada na ordem de leitura do fórum Darkseid Club. Apenas um adendo: se você ler resenhas em alguns lugares que as edições série Detective Comics estava inclusa nesse encadernado, mas ela simplesmente não faz sentido aqui, nela Batman está completamente vivo e estável – então por isso nós a publicamos antes, e você pode lê-la em “Coração do Silêncio”. 

CAPA


#76 – O que aconteceu ao Cavaleiro das Trevas? // Resultado do Sorteio!

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“Eu morri?”
“Ainda não.”
“Bruce, você é o maior detetive do mundo. Por que não descobre?”

Sejam bem-vindos ao resultado do sorteio feito em parceria com o Nihil, Fuck!
A resenha é por conta do próprio Nihil, e a HQ é “O Que Aconteceu ao Cavaleiro das Trevas?“, com roteiro de Neil Gaiman e arte de Andy Kubert! (Batman: Whatever Happened to the Caped Crusader?, abril de 2009)

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Por acaso, eu estava olhando alguns quadrinhos numa livraria e me deparei com a arte que a Panini produziu para essa edição e achei, simplesmente, incrível. A editora teve todo o cuidado do mundo; Além de uma bonita capa dura e desenhos feitos pelo Andy Kubert. Comprei na mesma hora e acho que é um item indispensável para quem é fã do Homem-Morcego e de literatura.

A história foi escrita por ninguém menos que Neil Gaiman (Sandman, Coraline, Filhos de Anansi, Coisas Frágeis, Deuses Americanos), que é um fã confesso do Batman. E como era de se esperar, a trama é louca, duvidosa e incita o seu ponto de investigativo. Você não é um simples leitor nessa história, você é o agente ativo da conclusão final.

001Em Gotham City, no “Beco do Crime”, um caixão está exposto e conforta o corpo sem vida do Cavaleiro das Trevas. Para prestar suas últimas homenagens, quase todos os personagens e inimigos do homem-morcego comparecem ao seu velório. Dentre eles estão: Duas-caras, Pingüim, Coringa, Hera Venenosa, Ra’s Al Ghul, Mulher-gato, Arlequina, Charada, Mr. Freeze… E até mesmo o Comissário Gordon junto com sua filha, Bárbara Gordon, que está numa cadeira de rodas devido episódio contado em “A piada mortal”. O salão está lotado de vilões porque a maior baixa da cidade acaba de acontecer.

Batman está em outro plano, num plano espiritual, talvez. Assistindo ao seu próprio velório e tentando entender o que aconteceu consigo, ele, assim como o leitor, também está perdido. Então os vilões começam a dar seus depoimentos e tomar para si a responsabilidade pela morte do Bruce. Alguns deles gastam minutos criando histórias e tentando convencer todo o resto de que Gotham agora é terra sem lei por conta do narrador da vez.

Nessa parte, o leitor começa a ser desafiado. Qual história é a verdadeira? Aliás, alguma delas é realmente verdadeira? Você precisa observar as nuances descritas e ligar os pontos. E algumas são claramente falsas, já que alguém diz até que atirou no rosto do Batman, sendo que sua imagem no caixão é totalmente serena e sem ferimentos aparentes.

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003Alfred, seu mordomo e amigo de toda a vida, conta sua versão para explicar o motivo daquela morte. E sim, ele diz que tramou tudo. Mas será mesmo? Até o Superman aparece para dizer o que aconteceu antes daquele episódio que ceifou a vida do Bruce… Sim, o Homem de aço se mete na história. São revividas cenas que fizeram a história do homem-morcego e misturadas entre coisas antigas e coisas recentes. Neil Gaiman consegue deixar o leitor com a curiosidade aguçada e se questionando até o final da história. Que, óbvio, não poderia deixar de ser insana e aberta a vários questionamentos. Não vou dar spoiler, mas como leitor, tive uma clara referencia a teoria do “Eterno Retorno” de Nietzsche. (Se quiser ler mais a respeito dessa teoria, clique AQUI)

No final da revista, algumas histórias foram adicionadas. Dentre elas, uma curtinha e muito foda, chamada “Um mundo em preto e branco”. Nela, Batman e Coringa são arquétipos de suas próprias vidas. Atores que levam a vida atuando para as gravações de histórias do Batman, mas levam uma vida real mediana, chata e amigável. Apesar de muito curta, não dá pra simplesmente “citar”, você precisa ler. A arte também é formidável. Todos os desenhos em preto e branco e um roteiro divertidamente irônico.

Também nesse volume, são reunidas outras histórias: “Pavana”, “Pecados originais” e “Quando é uma porta… A origem secreta do Charada”. São 132 duas páginas ao todo, e acho difícil que você leia uma única vez.

Considerações da Jéssica
Os vilões não parecem ser os mesmos violentos das HQs que estamos acostumados, mas parecem estar em um conto de fadas, num sonho – característica dos roteiros oníricos de Gaiman.
Utilizando-se do recurso de colocar o narrador fora do seu próprio corpo, observando o seu próprio funeral, Gaiman desconstrói os conceitos originais de uma história de Batman. Não é do feitio dos roteiros do Morcego uma escrita tão incerta, elementos tão desconexos, dúvida, tantas versões de uma única verdade. Fica claro o motivo: quando Batman sai do controle, as coisas se enrolam, ficam confusas, falta esclarecimento. Essa história pode ser inserida depois de “Batman: RIP”. Contudo, também devemos observar as vestimentas de alguns dos personagens, como Superman e Mulher-Gato: as roupas estão características de sua fase dos anos 70. Ou seja, essa história pode não ser uma continuidade na cronologia de Batman, mas também pode não ser uma continuidade, pode ser uma reflexão sobre os 70 anos de Batman (completados em 2009).
A crítica atribui uma moral a esta história: de qualquer jeito que Batman morra, ele morrerá lutando. Isso é o que ele é; um herói sem super-poderes, cuja inteligência e lhe conferem características quase sobre-humanas.

A edição de luxo também contém um sketchbook, ou um caderno de esboços dos desenhos da edição.

Vamos ao resultado do sorteio?

Fabianna

A ganhadora foi a Fabianna Menezes! Parabéns!
Entrarei em contato com você. Por favor, responda dentro de 24h, senão irei realizar novamente o sorteio (conforme o Regulamento).

E se você não ganhou, já sabe… Pode baixar a HQ no link abaixo!

PS: A história “Um Mundo em Preto e Branco” foi escaneada por mim. Por favor, me digam se ficou bom, é meu primeiro scan ;)

Capa


#77 – Batman: Últimos Sacramentos

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“Pobre Gotham City… Hoje ela precisa de seu Cavaleiro das Trevas, e ninguém sabe onde ele está. Ou se está vivo.”

Olá!
O texto de hoje é sobre uma saga que serve de ponte entre os últimos acontecimentos e um momento decisivo que acontecerá no próximo post. Veremos como Gotham está se virando durante a ausência de seu maior herói. Sejam bem-vindos a “Batman: Últimos Sacramentos” (Batman: Last Rites, roteiro de Grant Morrison, Paul Dini, Dennis O’Neil, Peter Tomasi e arte de Lee Garbett, Dustin Nguyen, Guillem March, Doug Mahnke, 2008. Na tradução da Panini recebeu o título de “Funeral para o Morcego“).

Para a leitura dessa HQ, recomenda-se fortemente que você tenha lido, ou pelo menos conheça em linhas gerais, as seguintes sagas:

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001Fazem parte dessa HQ dois volumes que estão inseridos na “Crise Final” também, a Batman #682 e #683 (que aqui no Brasil recebeu o nome de “Elegia para um Herói”. É uma retrospectiva sobre a carreira de Batman, mas não do modo como já conhecemos – ele introduz elementos controversos, novidades, conceitos inéditos e estranhos. É a oportunidade perfeita para Morrison adicionar elementos na cronologia de Batman, ressuscitar personagens que não são muito utilizados – como a primeira Batwoman, Betty Kane.
Como uma colagem de flashbacks de Batman em detrimento de uma leitura linear, vemos Batman e a ascensão de Dick Grayson de acrobata que perdeu os pais numa queda criminosa ao papel de Robin, que depois segue carreira como Asa Noturna. Em certo momento ficamos confusos quando ao que é passado e o que é presente, ou quem é o narrador da história – muito provavelmente Alfred, ou então a mente do próprio Batman? Vemos cada um dos momentos tristes de Batman – a perda de Jason Todd, os vilões maníacos que enfrentou, as pessoas que não pode salvar, todo o remorso que carrega. Mas também vemos um futuro que poderia ter existido caso Bruce não tivesse perdido os pais. Uma tentativa de implantar memórias falsas em sua cabeça.
002Logo entendemos porque estamos tendo essas visões fragmentadas e dispersas: trata-se do momento da Crise Final em que, por ordem de Darkseid, o Lump se esforça para roubar as memórias de Batman para implantá-las num exército de “Batmen”, que seria usado para lutar ao lado de Darkseid. Contudo, Batman carrega uma carga de remorsos, estresse, culpa e sofrimento tão grande que os clones não suportam isso em sua própria mente – e começam a arrancar os próprios olhos, se destruir e entrar em conflito interno. E depois disso acontece tudo que já lemos no texto da Crise Final.
Aos poucos, vemos os personagens reconstruindo suas vidas depois do desaparecimento/morte de Batman durante a Crise Final.

003Asa Noturna está resolvendo pendências deixadas desde “Descanse em Paz”. Seu acerto de contas com Duas-Caras é bastante intenso (achei engraçado como Asa Noturna é desdenhoso com Harvey e o compara ao Linus, um personagem do Snoopy que só anda com um cobertorzinho para se sentir seguro). Eles se odeiam desde que Dick era Robin, e essa rejeição mútua apenas cresceu com o passar dos tempos. Harvey promete uma coisa: ele tem grandes planos para Asa Noturna ainda. Grandes planos.
Dick Grayson, Alfred e Tim Drake tentam levar sua vida na Mansão Wayne de forma normal, mas agora sem a presença silenciosa porém vital de Batman. E embora todos tentem agir como se a vida continuasse, fica claro para nós que não é assim. Falta o essencial. Sobra silêncio. A lacuna que Batman deixou.
004A história chamada “Últimos Dias de Gotham” nos leva ao encontro de Millicent Mayne, uma atriz que vê sua vida ir do topo ao fundo do poço; é considerada “o rosto de Gotham”, por sua grande beleza e por ser uma benfeitora dos pobres de Gotham, até que Duas-Caras decide jogar ácido em seu rosto durante um baile de caridade. Duas-Caras está deixando a cidade mais caótica do que nunca na ausência do Cavaleiro das Trevas. E é hora de Dick Grayson ajudar. Ele está sobrecarregado, e ainda por cima desorientado pela ausência de seu professor e tutor. Quando Alfred lhe oferece um dos Batmóveis, ele recusa: “Não, obrigado. Eu… Eu não sou o Batman, e me sentiria estranho se dirigisse o carro dele.
006Grayson não se sente à altura de Batman. Ele se cobra demais, acredita que falha em absolutamente todas as suas decisões, não se acha minucioso o suficiente, vê falhas em seus planos. Sua mente está obscurecida, ele não está pensando direito devido ao que aconteceu com Bruce. E com o fato de ter que assumir responsabilidades que antes cabiam ao Morcego, falta a aptidão e experiência que tanto estamos acostumados a ver.

008

Com a ajuda providencial de Alfred, Dick decide… Tentar de novo. Em certo momento desse arco, Asa Noturna visita o Beco do Crime para rememorar o que aconteceu com Batman – sobre como a .45 automática de Joe Chill destruiu a vida dos pais de Bruce e destruiu todo o seu futuro, ditou como seria sua vida. É um trecho de uma carga emocional indizível. Ele é eternamente grato a Bruce por ter dado um futuro a ele no momento mais triste de sua vida.

Dick se enxerga em Batman. Ele também perdeu seus pais em circunstâncias trágicas. Ao acender uma vela no Beco do Crime, em memória dos pais de Bruce e de seus pais. E se lembra de outra vela que acendera, no juramento que fizera com Batman ao se tornar Robin, muitos anos atrás.

“A luz dessa vela foi um farol para a alma de um jovem garoto… Me permitiu ver um caminho sem egoísmo e devoção. Devoção com um bem comum. E essa luz deve brilhar não importando o que aconteça.”

É emocionante vê-lo atendendo o Bat-sinal convocado por Gordon (que ao longo das noites vem incessantemente deixando o Bat-sinal ligado, numa tentativa de estabelecer contato com Batman). Diálogo interessante travado entre Gordon e o Harvey Bullock:

H: “- Ele vai nos ajudar em algo?”
G: “- Ele não é o Batman.”
H: “- Certo. O Batman não usaria as escadas.”

007

Mulher-Gato está mantendo Thomas Elliot, o Silêncio, em cárcere privado, como vingança pelo que ele fez a ela no arco “Coração do Silêncio”. De início ele é confundindo com Bruce Wayne, o que poderia causar problemas para a Bat-família porque Thomas Elliot, embora tenha a aparência de Wayne, não tem nada do seu caráter. Ele faz uma participação interessante nessa história.
Outra participação notável é a de Ra’s Al Ghul, que quer saber dos lábios de Dick Grayson a verdade sobre a morte do “Detetive”. Ele considera a morte de Batman algo injusto, afinal, era ELE quem estava destinado a matar Batman. Ele diz para Asa Noturna, enfurecido: “Um herói do calibre do Batman não deveria perecer nas trevas. Um herói como Batman deveria ter sido assassinado na luz mais brilhante do dia para todo mundo ver.” (Realmente ele sabe como consolar as pessoas, não?)

Um pequeno detalhe: a história final de Robin se chama “Robin Morrerá ao Amanhecer”, como outra história citada no texto de “Descanse em Paz”. Ele recebe uma ameaça de morte junto de um texto enigmático que o chama de “Pequena ave” (Robin é o nome de uma espécie de pássaro). É um recado de Lady Shiva, uma ameaça de morte da maior assassina do mundo.
009Nesses dias em que Batman tem estado fora, Robin também está sobrecarregado: resolvendo problemas entre as muitas gangues de Gotham, tentando conter a violência e a criminalidade que assolam a cidade. Mas mesmo em meio a toda essa confusão, também sente a ausência de Bruce: “Se a vida é tão cheia, por que a caverna – a Mansão – parece tão… vazia? Por que eu me sinto vazio por dentro?
Ele começa a tecer o caminho de sua própria despedida: termina com a namorada, fala pela última vez com o melhor amigo, se despede da vida que conhece. Robin também tem sido bem afetado pela ausência do seu mentor. Todas as perdas que teve nos últimos tempos – os pais, Stephanie Brown (que depois volta), seu amigo Conner, até onde é possível aguentar essa carga? Quando se descreve, podemos confundi-lo com o próprio Batman:

“Se esconde atrás da máscara, cada vez mais profundamente no trabalho? Cada vez mais longe das pessoas que você se importa? Cada vez mais longe… De qualquer emoção humana real? Eu disse que nunca seria como o Batman. Obcecado. Fechado. Mas agora… Eu não sei se tenho outra escolha. ”

E as falas finais de seu arco são emblemáticas para o futuro da cronologia que estamos seguindo:

“Gotham precisa de alguém usando o manto. O candidato obviamente vai aparecer logo logo. Até lá, a cidade tem a mim. Depois disso…? O que vem depois? Eu estava esperando por isso. Eu acho que vivi para isso. Eu quero tanto isso. Mas não vou dizer a ninguém o quanto isso me excita. Logo… Vão conhecer o NOVO ROBIN!”

Esse arco é importante para percebermos como Gotham lida com o sumiço do seu justiceiro. E também como as pessoas de sua família reagem. Uma fala de Alfred sintetiza o que ele, Tim, Dick e os outros sentem a respeito dessa perda:

“[...] Não, Richard, não estou bem, mas nós vamos prevalecer, isso era o que Bruce gostaria que fizéssemos, não é?”

010Bruce criou um ambiente, uma mentalidade de força em seus aliados, que permitiram que eles continuassem seu caminho se um dia ele fosse forçado a partir. E foi o que fizeram. Eles prosseguiram. Porque a cidade precisa deles, precisa de Dick, precisa de Tim, precisa que Alfred os ajude.
Mas em pouco tempo a cidade perceberá totalmente que Bruce se foi. E quando esse momento chegar, o que fazer?

Richard Grayson é, talvez, quem esteja sentindo a maior dor com a perda de Batman. Ao revirar os compartimentos onde Bruce guardava seus trajes, Grayson faz as seguintes reflexões:

“Eu me sinto como se eu estivesse mexendo no guarda-roupas do meu pai. O guarda-roupas do meu pai morto. Procurando por respostas. Procurando por razões… porque você tinha que morrer agora. E mais do que eu queria admitir… Eu estou com raiva de você, Bruce. Estou com raiva por você ter deixado um buraco na roupa. Um buraco em nossas vidas.”

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Nesse arco conseguimos entrever perfeitamente como é uma Gotham sem Batman. O caos se instala com o evidente desaparecimento de Batman, como das outras vezes. Mas em todas as outras vezes ele voltava – e quando a cidade descobrir que, dessa vez, é definitivo? Ra’s Al Ghul é contra a decisão deles de manter a morte de Wayne oculta de Gotham:

“Gotham e o mundo deveriam estar celebrando a vida e a morte de um homem que os manteve fora da extinção incontáveis vezes, ao invés de acreditar que seu Cavaleiro das Trevas ainda patrulha a cidade!”

Acompanhamos todo o processo de estresse mental que Asa Noturna está sentindo com esse peso enorme sobre seus ombros, e como a Bat-família está lutando para se manter com o máximo de estabilidade possível quando o seu norte sai de cena. Jim Gordon também está muito afetado pelo que aconteceu; ao longo desses anos trabalhando com Batman, ele depositou uma grande confiança nele, e uma relação de que, juntos, seria possível limpar – ou ao menos diminuir – o crime na cidade.
O que fica claro para todos que estão vivenciando esse momento em Gotham é que Batman é necessário – senão na figura de Bruce Wayne, é necessário na figura de alguém. Porém, a pergunta mais dura de se fazer é: quem? Na eventualidade de Batman não voltar, quem assumirá esse papel? Quem está à altura?

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Espero que vocês tenham gostado da minha resenha, mesmo curta. E preparem-se para o próximo texto, que será do Augusto. Será, resumidamente, ÉPICO!

10 edições compiladas em um único link!

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Ganhador do Sorteio Nihil, Fuck! –“O que aconteceu ao Cavaleiro das Trevas?”

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Oi!
Já chegou a HQ que o Kelvin Neres ganhou no Sorteio feito pelo Nihil, Fuck!, da HQ “O que aconteceu com o Cavaleiro das Trevas” (e que edição mais linda, parabéns à Panini!)

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E também chegou a HQ que eu sorteei no Twitter do Batman Guide. Fiz um quiz relâmpago com 3 perguntas, quem acertasse primeiro as respostas levaria a revista. Quem ganhou foi o Fabiano Teixeira, olha aí:

(Sigam o Twitter do blog para participar desses sorteios surpresa :) )

Beijos e obrigada por participarem!
Até a próxima!


#78 – Batman: Batalha pelo Manto

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“Mudar sempre é mais difícil do que permanecer o mesmo. É preciso coragem para se encarar no espelho e ver além do reflexo. Para encontrar o que você deveria ter sido. O você que se perdeu pelos cruéis eventos de infância. Eventos que pegaram a trajetória natural da sua vida e a distorceu. Mudar para algo inimaginável… Ou mesmo incrível… Te dando a coragem para abraçar o seu legado, o seu destino, e finalmente perceber… Que VOCÊ É O BATMAN”.

Precisa escrever algo mais pra essa intro? A frase já valia o texto inteiro, eu podia me despedir agora que não faria diferença. Cidadãos de Gotham, preparem-se pra reta final de uma grande mudança. A essa altura todos vocês já sabem que o Bruce Wayne cantou pra subir graças ao Darkseid, mais conhecido como “Mano Uxas” nos butecos de Apokolips. O título que escolhemos para a tradução não bate totalmente com o título dado aqui no Brasil. Lá fora o título saiu como “Battle for the Cowl”, aqui saiu como “Batalha pelo Capuz”, quando a tradução mais exata seria “Batalha pelo Manto”. Eu prefiro chamar de “Guerra pelo Manto”.

Uma “batalha” e uma “guerra” são coisas diferentes. A proporção e o simbolismo não são os mesmos. Gotham ficou sem o morcego, Gordon perdeu Gotham pras gangues, todo mundo tocou um rebu do inferno se garantindo de que o Morcego sumiu. Apesar de todos imaginarem que o fim do Morcego só podia ser assim, ninguém nunca imaginou esse dia acontecendo. Claro que a cidade não caiu por completo como no “Terremoto” e “Terra de Ninguém”, mas a confusão agora ficou consideravelmente grande, e ao contrário das duas sagas que citei onde Gotham caiu e o Batman permaneceu, nessa é Gotham que fica de pé é o Batman é que some. Darei uns semi-spoilers pra exemplificar ainda mais como isso é uma GUERRA. [Alerta de spoiler! Se deseja ler, selecione o texto a seguir]. Dois membros da familia Wayne se vestem de Batman e vão pras ruas, um fica perto de morrer, esse se atraca com um terceiro membro, os dois lutam até as últimas consequências, o vencedor se torna Batman e o derrotado só não morre por acaso do destino. [Fim do spoiler] Tony S. Daniel é o responsável pelos desenhos e roteiro dessa “passagem” que muitos acharam que nunca iria acontecer, o nascimento de um novo Batman. Trabalho incrível em conjunto com Sandu Florea nas cores. Acompanhem a ascenção de um novo Homem-Morcego na Guerra Pelo Manto.

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001Como eu disse há um instante atrás, temos os desenhos e roteiro por Tony S. Daniel, um de meus desenhistas preferidos, sou até suspeito pra falar. As cores estão por Sandu Florea, que sempre está com Tony Daniel na maioria das histórias em que ele trabalha. Se formos na brincadeira dá até pra chamá-los de Batman e Robin. Mas falando sério, são bons profissionais. Vocês terão cores muito vivas diante dos olhos, luzes quase reais nas lâmpadas desenhadas no papel, desenhos com proporções ótimas e anatomia fiel, se quiserem exemplos de más proporções e anatomia, procurem desenhos do Eddy Barrows, onde todo mundo tem as pernas mais curtas que o tronco, e do lendário Rob Liefeld, que não sabe desenhar pés e mãos. 003No primeiro quadro temos Robin (Tim Drake) usando seu uniforme vermelho e a Squire (Beryl Hutchinson), conhecida como “Escudeira” aqui na Ilha de Páscoa, a equivalente do Robin para o Knight, que é tipo o “Batman da Inglaterra”. Foi só exemplo, não chega nem aos pés. Enfim, quem gosta desse uniforme de Robin, aprecie agora, pois será a última história em que o verão. Para os conservadores é tipo um chute no saco. Apesar desse uniforme já estar fazendo bodas de prata com o personagem e eu não ter ligado tanto desse uniforme ter sumido, compreendo bem a sensação de quem não gostou. Eu briguei com meio mundo quando tiraram a cueca por cima da calça que o Batman usava, mas já acostumei. Essas coisas são assim mesmo. 002Voltando ao que importa… Robin e Squire derrubam alguns capangas do Coringa, e ao final vêem uns outros capangas que já foram derrubados antes da chegada deles, acompanhados de um bilhete do “Batman”. Claro que esse não era Bruce Wayne. Robin descreve como está nossa Gotham City. Percebendo a falta do Morcego, vilões grandes como Pinguim e Duas-Caras voltarma a guerras por território, e gangues menores querendo chamar atenção entram na confusão mostrando que não estão pra brincadeira. A força policial de Gotham estava trabalhando demais, recebendo de menos, tendo seus familiares ameaçados e muitos acabaram pedindo demissão da policia devido a isso, dando ainda mais espaço pra vagabundagem. Entendem o porque de “A máscara não é pra você, é pra proteger quem você ama”? Então. 012Foi só o Morcego sumir que Gotham entrou em um Harlem Shake de escalas desastrosas. É como a Caçadora disse durante a “Terra de Ninguém”, o símbolo do morcego exerce uma reação inigualável, e quando o morcego sumiu… Podem ver o que deu. Vamos lá, pra encarar Coringa, chefes de imensas máfias e gangues como Pinguim e Duas-Caras, monstros gigantescos como Croc, Bane, guerreiros milenares como Ra’s Al Ghul… Ou você tem respeito ou não tem. E o respeito dos marginais se foi junto com o Morcego. Diante do caos instalado, Asa Noturna (Richard Grayson) e Batgirl (Cassandra Cain) formaram um grupo de ajuda pra Gotham, entitulado “A Rede”, dentre eles reconhecemos ali nos quadros o Morcego Humano, a Batwoman junto da Batgirl, a Canário Negro, a Lince, Asa Noturna com Caçadora e o Knight (o “Batman” da Squire)… Um estado de emergência onde todos procuram pelo Batman, ou como disse o Tim Drake, por “um” Batman. 004Como se não fosse confusão suficiente, o finado Máscara Negra dá o ar da (des)graça. Fica subentendido que este é outro Máscara Negra. Este parou o comboio de vilões que estava indo para o Asilo Arkham, e soltou todos. Pessoas de bem como Croc, Zsasz, Hera, Espantalho… Todos livres, e devendo esse favorzinho ao novo Máscara Negra. Como se não bastasse isso, todos os detentos receberam um complemento químico junto de seus sedativos que sob um determinado comando de voz… Se ativa e mata a pessoa. Ou seja, todos os detentos do Arkham estavam obrigatoriamente sob ordens do Máscara Negra, e o sujeito não satisfeito com isso, ainda manda o Asilo Arkham pelos ares. Quem tiver as habilidades de detetive pode matar esse mistério de QUEM é o novo Máscara Negra agora mesmo. O misterio só termina oficialmente em uma revista lançada anos depois dessa, mas nessa sequência de fatos vocês já podem deduzir quem é o novo Máscara Negra. Vou só dar uma empurrada no raciocínio de quem tá lerdo: Esse Máscara Negra sabia do comboio, e sabia tanto o trajeto quanto o horário da passagem dele, teve acesso ao Asilo para plantar os explosivos e acesso aos medicamentos dos detentos. Vá, não é difícil assim, a única dificuldade é pensar que esse sujeito teria peito pra isso tudo. Podemos ver Jim Gordon sendo fortemente pressionado pela imprensa, e não é pra menos, até o Batsinal nego sacaneou, escrevendo um RIP dentro do morcego. Não veríamos diferente em um caso assim em nossas cidades. Por casos muito menos sérios vemos um estardalhaço maldito, imaginem num caso desses. 005Na Batcaverna, temos alguns quadros excelentes do Asa Noturna encarando os uniformes do Batman. Tim Drake vê a cena e simbolicamente diz que “ele” (o uniforme, que no caso seria o Batman) parece triste ali dentro, e Grayson completa dizendo “Talvez porque ele possa ver como nós deixamos Gotham virar um inferno”. “Frescura dele, era só pegar logo o uniforme e tcharam”. Não é assim. Se ponham no lugar dele. Você é o homem de confiança do Morcego, o primeiro a lutar a seu lado, o único que já o substituiu de forma bem feita. Era você que ele chamava separado dos demais na cara de TODOS pra passar as informações primeiro. Você deve tudo que tem e tudo que é a ele, ele morre, a cidade que ele dedicou a vida para proteger vira um caos e você não consegue reverter o quadro. Você acha que merece usar a roupa do Batman nas ruas? Não acha que o máximo que conseguira é denegrir a imagem do Morcego talvez tombando derrotado no meio de Gotham? Não é simples. Tim Drake parece estar mais abalado não pelo fato de nenhum eles estar assumindo o manto, mas na verdade porque alguém fez isso na frente deles. Dick chutou que seria algum cidadão brincando de herói, mas Tim diz que é alguém habilidoso, alguém que usa batarangues e bat-cordas iguais as que o Bruce usa. 011Dick não toma muito partido dessa briga, mas Tim está decidido a não deixar barato. Ele analisa todas pistas deixadas e após uma longa lista de quadros citando detalhes de resíduos encontrados nos bilhetes do tal “Batman”, ele deduz que o sujeito que se passa por seu pai se esconde no subsolo, e que apesar de se vestir como Batman e agir parecido, ele não é e nunca será Batman. “Só pode haver um Batman, e não é você”. Podemos ver um jogo de sombras mostrando a silhueta de Tim no escuro, pondo um uniforme do Batman para ir atrás do farsante, e na vitrine onde ele pegou, deixou um bilhete colado. Reparem bem a silhueta dos demais uniformes contra a luz das vitrines, temos ali inclusive o uniforme mais antigo do Batman, aquele com as orelhas meio torcidas e grandes iguais as de Morcego mesmo. Tony Daniel é um cidadão que gosta de poeira, em maior parte das histórias que ele desenha e/ou escreve, vocês vão poder pescar algum detalhe de algo muito antigo a respeito do Morcego. Seja algum dos artefatos da caverna, algum uniforme, algum vilão que há décadas não aparecia… Ele sempre dá um jeito. Todo desenhista/roteirista que se preze deveria seguir esse exemplo, ele mostra que CONHECE e RESPEITA as histórias do Batman, e em momento algum tenta modificá-las de forma absurda, pelo contrário, sempre busca referências das histórias antigas que nem tem a mão dele. Mas bem, só pra não passar em branco, foi bonito ver o Tim se referindo ao Bruce como pai. Dick treina sozinho na caverna, depois treina kendo com Alfred (que aparentemente o vence). Alfred tenta argumentar que Bruce pode ter ido, mas que o Batman não necessariamente precisa ter ido junto. Podemos ver que todos estão em cima do Grayson pra ele botar logo o uniforme e ir pras ruas, mas ele se recusa. Ele não deixa de defender a cidade, saiu para atender Gordon, como Asa Noturna. Página linda por sinal, os efeitos da luz do bat-sinal contra o Asa Noturna e o Gordon, obra de arte. Mascara Negra municia todos seus “soldados” e parte pra ação principal. 006Temos algumas cenas de Selina trocando porradas no beco do crime, e de um Batman voando sobre os prédios acima dela. Esse é Tim Drake, usando um uniforme antigo do morcego, o de elipse amarela no peito. Talvez em homenagem a época em que ele se tornou Robin, vai saber. O que está claro é que Tim deseja dar um couro no Batman farsante. Damian faz sua primeira participação na história dirigindo o Batmóvel do papai carregando alguma jovem desconhecida no carona, Oráculo descobre, ejeta a menina e toma o controle do carro, mas Croc faz o veículo capotar. Sabendo que deu problema dos grandes pro garoto, Barbara pergunta pra Lady Falcão Negro e Caçadora em quanto tempo elas podem chegar lá, mas Asa Noturna ouve a confusão em frequência aberta e vai ao local. Notem a lua atrás do Asa Noturna. Os caras fazem uma monalisa por página. É admirável. Lembro-me de muitos leitores reclamando que o Tony Daniel atrasava com os prazos das revistas… Mas como querem uma história com essa qualidade em pouco tempo? Pra mim a revista podia ser até bimestral se fosse pra sair com esse aspecto. O que não suporto é um zé ruela tipo Greg Capullo ou Eddy Barrows serem elogiados por aquela pouca bosta que fazem. Mas tá, o mundo não gira pra quem merece, não é novidade. Hera Venenosa e Croc estavam em cima do filho do Morcego, Croc ia matá-lo em uma mordida, mas Asa Noturna passa voando e o salva. Esse foi um dos primeiro resgates do Dick para o Damian. O vôo foi encerrado com certa velocidade, foram atingidos ainda no ar e cairam dentro de um prédio, Asa Noturna totalmente baqueado e Damian dessa vez o ajudando. 007Ele manda Damian se esconder e se revela para os capangas do Máscara Negra, uma atitude um tanto suicida,mas que talvez desse chance pro garoto se salvar. Talvez fosse a intenção do Grayson, talvez a morte o livrasse de tudo, talvez no fim das contas, isso não fosse o pior. Eis que do aquém do além de onde não vem ninguém surge quem? Uma cruza do Batman com um fogão dando uma de Lucifer dos Cybercops.

Batman

Uma série de pensamentos do “Batman” vem aos nossos olhos, uma ideologia radical de alguém que conhece bem toda história do Batman original. Dick deduz com precisão quem é o farsante: Jason Todd. Ele dá um tiro em Damian e foge, Canário Negro e Caçadora chegam ao local, Asa Noturna manda elas cuidarem do Damian enquanto ele vai atrás de Jason. Enquanto isso, Máscara Negra tem uma reunião dos mais chegados no subsolo de Gotham. Alguém podia arrumar uma camisa pro Zsasz. Eu sei que ele perdeu o que tinha pro Pinguim, mas isso é demais. 008Jane Doe e o Vagalume. Pra quem não sabe, Jane Doe é uma vilã (ah vá, pensei que tava do lado do Batman presa entre os demais), ela rouba identidade das pessoas, chegando até a se passar por homem. Acham que esse papo de mudar o rosto cirurgicamente começou com o Silêncio? Como diria o Jericho no filme “O Fim dos Dias”, o Silêncio é um escoteiro de merda comparado a Jane. E sabem o Warren White, conhecido como Grande Tubarão Branco, o chefão na saga “Cara a Cara” (Face the Face)? Pra quem não sabe, ele perdeu orelhas, nariz e outros pedacinhos úteis do rosto sendo trancado em um freezer pela Jane. Warren foi preso no Arkham assim como Jane, e a psiquiatra que trabalhava Arkham foi morta por Jane, que roubou sua identidade e aparência, passando então a circular pelo Arkham como psiquiatra com o plano de matar o Tubarão e assumir sua identidade. Então vem a parte do besta trancado num freezer perdendo seus pedaços, mas o Batman descobriu a tempo e tal… Enfim. Já está explicado de quem se trata Jane Doe. Eu disse que o Tony Daniel dá umas puxadas de personagem das boas. Ela divide sala com o Tubarão diante do novo Máscara Negra. É um tal de um roubar a cara do outro… Só faltou o Silêncio e o Cara de Barro nessa conversa. Máscara Negra apresenta Jane e Vagalume ao Adam Bomb, um sujeito que faz lembrar o Darth Vader sem máscara, cujo principal utilidade é simplesmente poder se explodir. Após isso, em algum outro lugar, Jason faz uma visita pra alguns vagabundos enchendo todo mundo de tiro e torturando quem sobrou para conseguir informações sobre o Máscara Negra. Nesse ponto da história nós vemos a situação ficar tão enrolada que já não dá pra saber se devemos torcer pro Jason ser detido ou pra ele deve chegar onde precisa e DEPOIS ser detido. Obviamente ninguém tá querendo deixar Jason resolver as coisas. Eles em si não estão conseguindo resolver NADA e ainda estão esquentando a cabeça com ele, que é o único que tá chegando a algum lugar. Não estou defendendo o Jason… Mas vá, era uma ajuda a mais num caso complicado desses. Tim Drake encontra o que parece ser o covil do homem-fogão-de-lenha. Jason montou sua própria Bat-caverna, claro que não estava entupida de veículos, aviões, barcos, T-Rex e Alfred servindo chá, mas era uma caverna própria. Hoje em dia nós não conseguimos nem alugar um kitnet que preste, imagina montar uma Bat-caverna. Ponto pro marginal da família. Tim se descuidou e pisou em um explosivo, sendo arremessado e quase indo pra piores consequências, sendo salvo pela Mulher-Gato. Na caverna original, Damian está sendo medicado pelo Alfred, assim como Dick Grayson. Mais diálogos do Alfred encorajando o herdeiro mais velho a se tornar Batman e ele dando pra trás. O tão elétrico e corajoso Asa Noturna, o primeiro Robin, o homem de confiança do Morcego, aquele que teve a atitude de discutir com o Batman e cortar papo, se mudar, começar sua vida, entrar pra grupos de heróis, liderá-los em missões perigosíssimas, está ali, travado diante de uma mudança. 009Ali podemos ver uma frase que vai determinar o rumo das histórias por alguns anos a seguir. “Damian… Essa criança… Eu podia tê-lo morto hoje a noite. Tenho uma responsabilidade com ele agora, Alfred”. E Alfred a seguir lança sua cartada final, dizendo que não há ninguém melhor para representar o Batman do que ele, Richard Grayson. Os vilões continuam a dar seus passos pela cidade. Zsasz mata um cidadão que vocês vão ver, Jane pega a pele do rosto dele se fazendo passar pelo homem, vai até a sala do Gordon e abre fogo, e falando em fogo, o Vagalume manda tudo pelos ares. Máscara Negra aproveita o visual da cidade em chamas. Na caverna, Dick finalmente encontra o bilhete de Tim. “Fui caçar”. Prevendo a desgraça que podia acontecer ele correu atrás. 010Na evil-caverna do Jason, Mulher-gato e Tim são surpreendidos pelo dono do muquifo. Jason arrasta a briga de acordo com seu plano, e Tim vai igual um pato. Ele pode ser mais inteligente e melhor detetive, mas Jason além de ter a vantagem de conhecer o campo de batalha e ser experiente, ainda conta com o “dom” da falta de moral. Então quando ele cerca o Tim… Coitado. Jason fatia o jovem Robin usando um batarangue. Mas Tim ainda reage usando um… Pé de cabra. Jason tem um problema SÉRIO com isso. Não sei que diabos passou na cabeça dele ao largar um pé de cabra na sua própria caverna. A essa altura do campeonato já deveria saber que o crânio dele tem algum magnetismo com essa ferramenta. Me estranha ele não ter usado a idéia do Bruce de se vestir do que o assusta e ter virado o “Cabraman”. Imaginem o Cabra-sinal, um pé-de-cabra no céu de Gotham. Ou o Cabra-móvel, e quem sabe o inimigo mortal dele fosse o “Sr. Porta Emperrada”. Bom… Jason levou umas na cara, quebrou a boca de fogão de lenha, mas deixou o batarangue estocado no peito de Tim, e o “pequeno Batman” cai. Jason convidou Tim a ser seu Robin. Nada feito. Enquanto isso, Asa Noturna reune “A Rede”. Uma horda de heróis, e pra verem como o Asa Noturna é foda até gente da Marvel ele convocou, olhem o T’Challa (Pantera Negra) ali na altura do cotovelo direito do Grayson. Brincadeira, esse é o Wildcat da Sociedade da Justiça. 013O Asa Noturna está ali fazendo o que faz melhor, liderando. E Jason fazendo o que faz melhor, bandidice. Saiu arrastando o corpo do Tim Drake pelo pé. Na Bat-caverna, Alfred dá o uniforme de Robin a Damian e ele parte de lá de moto com a Squire. Asa Noturna encontra o cafofo do Jason, encontra uma pista meio grande em chamas, e a seguir encontra o manto do Batman que Tim estava usando, e Jason falando de um comunicador preso na máscara. Como sempre covarde, deu uma descarga elétrica no Asa Noturna e apontou a arma pra ele enquanto caído. Fez algumas observações idiotas quanto a Gotham, convidou o Dick pra ser ROBIN dele e etc, e merecidamente tomou uma bifa na cara. Alguém imagina Jason Todd como Batman e o Grayson como Robin? Tenha dó.

Jason 015A Guerra pelo Manto chega na reta final. Dick liga um holograma que Bruce gravou com uma mensagem para Jason. Ele não quis terminar de ouvir e a pancada cantou de novo. Eu defendi bastante o Tony Daniel e o Sandu Florea enquanto escrevi esse texto, mas como eu sou adepto do “nada é digno de veneração nem de humilhação”, tenho que citar os erros também. O Jason estava com um cinto azul escuro durante toda a história, e de repente agora ele está com um cinto amarelo igual ao do Batman. Não sei se foi realmente um erro, ou se ele pegou o cinto que o Tim estava usando, pois o Tim reaparece sem o cinto uns quadros a seguir, mas mesmo assim quando a luta contra o Asa começou o cinto era o azul. Bom… Acontece, né? Tim se manteve vivo graças a uma habilidade que Bruce o ensinou, o “Reflexo Possum”, uma técnica que faz os batimentos diminuirem drasticamente, tipo 8 batidas por minuto, diminuindo o fluxo de sangue o suficiente pra ele não sangrar até a morte. Talvez se salvou graças ao fato do batarangue do Jason ser velho e estar se partindo, e também ao material do uniforme de Batman que Tim estava usando. A briga de Dick e Jason prossegue, e Jason já está com seu cinto azul de novo, e ele usa até o gás do medo do Espantalho. A briga vai parar em um metrô em movimento enquanto a evil-caverna do Jason desaba. Damian e Squire fazem um resgate heróico do Tim. Damian resgatando Tim é algo que vocês não vão ver com frequência, muito pelo contrário… O “último ato do confronto final” não durou muito. [Alerta de spoiler! Se deseja ler, selecione o texto a seguir]. Grayson deu um cacete épico no Jason, terminando a briga com uma voadora losango aberto, estilo Sub-Zero. Ou estilo Lindomar, o Sub-Zero brasileiro. Podem procurar no youtube, igualzinho. Jason ainda se segura numa borda, Grayson tenta ajudá-lo, promete mundos e fundos, mas Jason não tá nem aí pra isso e se solta para uma queda que deveria ser mortal. Mas a gente sabe que não é. [Fim do spoiler] A última parte da história, é Grayson fazendo o discurso que citei no inicio do texto, caminhando para dentro da bat-caverna, vestido de Batman e Damian vestido de Robin… O começo de uma nova era. Richard Grayson e Damian Wayne. Batman e Robin.

Batman e ROBIN

Batman 02

Uma história incrível e única que abre portas para uma de minhas épocas preferidas. Dick Grayson já se tornou Batman antes, mas desde o início se sabia que era temporariamente, e que Bruce estava vivo ali. Dessa vez não há Bruce, e o Grayson assume totalmente seu lugar, sem dicas, sem alguém acima. Agora ele é o Morcego, ele é que faz o impossível, ele é o que salva os demais, ele é o pilar central que comanda e protege os demais heróis da familia. Agora, Richard Grayson é o Batman, e Damian Wayne é o Robin. E nós vamos acompanhar uma das melhores épocas na minha opinião, cheia de novidades, mudança, reciclagem de ideias e personagens… Uma renovação de ar. Um novo leque para Gotham.

Capa 2


#79 – Batalha pelo Manto: Especiais

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Olá!
Paralelamente à publicação mensal de “Batalha pelo Manto”, foram lançadas 6 one-shots e 2 minisséries contando a repercussão desses eventos no restante do mundo do Morcego – o que aconteceu no asilo Arkham? Como Oráculo reagiu? E o Comissário Gordon? E os heróis que ficaram para tentar proteger Gotham?
Elas foram depois compiladas num encadernado chamado “Battle for the Cowl: Companion”, e é sobre elas que eu venho falar hoje! Boa leitura!
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Oráculo: A Cura
(Oracle: The Cure, roteiro de Kevin VanHook e arte de Julian Lopez, maio-julho de 2009)

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Começamos com a minissérie em 3 edições de “Oráculo, a Cura”. Lindas capas de Guillem March.
Enquanto se estabelece num novo apartamento, Bárbara Gordon está procurando por maiores informações sobre a Equação Anti-Vida. Enquanto isso, ela faz valiosas reflexões sobre sua paralisia e o fato de que, tantos anos depois do crime cometido por Coringa, ela ainda sinta as pernas às vezes.
Ela conta com a ajuda de outra super-hacker apelidada de Demônio de Queijo. Elas encontram uma pista: um homem num jogo virtual parecido com Second Life diz ter o que falta para que o mistério da Equação Anti-Vida seja solucionado. Mas era uma armadilha.
Charles Babbage é o Calculador, e também está atrás da Equação Anti-Vida para acordar sua filha do coma. No jogo ele simula a representação em cristal dos fragmentos que encontra da Equação, antes de criar sua contraparte na vida real. Ele tenciona eliminar sua rival (Bárbara) de seu caminho, e faz isso usando sua amiga para atingi-la – de uma forma que não fica muito clara no arco, parece que as ações feitas ao avatar no jogo também acontecem com quem está controlando, baseado em algum sistema de estrondo sônico. Esse arco é um pouco confuso mesmo.
Fazendo vista grossa para alguns elementos que não se conectam, é interessante observar Oráculo em ação. Ela é realmente muito habilidosa, como nós sabemos. Vê-la em ação é excepcional. O Calculador acaba traçando uma rota até seu outro ajudante, Lary Rand – um rota mortal. E Bárbara Gordon é o próximo alvo. Tudo para encontrar a Cura para sua filha Wendy. Não importa quem morra no caminho.
Para quem gosta de alta tecnologia, esse arco será interessante. A arte peca em alguns momentos, a despeito das incríveis capas. E posso dizer que termina de uma forma um tanto quanto cruel.

Azrael: Cavaleiro das Trevas da Morte
(Azrael: Death’s Dark Knight, roteiro de Fabian Nicienza e arte de Frazer Irving, maio-julho de 2009)

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De antemão o nome na capa diz muito sobre a HQ: Fabian Nicienza, habilidoso roteirista de Asa Noturna e Robin.
Um justiceiro anuncia a um suposto tira à paisana que a justiça de Deus chegou a Gotham – amparada por uma espada de fogo, que é brandida na frente do refém. Ele serve a justiça de Deus. Jeitinho estranho esse de servir a Deus, decepando a cabeça dos outros com uma espada flamejante. Ele está a serviço de um padre, mesmo que para isso precise matar e encher sua alma de pecados. E ele carrega tantos… Como ter ajudado a matar Batman.
Nesse arco conhecemos a história de Henry Mitchell, um policial com um histórico conturbado e que perdeu todos os membros da família de maneira trágica. Um homem fragilizado… Um candidato perfeito. Você se lembrou desse nome? Caso tenha lido “Descanse em Paz”, se lembrará que ele foi um dos três policiais que participaram do programa secreto entre o exército e o DPGC para criar um substituto do Batman. E nesses três policiais o efeito desse treinamento foram devastadores, induziram os três a psicoses. Ele parece ser o único sobrevivente. O candidato perfeito.
Um novo Azrael.
Essas pessoas misteriosas alegam que um objeto chamado Manto das Lamentações foi roubado da bat-caverna. Então repassamos a história de Azrael como a conhecemos: um anjo de vingança da Ordem de São Dumas.
Azrael recebe a ordem de pegar o Manto das Lamentações que havia sido devolvido à bat-caverna. E ele fará isso. Para expurgar seus pecados. Para limpar sua alma para o caminho de Deus.

Comissário Gordon: Um Dia Frio no Inferno
(Battle for the Cowl: Companion – Commissioner Gordon: A Cold Day in Hell, roteiro de Royal McGraw e arte de Tom Mandrake, maio de 2009)

LINE003 Não é a toa que o Comissário Gordon é um dos meus personagens preferidos. Numa análise corrida e superficial, me arriscaria a dizer que ele é uma versão do Morcego com menos poder aquisitivo e militar.
Senhor Frio está mantendo Gordon refém. Como chegamos até aqui? Victor Fries tem essa mania de conseguir o que quer (o que fica fácil quando se tem uma arma congelante à sua disposição). E não obstante manter Gordon refém, Frio ainda faz terror psicológico com ele. Ele também sofreu muitas perdas em sua vida. Sua filha amada perdendo os movimentos das pernas e ficando presa numa cadeira de rodas para sempre, por causa de Coringa. Sua segunda esposa levando um tiro na cabeça, também de Coringa. E como se não bastasse, perdeu seu maior aliado, Batman. Quantas coisas mais ele pode suportar?
Sabendo disso, Frio quer dar uma lição em – um protocolo que vai congelar a cidade inteira. E isso será possível porque o seu maior protetor sumiu. A não ser que alguém com quase tanto poder de fogo quando Batman possa impedir. Alguém que sempre deu o sangue por Gotham. O senso de justiça de uma pessoa que representa o braço incorruptível da polícia da cidade.

Asilo Arkham: O Lugar Onde A Beleza Repousa
(Battle for the Cowl: Companion - Arkham Asylum #1: The Place Where Beauty Lies, roteiro de David Hine e arte de Jeremy Haun)

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Jeremiah Arkham está vendo os destroços do Asilo Arkham, agora reduzidos a um miserável edifício em escombros – o trabalho da sua vida, agora acabado. Ele decide andar pelo lugar para se certificar de que ninguém ficou preso nos entulhos. Ele sempre tratou seus presos com o máximo de humanidade possível.
Mas ele começa a visualizar os presos como se estivessem lá realmente… A loucura das paredes do Asilo Arkham atingiu o seu administrador? Ao longo desses anos, Arkham tem dançado à beira da loucura. Eles começam a acusar Jeremiah, questionando sua capacidade de gerenciar o manicômio.

Somos introduzidos a uma seção especial do Asilo Arkham, uma área em que ficavam presos que não poderiam ser misturados com os outros internos para sua própria segurança. Ele nos conta a triste história de cada um deles. Ele também rememora a tomada do Asilo Arkham pelos membros da Luva Negra – o momento em que ficou sem casa, vagando pelas ruas de Gotham. E o desaparecimento de Batman.

É uma bela história sobre o que o Arkham sempre significou para Jeremiah. O projeto da sua vida. Que não pode parar, nunca, mesmo que destruam sua sede. Um projeto que ele não irá desistir.

Morcego Humano: Eu Sou o Que Você Disser que eu Sou
(Battle for the Cowl: Companion - Man-Bat #1: I Am Whatever You Say I Am, roteiro de Joe Harris e arte de Jim Calafiore, junho de 2009)

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O Morcego Humano foi um dos personagens do qual ainda não dedicamos um post inteiro aqui no Batman Guide. Como já comentei brevemente, ele era um especialista em Morcegos que desenvolveu um soro que conferia a ele poderes de audição e visão de morcegos, além de transformar também sua aparência. Mas acaba saindo de si quando se transforma em morcego aparência, mas como Batman já sabia, ele não é de todo uma pessoa ruim. Ele tem boas intenções. Porém o efeito do soro do Morcego nele é devastador, e a fúria que o atinge é desumana.

A Rede
(Battle for the Cowl: Companion - The Network, roteiro de Fabian Nicienza e arte de Jim Calafiore, julho de 2009)

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Como sabemos do texto do Augusto, “A Rede” foi um grupo de ajuda idealizado por Asa Noturna e Batgirl, com a participação de nomes significativos como Robin, Canário Negro, Caçadora, Justiceira, Cavaleiro & Escudeira, Pantera, Marginal, Lady Falcão Negro, Morcego Humano, Salteadora, El Gaucho, Grace, entre outros. Eles são essenciais nesse momento, pois aproveitando-se da ausência de Batman, as gangues e os vilões soltos do Arkham estão trazendo a desordem e o caos a Gotham City. E agora eles tem mais um problema para resolver: Hugo Strange está bancando o enigmático e colocou três reféns em lugares separados de Gotham, e o autoproclamado “Batman” (Jason Todd) deve escolher um dos três para salvar. É uma situação difícil, porém interessante. São três os reféns de Hugo Strange:

  • Uma mãe viciada em crack, em condicional por tentar vender seus filhos para comprar drogas;
  • Uma idosa de 91 anos, aflita, com Alzheimer em estágio terminal;
  • Um assassino condenado que escapou de uma prisão a duas semanas, alegando inocência.

Quem você salvaria?
Quem Batman salvaria? Isso é o que todos tem tentado manter em mente – fazer as coisas como Batman faria.
O conflito que essa decisão gera entre A Rede é interessante de se ver. Todos nós sabemos que Batman optaria por salvar os três, e depois deixar a Justiça fazer sua parte. Porém, quando não se é o Batman, e quando a opção de salvar os três não está disponível, o que você faz? O que eles fazem? Se eles puderem escolher um dos três para “descartar”, quem seria?
Acompanhe nessa HQ, que eu considerei a melhor desse especial.

Sexteto Secreto: Um Débito de Muito Sangue
(Battle for the Cowl: Companion - Secret Six: A Debt of Significant Blood, roteiro de Gail Simone e arte de Nicola Scott, julho de 2009)

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Uma Gotham desprotegida é perfeita para o ataque de grupos de vilões estranhos promoverem assassinatos e sequestros. Com o Batman fora fica tudo mais fácil, não é? Bom, não exatamente quando o seu inimigo é o Bane. E surpreendentemente, um Bane que está a serviço da cidade e quase “de luto” pelo desaparecimento daquele que ele mesmo chama de “dono da cidade”. E um adendo: ver o Bane todo cuidadoso cantando “boi da cara preta” pra um bebê assustado já vale essa edição.
O Sexteto Secreto é um grupo formado por Bane, Homem-Gato (Catman), Boneco de Pano (Rag Doll). É um grupo que não é NADA entrosado. Eles estão “ajudando” Gotham, evitando sequestros de crianças pela cidade (nem que para isso precisem pisotear e esganar uns criminosos).
É surpreendente pensar em um Bane que respeita e trata Batman como igual, mas faz perfeito sentido. Assim como Ra’s Al Ghul, ele reconhece que seu inimigo é valoroso, e um dos poucos à sua altura. Quando perguntando por Blake se ele poderia usar a máscara de Batman, Bane é contundente ao dizer que não. É mais do que só uma máscara.

Frase significativa que ocorre quando Asa Noturna ameaça descer o cacete nos três:

Homem-Gato: “Escuta, seu metidinho.”
Bane: “Vamos embora, Blake.”
Homem-Gato: “Não. Essa cidade não pertence mais a ninguém. Ele não pode mandar em nós assim! Ele não é o Batman, pelo amor de Deus!”
Bane: “E quem mais vai ser? Deus o ajude.”

O Submundo
(Battle for the Cowl: Companion - The Underground, roteiro de Christ Yost e arte de Pablo Raimondi, julho de 2009)

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Charada está narrando sua visão sobre os últimos acontecimentos. E o servicinho para o qual está sendo contratado por Pinguim: achar Máscara Negra, que está tocando o terror em Gotham, detonando seus carregamentos e ameaçando conquistar sua hegemonia e posição de destaque no submundo. E de repente todos os vilões de Gotham dão as caras. Arlequina, Duas-Caras querendo encontrar Pinguim. Hera Venenosa e Crocodilo também dão as caras por aqui. Na verdade, estão todos um pouco confusos com esse “Batman” que está agora em Gotham (Todd). Um Batman que MATA?
É uma HQ sobre a sordidez da disputa de poder que acontece debaixo dos panos de Gotham City. Mesmo para os vilões, a ausência de Batman se faz ser notada. E como eles reagem a isso nos diz bastante sobre o que Wayne significa para Gotham City.

Espero que vocês tenham gostado. Download num único link do 4shared!

COVER



Comentários sobre a polêmica envolvendo Grant Morrison e o final de “A Piada Mortal”

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Olá!
Estamos aqui para um post excepcional. Atendendo a vários pedidos, eu e o Augusto viemos hoje comentar a mais recente polêmica envolvendo os quadrinhos do Batman.

No último dia 16, o autor Grant Morrison fez uma série de afirmações bastante controversas a respeito de uma das obras clássicas do Batman durante a gravação de um podcast com Kevin Smith. Ele se refere à HQ “A Piada Mortal“. Você pode ler a minha resenha clicando aqui (por favor, leia antes de prosseguir o texto).

CAPA

Morrison, roteirista de HQs como “Batman e Filho”, “Luva Negra” e “Descanse em Paz”, veio a publico rever o final da história “A Piada Mortal”, de Alan Moore e Brian Bolland. Vamos rever a última página.

Ultima página

Ele afirma que, nesse encerramento, Batman MATOU Coringa apertando sua garganta com as mãos. Ele diz:

“Ninguém entende o final, porque o Batman mata o Coringa. Por isso se chama A Piada Mortal. O Coringa conta a Piada Mortal no fim, Batman estica suas mãos e quebra seu pescoço, e por isso a risada acaba e as luzes vão sumido, porque essa era a última chance de atravessar essa barreira. E Alan Moore escreveu a história definitiva de Batman/Coringa – ele finalizou tudo.”
“Mas ele [o artista Brian Bolland] fez de uma forma que ficou ambíguo, então ninguém precisa ter certeza, o que significa que não precisa ser a última história Batman/Coringa. É brilhante!”

Você pode ouvir esse trecho da entrevista no seguinte vídeo:

Posto isso, vamos à minha análise e, em seguir, a do Augusto.

» Jéssica

Eu já disse para vocês aqui nas últimas análises do Morrison que uma das características dos seus roteiros é o fato de ele abusar de elementos dos anos 70. Desenterrar personagens e histórias já esquecidos é a sua especialidade. Inserir acontecimentos, grupos, namoradas do Batman, frases, eventos – ele parece querer demonstrar que conhece a FUNDO a história do Batman. Porém, ele se esquece de observar o crucial, o óbvio para qualquer um que já tenha lido Batman.

O Batman NÃO MATA.

O Batman preza a vida antes de tudo.
A vida de Bruce Wayne ficou marcada quando, aos 8 anos, os seus pais foram mortos por um assaltante na saída do cinema. Uma MORTE modificou a sua vida, que nunca voltaria a ser a mesma depois disso.
Então quando ele cresceu e fez o juramento sob o túmulo de seus pais – jurou dedicar-se exclusivamente à justiça e a proteger Gotham, isso incluia não permitir que mais ninguém sofresse o que ele sofreu. Nenhum filho ficaria sem os pais. Enquanto Batman pudesse impedir qualquer morte, ele o faria.

“Ok”, você pode dizer, “Mas o Coringa é um homicida”. De fato. Para Batman, sempre esteve bastante disponível a opção de matar Coringa. Ninguém reclamaria da morte de alguém que já cometeu tantos crimes insanos em Gotham. Não haveria filhos para chorar no velório de Coringa. Ninguém choraria. Seria um alívio para Gotham. Até mesmo Gordon já insinuou que Batman deveria deixá-lo morrer. Mas o Batman NÃO MATA.
Quantas vezes Batman esteve perto de “cruzar a linha” mas nunca o fez? Isso é o que faz Batman ser Batman. É a sua “raison d’être”., sua razão de ser. Batman é um instrumento da justiça e acredita na capacidade da Polícia de Gotham de punir os criminosos e na capacidade do Asilo Arkham de regenerar (ou de ao menos conter) os loucos. Mas se ambas não conseguirem manter os criminosos lá, ele estará presente para pegá-los de novo.

Segundo ponto.
A mensagem principal de Coringa em “A Piada Mortal” é: qualquer um pode enlouquecer – basta apenas um dia ruim. Ele teve um dia ruim quando sua esposa grávida morreu e ele caiu num contêiner com produto químico, ficando completamente desfigurado – e aí começam suas profundas psicoses, seu desejo por sangue e por mortes, seu humor macabro.
Para comprovar sua tese de que a loucura pode vir de um evento específico, ele atira na coluna de Bárbara Gordon e a deixa paraplégica, sequestra Gordon e o obriga a ver as fotos da filha ensanguentada e semi-nua. Uma situação que poderia deixar qualquer um louco.
Coringa também quer deixar Batman louco. Quer que ele “cruze a linha”. Quer que ele sucumba ao peso dos acontecimentos, à dramaticidade da vida, à como as coisas podem ser ruins e danosas.

Se, como Morrison propõe, Batman tiver realmente matado Coringa… Então a teoria de Coringa estava certo. Até mesmo uma pessoa firme e rígida, um exemplo de justiça como Batman sucumbiu. Então, qual é o ponto de Batman ser um herói? E que esperança há para nós, que não possuimos ⅓ da resistência de Batman, do seu poder aquisitivo, da sua determinação?
Se temos visto tantas histórias em que ficou provado que Batman é forte, e sempre resiste às tentativas de ataque psicológico de seus inimigos, qual é o sentido de uma história em que Batman DEIXA DE SER Batman – em que ele deixa de seguir sua premissa básica de NÃO MATAR?
Isso seria estragar absolutamente todo o mito de Batman. Estragar tudo que vem sendo cuidadosamente lapidado sobre quem ele é. Ou seja, passar por cima de DÉCADAS de história de Batman e ignorar completamente a sua essência.

» Augusto

Pois bem, confesso que cheguei atrasado no assunto. Quando descobri a novidade lançada pelo “Senhor de Tudo Aquilo que é Podre”, aka “Pai da Mentira” (meu nome é Pinocchio), o excelentíssimo (idiota) Grant Morrison, sorri e pensei em apenas 3 letras: L S D.
Na boa, eu não sei porque ainda fazem polêmica em cima do que esse cara diz. “Ah, ele fez a Crise Final, escreveu vários roteiros de Batman e nhenhenhe”, tá. É como eu salvar 1000 mil pessoas agora e depois matar 1000 ursos polares. Meu erro continuará sendo um ERRO independente de quantas pessoas salvei antes.
Não importa a estante de troféus da pessoa, se ela não merecer confiança, simplesmente DESCONSIDEREM.
Isto posto, vou ser breve ao mostrar como o Morrisson falou uma besteira enorme. Nessa obra chamada “A Piada Mortal “, de Alan Moore (o Gandalf da crackolêndia), Bárbara Gordon leva um tiro, dado pelo Coringa. Até ai estamos de acordo? Ótimo.
A história prossegue, rola as confusões, o Coringa fecha na vacilação com o elenco do filme Freaks e faz aquele showzinho dos horrores pro Jim Gordon. Vida que segue, Morcego que bate, e lá estamos nós: chegamos no final da história.
Tem gente que está sob efeito de alucinógenos e/ou apanhou demais na cabeça e ao olhar o final aponta o dedo igual o Nelson dos Simpsons e diz “HA! HA! O Batman matou o Coringa!”. E tem gente que tem a circulação de sangue e oxigênio fluindo na boa pelo cérebro dizem “O Coringa foi preso”.
E porque as pessoas normais dizem “o Coringa foi preso”? Simples. Porque as consequências da história “A Piada Mortal” foram levadas a frente, como por exemplo o tiro que a Barbara levou. Como poderia o Coringa aparecer nas histórias seguintes? A DC ia pegar só uma consequência da história e apagar a outra? Seria como se a história não fosse totalmente válida.
Assim como qualquer história, se no capítulo 2 vemos um personagem vivo, quer dizer que ele não morreu no capítulo 1. Entendido? Ok. Agora mandem um recado meu pro Grant Morrison: toma vergonha na cara.


Arkham Origins: Novas Informações, Galeria de Imagens e Vídeos

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Oi!
Hoje faltam exatamente 2 meses para o lançamento do jogo Arkham Origins, o novo game do Batman produzido pela Warner Bros de Montreal.
E aí? Estão ansiosos pelo Arkham Origins? Que fã não estaria. Talvez um que não fosse poder jogar por falta de capacidade no pc ou falta de recursos pra um video-game. O capitalismo tem esse lado maldito, esfrega na sua fuça coisas maravilhosas que você não pode ter.
Mas nosso trabalho é trazer a quem vai jogar e a quem não vai os detalhes que tem sido lançados sobre esse jogo. É sobre o Batman, claro que iríamos falar disso.

Imaginei o Arkham Asylum. Ok, agora aumentem o cenário, mudem uns equipamentos, melhorem o uniforme, coloquem mais personagens e mais mistérios e enfim temos o Arkham City. Agora melhorem TUDO e voltem no tempo. Não faz sentido, mas esse é o Origins.

Esse é o segundo post sobre o Arkham Origins. Para não ficar repetitivo, não trarei as informações que já estão no primeiro post; então vou pedir para que você leia o primeiro texto antes de ler esse aqui.

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Recapitulando um pouco, já sabemos que teremos um Batman jovem, ainda no começo da carreira de vigilante em Gotham City, que tem a cabeça posta a prêmio por Máscara Negra, atraindo 8 perigosos vilões do mundo DC para matar o Morcego.

Em entrevista ao site VG247, o diretor criativo do game Eric Holmes nos explica que Batman está foragido graças a desavenças com o Comissário Gordon (uma constante entre eles, apesar do ótimo trabalho em equipe que eles fazem). Então, além de descobrir porque Máscara Negra o quer morto, Batman ainda precisará provar ao DPGC que está do lado deles – e utilizará Pinguim para obter essa informação. Aliás, ponto interessante é que veremos um dos primeiros encontros entre Pinguim e Batman, e descobrir um pouco da razão pela qual eles se odeiam tanto. Para ajudá-lo nesse interrogatório, ele contará com Batwing para interceptar a base de operação de Pinguim. Não poderemos controlar Batwing diretamente, mas poderemos destruir as torres de redes que porventura bloquearem o seu vôo. Também haverá a oportunidade de destruir sensores que atrapalham as habilidades de Batman em certos pontos do cenário.

Segundo imagens vazadas, um dos cenários será Bat-caverna, em que Batman se encontrará brevemente com Alfred como parte de alguma missão específica, para levantar informações sobre os vilões com os seus recursos tecnológicos. É provável que haja alguma participação dele como Bruce Wayne.

Multiplayer

O modo multiplayer do jogo foi uma das coisas que mais me chamou atenção (e me deixou ansiosa): Não será o tradicional 1 x 1, mas sim o sistema de “2 contra 3 contra 3” (2 vs 3 vs 3, no original). Como diabos isso funciona? Dois jogadores controlarão Batman e Robin, e enfrentarão outros 6 jogadores que representarão os capangas de Coringa e os capangas de Bane. Os capangas também possuirão equipamentos, além de um sistema de visão parecido com a função “visão de detetive” de Batman, minas terrestres e afins.
O objetivo dos vilões é chegar primeiro a um determinado ponto do cenário em que eles se tornarão Coringa ou Bane, adquirindo mais poder de fogo. O objetivo dos jogadores que controlarem Batman e Robin é não serem vistos, já que eles não possuem os mesmos recursos mortais que os inimigos.

Serão mostrados rankings de combate, de acordo com o seu desempenho nas lutas com os capangas. São eles:

S – Apex Vigilante
A – Mythical Vigilante
B – Master Vigilante
C – Warrior Vigilante

Teremos o modo “1 vs. 100″, em que o objetivo é sobreviver a uma luta com 100 inimigos. Assumir o papel de Exterminador que se move mais lentamente e usa um cajado, pistolas e bombas.
Provavelmente teremos desafios e troféus, mas ainda não se sabe se eles estarão ou não envolvidos com Charada.

Viloes

VILÕES PRINCIPAIS

Dos 8 vilões que estão programados para tentar matar Batman em Arkham Origins, 5 já foram revelados:

  • Exterminador (Deathstroke)

  • Pistoleiro (Deadshot)

  • Bane

  • Cobra Venenosa (Cooperhead)

O anúncio da aparição de Cobra Venenosa em Arkham Origins se deu na San Diego Comic-Con, em julho. Com o visual baseado na reformulação proposta pelos Novos 52, Cobra Venenosa será uma mulher (na versão original era um homem) e atacará Batman usando seus artefatos venenosos e sua habilidade de artes marciais/performance de circo.

  • Vagalume (Firefly)

Esse vilão foi revelado essa semana. Utilizando de suas habilidades piromaníacas, ele também está atrás da recompensa pela cabeça de Batman.

VILÕES SECUNDÁRIOS

  • Anarquia e capangas

O vilão Anarquia estará atrapalhando a vida de Batman plantando bombas pela cidade
Ele é contra qualquer forma de sistema organizado, mas que acha que está fazendo a coisa certa, como diz Eric Holmes. Cito:

“Ele não gosta de grandes corporações tentando controlar nossas vidas, ou o governo nos dizendo o que fazer. E ele acha que essas instituições devem ser chutadas, e ele quer destruí-las.” (Tradução minha desse link)

E como ele vai fazer isso em Arkham Origins? De uma maneira brilhante: ele vai plantar bombas na fundação dos principais edifícios dessas instuições em Gotham City, e Batman precisará achá-las e defusá-las a tempo.

Anarquia

  • Chapeleiro Louco

Jervis Tetch apareceu também no Arkham City, mas numa missão paralela. Em Arkham Origins ele receberá mais destaque, e tudo indica que as suas aparições lembrarão a participação do Espantalho nos últimos jogos do Batman – o que é bastante assustador, se nos lembrarmos da fase do Espantalho em Arkham Asylum e da fase do Espantalho no Arkham City.

  • Pinguim

Pinguim é encontrado por Batman dentro de um velho navio, no qual ele estará com Alberto Falcone (leia abaixo). Batman “sutilmente” interroga Pinguim para descobrir porque Máscara Negra quer matá-lo. Mas antes que isso aconteça, ele é puxado por Exterminador com o gancho remoto.

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  • Alberto Falcone

Alberto Falcone é flagrado por Batman conversando com Pinguim. Pinguim está tentando “convencer” Falcone a deixar o comércio de armas.

  • Comissário Loeb

O Comissário Gillian B. Loeb é um oficial corrupto do DPGC, e certamente atrapalhará muito a vida do Morcego (como faz boa parte do Departamento de Polícia da cidade, né)

  • Coringa

Veremos o primeiro encontro com Coringa, mas não é o vilão principal do jogo.

Gadgets

Gadgets conhecidos até agora:

  • Luvas elétricas (NOVO)
  • Gancho remoto (Remove Claw) confiscado de Deathstroke (NOVO)
  • Sequenciador criptográfico
  • Gel explosivo
  • Bomba de fumaça
  • Detector de sinais de transmissão
  • Batarangue comum
  • Batarangue remoto
  • Batarangue sônico

Edições

A primeira foi anunciada em 7 de agosto pela Warner Bros. Interactive e a DC Entertainment. Essa edição está disponível para PlayStation 3 ou Xbox 360 pelo valor de £79.99 e vem com uma estátua de 30 cm de Batman e Coringa, um livro com a arte conceitual de 80 páginas, um dossiê com informação sobre os vilões e o contrato que assinaram com Máscara Negra, duas skins para download. A versão para PS3 contém ainda skin de Knightfall.

EC01

A segunda edição de colecionador será fabricada em edição limitada e vendida por $119.99. Ela conterá uma estátua de Coringa com efeitos de lâmpada LED, o livro de capa dura com 80 páginas, o DVD do filme “Necessary Evil: Super-Villains”, conteúdos exclusivos. Só foi confirmada para a América do Norte, Nova Zelândia e Austrália.

ArkhamOrigins01

Bom, é isso! Vamos aguardar ansiosamente maiores informações sobre o jogo!
E aos nossos queridos leitores, obrigada por terem lido!

Galeria

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Último trailer lançado – “Nowhere to Run”

Gameplay de 30 minutos apresentado na E3 e entrevista com o diretor criativo Eric Holmes


#80 – Batwoman: Elegia (“Batman: Renascido”– 1ª Parte)

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“O morcego que eles iluminam no céu… Civis pensam que é um pedido de ajuda. Os caras maus pensam que aquilo é um aviso. Mas é mais do que isso, éalgo maior. É um chamado pro exército. Eu encontrei meu jeito de servir. Eu finalmente encontrei meu jeito de servir.”

Essa história faz parte da coleção “Batman: Renascido” (Batman Reborn), que será postada aqui no Batman Guide em 7 partes para melhor entendimento desse importante ponto da cronologia do (novo) Morcego.

Nana nana nana nana Bat… woman? Olá, pessoas que gostariam de ser cidadãos de Gotham (ou não). Esse aqui não é sobre o Batman ou algum de seus bat-filhotes. Esse post é sobre a saga “Elegy” da Batwoman, que foi publicada na Detective Comics americana ANTES do reboot.
Muita gente acha que a Batwoman apareceu só após o reboot, mas antes disso ela deu seus pitacos no universo morcego ajudando o Dick e Damian (na época como Batman e Robin) a tentar ressuscitar o “finado” Bruce, e como eu disse, também tinha o lançamento dentro da Detective Comics.
Quem prestar atenção em que revistas estou citando, histórias e época, claro que perceberá que estou falando da NOVA Batwoman. A primeira Batwoman foi da época do onça, usava um maiozão amarelo e uma máscara que fazia lembrar a do Wolverine. O nome era praticamente o mesmo, a temática que era diferente. Até porque, se tivessemos uma Batwoman lésbica naquela época a DC teria ido a falência, isso se nao fosse fechada pela censura.
Bom, vamos a Batwoman que importa, Katherine “Kate” Kane.

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001Essa história conta com roteiro do Greg Rucka, nome que já é familiar como componente de diversos arcos importantíssimos das demais histórias do Batman, como por exemplo “Terra de Ninguém” e “Assassino? / Fugitivo”.
Na arte temos J. H. Williams III. Não conheci os dois antecessores, mas em todo caso esse ai já é suficiente. E isso deve ser opinião de mais gente, pois até hoje o homem é o desenhista da série. Isso não é tão “simples” quanto parece. Se for comparar com os demais títulos da DC, vão ver que aproximadamente a cada 1 ano (isso se tivermos sorte de durar tanto) mudam a equipe das histórias, e geralmente é sempre o desenhista.
Por exemplo o Tony Daniel. Desenhava a série mensal do Batman, passou pra Detective Comics após o reboot, e após alguns números saiu dos títulos do morcego e está na Action Comics do Superman. A série “The Dark Knight” começou sendo desenhada pelo David Finch e após uns 15 números é do Ethan Van Sciver. As da Batgirl começaram com Ardian Syaf, depois Ed Benes, Alitha Martinez e Daniel Sampere. E o titulo da Batwoman, antes do reboot (saga Elegy) e pós-reboot (até o momento 3 sagas), teve J. H. Williams III na arte e/ou nos roteiros.
020Há um detalhe interessante na arte desse cidadão. Quando é pra desenhar Kate sem o uniforme… Ele desenha se uma forma até simplista demais, uma rockabilly pálida, porém quando a desenha com o uniforme de Batwoman, parece que brota uma imponência do além e o desenho fica com cara de obra de arte. Como é de se deduzir, o uniforme dela tem aparência de latex, aquele tecido liso, preto e brilhoso, e você quase pode imaginar a textura ao olhar para os traços.
Se você não conhecer a história e primeiro ver a Batwoman antes de ver a Kate, vai imaginar que aquela cabeleira vermelha é dela e que a pele branca é maquiagem… Mas é o contrário, o cabelo que é peruca e a tonalidade da pele que é real. O cabelo natural dela também é vermelho, mas é curto e com franjinha. Sinceramente, a aparencia da Kate não me agrada muito, escolho eternamente a aparencia da Bárbara, mas a aparência de Batwoman, como eu disse, é imponente.
Outro detalhe sobre ele é a maneira única de arrumar os quadros das histórias. Para marinheiro de primeira viagem é MUITO fácil se perder ou acabar deixando algo passar. Às vezes parece que os quadros tem o cenário de dentro E papel de parede pros próprios quadros por fora. Tem quadros formando morcegos, quadros acompanhando ondulações, quadros divididos em vários pedaços como se fosse um espelho quebrado… Como eu disse, às vezes atrapalha, mas não posso dizer que não é original e bem feito.
A saga Elegy ao mesmo tempo que mostra um caso “atual” também muito do passado de Kate Kane. Ela testando o uniforme pela primeira vez, o primeiro encontro com o Batman, coisas da infância e adolescência, um prato cheio pra quem quer conhecer melhor a personagem.
Quanto ao roteiro de Greg Rucka… Lá vamos nós, darei uma narrativa da história.

002Começamos com Batwoman em algum dos lendários cantões obscuros de Gotham, tentando um interrogatório. Quando vemos o Batman fazendo isso, é algo “Eu te quebro ou eu te quebro, decide o nível da minha raiva”. Quando é o Asa Noturna, é algo com piadinhas que envolvem a saúde do criminoso, Batgirl interrogando é meio “inocente demais” até…Mas Batwoman… O interrogatório dela é meio doente, em meio a sorrisos, coisas ameaçadoras como pé na garganta e de repente um carinho acolhedor meio maníaco tipo “PASSE A LOÇÃO!” do Silêncio dos Inocentes.
O besta passa as informações, Batwoman sobe aos telhados como boa morcega que é, e lá topa com quem? Seu muso-inspirador, o morcego-mor, Batman. Ele que dentre todos os 70 estilos de luta e mestrado em todos os setores de humanas e exatas que tem nesse planeta não aprendeu muito a conduzir uma conversa de forma simpática, já se lançou ao que interessava. Crime. Alguma mulher era a nova chefe, eles tinham que chegar lá. Batman deixou a responsabilidade para ela em um gesto de confiança, mas deixou um aviso. “Dê um jeito no seu cabelo. Um puxão e a luta está acabada”.
Após isso a heroína volta pra sua casa, que não é a mansão Wayne mas também não é o apartamento do Peter Parker. Toma um banho, e tenta dormir. O dia seguinte (que na verdade ainda é o dia em que ele tentou ir dormir) inevitávelmente chega, ela se atrasa pro encontro com Anne, sua namorada (século XXI, uhul), que fica nervosa pelo atraso, diz que pela cara dela nem teve um “acordar atrasada” e que na verdade ela nem deve ter dormido.
Rola uma discussão (monólogo de Anne) dizendo que Kate é mimada, tem todo mundo como garantido, que ainda precisa crescer e blablabla… Confusões de gente que tem identidade secreta de vigilante pelas noites de Gotham. Vida de cão, hein?
003Quadros seguintes temos Kate em casa com seu pai que, cá entre nós, é um baita esquisito, e até o momento aparenta ser um militar de patente relativamente alta, mas enfim, Kate começa a malhar levantando ferro pra valer, negócio não é um saco de cimento nem um alteres padrão, o negócio é barra pesada mesmo, pelo que vi no desenho, se não me enganei, são 50kg de cada lado. Somado é mais do que meu peso. Não que eu entenda de o que é peso padrão e o que não, well, deixa pra lá.
Papai Kane fica preocupado com sua filhota, então os roteiros nos mostram que Kate há algum tempo foi esfaqueada no coração, que quase morreu, que ficou apavorada e etc, e entendemos mais uma parcela do que a faz sair de noite vestida de Morcego.
004Podemos ver que o coronel é o Alfred da Kate. Não tão eficiente, mas ainda assim o papel é semelhante. Não demora muito e vemos uma cena que não se passaria na terra dos Wayne… O papai dá uma arma carregada pra Kate se defender, ela aceita e diz que sabe como usar e etc. Dá um leve choque, aposto que ninguém está acostumado a morcegos com armas (esquecendo o Jason, por um instante).
Lembram das organizações loucas de quadros que falei? Temos um ótimo exemplo agora. Uma página dupla com várias tirinhas retangulares na vertical, uma em paralelo a outra, e embaixo um quadro que tem formato de morcego, e fora dos quadros também há coisas se puderem notar. Não dá pra se perder, é bonito, bem feito e original. A seguir outra página dupla, Batwoman dando um chute duplo no ar, coisa de Asa Noturna, mas o chute dele teria mais elasticidade, seria algo mais “Van Damme” no Dragão Branco, mas vá, nenhum de nós daria um chute desses.
005Ela começa o interrogatório no local, e acaba descobrindo que o que ela queria estava exatamente ali. Uma branquela igual a ela, só que mais louca e com um batom estilo Rainha Amigdala do Star Wars. O nome dela é Alice, ou pelo menos é assim que ela se auto-denomina, pois ela parece achar que É a Alice do País das Maravilhas. Batwoman nem entra direito na conversa e aponta a pistola pra cara da moça.


Kate dispara… Um projetil de fumaça. HÁ IÉ IÉÉÉ! Pegadinha da Batwoman. Ela tomba geral e leva a Alice embora, paralisada e babando espuma igual cachorro louco. A morcega para num terraço, aplica um gás pra reverter o processo do primeiro e começa a interrogá-la a estilo Batman, ameaçando-a com grande altura, mas a maluca não tá nem ai pra isso, e então Kate nota que a tal Alice, a nova chefe da zona em Gotham, se baseia na Alice no país das maravilhas. Nesse instante que ela baixa a guarda subestimando a louca, ocorre um ataque.
006Não foi um simples ataque, Alice tinha uma lâmina escondida dentro da boca o tempo inteiro, e ainda era envenenada. Fez um pequeno corte em Kate que bastou para deixá-la dopada, e então lhe deu um chute na cara. A heróina tenta escapar dali indo pra beirada. O plano era óbvio, pular, mas Alice a segura pelos cabelos e… Os cabelos soltam na mão de Alice. Kate consegue saltar usando a capa pra planar um pouco, se enfia numa mini-floresta e tem a queda amortecida pelos galhos.
Batman avisou que se alguém puxasse o cabelo seria fim de luta, mas nesse caso foi o que a salvou. Se fossem cabelos de verdade ou Alice tivesse segurado a Kate pelo pescoço/cabeça, ela não teria tido a oportunidade de saltar.
Temos então uma oportunidade de ver Kate com uniforme de Batwoman mas com seu cabelo natural. Confesso que não ficou ruim. Dependendo do ângulo ficou meio Marilyn Manson, mas ok,foquemos na história.
007Kate está tendo alucinações graças ao veneno (com cara de LSD), vendo cenas de sua infância. Seu pai em casa vê pela tela do computador que o uniforme está acusando perigo em seus sinais biológicos e sai em busca de sua filhota. Alice volta ao seu covil, se arruma, mata algumas pessoas com uma pistola e vai atrás da Batwoman.
Todo mundo atrás de Kate, um por bem, uns por mal, e todos chegam ao mesmo tempo. O Coronel abre fogo em Alice e seus capangas, eles também disparam, Kate se joga na frente do pai e leva dois tiros nas costas. Aparentemente não passou pelo uniforme, mas ainda assim ela estava dopada, fraca e tinha caído de uma altura absurda há poucos minutos. Alguém chuta a arma do Coronel, e simplsmente saem um monte de monstros da floresta logo atrás deles. É, só isso.
As feras não estavam do lado de Alice, atacaram a ela e os capangas por igual, foi a brecha pra Kate desarmar Alice, e uma das feras pegar Kate e chamar seu pai para acompanhá-los na fuga. Foram até o carro do coronel, onde a fera deu uma cheiradinha na Kate e falou que ela foi intoxicada com algo semelhante a ópio, então o Coronel aplicou algo pra reverter o esquema (vide uma ceninha alucinógena da Kate com os cabelos coloridos, ficou bonito DEMAIS, equipe da arte mandando ver).

008
009As feras na verdade eram metamorfos. Não sei se o termo é esse, sei que são humanos que se transformam em animais. Estilo lobisomem, só que esses tem mais variedades, tipo polvo, felinos e tal. O coronel consegue fugir com Kate.
O tal salvador era Abbot, que já fez parte da “Religião do Crime” de Alice e desistiu dessa vida, chamando a si e aos seus semelhantes de “True Believers”.
O coronel convida sua filha pra uma festinha/baile também em nome da madrasta. Kate vai, de terno. Esquisito demais, ainda tenho que acostumar. Lá ela encontra sua namorada, elas dançam e tal, até que Abbot aparece pra dançar também. Ele abre o jogo pra Kate, fala que Gotham pros vilões é tipo Somoda e Gomorra, eles querem dominá-la e etc… Só não esperava que as coisas fossem acontecer tão rápido. Alice já tinha pego seu pai.
Ela descobriu ligando para seu pai para avisá-lo das informações que recebeu de Abbot. Meio tarde. O velho ainda gritou a distância um código militar que Kate entendeu bem, os vilões estavam mexendo com armas químicas.
014Kate corre para seu QG já se precavendo graças a dica de seu pai. Ao ver a mesinha com os equipamentos de Kate, podemos notar que ainda está longe de ser um Batman com produção em massa de equipamentos, mas vá, ela não é tão rica quanto Bruce Wayne, ela é MUITO mais recente nas ruas do que ele, ela não tem a Waynetech a disposição, não teria espaço pra guardar tudo e claro, Lucius Fox trabalha pro Bruce, não pra ela.
Começa a corrida, e não é uma corrida qualquer, é uma corrida de aviões, e quando estavam perto o suficiente, Kate salta de um avião pro outro estilo Ethan Hunt (ou Bane no Dark Knight Rises), explode a lateral pra poder entrar, derruba lindamente a capanga lutadora da Alice e vai até a cabine. Ela solta o pai e o deixa tomando controle do avião, e antes de partir atrás da Alice, ele lhe dá um lembrete: “O Batman é na base do efeito. Não a mate”, e ela responde “Eu sempre estou sob as regras do Batman.”
015[Alerta de spoiler! Se deseja ler, selecione o texto a seguir]. A briga se estende para fora do avião, mais exatamente na asa… Onde Alice dá uns tiros, Kate dá outros de gás (ieié!), Alice termina pendurada, Kate tenta salvá-la e Alice diz “Você tem os olhos de nosso pai”.
Violinos e trombetas do apocalipse tocam e você pensa “NOSSA, SÃO IRMÃS”. Isso ai, irmãs gêmeas ainda. Alice se solta e despenca lá do alto, dando fim a saga “Elegy”. Kate mal descobre sobre sua irmã e em menos de 5 segundos a vê cair de um avião.
[Fim do spoiler]
As pessoas na família-morcego vivem vendo cenas desgraçadas, não é novidade, mas sempre nos faz pensar.
A saga Elegy acabou, mas dentro do “pacote” ainda vem um flashback gigante sobre a vida de Kate. Vamos a ele então.

018Somos levados ao campinho de futebol do quartel. Aqui temos Katherine e sua irmã gêmea Elizabeth jogando um pouco, e logo a seguir ambas jantando com a mãe militar chamada Gabi. Uma criação bem rígida de deveres, ginastica, horários, deixaria alguém como eu meio louco. Talvez por isso eu não saia vestido de morcego na rua à noite. Não que falte vontade… Enfim.
Falando em se vestir, podemos ver Kate dormindo usando uma camisa azul com o simbolo do Superman no peito. Engraçado e irônico, anos depois ela viria a se tornar o herói que é o oposto simbólico do Superman.
019O papai Kane volta da guerra em que estava e parece ter recebido uma promoção que fez a família ter de se mudar, e a cena muda pra Gotham, onde Kate já é Batwoman. Vemos as cenas seguintes a confusão causada por “Alice”, e quando vemos Kate de volta a sua base, podemos ver o ferimento causado a faca por Alice em seu antebraço, terminando de comprovar que a parte “presente” da história é continuação direta do final da Elegy.
Os quadros de Kate sentada são grandiosos. Os detalhes de luz nas várias dobras da capa e na superfície lisa do resto do uniforme são impecáveis. Mas o vislumbre do uniforme da Batwoman dura pouco, a história novamente cai em flashback, direto no túnel do tempo pro aniversário de 12 anos das irmãs Kane.
Elas se deslocam de carro de onde estão e são vitimas de um ataque terrorista, são sequestradas, encapuzadas e levadas embora. [Alerta de spoiler! Se deseja ler, selecione o texto a seguir]. Tempo depois um pelotão do exército entra no cativeiro arregaçando geral de ponta cabeça e salvam a menina. A irmã gêmea é coberta por um pano preto. Tudo se explica melhor. Todos acharam que a Beth tinha morrido, e ela sobreviveu. Ficou maluca e virou Alice. [Fim do spoiler]
022Flashback nas idéias de novo e lá vamos nós pra “formatura militar” de Kate. Depois das páginas da comemoração, ela dá um passeio com sua namorada, rola um beijo claro e evidente dela com sua antiga namorada. Now I’ve the time of my liiife, and i never felt this way befooore (8).
Como fofoca tem em todo canto, bateu no ouvido dos superiores que a Kate andava fazendo bobeira por aí, fazendo rinha de aranha, velcros, coisa e tal (nada contra, sério)… Mas aí ela foi chamada e o superior dela fala do problema.
Ele diz que estaria dando nova chance a ela por ela ser a melhor da classe, por ela ser a melhor isso, aquilo, em memória da mãe dela, também pelo pai que é um excelente militar e blablabla, mas Kate é muito “correta” com o código e sabe que cadetes não podem mentir e etc… Ela tira seu anel de formatura e diz “I am gay”. It’s rainning man! Aleluia, it’s rainning man, yeah yeah! (8)
013A cena muda pra Batwoman com a doutora Mallorie, pedindo pra ela examinar as amostras que coletou, e em um mix de quadros, a ordem dos “True Believers”, uma verdadeira fauna de humanos transformados em serpente, tigre, macaco, gafanhoto e etc, assistiam uma palestra animal de Abbot em sua forma animal falando de Kate, que ela os salvou, e assim que Kate entra rola um agradecimento, coisa que e ela totalmente ignora e mete um soco na cara do Abbot por ele saber que a irmã (Beth) estava viva e era a Alice, e não ter falado antes. Antes de ir embora ela ainda dá um aviso, se eles chegarem perto da família dela de novo, ela ia matar cada um deles. Incorporou o Batman.
Eu começo e vocês terminam: Flash_ _ _ _. Vamos para a parte em que Kate conta ao seu pai que é homosexual. Eu achei a cena meio… Fraca. Se a intenção da revista era passar uma imagem nova, mente aberta, os problemas e conflitos e tal… Porra, o cara nem reagiu. Ele descobriu que a filha é gay e ficou por isso mesmo, primeira coisa que ele disse foi algo como “Você manteve sua honra e integridade, e eu estou orgulhoso disso, e sua mãe também ficaria”. Wtf. Vida foi bem fácil nos quadrinhos dessa vez.
Kate passa um tempo na gaiatagem, bebendo, estudando, se tatuando, finalmente conheceu Renee Montoya… E a vida é bela. Quadros das duas acordando juntas, conversando, se beijando, e de repente tudo vira uma briga de uma cena pra outra. Bem como acontece com casais hoje em dia. Relação é um perigo, mas cá entre nós… Fiquei fã DEMAIS da Kate depois dessa discussão:

“- Então o que você vai fazer da sua vida?
- Não comece.
- O que você fará, Kate? Vai desperdiçá-la gastando o dinheiro da sua madrasta, deitada na cama o dia inteiro, tocando sua maldita guitarra?
- Vai pro inferno, pelo menos eu sou honesta comigo mesmo! Ao menos não fingirei ser algo que não sou!”

023Renee bate a porta na cara dela e se manda. Como costuma a acontecer. Kate sai num temporal, liga pra Renee pedindo desculpas, e um mendigo tenta assaltá-la com um pé de cabra (essa foi nova), ela se defende e derruba o velho dizendo que ela é um soldado. “I am a goddamn…” e surge o Batman logo atrás dela, ela cai sentada assustada, ele estende a mão, ela segura, se levanta, ele atira o gancho e se manda. Ela olha pro céu, vê o batsinal nas nuvens e pimba, a vida mudou.
Voltando pra Kate… Os anos passam, e ela tem feito suas trambicagens de heróina na rua usando algumas granadas de gás, cacetete, colete, máscara… Nenhum uniforme estiloso, apenas uma militar.
024O pai descobre o segredinho, descobre que Kate tem agido como vigilante há seis meses e que está roubando tudo que é equipamento da base, desde armas não-letais até eletrônicos e outras coisas. Diz que isso tem que parar, que é perigoso… E ela decide não parar, e dá seu parecer sobre o Batsinal. Uma declaração que não vi igual sobre o batsinal. Está no inicio do texto.

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Kate começou a treinar em tudo que era área, ginástica olímpica, artes marciais, treinamento de guerra e combate, estudos… Uma Batman. Claro que não teve acesso ao treinamento do Henry Ducard, David Cain, Lady Shiva e tal, mas foi uma superação humana sem tantos recursos. Um esforço admirável.
016Ela recebeu um belo auxílio de seu pai, que montou um tipo de batbunker e lhe arrumou um finalmente seu uniforme, pois até essa altura do flashback, não havia “uniforme” ainda. “Gevurah”, o pilar da severidade, as cores da guerra, preto e vermelho. Capa feita de um composto de nanotubos, muito forte e leve. O uniforme em si, flexível e ao mesmo tempo a prova de balas e de facadas. Claro que não um tiro de fuzil a queima roupa um uma facada dada por um sujeito forte e experiente como um mercenário da vida, mas caramba, que baita reforço.
E por fim, o último detalhe do pai, um Morcego no peito, pra todos saberem do lado de quem você está. Muito bacana.
017Fim de flashback, voltamos ao presente pós-queda-de-avião de Alice/Elizabeth. [Alerta de spoiler! Se deseja ler, selecione o texto a seguir]. Kate tinha pedido para a doutora analisar as amostras de sangue e vê que o sangue dela e o de Alice eram realmente de irmãs gêmeas.
Kate então vai até seu pai no meio da noite, e lá rola uma discussão. O pai argumenta perguntando o que ela queria que ele fizesse. Realmente, contar a sua filha de 12 anos que sua mãe foi assassinada e que sua irmã desapareceu e ninguém sabe o que fizeram com ela? Preferiram dizer que ela morreu, já que as chances de encontrá-la eram mínimas.
[Fim do spoiler]
Faz sentido e não faz. Ele podia ter contado alguns anos depois, e não contou porque achou que ela já estava em paz com o assunto, coisa que Kate revelou nunca ter estado. Os últimos quadros mostram Batwoman andando de moto e Alice aparentemente respirando com o rosto foda d’água.
Acho que até aqueles sujeitos que podem dizer “minhas notas sempre eram vermelhas, eu falhei no teste de QI mesmo tendo feito duas vezes, até hoje não uso roupas de baixo e às vezes me esqueço de respirar”, também podem dizer que a história aparenta que terá continuação.
Essa foi a saga Elegy da Batwoman.

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#81 – Red Robin: O Graal (“Batman: Renascido”– 2ª Parte)

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“Ele está vivo. Bruce está vivo… Ele está por aí em algum lugar. Eu sei que ele está. Eu sei que estou certo. Bruce Wayne… Batman… Está vivo. Eles acham que eu estou de luto. Que eu estou em negação. Que eu enlouqueci. Mas ele é tudo que eu tenho. E ele tem que estar vivo.”

Essa história faz parte da coleção “Batman: Renascido” (Batman Reborn), que será postada aqui no Batman Guide em 7 partes para melhor entendimento desse importante ponto da cronologia do (novo) Morcego.

Alô alô terezinhas (e pessoas de outros nomes) de todo mundo. Estamos fazendo review de uma época boa e cheia de novidades no universo Morcego. Gotham perdeu seu vigilante e muitas coisas mudaram contra a vontade das pessoas.
Uma dessas mudanças foi Damian Wayne ter assumido o cargo de Robin antes ocupado por Tim Drake. Na ideia do Dick Grayson (agora Batman e bilionário), Tim não era um aprendiz/discípulo/ajudante, mas sim um semelhante.
Devido ao Damian ser o caçula solitário sob responsabilidade do Dick, ele encaixava mais como Robin. Fora que esse garoto precisava de mais foco e cuidados intensivos devido ao seu passado turbulento na Liga dos Assassinos de sua mãe e de seu avô (Talia e Ra’s Al Ghul). Teimoso, genioso, muito esnobe, metido, prepotente, competitivo… Dick precisava dele ali bem na frente de seus olhos, nada melhor do que fazê-lo Robin e ir ensinando as coisas já na linha de fogo.
Bonito da parte do Grayson? Com certeza, uma das atitudes mais nobres já tomadas em uma história do Batman. Mas não tão bonito pro Tim Drake que ficou largado num canto. Não que ele tenha sido “demitido”, mas como ele usaria o R no peito quando o próprio Batman escolheu outro pra ser Robin? A questão não era só orgulho, mas também por Tim acreditar que Bruce ainda estava vivo, perdido em algum lugar precisando de ajuda pra voltar.
Tudo serviu de combustível para essa verdadeira evolução. De sidekick a herói solo, o nascimento de Red Robin. Essa saga mostrará uma série de viagens, ações padrão de vigilante salvando pessoas e parando criminosos aleatoriamente em Madri, Paris e outros cantos, flashbacks contanto toda trajetória de Tim até sua partida de Gotham, e até uma Aliança com Ra’s Al Ghul.
Apresentaremos a vocês um review do primeiro arco de Red Robin, que se chama “O Graal”.

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001Antes de mais nada vamos deixar algumas coisas esclarecidas. “Red Robin” é um título que, assim como “Robin”, já foi usado por mais de uma pessoa, inclusive em histórias fora da cronologia. Se formos contar com todos os usos, essa é a terceira vez que há um Red Robin nas páginas de uma HQ. A primeira foi na história “Kingdom Come”, que em nada tem a ver com a cronologia principal de Batman ou de qualquer outro título da DC.
Nessa história, o “Red Robin” substitui o Batman na Liga da Justiça, e a pessoa embaixo da máscara é Dick Grayson, que nessa versão é casado com a Starfire e tem uma filha chamada Nightstar. NIGHTwing e STARfire. Sacaram? É.
A outra aparição de Red Robin… Foi de Jason Todd. Pois é, pela primeira vez o Jason Todd não chegou por último na fila dos copiões. E enfim temos esse Red Robin, que é o Tim Drake.
002Isto posto… Temos que admitir que ele se mostrou praticamente um Batman no “Ano Um”. Sozinho, montando os próprios equipamentos, sozinho pra tudo, longe de casa, sem ajuda de policia nem nada… Tim Drake deu um salto de independência, uma evolução e tanto de personagem. Esse foi um dos pontos positivos que a drástica mudança que ocorreu em Gotham trouxe. Um excelente novo herói para o mundo.
A equipe de produção dessa obra consiste em Ramon Bachs nos rabiscos e Chris Yost nas letras. Um bom roteirista e um bom desenhista. Cenários bastante detalhados, pouquíssimos quadros sem fundo e boa noção de distâncias e arquitetura. Não é o tipo de arte realista como a do Alex Ross ou Bermejo, mas também não é a proposta neste caso, óbvio.
003A história começa com uma narrativa do Tim Drake, falando sobre um sequestro que estava em todos os noticiários desde que ele chegou em Madrid, há 4 horas. Ele precisava extravazar a raiva de tudo que andou acontecendo, e também esticar as pernas após a viagem. Como? Quebrando ossos de pelo menos 5 homens em sequência na empreitada de acabar com o tal sequestro cujo a policia não estava dando passos certos.
É, o cara desembarcou em um país, viu algo no noticiário e em menos de 4 horas estava fantasiado na rua batendo nos outros atrás da razão das noticias. Até decidir fazer a janta, eu em minha calma levo quase 1 hora, às vezes 2 horas. Realmente o Tim Drake recebeu treinamento do morcego velho Wayne.
006Esse é o “Ano Um” de Tim Drake. Ação solitária, pondo em prática tudo que aprendeu, analisando ao máximo para cometer o menor número de erros possível, ou como prefere o Batman, erro algum. Saindo dali, não tem Alfred pra dar pontos, não tem mansão ou caverna pra retornar… Não há nada, é Tim Drake e Madrid. Durante a tomada de território Tim dá de cara com um pirocinético estilo Maxwell Kai, mas nem se compara, pois esse de Madrid usa combustível nas mãos, Tim agarra um soco flamejante, dá uma bela cabeçada no nariz do oponente e salva a refém de sequestro.
007Depois disso Tim nem ao menos descansa direito e viaja por mais 4 cidades, dando uma parada em Toledo, ainda na Espanha. Momento para o primeiro flashback, a briga que culminou em tudo na caverna. Tim argumentando com Dick sobre o rumo que as coisas tomaram, Dick dizendo que tinha de ficar de olho em Damian para ele não acabar matando novamente, fora tudo que eu já disse um pouco antes, porém na história está com mais detalhes, e vendo os quadros você pode ter noção melhor dos sentimentos envolvidos.
De Toledo para Checoslováquia, onde um assassino da liga aguardou 9 horas pra dar um bote bem sucedido eliminando quem tinha que eliminar, e depois foi morto por alguma pecinha bem esquisita com 4 olhos, e não, não era alguém usando óculos. Eram 4 olhos brilhantes no escuro. Nós que somos os renegados da bioluminescência temos que nos virar como dá, né. Mas o cidadão que assassinou o assassino (7 anos de perdão, igual pra ladrão que rouba ladrão?) brilha pelos olhos.
004Enfim, Paris, a cidade das luzes. Ah, mon petit… É a mesma bosta de sempre, o crime está em toda parte, só muda o sotaque da vagabundagem. Por essas e outras o Batman ficava nervoso. Tim está pilotando uma moto, e em uma sequência incrível de ação ele dá um mortal de costas para cair no capô do carro que o persegue, usa uma lancha secreta de seu bastão e perfura o motor do veículo, enquanto conta a nós leitores a razão de ter escolhido aquele uniforme. Ele não sabia se teria de cruzar a linha (matar), e aquele uniforme já estava manchado mesmo (referência a Jason Todd, provavelmente).
De volta ao esconderijo, Tim é observado pela mira telescópica de um rifle, apontado por um grupo de assassinos enviados por Ra’s Al Ghul… Qual será a ideia do velho Ra’s? O assassino dispara, vai tudo pelos ares, mas Tim conseguiu fugir graças ao reflexo que a mira deu.
00xEle vai ao terraço dos assassinos e começa a luta, se qualquer um desses assassinos estivesse sozinho o resultado era fácil de deduzir, mas estavam em maior número e com armas de fogo. Tim se vira nos 30 e pouco a pouco foi descobrindo os nomes e ao mesmo tempo bolando um pra si. “Asa Vermelha? Robin Vermelho?”, novamente citando que aquela roupa o permite ir aonde um Robin não poderia ir, e também o quanto precisa trabalhar a VOZ.
Sim, segundo Tim Drake, no caso do Batman a voz era metade da batalha. Tim queria fazer uma voz mais dura, coisa que o Batman fazia naturalmente, o esforço do morcego era fazer a voz do Bruce, que era mais “leve”.
Independente de ter quebrado o nariz de um e surrado os demais, os assassinos conseguem fugir graças a um flashbang.
De um flashback pra outro, Tim está de volta a uma central de comando que fez ao sentir que Batman estava enlouquecendo (talvez durante a saga “Luva Negra”). Steph aparece na surdina e acaba levando um chute muito bem dado na barriga. Após pouca conversa já se descobre que Dick a enviou para conversar com Tim, mas não adianta e ele se manda então para sua jornada.
De volta ao tempo atual, de Paris o Robin Vermelho vai para Berlim, passando pela bela Marie no avião, finalmente algo de bom no horizonte do rapazote. Já em Berlim, Tim diz que Ra’s Al Ghul acredita nele, Ra’s também prefere acreditar que Bruce está vivo. O que não é de se estranhar mediante a admiração que o milenar Cabeça-do-Demônio tem pelo Homem-Morcego.


005Tim deduz que talvez seja melhor ver o que o velho Ra’s quer, e entra em contato com ele. Ra’s diz que Grayson provavelmente está escondendo algo, pois ele (Grayson) se apossou do manto do detetive, e que seu neto (Damian, neto do Ra’s), degradou-se ainda mais ao se tornar seu parceiro.
Ra’s faz comentários incríveis e uma proposta igualmente impressionante. O comentário é que Tim tem o impressionante intelecto do Bruce, e a proposta… Ra’s deixa claro que quer saber tudo que Tim descobrir sobre o destino final de Bruce Wayne, e que pra isso lhe oferece uma rede mundial de informantes, recursos além de qualquer coisa que ele pode imaginar e meios de conseguir qualquer coisa que queira, legal ou ilegal. Tentador, não acham? Só no “rede mundial de informantes” eu já teria dado até a senha do meu e-mail.
Durante uma invasão que Tim estava fazendo enquanto conversava com Ra’s Al Ghul, ele se depara com policiais e um sujeito metido a viking.
008Flashback curtíssimo… Tim e Cassie (Moça Maravilha/Wondergirl) se encontram diante do túmulo de Bruce, e Cassie diz que Tim não está sozinho, que ele estava em Gotham durante a crise e que ouviu a Equação Anti-Vida, consolos pra lá e pra cá e Tim diz que Batman está vivo. Cassie acha que o cara pirou, e assim que ele parte ela liga para Dick Grayson. Talvez o que resolveu na visitinha de Steph. Só estando muito chateado mesmo pra estar solteiro e não dar uma aproximada nem da Marie no avião, nem da Steph no esconderijo nem da Cassie no cemitério.
Em Moscou, as coisas evoluem e a situação vira uma briga entre o viking, a policia, Tim Drake e os assassinos. Que rolo. No fim, apenas Tim fica de pé.
010De Berlim, o Robin Vermelho pula pra Bagdá. Mal saindo do aeroporto, ele procurava um transporte e deu de cara com a mini-liga de assassinos do Ra’s o aguardando para dirigir pra onde ele quisesse. Isso provavelmente faz parte do vale-transporte dos funcionários da Demônio Enterprises.
Ocorre outro flashback, de certo o mais sério, consequência de todos os demais. Se juntarmos todos e organizarmos fazemos a história completa de Tim em Gotham. Primeiro a briga na bat-caverna, depois a ida ao cemitério onde ele encontrou Cassie e a mesma ligou para Dick, depois a ida de Steph no centro de comando de Tim (a mando do Dick), e por fim o encontro com Dick (como Batman) na partida de Gotham.
011O encontro não foi na base dos waffles do Alfred, Dick nos lembra que tanto eles quanto Bruce não eram deuses nem aliens, são humanos, e que Superman trouxe o corpo de Bruce, e eles o enterraram. Não há discussão sobre a morte, Tim quer partir e Dick não deixa. Terminou em briga, e o pior é que não tem a turma do “deixa disso” pra apartar.
Não foi exatamente uma briga pra valer, eles não queriam machucar um ao outro, o impasse terminou com Tim deixando a ponta do bastão encostada na garganta de Dick, e com um pedido. Se eram mesmo semelhantes e irmãos, ele tinha que confiar e dar uma chance. Dick deixou Tim partir.
012De volta ao presente em Bagdá, Tim quase vai preso pelos militares se não fosse por ajuda de um dos assassinos de Ra’s Al Ghul. O muquifo que Ra’s arrumou pro Tim ficar tem um luxo cujo preço eu e você não poderíamos pagar a diária mesmo vendendo todos nossos órgãos. De lá fazem uma ida a um tipo de sítio arqueológico, e na parede de uma caverna… O símbolo do Morcego.
Tim não estava errado, mas ele e o grupo foram surpreendidos por Viúvo, um membro do Concílio das Aranhas. O tal Viúvo passa a faca em geral, inclusive no Tim, e ele desmaia.
E assim acaba a saga de estréia de Red Robin. Até a próxima, pessoal.
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Sacanagem, né? Pior que acaba assim mesmo. Mas eu não vou deixar as coisas tão feias pra vocês. Vou prosseguir um capítulo a mais, o primeiro capítulo da saga seguinte, o “Concíclio das Aranhas”. Lá fica explicado o que ocorreu com Tim Drake, quem é o tal Viúvo e o que fica pra acontecer nas próximas HQs. Vamos lá, texto bônus de minha parte. Concílio das Aranhas, parte 1 de 4.
013Tim Drake aparece desacordado em uma cama com a “Pru”, em um quarto de hotel, ensanguentados, e pelo visto só os dois sobreviveram. Imaginem ele acordando do porre do veneno, olha em volta e percebe que está numa cama de hotel do lado de uma assassina adormecida, e sangue saindo das roupas dos dois. “Oh boy”, ou um “Ninguém vai acreditar”.
Brincadeira a parte, a coisa só rolou até os dois desacordados, e até que a Tam, filha de Lucius Fox, encontra o tal hotel e abre a porta do quarto. Susto suficiente pra ela? Ainda não, faltou eu falar sobre os ninjas da Liga dos Assassinos que saíram de tudo que era buraco. Até de dentro das gavetas pulou ninja.
014Tim acorda novamente em uma caverna cheia de ninjas, e com um Poço de Lázaro. Já dá pra ter noção de onde ele foi parar. Rola uma explicação de como ele foi parar no primeiro quarto de hotel com a Pru, foi ele mesmo que chegou lá. Acordou no deserto sem ajuda de ninguém, pegou a Pru, se mandou pro hotel e no quarto desmaiou.
Voltando a caverna do Ra’s… Lá está o Fantasma Branco para uma reunião com uma parte da Liga dos Assassinos.

015

Pelo visto, o Concílio das Aranhas está acabando com os membros da liga do velho Ra’s, e o Cabeça-do-demônio quer que esse Concílio seja massacrado.
Como Tim e Pru (Tim, Pru, Tam, Ra’s… wtf) foram os únicos a ver os tais aranhas (e Peter Parker não estava entre eles), Ra’s quer quer Tim lidere a Liga dos Assassinos nessa empreitada dedetizadora, e Tim aceita, com o objetivo secreto de acabar tanto com o Concílio quanto com a Liga.

LineDown

Agora sim, podemos encerrar esse texto de uma forma mais digna para Tim Drake. Vocês puderam ter ideia de como está a vida de Tim Drake e ter noção do que está por vir, o que não impede vocês leitores de procurar por ai os demais capítulos e baixar, ou comprar as HQs, pois vale a pena ler.
A arte não é a melhor do planeta mas também não apresenta nada de ruim, pelo contrário, Ramon Bachs fez sua parte com excelência. O roteiro como vocês podem ver, é MUITO agitado, tem ação o tempo inteiro e toda vez que as coisas parecem ter acalmado, a mesa vira de cabeça pra baixo. É uma trama intensa.

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#82 – A Ascensão de Batgirl (Stephanie Brown) (“Batman: Renascido”– 3ª Parte)

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“- ‘A única variável que você pode controlar é você mesma’. Você pode esquecer quem você é, ou pode se tornar quem você quer ser. É por isso que você fica, por uma segunda chance.
- Mas se você ficar, é obrigado a encarar você mesmo… Ninguém é corajoso o bastante para enfrentar quem realmente é!
- Eu sou.
- E quem poderia ser?!
- Eu sou a Batgirl.”

Essa história faz parte da coleção “Batman: Renascido” (Batman Reborn), que será postada aqui no Batman Guide em 7 partes para melhor entendimento desse importante ponto da cronologia do (novo) Morcego.

Hoje o post não é apenas sobre uma história, nem apenas sobre uma personagem, e também não é apenas sobre apenas um “título” de herói. É sobre uma personagem, uma história e sua passagem pelo manto de TRÊS heroínas.
Quem fez as contas e sabe que raríssimas mulheres da DC tiveram 3 mantos diferentes devem ter deduzido de que estou falando de Stephanie Brown, que já foi Salteadora (“Spoiler”), Robin (a Garota-Prodígio) e por fim Batgirl.
A história selecionada foi sua estréia como Batgirl, “A Ascensão de Batgirl” – chamada nos EUA de “Batgirl: Rising“, e ela se passa no período em que Bruce Wayne está dado como morto, mas claro, antes da narrativa teremos umas boas linhas dedicadas a trajetória dela até chegar a esse ponto.
“Steph” tornou-se Batgirl um tanto na marra, inicialmente sem autorizações, mas pouco tempo após assumir o uniforme de Cassandra Cain, enfrentou uma barra e provou a Bárbara Gordon (a Batgirl original) que faz jus ao cargo.

Vou andar logo com as explicações pois tem muita coisa pra se falar sobre ela.

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“Salteadora, Robin, Batgirl, misturou a bagaça toda na intro”, só até este momento, pois agora falarei sobre “Stephanie Brown – Vida e Obra”, contarei tudo o que ocorreu com ela desde a primeira aparição nas histórias até o momento em que a DC a cortou sem mais nem menos no reboot.
Stephanie Brown. Moça loira dos olhos azuis, inteligente e rebelde. Filha de Arthur Brown, o criminoso conhecido como Cluemaster, traduzido no BR como “Mestre das Pistas”.
Já foi namorada do Tim Drake, já o substituiu como Robin, já substituiu Cassandra Cain como Batgirl, mas no geral ficou famosa como a “Spoiler”, ou “Salteadora” aqui na Ilha de Páscoa.
Eu normalmente sou a favor de se manter os nomes dos heróis no idioma original, ou seja, sou a favor de chamá-la de “Spoiler” ao invés de “Salteadora”, e ela é um ÓTIMO exemplo da razão.

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Mestre das Pistas (Cluemaster)

Vocês sabem o que significa spoiler, ou pelo menos tem noção. Aqui no blog mesmo quando vai ter spoiler da trama da história a Jéssica esconde as coisas e tal… Pois bem, Stephanie adotou esse nome porque ela dava spoilers dos crimes do seu próprio pai, o Cluemaster (Mestre das Pistas).
Ou seja, eu posso explicar a razão do nome “Spoiler”, mas não posso explicar o “Salteadora”. Difícil, né? Imaginem o Zé Pequeno nos EUA. “Little Zé”. Adaptações são ridículas, nunca poderemos cobrar que os outros mantenham nossos nomes no original se não fazemos o mesmo por eles. Querem saber se isso servirá de motivação a eles fazerem a parte deles? Não importa. Vocês como leitores de Batman sabem que “a coisa certa a se fazer” não pode esperar retorno, só deve ser feita.
Aqui no blog ainda usamos o máximo possível de nomes traduzidos pra facilitar a leitura e compreensão pra todas idades e níveis de inglês, mas aconselho a todos a sempre buscarem o nome original. As traduções às vezes dão uma atrapalhada seríssima.
Voltando a Stephanie em si… O pai dela, o Cluemaster, é um criminoso genérico do Charada, um sujeito que cometia crimes e deixava pistas a serem seguidas. Meio idiota pra alguém que não quer ser preso. O Charada pelo menos fazia coisas difíceis ou armadilhas, grandes planos… Enfim… O sujeito terminou preso, o que já era de se esperar.
Steph cresceu passando boa parte da sua vida sem o pai, pois o mesmo estava encarcerado. Após alguns anos, o velho Cluemaster sai da cadeia dizendo estar reabilitado, mas no fim das contas ainda era um mal elemento, ele continuou fazendo seus crimes, mas dessa vez sem deixar pistas. Ai entrou Steph, dando spoilers dos crimes do pai para a polícia e o Batman, como “Spoiler”.

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Stephanie Brown e Tim Drake (Robin #175, página 19)

Durante o tempo de caçada ao Cluemaster, Steph se apaixona pelo Tim Drake, e revela sua identidade a ele, mas ele não revela a dele pra garota. Pelo menos não inicialmente.
Confusões prosseguem sempre em torno do pai, ela chegou a ser sequetrada por um membro da gangue e tal… alguns pormenores que sempre se resolveram. Ela começou um namoro com Robin (mesmo sem saber a identidade secreta dele), mas em uma desses giros que o planeta costuma a dar… Eles se deparam com um baita golpe. Stephanie Brown estava grávida do ex-namorado que fugiu de Gotham após o Terremoto.
Robin dá todo apoio para Steph e após o parto, eles dão a bebê para a adoção, acreditando que seus novos pais poderiam dar um futuro melhor. Trama muito mais do que séria. E depois dizem que quadrinhos é coisa de criança.

Spoiler

Stephanie Brown como Salteadora (Spoiler)

Devido aos problemas pessoais de Tim Drake (tanto com o próprio pai quanto com o Batman), ele se afastou demais de Steph, e nesse tempo de ausência Batman se aproximou dela, oferecendo treinamento. Ela passou pelo tal treino do morcego, também por uma temporada com as Aves de Rapina, e também foi treinada pela Cassandra Cain em troca de aulas de leitura.
Batman de quebra ainda revela a Steph a identidade do Robin. Só essa explanada de informação criou umas faíscas entre Batman e Robin, e entre Steph e Robin. As coisas ficaram turbulentas.
Acham que ela já teve problemas suficientes? Sim, os problemas foram muitos e bem ruins, mas ainda não foram todos. Batman a proíbe de patrulhar a cidade, e ela continua por conta própria. O pai dela (Cluemaster), morre em uma missão do Esquadrão Suicida (esse esquadrão tem sido bastante citado aqui, e temos um post programado para falar mais a respeito dele daqui a um tempo), e em certo ponto ao longo de suas histórias ela ainda revela ter sido abusada quando criança. Parece que a vida de Morcego nenhum é simples.
Mas nem tudo são “baixos”, o alto de Steph veio após mais uma de suas brigas com Tim Drake na época que este deixou de ser Robin a pedido do pai, que tinha descoberto tudo sobre sua vida de vigilante.
Steph fez seu próprio uniforme de Robin, invadiu a bat-caverna e pediu a Batman que a treinasse para ser a nova Robin. Apesar de ter proibido-a de ser Spoiler e patrulhar a cidade, ele topou. Stephanie foi treinada de forma intensiva por meses pelo Batman, ele providenciou uma roupa de Robin oficialmente para ela, e Stephanie se tornou a nova Robin, a 4ª.

Stephanie_brown_by_duss005

Arte por Dustin Nguyen
duss005.deviantart.com/‎

Ela patrulhou Gotham ao lado do Morcego por algum tempo, mas depois de desrespeitar ordens do mesmo em duas missões, ele se enfezou com a garota e jogou a história toda pro alto. Além de demiti-la do cargo de Robin ainda a proibiu de patrulhar a cidade (de novo), nem como Robin nem como Spoiler.

Robin

Stephanie Brown como 4ª Robin

Na tentativa de provar que Batman errou em não confiar nela, Steph faz uma das maiores cagadas que algum membro da Família Morcego já fez. Cagada essa que resultou na saga “Jogos de Guerra” e consequentemente fez o hiato que originou o “Um Ano Depois”.
Ao final dos Jogos de Guerra, Steph foi internada na risca entre a vida e a morte, sendo tratada pela Dra. Leslie. Dando tempo apenas para Batman fazer uma última visita, onde Steph diz ao Morcego que que ela tem uma filha, e Bruce diz pra ela não se preocupar, pois nunca faltará nada a criança.
Quando o bilionário Bruce Wayne diz que nunca faltará nada a uma criança, podem considerar isso ao pé da letra. O primeiro presente que Bruce deu a filha de Selina foi bolsa completa em qualquer faculdade que ela quisesse no mundo, bancada pelas Empresas Wayne. Deu pra captar a magnitude do morcego, né?
Bom, a última questão de Steph no leito de morte foi quanto a ela ter sido Robin, ela perguntou ao Batman se ela realmente viveu aquilo, se ela realmente foi Robin. O Morcego confirmou que sim, e então ela morre ali diante dele.

Alguém ai falou um “Como que pode?!”? É, como que pode ela ter morrido ali e ainda ter se tornado Batgirl depois? Isso ficou mal explicado pra caramba. Tudo bem que estamos falando de uma história onde existe Poços de lázaro pra todo canto, Jason Todd morreu e voltou, o tio Ra’s tá vivo há trocentos séculos… Tudo é possível, não é? Não.
Steph não foi ressuscitada, na verdade ela não chegou a morrer naquele leito de hospital. Inventaram todo um rolo depois disso, mas que ainda não explica COMO ela foi dado como morta ali na cara do maior detetive do mundo.
Ignorando um pouco esse “pequeno grande detalhe”, o que ocorreu após isso foi o seguinte:
Após a “morte”de Steph, Batman descobre que havia um procedimento que poderia ter salvo a vida da garota ali no hospital, e ao indagar a Dra. Leslie, ela diz que não aplicou o tal método que a salvaria pois tinha esperança dessa morte fazer com que Bruce visse o que seus métodos violentos causam, e talvez o fizesse acabar com essa história de vigilantes.

Claro que o Batman entrou em parafuso com essa história e exilou a Dra. Leslie dos EUA, dizendo que se ela voltasse, ele ia entrar com todos meios legais de processá-la incriminá-la e tudo mais. Leslie foi pra África.
Mas cá entre nós, uma mulher como Leslie, que defende a vida acima de tudo, que curou Zsasz durante o “Terra de Ninguém“, uma das únicas médicas que não correm da cidade durante os tempos difíceis, a que é totalmente contra violência… Iria deixar uma jovem garota morrer? Pois é, não deixou.
Steph foi com Leslie pra África, onde trabalhou como missionária enquanto se recuperava dos ferimentos, e uma vez que estava bem novamente, retornou a Gotham como Spoiler.
De seu retorno até a “morte” de Bruce Wayne, as coisas permanecem sem grandes mudanças, mas quando o Morcego some de Gotham… As tais mudança surgem. Cassandra Cain não via mais sentido em usar o simbolo do morcego se o homem que aquele simbolo representa morreu, ela então entrega o uniforme para Steph assim que as duas acabam com alguns marginais juntas na rua.

Agora sim, podemos ir para a história selecionada para esse post, a primeira da Stephanie Brown como Batgirl.

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Stephanie Brown como Batgirl

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A história saiu da mente de Bryan Q. Miller e das mãos de Lee Garbett. Como o próprio nome sugere, é um novo começo. A arte de Lee Garbett é excelente. Claro que estamos lidando com um traço que não tem compromisso com realismo. Sou até chato ao dar esse exemplo, pois em todos os textos o exemplo é o MESMO, mas não tem jeito, Lee Bermejo é um ponto de referência que é difícil de evitar ao falar de desenho.
Como eu disse, Garbett não tem compromisso com o realismo, é traço de quadrinhos mesmo, cores vivas, aspectos e semblantes leves e sem muitos detalhes faciais ou de vestuário, porém o emprego de degradê nos efeitos de luz ficou magnífico. Efeito de chamas, de fumaça… Ou então podem notar a página onde aparece o título da história bem grande, onde Steph está sem a máscara, de pé na frente de uma construção. O aspecto do concreto marcado pelo tempo está impecável. Garbett é um artista de mão cheia.
Claro que tem seus pequenos vacilos, mas nada que o condene.

002Se alguém abrisse a revista sem ver a capa diria que estava lendo um “Velozes e Furiosos” versão HQ, pois a história começa com um pega de carros bem desse estilo, e o piloto de um dos carros é do mesmo esteriótipo do Vin Diesel. O pega tem a partida dada, e não leva nem um minuto até que Batgirl aparece e põe fim do racha, arruinando o carro do protótipo de Vin Diesel e arruinando também a perna dele, que quebrou com um chute da heroína.
Longe dali, Batman e Robin (Dick Grayson e Damian Wayne) observam a tudo de binóculos, argumentando sobre aquela não ser Cassandra, pois Cassandra era bem melhor que aquilo. O Garbett foi meio infeliz ao desenhar esse Damian, o moleque parece quase da idade do Tim Drake ali, coisa que está bastante errada.
Já fora da cena de ação, temos um belo exemplar da vida comum de Steph, em casa, com sua mãe, escondendo uniforme no armário, com adesivos e fotos de Robin pelas paredes e cabeceira da cama. Uma garota normal, assim como Bárbara em sua época de Batgirl.

004Em um flashback vemos então como foi a passagem do manto de Batgirl de Cassandra para Stephanie. Durante uma ação contra simples marginais em uma noite chuvosa, eles conversavam enquanto lutavam, e após derrubarem todos, Cassandra tira a máscara, a blusa (calma, ela estava vestida por baixo), pega o manto e entrega para Steph. Cassandra disse que lutou pelo Bruce, mas se ele morreu não faz mais sentido, terminou com um “agora a luta é sua”.
Não sei se a Cassandra tinha ideia do peso, ou responsabilidade de passar um manto adiante, mas ela em toda sua habilidade julgou que Steph deveria ser sua substituta. É um reconhecimento e tanto.
A história foca muito no quanto Barbara Gordon está infeliz. Há uma passagem com a Dra. Leslie e uma com seu pai Jim Gordon, e em ambas cenas dá pra ver que Bárbara se priva de deixar a felicidade vir. Coisa que nós fazemos muito na vida real sem perceber.

005Na cena com Jim Gordon, o celular de Barbara toca, uma ligação de Dick Grayson, provavelmente pra falar sobre uma Batgirl em circulação.
Na noite seguinte mais um problema com a marginalidade de Gotham, o Comissário liderando a policia, e Steph entra como Batgirl salvando a noite mais uma vez, e salvando também um policial em especial, que no fim das contas perguntou “qual morcego é você?”. Acho interessante que todos os “afiliados” ao Batman serem chamados de morcego.
Na manhã seguinte Steph dá de cara com Barbara na sua casa. Claro que não é o mesmo impacto que dar de cara com o Batman de madrugada na sua sala, como aconteceu com Jason Bard na saga “Cara a Cara”, mas ainda assim, você dar de cara com um membro da família morcego sem ser avisado sempre deve ser impactante.
006Barbara aborda as ações de Steph como Batgirl, e a recém “dona” do manto ainda diz pra Batgirl ORIGINAL um “não é da sua conta”. Barbara acerta a porta que Steph estava passando com um batarangue, e pelo visto conseguiu sua atenção. A ruiva explica o quão perigoso é usar um morcego no peito, mas a loira não liga pra um pio e continua suas ações pela rua.
Temos muitas cenas de Steph na faculdade, conhecendo pessoas, em salas de aula e coisas do gênero. Normalmente as partes mais chatas. Em contrapartida temos as partes de ação como Batgirl, e durante uma dessas ações, Barbara entra em contato com Steph no meio da luta, lembrando a ela que o uniforme é de segunda mão e que foi ela (Bárbara) quem instalou toda tecnologia no uniforme.

007Steph é avisada sobre a droga que está correndo pela cidade, sobre um garoto que morreu e alguns outros detalhes. Praticamente “Oráculo trabalhando com uma Batgirl”.
Após a sequência de ação, a maquinaria que faz Barbara ser a Oráculo dá uma pane, e ela vai pra Bat-caverna com Stephanie. Lá Bárbara pergunta a si mesma se está com inveja da Steph poder ser Batgirl nas ruas. Alguns detalhes interessantes pela caverna foi a colocação sobre “como ganhar um mostruário”. Só levando tiro, sendo morto, mudando de identidade… Enfim, aposentando o uniforme, coisa que geralmente não vem de forma pacífica.
Poderíamos dizer que Cassandra se aposentou de forma pacífica, mas isso foi devido a morte do Batman, e receber a equação anti-vida do Darkseid não é lá tão “pacífico”.

008Os tais arruaceiros que participaram da última luta de Steph nas ruas de Gotham foram detidos, mas pouco tempo depois foram tirados das mãos da polícia de novo, e o “chefe” deles, acorda em algum lugar escondido, na presença do Dr. Jonathan Crane, o Espantalho.
O Espantalho é um dos responsáveis pela nova droga em circulação. Na verdade ele está sob ordens do Máscara Negra, que está no controle de maior parte dos grandes vilões que estavam presos no Asilo Arkham, graças a um composto químico misturado nas medicações usuais dos “pacientes”, que reaje a um comando sonoro do Máscara Negra podendo simplesmente explodir a cabeça da pessoa “infectada”. Ou seja, O Espantalho (e os demais vilões) estão sob o comando do Máscara Negra de maneira forçada. Mais detalhes quanto a isso é só lerem o texto da “Batalha pelo Manto”.

009Steph vai até o Dr. Crane e sem grandes dificuldades dá de cara com o amiguinho da Dorothy (péssima piadinha com Mágico de Oz. Parei por hoje). Espantalho reclama que mandaram um “morcego de segunda classe” para combatê-lo. Ele esperava quem? Se o Batman aparecesse ali o cara ia agradecer de ter sido a Steph.
A garota leva a pior, a nova droga do Espantalho (chamada “Sensação”) faz um efeito mais forte do que o antídoto injetado anteriormente podia bloquear, e Steph leva uma surra em meio a alucinações enxergando ela mesma como Salteadora e enxergando também Tim Drake ainda vestido de Robin.

Nesse ponto acho que o roteirista deu uma bola fora. Eu disse ACHO, e vou explicar a razão. Ela viu Tim Drake vestido de Robin. O uniforme preto e vermelho que ele adotou no lugar do tradicional vermelho e verde que foram as cores de Dick Grayson, Jason Todd, dele próprio e até da Stephanie.
Um detalhe por fora: Pra quem não sabe, esse uniforme preto e vermelho de Robin foi ideia do Tim Drake, e veio após a morte do Superboy (Conner Kent), que era o melhor amigo do Tim Drake. Ele adotou as cores da blusa do Superboy pra ele (preto e vermelho).
Certo, voltando a outra explicação… Acho que o roteirista teve uma falha porque Steph alucinou vendo Tim Drake com o uniforme de Robin, sendo que nas histórias do Red Robin, Steph ainda era Salteadora quando viu Tim Drake já vestido com o uniforme de Red Robin. Fazendo as contas e seguindo a lógica, quando Steph tornou-se Batgirl, Tim Drake já era Red Robin e já tinha saído de Gotham. Acho que ela deveria ter alucinado com ele vestido de Red Robin.

Isto posto, temos três hipóteses pro ocorrido:
1ª – O roteirista se prendeu a imagem que ela viu o Robin pela primeira vez, imagem que ela devia lembrar com mais carinho. Essa hipótese salva o roteirista da acusação de erro;
2ª – Apesar das histórias terem lançamentos praticamente da mesma época, ele não soube que Steph foi usada no roteiro do Red Robin. Essa o salva parcialmente do erro;
3ª – Ele fez por fazer sem ao menos se importar com as histórias do Red Robin ou se prender a memórias da Steph. Essa seria um desleixo absurdo que eu duvido que ele admitiria se fosse o caso.

010Bom… Steph alucina, apanha muito, tem o uniforme detonado… E num acesso de heroísmo/valentia/força, ela se reergue e ataca o Espantalho com tudo, fazendo o discurso que usei no inicio do texto e por fim derrubando o oponente com um chute na cara.

A policia chega e ela usa fumaça para poder fugir.
Bárbara leva Steph para a caverna, no mesmo local onde Bruce e Dick fizeram o juramento, e as duas refazem a cena, Bárbara diz que Steph nunca estará sozinha, e Steph diz o mesmo a Barbara, e então a primeira Batgirl cede um novo uniforme para a Batgirl atual, um uniforme original que não é de segunda mão nem de Cassandra nem da própria Barbara.

Uma passagem incrível, o maior passo dado pela Stephanie Brown. Ela não perdeu tempo e foi logo pras ruas com orientação da Oráculo. Salvou crianças, impediu assaltantes, fez abordagens de ponta-cabeça estilo Batman, tudo isso usando o uniforme e equipamentos super avançados que Bárbara lhe proviu.
Gotham entra em um blackout, e pra fazer constraste aparece logo a Livewire, uma vilã que controla eletricidade. O próximo grande passo foi deter o vilão “Diesel”. Batgirl faz uso de batarangues especiais que congelam (fazendo lembrar as bombas de gelo do jogo Arkham City). Até acredito que Steph daria conta, mas sua ação é “interrompida” pela chegada da Dupla-Dinâmica, Homem Sereia e Mexilhãozinho. Brincadeira, Batman e Robin adentram o fogaréu que o Diesel criou.
012Eles sem saber do modus operandi pra lidar com Diesel cometem um erro, e Steph tentando ajudar acaba congelando o Damian com um de seus novos batarangues. A cena muda para a bat-caverna. Dick discute com Barbara sobre essa nova Batgirl mesmo mal-treinada e já ter saído em campo.
Ele praticamente quis manter a decisão do Bruce em proibir Steph de ser vigilante. Ele foi meio pé no saco, não precisava tanto por apenas um erro. Erro por erro eles também erraram em como iria lidar com o Diesel.
Mas foi quase como seria com o Bruce, a diferença é que o Bruce não diria nada e todo mundo ia entender e acatar tudo no primeiro olhar do Morcego, mas como é o Grayson… E como a discussão é com a mulher que ele quer casar… Palavras acabaram saindo, Bárbara lembra ao novo Batman que o Bruce morreu, e ele manda todo mundo vazar da caverna.

014Depois dessa cena toda, Damian ainda vai ao encontro de Steph e admite que pra ele, ela é um mistério. Pois ela não luta pra vingar nada, não é habilidosa em nada, não parece poder ajudar alguém… E no fim ainda diz que ela não tem peitos. Um esculacho generalizado. Steph apenas diz que as coisas não precisam funcionar só na base do medo, mas também da esperança.
Agora um tanto mais “solo” que no início, Steph segue suas andanças de Batgirl, e num passeio tranquilo ao encontro do rapaz que estuda na faculdade dela, acontece um assalto que ela tenta impedir a paisana, e leva uma bala na cabeça.
Ao ler essa revista há anos atrás achei que a Steph tinha morrido. Uma bala na cabeça é meio letal do lado de cá das páginas, mas o Grayson também levou uma na nuca e não morreu… Quem somos nós pra julgar esses highlanders, né?

016Steph sai viva tanto do tiro quanto a batida da ambulância… Também não morreu no final dos Jogos de Guera… Parece que a menina tem os dotes do Ra’s Al Ghul. Enquanto ela recupera seu rumo, o Comissário vai com o detetive de namorico da Steph pro terraço do bat-sinal, e logo o Batman (Dick Grayson) surge das sombras. Ele mantém um detalhe do Bruce e quebra outro. Primeiro, um aperto de mãos cumprimentando o Comissário, isso quebrou, Bruce geralmente não é de “contato”, e segundo, chegou dando todo background do detetive ali, e ignorou totalmente o mesmo, ponto que Bruce sempre fazia.
De longe, Batgirl observa de binóculos fazendo leitura labial, mas é surpreendida pelo Robin (Damian). Eles começam uma luta que só acaba diante do Batman, que dispensa os dois do caso.

017Bárbara entra em linha fechada com Batman,e pergunta se ele não pegou pesado demais com os dois (Steph e Damian), e o lembrou que no passado, Batgirl e Robin também não se davam bem de inicio, falando deles mesmos. Isso talvez tenha dado ao Dick um pouco do Asa Noturna de volta, e ele dá a entender que não vai impedir Steph de ser Batgirl.
Durante o papo com pistas e deduções, Dick pede para Barbara passar as informações pro Batmóvel, ela manda ele pedir “por favor”, e o temível Homem-Morcego, sorrindo para a câmera diz “Por favor, linda”. É, queridos, não é o Bruce, é o grande Richard Grayson.

Steph e Damian vão interrogar a Sra. Spencer quanto ao paradeiro de Francisco Gracia, mas Batman o encontra primeiro, e é surpreendido por “Roxy”, “Tumulto” e ”Dr. Phosphorus”, três vilões de segunda. Roxanne Sutton, Freddie Frankenstein e Alexander Sartorius, respectivamente. Todos liderados pela Roleta, uma outra vilã secundária comandando o reality show.
Barbara tombou 30 firewalls do sistema deles, mas não foi suficiente por hora. Phosphorus alcança Batman, Robin pega sua moto e Batgirl usa o veículo de fuga da Oráculo, e ambos vão para onde o Batman está enrascado. Damian faz o tal rodeio que falhou com o Diesel e consegue derrubar o Phosphorus, e Batgirl vai atrás da Roxy, “se catapulta” do veículo da Oráculo e consegue subir a bordo do foguete da Roxy, dá uns murros nela e guia o foguete na direção de Phosphorus, que ainda estava de pé e conseguiu dominar Damian.
Batgirl e Robin fizeram uma ação conjunta que deu certo. Tumulto segura Grayson e Damian toma conta da situação. Batgirl ajuda Batman a sair do local, ele confirma ter quebrado pelo menos duas costelas e ainda diz um ”bom trabalho” pra Steph.
Os dois conseguem deter o Tumulto, Oráculo consegue finalmente invadir o sistema daRoleta, e o “trio dinâmico” invade o tal local secreto, pondo fim na confusão toda. Quadro lindo por sinal, Batman, Robin e Batgirl, juntos como nos velhos tempos, porém, sob todos os mantos há uma pessoa diferente. Já foi Bruce, Dick e Barbara… Bruce, Jason e Barbara… depois Bruce, Tim e Cassandra, e por fim Dick, Damian e Stephanie. Um quadro bastante simbólico, um belo representativo da nova era pras histórias do Batman. Era essa que pra mim não deveria ter acabado. Já expliquei esse meu ponto diversas vezes em vários textos que me meti a escrever.

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Já na caverna, Steph e Damian em um canto conversando, Dick e Barbara em outro. Dick enfaixado, sendo cuidado por ela, os dois conversando sobre os jovens do outro lado, uma cena quase de pai e mãe olhando para os filhos, e de fato, assim como Dick “tomou a responsabilidade” do Damian pra si, Barbara tomou a da Stephanie. No fim da história, fica claro o seguinte: Batgirl está pronta para o que vier.

Como foi dito, a história foi extremamente satisfatória, tanto em roteiro quanto em arte, assim como a Red Robin da mesma época também foi. Séries incríveis, com personagens incríveis fazendo coisas incríveis. As mudanças foram LINDAS e obrigaram a todos os personagens a evoluírem e ficarem mais unidos, revelando lados novos de todos eles.

Foi uma época de ouro com dezenas de oportunidades.

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Sobre a Stephanie… Muita gente fala das “incapacidades” dela em comparação aos demais membros da família morcego, ou até mesmo (mais especificamente) comparado as demais Batgirls (ou demais Robins, quando ela foi Robin).
Não há discussão, a Barbara é mais inteligente SIM do que a Steph e do que a Cassandra. A Cassandra é mais forte SIM do que Barbara e Steph. E a Steph… Bom, ela tem mais SORTE que a Barbara e a Cassandra.

Mas na realidade, qualquer um dentro do universo morcego luta pior que a Cassandra, a garota é uma máquina de guerra. E a Bárbara é chamada de “Oráculo” por uma boa razão, e com certeza não tem nada a ver com voodoo nem mico-doido. A mulher é um gênio, dificilmente veremos alguém mais inteligente do que ela.
Então podemos ver que o ponto não é que a Stephanie é fraca ou burra, ela entrou substituindo as melhores no que fazem, é até sacanagem tentarmos comparar. O Tim Drake também luta menos que a Cassandra e nem por isso ele é fraco, e daí por diante.

A Steph simplesmente pegou cargos difíceis, mas ela é extremamente competente. Não devemos esquecer de que ela foi treinada pelo Batman em seus tempos de Robin.
Quanto a “importância” e “espaço” que ela tem nas histórias, muita gente também questiona. Ela foi Batgirl, foi Robin, namorada de um Robin, responsável direta pela saga “Jogos de Guerra” e “Um Ano Depois”, trouxe alguns dos problemas adolescentes/adultos mais sérios que a história já apresentou, como gravidez, dar filho pra adoção, abuso na infância… Enfim. Uma peça de suma importância nos tempos modernos do Batman.

Infelizmente, após o reboot que gerou os “Novos 52″, Stephanie Brown simplesmente SUMIU. Com o retrocesso de tempo na história e mudança/exclusão de alguns itens (conforme explicaremos em tempo oportuno aqui no blog), Stephanie Brown foi anulada sem mais nem menos.

Na nova “versão” da história da familia morcego, Tim Drake nunca foi “Robin”, ele sempre foi Red Robin desde sempre e patrulhou Gotham como dupla do Morcego por algum tempo. Não houve “Terremoto” pro namorado da Steph fugir e largá-la grávida sozinha, e por consequência não houve “Terra de Ninguém” onde a Caçadora criou um novo uniforme de Batgirl que pouco tempo após passou para as mãos de Cassandra Cain, o que também altera o fato de ter sido Cassandra Cain a dar o uniforme de Batgirl para Stephanie.

Steph também nunca substituiu o Tim Drake como Robin, e claro, devido a isso também não foi demitida, nem precisou provar nada ao Batman, o que também fez com que os Jogos de Guerra e One Year Later não acontecessem.

O reboot acabou com toda história que conhecíamos sobre Stephanie Brown. E admito pra vocês, apesar de já ter lido todas revistas da Stephanie como Batgirl, de ter lido as revistas dela como Robin, ter visto as confusões dela como Spoiler… Nunca gostei muito dela. Mas após escrever esse texto, acho que passei a ver as coisas pelos olhos dela e mudei de opinião. Nesse momento, ao fim do texto, fico até chateado de terem tirado ela do cargo de Batgirl, eu gostaria que ela ainda fosse Batgirl nos “Novos 52”.

COVERDownload no MEGA – A Ascensão de Batgirl


#83 – Batman e Robin (“Batman: Renascido” – 4ª Parte)

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Olá!

Ao longo dos últimos posts da saga “Batman: Renascido”, temos conhecido um pouco mais sobre Batman e Robin.
Mas não Batman e Robin como estamos acostumados. Agora temos uma nova configuração da Dupla Dinâmica. Batman é Dick Grayson, o filho pródigo de Bruce Wayne – agora desaparecido/morto. E Robin é… Damian Wayne. O incontrolável, insolente e impulsivo filho de 10 anos de Bruce Wayne, treinado pela Liga dos Assassinos para ser uma máquina mortífera, estava sob os cuidados de Batman antes de seu desaparecimento – numa tentativa de refrear sua personalidade explosiva. Como as coisas chegaram até aqui? Como essa nova Dupla Dinâmica vai reagir diante dos inúmeros desafios que só Gotham City pode proporcionar?
É o que vamos descobrir lendo a HQ de hoje. Prepare-se para ler “Batman e Robin” (roteiro de Grant Morrison e arte de Frank Quitely)!

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001Antes de começar, vou recapitular um pouco a decisão de Dick Grayson de fazer de Damian Wayne o seu novo Robin citando o penúltimo texto de Augusto“Dick precisava dele ali bem na frente de seus olhos, nada melhor do que fazê-lo Robin e ir ensinando as coisas já na linha de fogo.”
Claro que não seria fácil. Damian não é fácil de lidar. E em todas as ocasiões possível a provocação entre Dick, Tim e Damian era muito clara, muitas vezes evoluindo até para a violência física. Mas agora é hora de deixar essas rinhas de lado visando um objetivo maior: proteger Gotham do caos que se instaurou com o desaparecimento do Morcego.

003Chega até a dar pena dos marginais de Gotham, que acharam que tinham se livrado para sempre do pesado punho da justiça que Batman socava no meio da cara deles. Bom, o Morcego está de volta, com um belo e high-tech Batmóvel. Eles perseguem um grupinho meio estranho liderado por um homem com cara de sapo (ah, os vilões excêntricos da cidade…) que se refere ao seu chefe como Pyg. Uma transação de drogas, cujo pagamento é feito em… Dólares? Euros? Barras de ouro que valem mais do que dinheiro? Não, amigos. Dominó. Pagamento feito em dominó. O que isso significa?
Para descobrir, Dick se utiliza da velha técnica de seu mestre de ameaçar jogar o vilão-sapo, chamado Toad, de um penhasco de 90 metros – mas essa técnica não funciona bem, porque o batráquio não abre a boca. Deve estar costurada (tá, essa foi ruim).

006Como Dick Grayson está se sentindo no papel de Batman? Péssimo. Não que ele esteja perto de desistir, longe disso. Tampouco ele está indo mal –é provável que Batman ficasse orgulhoso. Mas apesar de ter sido treinado para isso, ele nunca pensou que efetivamente que PRECISARIA assumir esse papel. Só a perspectiva já o fazia ter insônia e medo. Nunca achamos que vamos perder alguém que amamos, mesmo sabendo que isso irá acontecer um dia, nunca estamos preparados.
004E Damian… Apesar de toda a impulsividade e todas as coisas que nós já estamos cansados de saber sobre o menino, por trás da máscara de insolência existe a coragem típica dos Wayne, a determinação de aprender, de aprender a fazer o que é correto – apesar de sua criação baseada no assassinato como um recurso banal, ele quer aprender a fazer o certo. Falando assim parece que o garoto é perfeito, mas ele está louco pra virar o Batman. É claro que ninguém vai deixar um garoto de 10 anos ser o Batman, então no momento ele vai ter que se contentar com o R sobre seu peito mesmo. O crime que se cuide.

Bonito ver Batman e Robin atendendo o chamado do Comissário Gordon, que vem ligando o Bat-sinal incessantemente desde que Batman sumiu. Eles justificam o sumiço dizendo que estavam “melhorando os equipamentos”. Gordon percebe a diferença na estatura física de Batman (Dick sempre foi ligeiramente menor, mas compensava esse pequeno empecilho com a sua agilidade de acrobata).

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008E qual é a zona da vez em Gotham? Vamos por partes. Tem um vilão tocando o terror em Gotham (novidade). Um carniceiro com uma máscara de porco. Isso já seria suficiente para assustar um desavisado, mas ainda temos um adicional: o porquinho aí curte amarrar pessoas e colocar máscaras de rostos novos fervendo sob os rostos dos seus inimigos. Máscaras de bonecos. Welcome to the mad house.
Não pense que acabou. Tem uma trupe de circos “extrema” causando problemas em Gotham, chamada “Le Cirque d’Etrange”. Um rapaz em chamas que coloca fogo em quem encosta, uma mulher barbada com obesidade mórbida chamada Lona, ninjas carecas amarrados pela cintura que tem o desplante de chamar Batman de “aberração exibida”. A luta evolui de tal forma que Damian acaba se afastando de Batman e desobecendo suas ordens, como falarei melhor a seguir. E com o que essas lindas crias do pior que há em Gotham estão trabalhando? Drogas de controle mental e traficantes russos. Uma combinação explosiva.

005A noite foi horrível, quatro policiais mortos e seis gravemente feridos. Bruce realmente se orgulharia? Nesse momento, fica difícil dizer que sim. Robin está tendo imensas dificuldades em se ajustar ao método de “uso conveniente de violência”. Ele acaba indo muito além no papel de intimidar um suspeito, ecos de seu severo treinamento na Liga dos Assassinos. Mais do que isso, ele sente falta de seu pai, da autoridade que ele impunha, o único que conseguia dar a ele uma ordem de verdade. Ele enxerga Dick como um mero imitador de Batman – e a cidade toda parece pensar isso. Talvez seja hora de encarar o manto de Batman sob uma nova perspectiva. Uma perspectiva de performance, como nos tempos de circo. Uma interpretação. Potencializar as qualidades de Grayson, ao invés de criar um memorial sobre Batman. Um verdadeiro herói. Essa decisão foi tomada sob influência de Alfred, como falarei também no fim do texto.

Robin, nossa pequena ave impulsiva, foi pega como refém pelo excêntrico doutor Pyg (traduzido aqui como Doutor Porko). Cabe aqui uma pequena citação do próprio Grant Morrison a respeito desse vilão; ele foi descrito como (tradução minha):

“[...] um dos mais estranhos e insanos personagens já vistos em Batman. Nós sempre ouvimos falar sobre Batman enfrentando vilões loucos, mas tentamos fazer esse cara parecer genuinamente perturbado e incoerente.”

010A inspiração de Morrisson foi na canção Pygmalis, de Kahimi Karie (música assustadora também), ambas inspiradas na lenda do Pigmalião (também lembrei de uma cena de American Horror Story no episódio “Piggy Piggy”, mais especificamente na cena do banheiro). Conheceremos sua história lendo essa HQ.
Posto isso, nós conseguimos acompanhar o desespero que é seu monólogo incompreensível, sua mente conturbada, sua linha de pensamento completamente irregular. E os sons que ele faz quando imita um porco, meu deus, boa sorte para dormir à noite. E ele quer implantar outro rosto em Damian, como fez com tantas pessoas.
011-1É, um dos primeiros casos de Batman & Robin envolve um circo de freaks, imigrantes ilegais, prostituição, doenças mentais, ataques biológicos baseados em vírus ameaçando tomar uma cidade inteira.
E para ajudar uma das aberrações que tentou fazer uma lobotomia em Asa Noturna na saga Descanse em Paz está de volta, para tentar terminar o que não conseguiu. E mais alguém, também um velho conhecido nosso, aparece para tirar a paz de Gotham…

O mais interessante de observar nesse arco, apesar de curto, é como vai se delineando a relação entre o novo Batman e o novo Robin. Como Grayson vai impondo sua existência como o novo Batman, e conquistando o respeito de Damian. Damian ainda não é completamente a pessoa que seu pai esperava que ele fosse, mas está dando largos passos nesse sentido. Essa nova composição da Dupla Dinâmica irá revolucionar Gotham City.

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Nesse momento, os conflitos do novo Batman não estão relacionados só aos criminosos que fervilham em Gotham, mas ele também precisa lidar com o peso do manto que assumiu, com as responsabilidades que ele carrega sendo Batman. Ele precisa provar para si mesmo, para a polícia de Gotham e para a cidade que é capaz – e honrar a memória de Wayne. Além disso, ele precisa conquistar o respeito de Damian – que é extremamente insubordinado a qualquer um que não seja Bruce Wayne.
012Gordon não está satisfeito com esse Batman, ainda que não possua provas concretas sobre o fato de ser um Batman diferente. Mas ele aceita e espera que ele continue fazendo o bem que sempre fez sobre a cidade. A conversa que Alfred tem com ele nesse arco é essencial: ele sugere que talvez seja melhor que ele tente adaptar o papel de Batman para a personalidade de Dick Grayson, suas próprias características de luta e habilidade, ao invés de simular as de Bruce. Conhecemos o jeito que Asa Noturna usa em combate – ridicularizar seus inimigos, atingir seus pontos fracos, satirizá-los para enfraquecê-los. Um Batman menos “pesado”, menos sombrio. Na verdade, apesar dos pontos “densos” dessa história, alguns diálogos lembram até mesmo o clássico seriado do Batman dos anos 60.
Entretanto, até mesmo Damian está começando a entrar nos eixos, lembrando de seu pai. Ele está ganhando espaço e provando o seu valor.

007Como Alfred bem salienta, nunca devemos nos esquecer o histórico conturbado do pequeno Damian – nascido numa família sem ternura, treinado para matar pela Liga dos Assassinos, impulsivo, intransigente. Diz-se que ele é o maior presente de Grant Morrison para o Universo DC, e ao longo dessas sagas que venho escrevendo, não consigo discordar. A repercussão dessa série na época do lançamento foi boa e serviu para popularizar o personagem de Damian, para torná-lo uma espécie de anti-herói que busca a redenção, que decididamente quer melhorar – mesmo que seja difícil para ele contrariar tudo o que aprendeu até agora (claro que boa parte dos leitores ainda acha que ele é um molequinho mimado muito irritante). Ele aprenderá a obedecer, a não matar mais em memória de seu pai, e a tentar conter toda a fúria que guarda dentro de si.

Uma clara inversão de papéis: se no começo tínhamos um Batman (Bruce Wayne) com punhos de ferro que convida Robin a se juntar a ele para que se lembre de que a vida pode ser mais leve, agora temos um Batman mais leve e um Robin cheio de fúria que mal consegue conter.
A arte de Frank Quitely beira o cartunesco, com excesso de uso de cores, principalmente primárias. Mas o resultado final não fica infantilizado, pelo contrário, fica muito interessante e pertinente. (Me lemboru a arte do Dustin Nguyen, mas bem mais adulta) É algo que não estamos acostumados a ver nas histórias do taciturno Morcego. Ele constrói grandes quadros que realmente dão a sensação de estar visualizando as lutas de perto. Destaque para o uniforme de Damian, que remete ao uniforme do próprio Grayson em seus tempos de Robin. A dupla Morrison & Quitely se sai muito bem nessa saga.

Quadro 1

Espero ter falado tudo que era necessário nessa resenha, e que vocês continuem acompanhando o Batman Guide! Até o próximo post!

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#84 – Sereias de Gotham: União (“Batman: Renascido”– 5ª Parte)

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Oi!
Esse é, particularmente, um dos posts que eu mais queria escrever desde que comecei com o Batman Guide. A história de hoje tratará dessas três mulheres sobre as quais já falei aqui no Batman Guide: Arlequina, Mulher-Gato e Hera Venenosa. O que elas tem em comum, além de uma predisposição natural para se envolverem em crimes e problemas? Toda uma cidade contra elas. A única maneira delas sobreviverem em Gotham é se elas se juntarem. Cuidado para não ser pego pelas “Sereias de Gotham: União” (Gotham City Sirens: Union. Roteiro de Paul Dini, Scott Lobdell e Christopher Yost, arte de Guillem March e David Lopez, agosto de 2009 a fevereiro de 2010)!

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001Mulher-Gato tem sofrido muito nos últimos tempos em Gotham City. Primeiro, ela teve seu coração arrancado pelo vilão Silêncio. Depois, Jason Todd, vestido de Batman, a atirou de cima de um prédio. Ela se sente fraca como um filhote, mesmo depois de Zatanna ter fortificado seu coração com um elixir mágico. E para ajudar ainda apareceu um novo vilão chamado “Quebra-Ossos” cujo poder é… Quebrar ossos. Com um toque, estilhaçar ossos das pessoas. Tem aparecido montes desses vilões lunáticos em Gotham ultimamente, não? Mas pelo jeito esse vai conseguir acabar com a Mulher-Gato. Ou conseguiria, se não fosse pela intervenção providencial de Hera Venenosa.

002E onde a moça tem ficado ultimamente? Hera está dividindo apartamento com Charada. Certo, talvez “dividindo apartamento” não seja uma boa expressão. Ela está seduzindo ele com seus poderes tóxicos e o mantendo drogado enquanto pega a casa dele, depois de ter doado os 30 milhões de dólares que recebeu de Mulher-Gato para uma instituição que cuida de plantas (é, e a gente vendendo o almoço pra comprar o jantar).
A “adorável” Harley Quinn também é “companheira de apartamento” de Hera Venenosa, e tem vivido com ela desde que se cansou de Coringa (pelo menos até a próxima vez que ele ligar).
As três tem vivido no limite desde que Gotham City virou de pernas para o ar. Quando não estão fugindo da polícia, estão sendo penduradas pelo pescoço por algum vilãozinho de segunda, apanhando ou aceitando trabalhos idiotas de algum maluco. Era hora de tomar alguma medida para evitar isso. Hora de fazer uma união. Uma união de “super-vilãs”.
003Depois de alguma relutância por parte de Hera e de consultar suas “informantes”, ela aceita – Arlequina tem uma única cláusula: que no novo apartamento das três seja construída uma sala de brinquedo. Essa edição é um lapso de humor no meio de uma saga tão séria. A luta das três com o Quebra-Ossos é muito boa. Ah, há uma outra cláusula também, de Hera Venenosa – endossada por um composto orgânico que impede que a pessoa minta. Uma poção da verdade natural. Ela quer saber de Selina… Quem é o Batman.
004Temos um flashback de Selina Kyle indo ter uma conversa franca com Talia Al Ghul – em meio a tantas mulheres, as únicas duas que Bruce Wayne sempre amou. Acho que o Morcego não ia ficar muito feliz com essa conferência de ex-namoradas, mas o que os bat-olhos não veem, o bat-coração não sente. Além disso, é por um bom motivo: Talia ensina a Selina um método para guardar um segredo tão profundamente que nem você mesma terá acesso se não quiser – uma porta fechada para todo o sempre. Uma questão interessante para uma reflexão interna. Você esconderia algo assim dentro de você, se pudesse? Tem algo que trancaria dentro de você e jogaria as chaves fora?
005E o segredo de Selina em questão é justamente a identidade de Batman, que deve ser preservada a todo custo pelo bem dele e da cidade. E é o que Selina faz – ela inventa uma história bem convincente sobre o Batman na verdade ser dezenas de homens diferentes que assumem o manto por diferentes períodos, e os Robins são dezenas de meninos também. Sua história faz sentido, e aparentemente convence Hera e Harley – embora essa última fique tão entediada com essa resposta sem-graça que decide sair para fazer compras.
014Pausa para um comentário: menos um ponto para o roteirista, que poderia ter explorado algum traço menos fútil da personalidade de Arlequina (personagem de quem já falei neste post). Ela quase sempre é retratada como uma desmiolada. Espero por uma one-shot profunda dela, em que ela exponha o sofrimento causado pela dualidade entre o fato de amar Coringa de maneira tão intensa e de saber que ele é o homem ERRADO para ela, que ele é a escolha errada. Parece bobeira, mas não é. Poderiam criar conflitos relacionados ao comportamento afetivo-obsessivo de Arlequina, o fato de ela estar num relacionamento destrutivo com um homicida, talvez sugerir traços de um transtorno Borderline nela.
Se vocês se lembrarem da história “O Palhaço à Meia-Noite”, inserida no post “Batman & Filho”, vemos uma face mais adulta da Arlequina, em todo o seu sofrimento, e eu acredito que eles poderiam explorar esse nicho (já que é uma personagem muito querida pelos fãs).
006Bom, vamos nos contentar com o que temos agora. Passeando pelo shopping, Arlequina encontra Bruce Wayne.
Nesse momento o leitor estará olhando perplexo para a resenha perguntando “BRUCE WAYNE? MAS COMO ASSIM?”. Bem, quem é o lunático que reconstruiu todo o seu rosto para ficar idêntico ao Bruce Wayne? Sim, ele mesmo, Thomas Elliot. Ele está se passando por Bruce Wayne (não entendi bem como a bat-família “permitiu” isso, nem se permitiu) publicamente, o que atrai criminosos tentando roubar a sua fortuna (ah, se soubessem que a Mulher-Gato roubou todo o seu dinheiro…).
007Ela decide salvá-lo. E ele acredita que é uma boa hora para se vingar dela. Ou então… Usá-la para chegar até a pessoa que ele mais quer destruir. Então ele sequestra a Arlequina.
Charada abriu uma firma de investigação e está procurando por pistas de dois supostos suicídios ocorridos em Gotham City. É bem interessante o momento em que ele se depara com Batman e percebe que é um Batman diferente. As habilidades investigativas dos dois se equiparam, e Charada precisa admitir: seja ele quem for, ele é BOM. Aliás, Charada não existe mais: ficou pra trás. Agora ele é só Edward Nigma, um homem sério.
008A participação de Edward nesse arco é bem engraçada porque, de alguma forma, ele e Batman acabam cooperando (sim, isso foi possível). Outro trecho engraçado, que já aconteceu na primeira HQ desse arco, é o fato de os vilões “novos” de Gotham considerarem os vilões clássicos como referências no crime; ao encontrar Charada, uma das criminosas quase pede um autógrafo para seu mestre. É a velha guarda do crime em Gotham.
Ok, 010mas Arlequina ainda está desaparecida? É isso que Hera e Mulher-Gato querem descobrir. Sim, Thomas Elliot ainda quer matá-la, mas não vai fazer isso de maneira que deixe pistas. Talvez seja melhor forjar um acidente. Ele decide desfilar com a belíssima Harley pela cidade, sempre em situações felizes e divertidas, então assim se por acaso acontecesse alguma coisa com ela quem iria suspeitar?

Mas ele esqueceu que Arlequina é uma moça “comprometida”. E o seu ex-namorado é um palhaço que pode ser muito vingativo quando é desafiado dessa forma.
012E nesse momento a história toma um rumo meio estranho. É muito indigesto perceber que até o CORINGA, o palhaço do crime, o arlequim assassino, está suscetível a uma crise de ciúmes. Porém ele não vai ignorar a Arlequina ou mandar uma indireta pra ela nas redes sociais. Ele vai mandar um dirigível com os capangas dele para matá-la no topo do prédio mais alto de Gotham City. É. O Coringa não sabe ser rejeitado.
Explosões infinitas, Coringa desajustado, o Thomas Elliot descobre o formigueiro em que estava pisando e modifica o seu plano de última hora. Coringa quase mata as três meninas numa explosão gigantesca em Gotham. Hera Venenosa até tenta interferir, como podemos ver nesse belíssimo quadro, mas isso não impede Coringa de machucá-las pelo menos o suficiente para deixá-las irritada.

Hera
011E não simplesmente se provoca as Rainhas do Crime de Gotham e se sai impune. Era preciso se vingar dele. De uma vez por todas. Arlequina precisa aceitar essa decisão das três e cooperar. As coisas vão se sucedendo de um jeito rápido, as meninas invadem a mansão de Coringa, cheia de armadilhas estranhas, no estilo dos filmes antigos de mistérios.
No desenrolar do texto eu tive a impressão que o Paul Dini andou tomando um cafezinho com o Grant Morrisson, porque ele desenterra um personagem dos anos 60 na história, o Gagsworth A. Gagsworthy. Ele era um anão-palhaço que acompanhava o Coringa em algumas histórias iniciais, mas que foi abandonado por Coringa quando Arlequina chegou na vida dele.
Eu gosto do jeito que a história evolui, com um flashback que atinge um certo grau de profundidade, mas sem perder o humor cartunesco que é característico desse arco.

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Gagsworth A. Gagsworthy na capa de Batman #186 e em aparições na série mensal

015Ainda temos uma história bônus em que conhecemos um pouco melhor a vida das três durante o Natal. Interessante ver Mulher-Gato dando uma ajuda a Dick Grayson, mas quem lê as histórias há um bom tempo está acostumado a vê-la sempre andando por essa linha entre o crime e a justiça. Hera está na América Central, e Arlequina foi visitar sua família no Brooklyn – e a configuração da família dela nos diz muito sobre o que ela se tornou.
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Esse primeiro arco de “Sereias de Gotham” é uma introdução às muitas aventuras que essas três mulheres realizam na cidade nesse ponto da cronologia. O interessante sobre elas é que nem sempre elas se concentram apenas nos crimes, mas elas parecem ter algum “senso de justiça” que as impede de serem 100% cruéis – ao contrário de outros vilões como o Zsasz ou o próprio Coringa, que não tem um traço de bondade e não salvariam alguém inocente de forma alguma.
Mulher-Gato, particularmente, fez um longo caminho de uma vilã gratuitamente sexy para uma espécie de anti-heroína complex.
Um problema que encontro é que, em relação aos outros arcos de “Batman: Renascido”, essa peca um pouco pela sua “superficialidade” e exagero em alguns aspectos, mas muito provavelmente essa era a intenção dos roteiristas, incluir algum humor durante essa fase que teve tantas mudanças (um novo Batman e Robin, uma nova Batgirl, o Red Robin, enfim). Algumas temáticas pesadas como obsessão, vingança e companheirismo são tratadas com leveza e humor. A isso damos o nome de “Paul Dini”.
Guillem March sabe desenhar mulheres como ninguém, o que permite que o aspecto visual dessa saga seja praticamente impecável (praticamente porque algumas proporções do quadris das personagens me parecem estar um pouco irreais). E, obviamente, cheio de cenas de peitos e bundas aparecendo no mesmo plano, como eu falei um pouco nesse post sobre as Aves de Rapina, mas não dá para fugir disso num tipo de entretenimento cujo público-alvo é feito em sua maioria de homens adultos.Deixando um pouco essas questões de lado, é uma saga sobre vilãs tentando se virar num mundo em que nada é fácil para elas. Não deixe de ler, nem que seja só para rir um pouco ;)

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Download no MEGA: Sereias de Gotham – União




#85 – Renegados: O Abismo / Ruas de Gotham: Dinheiro do Silêncio (“Batman: Renascido” – 6ª Parte)

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Olá!
Desculpem pelo atraso no post, tive problemas com a minha conexão de internet :(
Hoje teremos o penúltimo post da saga “Batman: Renascido”. Na verdade, trata-se de um post duplo: teremos o arco “Renegados: O Abismo” e o arco lançado na série mensal Ruas de Gotham intitulado “Hush Money”, que preferi traduzir para Dinheiro do Silêncio. Espero que vocês estejam gostando dessa saga e conto com a opinião de vocês no final do texto.

Renegados: O Abismo
(Outsiders: The Deep, roteiro de Peter Tomasi e arte de Lee Garbett, março a setembro de 2009)

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001Primeiro, é preciso explicar uma mudança de títulos na série mensal na qual esse arco foi publicado. Como expliquei nesse texto, os Renegados são um grupo de heróis da DC que não se ajustaram adequadamente a grupos sérios como a Liga da Justiça. Eles não precisam de aprovação pública para suas ações e tem um código de conduta próprio. Inicialmente, eles eram liderados por Batman, então a série mensal se chamava “Batman e os Renegados” (Batman and The Outsiders V2, 2007, 14 volumes). Porém, quando Batman some, como continuar sendo “Batman e os Renegados”? A partir do volume #15, a série mensal começa a se chamar apenas “Renegados” (Outsiders, V4). O arco “O abismo”  (The Deep) compreende do volume Renegados #15 até o volume #20.
Mais uma informação: essa é a formação dos Renegados da qual falaremos nesse texto.

Formacao

  • Geoforça (Brion Markov)
  • Raio Negro (Jefferson Pierce)
  • Halo (Gabrielle Doe)
  • Metamorfo (Rex Mason)
  • Katana (Tatsu Yamashiro)
  • Rastejante (Jack Ryder)
  • Coruja (Roy Raymond Jr.)

002Explicações feitas, começaremos a analisar o roteiro.
Alfred convocou os Renegados, agora sem rumo, para uma importante reunião. Nessa reunião, ele anuncia que Batman havia deixado uma missão para eles – uma missão que ultrapassa a ação local dos Renegados, para além de Gotham, visando salvar o mundo (sim, nessas palavras um tanto quanto ambiciosas).
A decisão de seguir nesse projeto está à cargo dos Renegados. E se decidirem, eles terão um novo chefe: o próprio Alfred Pennyworth. Essa mudança no RH dos Outsiders é comentada com ironia por Brion Markov, o Geoforça:

“De servidor de chá para salvador do mundo, isso é um grande voto de fé que você está nos pedindo, Alfred.”

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Mas quem acompanha as histórias sabe que, a despeito da insistência de Alfred para que seus patrões mantenham uma certa regularidade alimentar, “servidor de chá” é a última coisa que ele é. O cara é assistente pessoal de Bruce Wayne, Dick Grayson e todos os membros da bat-família, cirurgião de guerra, serviu como Oficial de Inteligência no MI-6 (o serviço de inteligência britânico!) e por aí vai a lista.

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Ok, qual a decisão que o Alfred está pedindo aos Renegados? Se eles quiserem continuar sendo Outsiders, eles precisarão levar a palavra no sentido mais literal. Renegar o contato com qualquer ser humano que não seja do grupo. Ficar sem falar com seus entes queridos por meses. Desligarem a sua vida. Como soldados indo para a Guerra. Ser a linha de frente contra uma parede de fogo. Um inimigo implacável. Os que não quiserem aceitar essa premissa inicial podem se retirar sem ônus de suas honras, afinal foram parceiros valorosos para o Morcego. Mas os que decidirem aceitar… Deverão ter consciência do que o que os aguarda será longo e amargo.
005Certo, isso não é nada que possamos estranhar vindo do BATMAN, o cara é o mestre dos pedidos impossíveis. Mas acho que ele se excedeu um pouco. A missão dos Renegados começa fora da Terra. Como diz o Geoforça: “Isso é ser tão Renegado quanto se pode ser!”
A razão desse afastamento é para dar perspectiva na resolução de um caso – um desabamento provocado provavelmente por algum deslocamento de placas tectônicas, com dezenas de mortos e apenas uma sobrevivente.

006Os Renegados foram deixados como uma espécie de “braço” de Batman; cada um deles representa uma habilidade do Morcego. Metamorfo faz para o Coruja, o novo membro, um resumo do que cada um dos integrantes dos Renegados representa da personalidade de Batman. Indispensável para quem quer saber mais sobre cada um dos membros. (Metamorfo se transformando em Batman e Robin é impagável).

  • Geoforça: a força de combate, o “poder de fogo” do grupo
  • Raio Negro: o “coração” do grupo, faz do mundo um lugar melhor através da eletricidade
  • Katana: bem-humorada, odeia desembainhar a espada quando não é necessário
  • Rastejante: o fator “medo” do grupo, causando terror no coração dos criminosos
  • Halo: a vibração positiva do grupo, o “Robin”, que existe para mantê-los acreditando
  • Metamorfo: o cinto de utilidades dos Renegados.

007Eles se dividem em uma missão: alguns ficam na nave que está sobre a Terra e outros vão para a Alemanha fazer verificações. Mas algo parece estranho. As características das camadas de terra não estão batendo com as características comuns após eventos de tremores sísmicos. Algo parece estar fora do lugar. Parece não ter sido apenas um abalo sísmico.
Enquanto isso, na Filadélfia, um homem idoso chamado Franklin está acertando detalhes de um serviço específico. Um serviço para forjar sua morte, para que ele seja liberado para alguma operação especial – uma dívida antiga. E assim estão sendo forjadas as mortes de pessoas idosas na Inglaterra, em Kyoto, no Cabo da Boa Esperança, no Golfo Pérsico, no Vaticano (!) e na China. Um projeto em que eles irão empenhar os últimos anos de sua vida, que já fora estendida além do comum, em prol de um projeto misterioso envolvendo grandes armaduras de um líder chamado Lixeiro. Uma pesquisa sobre imortalidade, cujo início da resposta se encontra nas profundezas da Terra e o fim da resposta se encontra espalhado na estratosfera.

A rivalidade interna entre os Renegados, explorada com grandeza desse arco, é deixada de lado quando Katana é sequestrada por uma das armaduras citadas lá em cima no texto. Essa armadura se recusa a contar mais sobre o abalo sísmico provocado por forças estranhas na Alemanha.
Os painéis das lutas são grandes e bonitos, mérito de Lee Garbet nos desenhos e Brian Reber na cor. Destaque para o melhor quadro de explosão que já vi (parece um detalhe idiota, mas em histórias de super-heróis o elemento visual em cenas de combate é importante). As cenas de combate são “palpáveis”, realistas.

Explosao

Vandal

Como se as coisas já não estivessem muito complicadas, eles obtém uma amostra de meteorito que deu origem a Vandal Savage. E quem é esse cara? Nós descobrimos sua origem nesse arco, mas já adianto: ele é sinistro. Anormalmente inteligente, anormalmente forte, imortal… E com uma tendência megalomaníaca voltada para ganhar poder e glória, de preferência da maneira mais cruel possível. Dá para imaginar uma aberração dessas atravessando os anos? (Na verdade, dá sim. Lembra um pouco Ra’s Al Ghul no arco “A Morte e as Donzelas”, em que a cada encarnação o cara era um pouco pior. Até nazista ele chegou a ser.)
E quem aparece na história também? O Exterminador, que em breve ganhará um post aqui no blog. E ele é contratado para alguém para matar (!) o Vandal Savage.

Um dos destaques desse arco, para mim, é ver Alfred Pennyworth em posição de liderança. Ele simplesmente está totalmente preparado para isso. Ele é um líder nato, um combatente de guerra, com uma inteligência superior e uma capacidade dedutiva e intelectual inquestionáveis. Não há e nunca houve ninguém mais adequado para acessorar Bruce Wayne como Alfred. E uma nota: são poucas as pessoas que tem culhões para dar um cruzado de esquerda na cara do Exterminador.

Alfred
Peter Tomasi fez jus aos poderes e características de cada um dos heróis. Destaque novamente para o artista e seus quadros de luta, grandes porém sem fazer o leitor se perder em meio a tantos elementos (não que isso seja ruim, mas combina melhor com histórias mais místicas e cheias de flashbacks como as da Batwoman).

Quadros
Os Renegados ainda precisam se encontrar melhor, aprimorar seus métodos, reafirmar suas premissas básicas. Eles ainda estão empacados no dilema crucial enfrentado por todos os heróis: em uma situação de fuga, cuidar dos inocentes ou perseguir os criminosos?
O fim do roteiro pode surpreender o leitor por ser mais “simples” do que se imagina, mas é interessante observar o caminho que eles caminharam para solucionar esse problema.
Alfred estava certo. Eles estavam enfrentando inimigos perigosos, que perpetuaram sua crueldade através dos tempos.
Essa é uma história também sobre a busca da imortalidade. Ainda que seja uma temática recorrente para nós, não deixa de ser interessante observá-la sob uma perspectiva de ficção científica. Mas para quem não gosta dessa temática, o arco também oferece um pouco de trama urbana, embates em terra firme, conflitos de relacionamento entre os membros do grupo.

Ruas de Gotham: Dinheiro do Silêncio
(Streets of Gotham: Hush Money, roteiro de Paul Dini e arte de Dustin Nguyen, março a novembro de 2009)

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B002Esse arco coleta as quatro primeiríssimas edições da nova série mensal “Ruas de Gotham”, com desenhos do Dustin Nguyen (não é segredo para ninguém o quanto eu adoro o trabalho do cara). Nessas edições eles corrigiram um defeito apontado pelo Augusto nesse texto, acerca dos degradês das cores; as cores já não estão mais em blocos, mas elas vão fazendo um “fading” de um tom para o outro. Bem melhor assim. Não sei se estou sendo clara, mas a técnica que o Dustin usa para seus desenhos lembra bastante uma aquarela.

B003O arco já começa com uma discussão que tem permeado todas as edições de “Batman: Renascido”: a reação de Gordon diante de um novo Batman. Ainda que isso não tenha sido revelado a ele diretamente, ele percebeu. Mas ele não se importa com isso; a ele não interessa discutir sua identidade secreta, mas sim o que ele é enquanto BATMAN.
Arlequina também dá as caras nesse arco, e toma uma prensa do Batman dizendo que, a despeito dela ter sido liberta do Arkham, era melhor ela andar na linha se não quisesse voltar para lá.
Também aparece o Vagalume, um dos vilões do Arkham Origins. (Eu já mencionei que teremos um especial sobre os vilões do Arkham Origins? Sim, né?) O Vagalume, como vocês devem se lembrar desse post sobre o novo jogo do Morcegão,  é um piromaníaco que está batendo as asinhas por Gotham with a little help from his friend, o Máscara Negra. A intenção dele é fritar a cidade. Redenção pelo fogo. Fazer as pessoas entrarem em combustão espontânea, mais precisamente, através de um chip incendiário instalado secretamente em cada vítima. E como parar o cara? Ele não quer dinheiro. Não é isso que interessa a ele. Ele quer ver as coisas queimarem. Quer ser o sacerdote desse funeral de incineração de toda uma cidade. E resta a Batman e Robin impedir que isso aconteça.

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B005Nessa história finalmente descobrimos como e por que Thomas Elliot estava perambulando pela cidade como Bruce Wayne. Ele vinha sendo mantido refém desde os acontecimentos do arco Últimos Sacramentos, preso em uma cela de vidro blindado na mansão. Ele enganou Alfred ateando fogo a si mesmo e aproveitou para fugir. E como os rapazes da mansão estavam ocupados demais tentando impedir que Gotham virasse o vulcão Vesúvio, ele teve tempo de ir a público como Bruce Wayne, de modo que Dick, Damian e Alfred não poderiam desmenti-lo em frente às câmeras. E o que ele fez? Uma doação de um bilhão de dólares para ajudar a reconstruir Gotham dos eventos recentes e a investir em geração de emprego nas indústrias locais. É uma quantia grande, mas com certeza não vai fazer a conta bancária dos Morcegos entrar no cheque especial.

B006Então, o que está por trás desse ato estranho de Elliot? Será que o coração dele foi tocado pelo imenso amor que ele sente por Gotham? Será que ele se comovou assistindo Criança Esperança e quis entrar na dança também? Ou será que o cara quer receber a visita do Papai Noel esse ano? Você vai entender ao longo do arco. E também vai entender o que impediu Dick de deixar Damian quebrar as duas pernas e os dois braços de Silêncio (e acredite, Damian adoraria fazê-lo) e as condições impostas para deixá-lo circular por Gotham como Bruce Wayne. Apenas uma dica: ninguém banca o espertinho com a bat-família. Ninguém.

Já falei do Zsasz aqui nesse post, mas nessa história temos uma visão interessante: a maneira como ele enxerga as pessoas. Esse é um recurso que também foi utilizado em “Descanse em Paz”, mas com Coringa. Aqui, vemos o que Zsasz enxerga quando abre os olhos: morte. Destruição. Decapitações. Esfaqueamentos. Ele é uma das pessoas mais sanguinárias e vis que circulam por Gotham.
Um trecho engraçado dessa HQ é quando Dick cita para Damian um trecho do monólogo feito por Bruce quando ele ainda procurava uma personalidade para assustar os criminosos de Gotham: “Criminosos são supersticioso e covardes”. Sem saber que se tratava das palavras do próprio pai, Damian prontamente emenda: “Essa foi a coisa mais idiota que eu já ouvi.
Esse arco é curto, mas também bem interessante. O trabalho de Paul Dini no roteiro e do Nguyen na arte tem harmonia, é intenso sem perder o humor. A crítica ficou positivamente impressionada com esse primeiro arco de Ruas de Gotham. Eu acredito que vocês irão gostar bastante da história. Outra anotação: o título original dessa história, “Hush Money” é uma referência que se perde na tradução para o português. Em inglês, Hush Money é uma gíria para “suborno”, quando uma pessoa oferece uma certa quantia de dinheiro em troca de algo ilegal ou imoral. E também é uma referência para o nome do personagem Silêncio em inglês (Hush), ou seja, também pode ser entendido como “O dinheiro do Silêncio” (que na verdade não é dele, e sim de Bruce Wayne). Por isso eu preferi essa tradução.

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Download no MEGA – Renegados: O Abismo

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Download no MEGA – Ruas de Gotham: Dinheiro do Silêncio


ESPECIAL: Jogos do Batman

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Alô, gamers que frequentam o Batman Guide!

Hoje falta exatamente UM MÊS para o lançamento do novo jogo do Batman, o Arkham Origins! Você já leu sobre ele nos nossos dois especiais aqui do Batman Guide?

▪ Arkham Origins: Preview, Galeria de Imagens e Vídeos (29/04)
▪ Arkham Origins: Novas Informações, Galeria de Imagens e Vídeos (25/08)

E para comemorar essa data, o Batman Guide traz com exclusividade para você um ESPECIAL com todos os games do Batman, desde 1986 até 2012!
Para conseguir fazer esse post foi necessária MUITA pesquisa, porque eu não pude jogar todos. Eu me esforcei ao máximo para ser clara nas minhas expressões, peço desculpas se eu tiver deixado passar algo, afinal não sou especializada em crítica de videogames. Caso haja alguma imprecisão, por favor me avisem nos comentários.
Preciso agradecer ao meu queridíssimo amigo Paul Richard pela soberba resenha feita para o game “Arkham Asylum”. E também agradeço ao Augusto, que fez com maestria os textos sobre o famoso jogo Arkham City!
Não foram considerados os jogos educacionais do Batman e os jogos lançados apenas para para plataformas portáteis.

Sem mais delongas, é hora de conhecer melhor a história do Morcegão nos games! Boa leitura!

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“Batman” (1986)
“Batman: The Caped Crusader” (1990)
“Batman – The Video Game” (1990)
“Batman Returns” (1992)
“Batman: Return/Revenge of the Joker” (1992)
“The Adventures of Batman & Robin” (1994)
“Batman Forever: The Arcade Game” (1996)
“Batman & Robin” (1997)
“Batman Beyond: Return of the Joker” – (2000)
“Batman: Gotham City Racer” (2001)
“Batman: Vengeance” (2001)
“Batman: Dark Tomorrow” (2002)
“Batman: Rise of Sin Tzu” (2003)
“Batman Begins” (2005)
“Lego Batman: The Videogame” (2008)
“Batman: Arkham Asylum” (2009)
“Batman: The Brave and the Bold – The Videogame” (2010)
“Batman: Arkham City” (2011)
“Lego Batman 2: DC Super Heroes” (2012)

“Batman” (1986)

Desenvolvedora: Ocean Software
Designers: Bernie Drummond e Jon Ritman
Plataformas: Amstrad CPC, Amstrad PCW, MSX, Sinclair ZX Spectrum

CAOAO primeiro jogo do Batman foi desenvolvido em uma perspectiva isométrica 3D (leia mais sobre isso aqui) do gênero ação/aventura. A primeira versão foi considerada um dos jogos mais populares, muito bem recebido pela crítica e tornou Batman popular também nos videogames.
Com um visual monocromático em 8-bit, o roteiro se desenvolvia da seguinte forma: Robin havia sido capturado pelo Coringa e pelo Charada enquanto consertava o Batmóvel. O jogador, no papel de Batman, deveria procurar pelo garoto-prodígio ao longo do mapa, mas para isso era preciso reunir as 7 partes faltantes do bat-móvel que faltavam e estavam espalhadas por aí.

Os equipamentos eram:

  • Bat-bag, uma maleta que permitia carregar os objetos;
  • Jet Bat-boot, botas que permitiam longos pulos;
  • Batthruster, um propulsor que permitia a movimentação enquanto você caia (talvez uma espécie de precursor do Bat-claw dos jogos modernos?);
  • Low Gravity Batbelt, um cinto de utilidades que reduzia pela metade a velocidade da queda.

Itens disponíveis:

  • Extra Life, para aumenta o número de vidas;
  • Energy, que aumentava a velocidade durante determinado tempo;
  • Shields, tornava Batman invulnerável por determinado tempo;
  • Jump, que duplica a capacidade normal de pulo de Batman.

Batman foi o primeiro jogo a ter a opção de um sistema de checkpoint, como opção para jogadores que quisessem recomeçar o jogo de determinado ponto. O checkpoint era um Batsinal, custava uma do máximo de 8 vidas possíveis para o Morcego, e você podia retornar com a mesma health , itens e equipamentos.
Um remake freeware foi lançado em 2011 com o nome de Watman (clique aqui para ver), e em 2002 foi lançado um remake para for Game Boy Advance sob o nome de Gwatman.

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“Batman: The Caped Crusader” (1990)

Desenvolvedora: Special FX Software Ltd
Designers: Jonathan Smith, Charles Davies e Keith Tinman
Plataformas: Amiga, Amstrad CPC, Atari ST, Commodore 64, MS-DOS, ZX Spectrum

CapaNesse jogo no estilo arcade, Batman enfrenta dois de seus maiores inimigos: o Penguim e o Coringa. O jogo se divide em duas partes separadas, uma para cada vilão, que podiam ser jogadas em qualquer ordem.
Batman enfrentava os inimigos com socos, chutes e seu batarangue, e também resolvia desafios que apareciam em seu caminho.
Os gráficos foram baseados no estilo dos painéis de quadrinhos. Quando você entrava em uma nova parte do mapa, a área antiga não desaparecia do nada, mas ia sendo incorporada ao background. A Your Sinclair deu a esse jogo um ranking 9/10, por seus gráficos expressivos e o sistema de divisão em duas partes. A Computer Gaming World também fez uma critica positiva a respeito dos gráficos.
Batman: the Caped Crusader foi considerado um jogo a frente do seu tempo por ser mais voltado para a resolução de puzzles para prosseguir no jogo do que na ação, em bater nos vilões e dirigir o Batmóvel cheio de luzes coloridas.
Foi considerado um jogo complexo, porque em nenhum lugar se explicava o que você tinha que fazer – ao contrário da maioria dos jogos dos anos 80, em que as instruções vinham junto com o manual do jogo. O jogador não tinha uma pista do que iria enfrentar, e precisava ir na base da tentativa-e-erro.

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“Batman – The Video Game” (1990)

Desenvolvedora: Ocean Software
Plataformas: Amiga, Amstrad CPC,Apple II, Atari ST,Commodore 64, MS-DOS,ZX Spectrum

CapaEsse jogo foi baseado no filme de 1989 de Batman. Consistia em 5 estágios baseados nos evento diretamente do filme. Cada estágio tinha um tempo limite e um medidor de energia, que era o rosto do Batman se transformando em rosto do Coringa conforme ia perdendo vida.
O primeiro estágio era Batman navegando pelo Axis Chemical Plant para enfrentar Jack Napier, no incidente em que ele se tornou o Coringa (!) Nesse nível, o jogo oferecia a opção de utilizar o Batarangue para se defender dos inimigos, acessar plataformas e pular vãos.
No segundo nível, Batman usava o Batmóvel para destruir pontos de tráfico e evitar a polícia. No terceiro nível, tinhamos um puzzle em que Batman precisava decifrar os componentes do Smilex, a toxina mortal que Coringa havia vendido na cidade. O quarto nível se passava numa Parada promovida por Coringa, e ele precisava usar os batarangues para cortar balões cheios de gás venenoso que sobrevoava a cidade, sem estourar os balões. E o nível final era uma continuação do primeiro nível, em que Batman encontrava Coringa no topo da Catedral de Gotham para o confronto final. A maioria dos elementos foi criada somente para o jogo.

Algumas das armas utilizadas:

  • Fisticuffs – a arma principal de Batman, o soco, que era um dos ataques mais úteis. Não gastava munição, e destruía a maioria dos inimigos com poucos golpes;
  • Batarang – Consumia uma unidade de munição por lançamento, mas podia acertar vários inimigos de uma vez. Utilizada para quando Batman estava longe demais para acertar os inimigos com um soco;
  • Spear Gun – Um lança-dados que consumia duas unidades de munição, e podia atingir um inimigo através de todo o cenário;
  • Dirk – Um ataque de três discos, útil contra inimigos que estavam num andar abaixo. Consumiam três unidades de munição.

Power-ups:

  • Bonus Item – Dava ao Batman 1000 pontos;
  • Pellet Item – Concedia 10 unidades de munição.

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“Batman Returns” (1992)

Desenvolvedora: NES, SNES,Mega Drive/Genesis,Mega-CD, Master System,Game Gear, Lynx, Amiga,PC
Designers: Dentons (Amiga) / Spirit of Discovery (PC) / Aspect Co., Ltd. (Game Gear, Sega Master System) / Acme Interactive / Malibu Interactive (Mega Drive/Genesis, Mega-CD/Sega CD) / Atari (Lynx) / Konami (NES, SNES)
Plataformas: NES, SNES,Mega Drive/Genesis,Mega-CD, Master System,Game Gear, Lynx, Amiga,PC

BatmanReturnsCoverartO jogo foi uma versão de videogame para várias plataformas baseada no filme de mesmo nome. A versão para o Sega (Sega Mega Drive/Genesis, Sega Mega-CD, Sega Master System e Sega Game Gear) foi publicada pela própria Sega, enquando as versões do NES e do Super NES foram desenvolvidas e publicadas pela Konami. A versão para PC foi publicada pela Konami e desenvolvida pela Spirit of Discovery. A versão para Amiga foi desenvolvida pela Denton Designs e publicada pela Konami e, por fim, a versão para Atari Lynx version foi publicada pela própria Atari.
A versão de SNES lançada em 93 e era basicamente um jogo de luta em que você precisava ir em direção à direita do mapa (beat’em’up e side-scrolling), que era muito popular na época. Os cenários contemplavam 7 cenas do filme “Batman Returns”. Vários membros do “Red Triangle Circus Gang” atacavam Batman durante o jogo, e ele se defendia com as armas que tinha disponíveis. Havia cenários em 2D e em 3D, e cada fase terminava com um chefe, que precisava de um pouco mais de esforço para ser vencido.
O quinto nível consistia em Batman dirigindo o Batmóvel para perseguir uma gangue num van fortemente armada, e o Batmóvel usava uma arma poderosa para atirar. As críticas ao jogo foram positivas, a despeito de alguns comentários sobre sua falta de originalidade. Os gráficos, sons e controles foram o motivo dos elogios. Na versão do NES, o jogador só tinha uma barra de vida, que podia ser expandida através de itens encontrados no cenário. Havia um sistema de save com senha. A versão de Mega Drive/Genesis eram mais ou menos idênticas, mas a edição do CD também continha um CD de áudio com animações da arte do jogo, e alguns níveis de corrida em 3D. A versão para Atari Lynx era em 2D, com alguns dos melhores gráficos para Atari já disponíveis. Esse jogo foi conhecido por ser um dos mais difíceis até então. A versão para PC, publicada pela Konami, era considerada um jogo de aventura porque também misturava elementos de estratégia e RPG.
A versão para Amiga foi controversa porque trazia um bom número de bugs, e era praticamente impossível de jogar.

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“Batman: Return/Revenge of the Joker” (1992)

Desenvolvedora: Sunsoft / Ringler Studios (Genesis)
Designers: Naoki Kodaka, Nobuyuki Hara, Shinichi Seya (NES) / Tommy Tallarico (Mega Drive) / David Whittaker (SNES)
Plataformas: NES, Game Boy,Sega Mega Drive/Genesis

600full-batman--revenge-of-the-joker-cover“Return” é o título para NES e Game Boy, enquando “Revenge” é o título para Sega/Genesis. O roteiro começa com Coringa escapando do Asilo Arkham, e tentando deixar Gotham no caos. O modo de jogo é basicamente scrolling lateral com várias técnicas de pulo, defender-se de inimigos e chefes e impedir que Gotham seja tomada pelo Coringa.
Os gadgets de Batman são um cinto de utilidades que o permite coletar ícones ao longo dos estágios. Ele é armado com vários tipos de batarangues e projéteis (exceto na versão de Game Boy, que possuía apenas um batarangue). Era possível fazer power-ups das armas em caixas ao longo dos níveis, e também coletar energias. Os chefes possuíam uma inovação em relação aos jogos anteriores: ao invés de Batman perder energia por um sistema de “barras”, energia ia diminuindo por pontos, aumentando a variação possível danos ao levar golpes dos chefes.
Os níveis eram compostos de uma fase na neve, um trem em movimento, uma base militar, torres de observação… Dois níveis específicos requeriam que você corresse e evitasse explosões ao longo dos carros que pegavam fogo nos níveis. Batman também precisava usar um jetpack em algumas missões.
A versão para console possui um ponto de save com senha, para voltar ao ponto em que se parou no jogo; e na versão para Game Boy era possível selecionar um nível no começo do jogo.

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“The Adventures of Batman & Robin” (1994)

Desenvolvedora: Konami (SNES), Clockwork Tortoise (Mega Drive/Genesis e Mega-CD/Sega CD), Novotrade (Game Gear)
Designers: Jesper Kyd (Mega Drive/Genesis)
Plataformas: Super NES,Mega Drive/Genesis,Mega-CD/Sega CD,Game Gear

Adventures_of_Batman_and_Robin_SNESNesse jogo, boa parte dos vilões de Batman aparece: Coringa, Hera Venenosa, Pinguim, Mulher-Gato, Duas-Caras, Espantalho, Charada, Cara-de-Barro, Arlequina e Homem-Morcego. Alguns personagens aparecem para dar um suporte ao Morcego: Alfred, o Comissário Gordon e Bárbara Gordon.
O jogo consiste em um jogo de corrida e tiro onde Batman e Robin precisam parar o Senhor Frio, que planeja congelar Gotham. Para impedir que a Dupla Dinâmica o encontre facilmente, Frio liberta Coringa, Duas-Caras e o Chapeleiro Maluco do Arkham, cada um com sua fase: Coringa rouba diamantes de Gotham, Duas-Caras planeja invadir Gotham de avião e o Chapeleiro Louco está criando um exército de robôs para atacar a cidade.
É possível duas pessoas jogarem simultaneamente; um com Batman e um com Robin. Os dois personagens são equiparados em poder de fogo, usam batarangue, maças ou shurikens para longos ataques. Existem quatro níveis que consistem em diversos estágios. Em alguns níveis é possível controlar aviões também.
Foi considerado um jogo difícil de se completar, mas um portfólio interessante dos feitos visuais e sonoros que o Mega Drive e o Genesis possuíam até então.

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“Batman Forever: The Arcade Game” (1996)

Desenvolvedora: Iguana Entertainment
Designers: Acclaim Entertainment/ Acclaim Japan
Distribuidor: Warner Bros. Interactive Entertainment / DC Comics
Plataformas: Arcade, Sega Saturn,Microsoft Windows, PlayStation

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Novamente nesse jogo o personagem pode escolher entre Batman e Robin. No jogo eles circulam por Gotham lidando com os capangas de Charada e Duas-Caras. Na verdade, não há muitas inovações em relação ao jogo anterior; uma delas é um sistema de combos de ataque que pode ser feito apertando botões rapidamente e desacordando os inimigos. Foi chamado de um jogo de “amassar botões” (sabe quando você fica desesperado socando todos os botões para golpear os inimigos? Então). Porém a maioria dos inimigos já desacorda com uma série simples de golpes.
O sistema de locomoção não é tão complexo. Os gráficos são um pouco “duros”, e a trilha sonora contém excertos e efeitos sonoros do filme lançado em 1995. As cores também seguem a tendência “colorido até demais para um jogo do Batman”, ou seja, abusando de tons pastéis e primários. A definição é pixelada, as animações não são muito bem desenvolvidas. Foi muito criticada por não ter opções de fase no Batmóvel (que, como percebemos nos textos acima, é algo que os jogadores prezam muito, e também uma demanda recente para os jogos da série Arkham).

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“Batman & Robin” (1997)

Desenvolvedora: Probe Entertainment Tiger Electronics
Distribuidor: Warner Bros. Interactive Entertainment
Plataformas: PlayStation, Game.com

Batman_And_Robin_capaEsse é um jogo no estilo Sandbox, isto é, ele pode circular pelo mapa cumprindo as missões que encontrar ao longo do cenário. O Morcego se deparava com pedestres e cidadãos ao longo das suas missões. Três personagens estavam disponíveis (os mesmos do filme lançado no mesmo ano): Batman, Robin ou Batgirl. Cada um contava com um veículo (provavelmente para corrigir a demanda que o jogo anterior havia deixado): Batman usava o Batmóvel, Robin usava a Redbird, a sua moto, e a Batgirl usava a Batblade do filme. O jogador circulava por Gotham City completando várias missões individuais como impedir Sr. Frio de roubar um banco. Muitos eventos não estavam ligados entre si.
Era possível se utilizar da tecnologia disponível no Batcomputador, e ele tinha um tempo limitado para desvendar os mistérios, ou então os acontecimentos prosseguiam e você falhava na missão. Sobre as missões, aliás, algumas eram baseadas nos eventos do filme, enquanto outras foram criadas especificamente para o jogo.
Bem, assim como o filme, o jogo foi extremamente criticado e fez pouco sucesso comercialmente. Foi considerado medíocre, e recebeu note 5/10 numa análise da IGN.

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“Batman Beyond: Return of the Joker” – (2000)

Desenvolvedora: Kemco
Distribuidor: Ubisoft
Plataformas: Game Boy Color, PlayStation, Nintendo 64

Batman_Beyond_-_Return_of_the_Joker_CoverartBatman Beyond foi um jogo de beat’em up/side-scrolling, com uma iniciativa de inserir elementos em 3D. Não foi um jogo muito complexo, na verdade. Baseou-se na animação Batman Beyond.
Suas missões no jogo eram coletar diversas armas novas, conseguir avançar no cenário a despeito do monte de inimigos de Batman. Coringa havia ressuscitado sua carreira como Palhaço do Crime, só que muito mais perigoso do que nunca. (Chegou a se questionar se era o Coringa realmente, um novo Coringa, um Coringa clonado ou um pupilo do Coringa). O poder de ataque de Batman era muito limitado, com apenas alguns socos, cruzados e chutes. Ele não podia se locomover das maneiras necessárias, então isso limitava até mesmo o ataque dos inimigos, já que eles também não se moviam na vertical. Nem todos os gadgets do cinto de utilidades eram úteis, outros eram absurdamente fracos.
Em relação ao roteiro foi necessário dar um “gás” para superar o fracasso dos dois jogos anteriores, e explorar o espírito de aventura do Cavaleiro das Trevas – aumentando o número de portas a se investigar e de caminhos possíveis a se seguir. Os gráficos estão menos brilhantes e mais difíceis de se perder. Ao se explorar o cenário você conseguia mais power-ups e gadgets, construindo um objetivo de exploração no jogo (e não apenas a sensação de estar andando a esmo pelo mapa).
As roupas ainda não estão perfeitas, as expressões dos capangas ainda estão duras e rígidas, mas Batman está bem trabalhado. Foi considerado um jogo bom, comparado ao que era esperado por causa dos dois jogos anteriores, fracassos de crítica.

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“Batman: Gotham City Racer” (2001)

Desenvolvedora: Sinister Games
Distribuidor: Ubisoft
Plataformas: PlayStation

Batman_Gotham_City_Racer_PalUm jogo de corrida em Gotham City. Você podia correr como Batman, Asa Noturna ou Batgirl, ou então escolher um dos 23 vilões disponíveis, como Coringa, Sr. Frio, Mulher-Gato, Crocodilo, etc. Havia mais de 15 veículos equipados com armas como batarangues, gás hilariante, ganchos, e etc. Contando com 51 missões baseadas nas animações “The New Batman Adventures”, até com pedacinhos da série mostrados no jogo. Havia também modos de corrida: corrida livre, modo patrulha, perseguição a um criminoso ou então escapar de Batman. Era possível jogar com um amigo em missões herói vs vilão. O cenário era a área urbana de Gotham. Bom, não tem muito o que falar sobre o roteiro, é um jogo de corrida que lembra Mario Kart pelas habilidades divertidas que você poderia explorar para vencer a corrida.

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“Batman: Vengeance” (2001)

Desenvolvedora: Ubisoft Montreal
Distribuidor: Warner Bros. / Interactive Entertainment / DC Comics
Plataformas: PlayStation 2, Game Boy Advance, GameCube, Xbox, Microsoft Windows

Batman_VengeanceEm Batman: Vengeance, o crime toma conta de Gotham e Batman está no centro de uma conspiração. Após salvar uma mulher chamada Mary Flynn de uma explosão na fábrica química de Gotham, Batman decide desvendar os mistérios da cidade e acaba parando na ponte de Gotham, parcialmente demolida, onde enfrenta o Coringa. Depois do duelo, ambos caem no rio de Gotham; Batman tenta salvar Coringa, mas ele se recusa e aparentemente morre. Mas Coringa não morreria fácil assim, então era preciso investigar. Senhor Frio também aparece no jogo, atacando as indústrias do Gotham, empreitada mal-sucedida pelo uso do Bat-avião.
Em paralelo, Batgirl persegue a pista do rastreador achado em Mary Flynn – que é, na verdade, Arlequina, negociando com um homem misterioso. O roteiro desse jogo é muito complexo, Hera Venenosa também aparece, e Batman precisa combater todos os vilões enquanto procura saber a verdade por trás da suposta morte de Coringa, defender Gordon e a polícia e evitar que a cidade seja destruída. Enfim, não vou dar spoiler para não perder a graça de quem eventualmente for jogar (lembrando que, dos jogos aqui descritos, os mais recentes podem ser baixados com facilidade para se jogar nas plataformas correspondentes ou em emuladores para pc).
O cenário e o design dos personagens foi retirado, também, da The New Batman Adventures, e recebeu diversos elogios da crítica.Os pontos fortes destacados foram as dublagens, a complexidade do roteiro, as cenas praticamente cinematográficas. Um dos pontos fracos foram as cenas em primeira pessoa, o que limitava as habilidades do jogador. E a versão para PC foi considerada ruim porque os controles eram extremamente confusos.

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“Batman: Dark Tomorrow” (2002)

Desenvolvedora: HotGen
Publicadora: Kemco
Plataformas: Xbox, Nintendo GameCube

Batman Dark TomorrowA primeira coisa que me chamou atenção nesse jogo foi a utilização de vilões que passaram meio despercebidos até agora. Batman está tentando encerrar uma entre as gangues do Scarface & Ventríloquo e do Máscara Negra, quando descobre que o Comissário Gordon foi sequestrado e está sendo mantido refém no Arkham. Lá ele encontra Zsasz, o vilão Caça-Ratos, e adivinhem quem está mantendo Gordon refém? O Coringa. Puxa vida, esses desenvolvedores podiam ser um pouco mais criativos. O Coringa é, de fato, o nêmesis do Batman, mas é muito difícil escolher outro vilão para ser o protagonista dos eventos mais importantes dos jogos?
Tá, vamos aceitar isso e continuar. Aproveitando-se que Batman está um “pouquinho” ocupado no Arkham, Ra’s Al Ghul revela que seu novo plano megalomaníaco de destruição mundial está quase no fim, e é claro que isso é um assunto para o Morcegão resolver. Ele conta com a ajuda de Oráculo, Robin, Batgirl (Asa Noturna não aparece no jogo, mas ele é mencionado num diálogo). A relação complicada de Batman com Talia também é mencionada.
Outros vilões que também aparecem no jogo são: Senhor Frio, Hera Venenosa, Crocodilo, etc.
O jogo recebeu críticas muito negativas porque sua jogabilidade era confusa, as missões eram repetitivas e havia muitos ângulos de câmera totalmente incompreensíveis; também não havia uma maneira de “fechar” o jogo – ele tinha uma espécie de “inception” – e sua mecânica complicada. Foi considerado pelo IGN um jogo extremamente desapontador, e ganhou da Electronic Gaming Monthly o prêmio de “Shame of the Month” (Vergonha do Mês). Uma versão para Playstation 2 era planejada, mas como não podia deixar de ser, ela foi cancelada.

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“Batman: Rise of Sin Tzu” (2003)

Desenvolvedora: Ubisoft Montreal
Distribuidora: Warner Bros. Interactive Entertainment / DC Comics
Plataformas: Xbox, PlayStation 2,Game Boy Advance,GameCube

batman_rise_of_sin_tzu_dvd_ntsc-5bcdcovers_cc5d-frontEsse é mais um jogo de beat’em’up. O jogador podia escolher entre jogar sozinho ou no modo cooperativo. Ele ganhava prêmios ao completar os níveis, além de sistemas de upgrades nos seus equipamentos. Também era permitido adquirir novas habilidades para os personagens (me lembrou bastante o sistema de upgrades dos jogos recentes, como o Arkham Asylum e o Arkham City).
No modo de desafio você poderia enfrentar grupos de capangas assim, sem roteiro, apenas a boa e velha pancadaria (sim, exatamente como o modo de desafio dos jogos recentes).
Havia limite de jogo no tempo, e 4 níveis de dificuldade: ‘Easy’, ‘Medium’, ‘Hard’ e ‘Dark Knight’ (uma denominação sagaz que poderia ter sido aproveitada nos outros jogos). O roteiro traz como vilão principal o Sin Tzu, um personagem misterioso que Batman nunca havia enfrentado antes. Ele decide deixar Gotham em meio ao caos, até aí nenhuma novidade, a surpresa é o dia em que ele escolhe para fazer isso: o aniversário de assassinato dos pais de Bruce Wayne. Outros vilões que dão a cara nesse jogo são o Espantalho, o Cara-de-Barro e Bane. E Batman conta com a ajuda de Robin, Batgirl e Asa Noturna. Em questão de habilidades de combate, Batman é o mais forte e com os ataques mais poderosos, mas relativamente lento nos ataques. Batgirl tem ataques fracos, mas se move com maior agilidade dentre os quatros personagens. Robin tem ataques rápidos, mas causa menos dano que Batman e Asa Noturna. E o Asa Noturna é o mais equilibrado entre os personagens – combinando agilidade e força.

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“Batman Begins” (2005)

Desenvolvedora: Eurocom (GC, PS2 & Xbox) / Vicarious Visions (GBA) / Publicadora: EA Games
Distribuidora: Warner Bros. Interactive Entertainment / DC Comics
Plataformas: Game Boy Advance / GameCube / PlayStation 2 / Xbox

CapaBatmanBeginsAgora estamos entrando na fase mais moderna dos jogos do Morcego. Esse jogo foi lançado em conjunto com o filme Batman Begins.
Ele traz uma inovação que é uma característica muito forte do Batman: o sistema de intimidação de inimigos para obter confissões, através de recursos disponíveis no cenários. Pode-se dizer que o combate então era baseado em “Fear & Interrogation” (um dos slogans é: Fear is your weapon). Os capangas assustados tornam-se alvos muito mais fáceis, e o medo faz com que eles digam as informações necessárias ou códigos-chaves muito mais rapidamente.
Alguns gadgets eram utilizados para assustar os inimigos, como granadas de fumaça, flash bangs, e o “HF Transpoder”, que convocava Morcegos para atordoar os adversários. O jogo lembra bastante a série Splinter Cell, como Batman chegando nos inimigos silenciosamente e os desacordando por trás. O combate combinava elementos de artes marciais com técnicas de luta ocidental.
O roteiro era basicamente o mesmo do filme, mostrando a ascensão de Bruce Wayne como jovem bilionário até se tornar o temido protetor de Gotham. Era pequenas as modificações, e com cenas do filme aparecendo na tela para dar contexto às cenas do jogo. Inclusive, muitos dos atores foram responsáveis pela dublagem dos seus respectivos personagens. Também era possível criar um final adicional em que Batman era forçado a destruir o Batmóvel para salvar Gotham.
Críticas ao jogo foram feitas devido à sua excessiva linearidade e à inteligência artificial irreal. Mas não se pode negar que foi um predecessor bastante adequado aos jogos que se seguiriam.

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“Lego Batman: The Videogame” (2008)

Desenvolvedora: Traveller’s Tales/TT Fusion(Nintendo DS)/ Robosoft Technologies (Mac OS X)[1]
Publicadora: Warner Bros. Interactive Entertainment/ DC Comics / Feral Interactive (Mac OS X)
Plataformas: Cloud (OnLive) / Mac OS X / Microsoft Windows / Nintendo DS / PlayStation 2 / PlayStation 3 / PlayStation Portable / Wii / Xbox 360

LEGO Batman PAL cover2Um jogo de uma série baseada em jogos de Lego. O jogador controlava qualquer um de um vasto número de personagens disponíveis, lutando contra inimigos, resolvendo puzzles e coletando a moeda do jogo. Usar ataques combinados aumenta o montante de moedas acumuladas. O jogo se passa em Gotham (jura?) e os cenários não são tão infantilizados quanto os personagens – exceto os objetos com os quais era possível interagir, esses são construídos de Lego. Era preciso arrastar ou até mesmo combinar certos Legos para prosseguir no jogo. Os combates eram feitos na terra, no mar e no água, usando um bom número de veículos patrocinados pela Wayne Enterprises. Habilidades novas para os Morcegos foram introduzidas, como pegar e carregar os inimigos e se equilibrar em corda-bamba.
É possível jogar em modo cooperativo, ao longo de 30 níveis (15 para os heróis e 15 para os vilões), além de níveis secretos como a Mansão Wayne e o Asilo Arkham. O jogo é dividido em 5 capítulos, e quando você completa o modo Story pode andar livremente pela cidade no modo “Free Play”, com itens colecionáveis adicionais que não estavam disponíveis antes.
As habilidades dos personagens baseiam-se nas habilidades demonstradas nos jogos: Coringa possuía uma bateria de choque que eletrocutava Batman quando esse apertava sua mão, e Pinguim conseguia deslizar com seu guarda-chuva.
Os heróis principais são Batman, Robin, Batgirl e Asa Noturna, com cores próprias que podem ser modificadas ao longo do jogo. Alguns personagens são desbloqueados após cumprir certa meta no jogo, como Silêncio, e outros podem ser criados na suíte de criação de personagens (como Azrael, a Caçadora, Máscara Negra e Salteadora).

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“Batman: Arkham Asylum” (2009)

Desenvolvedora: Rocksteady Studios
Publicadora: Eidos Interactive / Warner Bros. Interactive Entertainment
Distribuidora: Time Warner / Square Enix
Plataformas: PlayStation 3, Xbox 360, Microsoft Windows, OS X, Cloud (OnLive)

Resenha por Paul Richard

COVERLançado entre agosto e setembro de 2009, desenvolvido pela Rocksteady, um estúdio britânico pouco conhecido, Batman: Arkham Asylum é um jogo que impressiona do começo ao fim. Os jogos do Batman, até o momento, foram jogos que ficavam entre o medíocre e o “apenas bom”, nunca nenhum conseguiu ficar no nível técnico e de acabamento que a Rocksteady alcançou. Não apenas em termos técnicos como gráficos e performance, mas também em história, enredo, atuação e riqueza de conteúdo, Batman: Arkham Asylum é um jogo que apela não apenas pro fã assíduo do Homem Morcego, mas também pra qualquer gamer que se diverte com um bom adventure terceira pessoa. Começando pela história, os caras por trás desse game tiveram uma abordagem bem diferente no que diz respeito a história e enredo. As principais diferenças de um game ou desenho pro filme sobre o Batman é que dispõe de várias e várias horas pra abordar um personagem que tem mais de 50 anos de existência. O que é bem diferente de um filme. Quando você vai fazer um filme de um super-herói, você tem que comprimir uma história de décadas em pouco mais de 2 horas. Com jogos você não tem essa limitação, e a Rocksteady não perdeu tempo com essa liberdade criativa, e escalou Paul Dini pra criar a história do jogo. Para aqueles que não estão familiarizados com esse cara, Paul Dini é conhecido por ter escrito um monte de histórias pra DC envolvendo Batman, Super-Homem e outros personagens chave da DC, assim como escreveu o roteiro de diversos episódios da aclamada Batman: The Animated Series, aquele desenho do Batman dos anos 90, muitíssimo bem criticado. E foi isso que garantiu a qualidade da história do jogo, porque não foi alguém com pouca experiência no Batman escrevendo um roteiro de filme ou algo assim. Eles chamaram um cara com mais de 10 anos de experiência em escrever contos do Batman, num jogo com mais de 20 horas de gameplay, tempo mais que suficiente pra desenvolver uma trama com boa profundidade – com a mesma alma dos quadrinhos e desenhos, com personagens feitos a muito tempo mas que ainda assim conseguem ser novos e interessantes.
Apesar do jogo ter um tempo que foi lançado, eu não vou me estender muito nela pra evitar spoilers para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de jogar esse jogo, mas a história vai mais ou menos assim: algumas semanas antes do jogo ocorrer, houve um incêndio suspeito e de grandes proporções na prisão Blackgate, conhecida por ser a prisão cuja maioria de seus internos são associados a máfia e aos supercriminosos de Gotham. Esse incêndio deixou o lugar inutilizável e até os reparos necessários forem feitos, os detentos tiveram que ser realocados para o Asilo Arkham, o lar dos insanos criminosos. Tempos depois, durante mais uma longa noite de ações criminosas, reféns e explosões, o Coringa é apreendido por Batman, que o leva diretamente para o Asilo Arkham. Porém desconfiando da facilidade com que Coringa foi pego, Batman decide acompanhar todo o processo de encarceramento do Príncipe do Crime. Suas suspeitas se confirmam quando durante o referido processo a Arlequina, que também estava sendo mantida no Asilo, através de ajuda interna, toma controle da central de segurança do Asilo, efetivamente controlando o lugar todo e liberando detentos de sua cela, criando o caos e a desordem. Daí em diante o Batman tem a árdua tarefa de controlar a desordem, prender bandidos que estão escapando, enfrentar alguns vilões do passado, capturar o Coringa e Arlequina e descobrir o que eles almejam com todo esse plano. Cheio de plot twists e cenas de ação bem escritas compassadas com momentos de exploração do rico cenário do jogo e boas doses de um humor ora psicótico, ora bobo, a trama segue uma linha lógica de fácil compreensão, que consegue assustar e surpreender o jogador.
A seleção de personagens é gigante. Além dos óbvios, como Coringa, Arlequina, Comissário Gordon, muitos outros marcaram presença no jogo, como Bane, Hera Venenosa, Killer Croc, Espantalho e outros mais, alguns ajudando diretamente no plot do Coringa ou tendo suas próprias agendas no caos que se instaurou. Alfred também aparece no jogo porém não é visto em momento nenhum já que ele apenas dá suporte de longe, na mansão Wayne, ao longo dos acontecimentos do jogo. Num papel similar está o Oráculo, que pra quem não sabe foi a primeira Batgirl, filha do comissário Gordon, e aleijada da cintura pra baixo por um tiro que o Coringa deu que atingiu sua coluna. Alguns personagens importantes porém não deram as caras, como Mulher-Gato ou Robin, embora eles tenham aparecido e tidos papéis mais importantes no jogo seguinte da série, o Batman: Arkham City. De forma similar ao Oráculo e ao Alfred, o Charada também aparece no jogo embora não em corpo, e sim através de charadas que podem ser resolvidas e coletáveis a serem pegos espalhados ao longo do jogo. Essas Charadas liberam artes conceituais e pequenos contos que enriquecem e explicam ainda mais a trama do jogo, assim como acontecimentos anteriores a ela.
Além de vilões carismáticos e psicóticos, o jogo simula com sucesso praticamente todos os aspectos dos contos do Homem-Morcego, como o ambiente obscuro e psicologicamente pesado, com momentos que testam os limites do medo e da resistência psicológica do Batman, o Coringa fazendo piadas e ameaças aos seus capangas, um completo desinteresse a vida por parte dos capangas que ao longo do jogo matam indiscriminadamente praticamente todos os doutores e pessoal da segurança do Asilo.
No interior da ilha onde o Asilo até existe uma Batcaverna, secretamente construída por Bruce para situações como essa que ocorre no jogo, da mesma forma que é descrita em desenhos e quadrinhos – o que garante um sentimento de familiaridade toda vez que você visita, àqueles que acompanham o Batman em outros mídias. Claro, outro aspecto que não poderia deixar de ser explorado no jogo são os gadgets e veículos do Batman, que também desempenham papel importante no jogo quando permitem que você alcance lugares especiais ou fazer aquele movimento especial que ajuda durante combates com vários capangas ou chefes. Todos os clássicos estão aqui como o Batmobile ou a Batwing, assim como o Batarangue, o Gancho que serve tanto pra puxar inimigos como pra alcançar lugares inalcançáveis, bombas de fumaça, e outros gadgets que ajudam nos combates do jogo. Ah sim, os combates do jogo.
A mecânica do jogo é bem simples, porém funcional como sempre. O jogo é focado em obtenção de pontos de experiência, que você ganha desde resolvendo as citadas charadas do Charada, como derrubando inimigos, e que dependendo da sua proficiência em combate – se você consegue fazer combos longos e diversificados – você pode faturar bônus em experiência. Esses pontos de experiência podem ser utilizados na menu da Wayne Tech no jogo. É através desse menu que o jogador, usando os pontos de experiência, destrava novos gadgets, ou melhorias para os que você já tem, assim como novos golpes que permitem você atacar vários capangas de uma vez, ou que permitem você incapacitar um capanga em apenas um golpe. E por falar em golpes e combate, aqui vai outra característica que torna Batman: Arkham Asylum uma experiência única: o Freeflow combat. O Freeflow combat é a mecânica de luta utilizada no jogo. Ela é de fácil compreensão e bem intuitiva, onde você, durante um combate com vários capangas, apenas olha para o capanga que você quer bater com a visão do mouse e então clica para efetuar um golpe, porém existem regras: se você errar um golpe ou levar um golpe do inimigo, o seu multiplicador de pontos de experiência é resetado, além de você receber dano, claro. E além dos golpes de artes marciais do Batman você também pode usar atalhos de acesso rápido aos gadgets, onde eles podem ser utilizados de forma rápida e precisa nos capangas, seja nocauteando-os com uma batrangue ou puxando-os com o gancho e depois os socando. Essa liberdade de poder misturar golpes com gadgets faz desse sistema de luta uma diversão sem fim, que garante a você a capacidade de poder derrubar vários inimigos de uma vez, perfeito para os momentos onde você tiver que enfrentar ao mesmo tempo 10 inimigos ou mais, armados ou não. E acredite, existem situações como essa. E para momentos onde a sutileza e furtividade do Batman é necessária, como por exemplo situações com refém, ou quando você precisa capturar um chefe ou capanga de importância, o jogo criou o conceito do modo Predador. O modo predador é um modo onde, dentro de um ambiente, o jogador deve se mover sem chamar a atenção dos capangas, aniquilando-os um por um, criando emboscadas usando o cenário ao seu favor, como usar extintores de incêndio pra criar distração sonora ou grades no chão das quais você pode pular e fazer uma surpresa a um capanga. E claro, mais uma vez os gadgets desempenham um forte papel, quando você precisa por exemplo explodir paredes de concretos finas e nocautear quem estiver do outro lado, ou usar um equipamento que inutiliza armas de fogo, pra poder enfrentar frente a frente capangas armados. E a medida que você derruba capanga depois de capanga, eles começam a ficar nervosos e assustados, o que aumenta sua imprevisibilidade, tanto nos caminhos que eles escolhem andar assim como na predisposição deles em utilizar suas armas, que já é bastante pequena, e que só diminui a medida que eles ficam assustados.

O cenário do jogo beira a perfeição, como quase todo o resto no jogo. Arkham aqui está rica e detalhada, com diversos desafios para o jogador, assim como rápidas menções e homenagens a outros inimigos e acontecimentos do universo do Batman. Dividida em ambientes externos e cinco edifícios (como Ala Médica, Encarceramento, Tratamento Pesado e outros que não me lembro agora), o Asilo é um lugar consideravelmente grande, divertido de ser explorado, e com um toque bem único e diferente dos cenários de outros jogos em terceira pessoa por aí. Cada edifício tem uma função pro Asilo e por isso, cada um tem seus detalhes e são bem únicos entre si. Cada qual, com seus segredos, salas e passagens a serem explorados. A medida que o jogo evolui e coisas são explodidas e danificadas, certas passagens se tornam impossíveis de serem utilizadas novamente e novas devem ser usadas no lugar, o que cria a necessidade para novos gadgets e faz o player explorar caminhos alternativos. E bom, já que você vai precisar explorar e estudar tanto assim os ambientes do jogo, você precisará de uma solução tecnológica das empresas Wayne pra te ajudar nisso, e é aqui que o jogo demonstra um dos gadgets mais uteis e um dos que mais ser usado ao longo do jogo, que é a “Visão de Detetive”. A Visão de Detetive não é necessariamente um gadget que você escolhe do menu e o utiliza com cliques ou teclas. É um equipamento que quando ativado, a visão do Batman fica azul escura, onde é possível ver pessoas que estejam bem longe, ou próximas mas que estejam atrás de certos tipos de obstáculos, como paredes ou estantes de livro. Além disso, essa visão ainda diz se a pessoa é amiga ou inimiga, e se está armada ou não, assim como seus batimentos cardíacos, que definem se a pessoa está relaxada ou nervosa. Lembram-se do modo predador descrito no parágrafo anterior? Pois bem, a visão de detetive tem um papel fundamental aqui, uma vez que ela identifica pontos de interessa, por paredes fracas, painéis de vidro, além de dizer se o capanga está nervoso ou calmo. Esse estudo e compreensão sobre a situação da sala no modo predador te garante a possibilidade de, através do uso da estratégia, criar formas rápidas de nocautear os inimigos sem grandes problemas.
O trabalho de sons, vozes e música do jogo, assim como praticamente todo o resto, é fora do normal. A Rocksteady tomou o cuidado de recrutar o máximo possível de dubladores do desenho do Batman dos anos 90. Pra quem não conhece a voz dos caras e só viu o dublado até hoje, como eu, isso de inicio não significou muita coisa.
Mas o segundo que você escuta como os tons de voz, os timbres, a forma como os caras conseguem imprimir uma boa dose de emoção e um sentimento que condiz com o momento, criando uma fala convincente, você percebe como esses caras não brincam em serviço. A música do jogo é orquestrada e tem passagens oras calmas, oras tensas, que combinam com o que se ocorre no momento no jogo, seja uma apenas quando você está de indo de um lugar ao outro, se está no modo predador, ou se está em combate pesado com uma legião de capangas.
Falando de forma sucinta, Batman: Arkham Asylum foi sem dúvida um dos melhores lançamentos do ano de 2009. O jogo é o clássico terceira pessoa de exploração, envolvente e viciante, porém utilizando a temática do Homem-Morcego, executada com extrema perfeição, cheia de nuance eprofundidade, com um valor de replay muito bom. É o tipo de jogo que você vai querer jogar e jogar várias vezes, seja pelos personagens, pela história, pelo cenário ou pelos momentos de combate, recheados de ação e com bons desafios.

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“Batman: The Brave and the Bold – The Videogame” (2010)

Desenvolvedor: WayForward Technologies
Distribuidora: Warner Bros. Interactive Entertainment
Plataformas: Wii, Nintendo DS

capaBatman: The Brave and the Bold é um jogo de beat’em’up em 2D com o visual baseado na série de mesmo nome (traduzida aqui como “Os Bravos e Destemidos”). Cada nível apresenta um episódio diferente e mostra Batman se aliando a vários super-heróis, como Arqueiro Verde e Aquaman, para impedir vários vilões de destruirem Gotham. A versão para Wii pode ser jogada por duas pessoas, cada uma controlando um herói, ou com um jogador, que terá seu companheiro comandado pelo computador. Há acesso a vários gadgets e você pode combinar ataques com seu parceiro de jogo para um dano maior.
Já a versão para Nintendo DS é para um único jogador, que pode alternar entre o controle de Batman e algum dos heróis disponíveis, abusando de suas habilidades para prosseguir em cada nível. E os jogadores que possuem as versões para Wii e para Nintendo podem controlar o Bat-mirim na versão do Wii com o Nintendo DS connectivity.
É um jogo bastante engraçado, na verdade, até pelos equipamentos que eles utilizam. Os combates não são muito complexos, mas não são repetitivos. Para os jogadores mais experientes e exigentes o jogo pode ser massante pela sua simplicidade, mas aqueles menos criteriosos provavelmente encontrarão nesse jogo uma boa diversão. É uma boa pedida para jogar em família devido ao seu estilo mais simples e à ausência de complexidade dos movimentos.

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“Batman: Arkham City” (2011)

Desenvolvedora: Rocksteady Studios
Publicadora: Warner Bros. Interactive Entertainment
Plataformas: PlayStation 3, Xbox 360, Microsoft Windows, Wii U, Cloud (OnLive), OS X

Resenha por Augusto S.

CapaArkham City… ah, a tecnologia. Fazendo surpresas desde… Esse século.
Surpresas mesmo, porque jogo de herói é uma verdadeira loteria. Já viram os jogos do Homem de Ferro e do Superman? Um lixo. Mas estamos falando do Homem-Morcego.
Não que ele só tenha tido jogos geniais. Não, muito pelo contrário, teve MUITO lixo, como vocês podem acompanhar nos textos anteriores, mas a série Arkham veio pra lavar a alma de todo mundo que esperava algo genial.
Tivemos o Asylum, o City e em breve o Origins. A trama do Asylum está no texto do Asylum (e vocês podem ler novamente se quiserem), a trama do City é uma continuação direta. Um pedaço considerável de Gotham é isolado e tecnicamente entregue pra vagabundagem que vazou do Arkham Asylum.
Temos o Hugo Strange (aparentemente) encabeçando o processo todo, os policiais da TYGER que é meio que a força tarefa pra lidar com o povo do Arkham, e os vilões que estão no melhor estilo “Run, Sally, run!” pelas ruas, tocando suas pequenas atrocidades.
Bruce Wayne vai a paisana pra dar umas entrevistas e acaba preso pela TYGER. Hugo Strange descobre a identidade secreta dele, e pra piorar tudo, o Coringa o infecta com um vírus, o obrigando a correr atrás do antidoto durante todo o jogo. Se eu contar mais que isso quebra a graça.
Com certeza um jogo inovador, pois o que mais vemos por aí em jogos Sandbox é ausência de grandes detalhes e capricho com o ambiente. Se você olhar os detalhes do GTA IV por exemplo, vai ver que os prédios parecem enormes caixas de remédio em uma maquete enorme, o que não ocorre com o Arkham City, pois você vai de cima a baixo nos prédios vendo tudo de perto e é tudo bem feito.
No GTA, o que te dá impressão de ser hiper bem feito é a textura, o efeito de luz e sombra com o sol e tal (isso realmente é impressionante), mas no geral, é só uma enorme maquete pra você ficar dentro fazendo o que der na telha.
Quando me falaram “Ah, é um Sandbox, você tem um pedação de Gotham pra circular resolvendo as bagaças do mano Morcego”, claro que imaginei um “GTA: Gotham City”, você fazendo o jogo principal e side-missions, interagindo com meio mundo e tal…. E é quase isso mesmo. Mas claro que a coisa não podia pegar as proporções de GTA, trocando entre mil veículos tanto terrestres quanto aquáticos e aéreos, e óbvio que as missões não são pra gerar dinheiro. Seria até comédia ver o bilionário Bruce Wayne catando dinheiro pela cidade, né.
O mapa de Arkham City não é algo que mereça um “Oh my god. Meninas, falecy. MAIOR MAPA EVER. Vou por no instagram minha cara de derrota, e uma foto do Lucky, meu cachorro maltês #partiu #feiradafruta”. É um mapa razoável, e qualquer falta de extensão é compensada com o fato de que tem INTERIORES enormes, tão bem detalhados quanto o resto da cidade.
E se formos falar das capacidades do personagem, já vira outra covardia. Nos GTA os personagens simplesmente correm, pulam, dão tiro, soco e dirigem vários veículos, só. No Batman fora os movimentos como correr e pular, você plana com a capa, os ataques geram infinitos combos aleatórios, tem golpe de atordoamento e o melhor: os equipamentos.
O que é um Batman sem excelentes equipamentos? Vejam o filme “The Dark Knight Rises”, se o Batman tivesse equipamentos decentes ao invés de uma caixa de estalinhos de São João, o Bane não tinha feito metade do estrago. Então no Arkham City, assim como no Asylum, temos os equipamentos com bastante uso e utlidades. Dentre eles temos:

- Batarangues comuns;
- Batarangues sônicos para atrapalhar sinais e transmissões de aparelhos eletrônicos;
- Batarangues de controle remoto/teleguiados;
- Granada de gelo que congela o piso e os pés de vários capangas ao mesmo tempo;
- Granada de gelo que congela o corpo de um alvo único por um tempo considerável, ou pra tampar saídas de gás e criar plataformas de gelo sobre a água;
- Bomba de fumaça para fugas/camuflagens ou chamar atenção;
- Visão Raio-X (Modo Detetive), pra ver os pormenores das coisas. Atéo batimento cardíaco dos vagabundos você tem na tela;
- O Rifle EMP, conhecido popularmente como “Escopeta de choque”, igualzinho a do filme. Serve tanto pra ativar geradores quanto para atordoar inimigos;
- Sequenciador criptográfico, que é aquele Ipad hiper tecnológico que quebra senhas em tudo que é canto do jogo;
- “Bat-garra”, que nada mais é que o famoso “gancho” popularmente. Serve pra pegar coisas distantes, se puxar pra perto de coisas, ou puxar coisas pra perto de você;
- Gel explosivo. Você passa em uma superfície e detona a distância.
- O atirador de cordas, que tem pelo menos 3 funções: servir de transporte rápido entre um ponto e outro na horizontal, prender o cabo para o Morcego andar em cima, ou até servir como impulsionador para atacar oponentes.

Como podem ver, o Morcego tá 100% equipado nas traquitanas, mas isso não é tudo, durante o jogo, acumulando pontos de experiência pelos combates, você vai dando upgrades no traje, equipamentos e habilidades de combate.
Vilões que aparecem? Segue a lista: Coringa, Bane, Cara-de-Barro, Ra’s Al Ghul, Arlequina, Charada, Mr. Freeze, Chapeleiro, Talia Al Ghul, Hugo Strange, Zsasz, Pinguim, Croc, Deadshot, Silêncio, Hera Venenosa… E um bico do Azrael.
Alguns não tem nada a ver com a história principal, simples side-quests, como o Zsasz, Silêncio, Deadshot e tal, mas é bacana bancar o morcego e investigar para pegá-los pela cidade.
E graças a Odin, eles deram uma modernizada em alguns pontos. Agora o Freeze não usa um aquário na cabeça, o uniforme está mais semelhante a de um astronauta, a Arlequina não está com aquela roupa de bobo-da-corte, e os que já estavam com uma aparência razoável nos tempos modernos eles mantiveram fiéis, como o Silêncio, Ra’s, e Charada. O Coringa tá do jeitão de sempre. O único que achei meio ruim desde o Asylum foi o Bane. Tudo bem, o sujeito é grande, mas aquilo tudo de músculo é sacanagem, chega a estar escroto.
Fora as missões principais, você tem como side-missions impedir crimes dos detentos/pacientes do Arkham contra pessoas de bem que ficaram dentro da “Arkham City”, destruir câmeras da Tyger, estourar balões do Coringa, destruir dentaduras do Coringa, destruir contêiners de TITAN, e a parte mais difícil de todas: os troféus do Charada, e as charadas do Charada (Não. Imagine você se fossem as charadas do Mr. Freeze. Você ia entrar numa gelada. Ok, parei.)

Os desafios do Charada consistem em encontrar respostas para as perguntas dele espalhadas por toda Arkham City, tanto em interiores quanto no exterior, e pegar todos seus troféus. Fora alguns desafios físicos. Alguns dos troféus estão bem a mão ali pra você simplesmente passar por cima e pegar, e outros estão ao final de grandes quebra-cabeças, alguns absurdos de tão difíceis.
Eu posso falar com todas as letras a respeito dos troféus do Charada, pois peguei todos e sei o DIABO que passei. A cada número específico de troféus, o Charada entra em contato com você e a Barbara descobre o paradeiro de mais um refém. É bem interessante.
As charadas são até divertidas de se resolver, apesar de algumas serem deveras complicadas. Os desafios deles vão desde estourar os balões coloridos e dentaduras de corda que o Coringa espalhou pela cidade, quanto desafios físicos tipo dar um mergulho em queda livre de “x” metros” ou planar por “y” de distância.

Espalhados pelo mapa ainda tem diversos easter-eggs, que são como… Segredos, surpresas e/ou extras. Por exemplo, apesar do Espantalho não aparecer no jogo, você encontra a máscara dele no alto de um prédio em construção, encontra um barco cargueiro que aparentemente pertencia a ele, encontra a vaga de carro do Comissário Gordon no estacionamento do Departamento de Policia, cartazes do Máscara Negra e muitas outras coisas,
Os cenários são bastante ricos. Gotham em si tem cara de Gotham, o que ajuda bastante o jogo ficar sombrio. Mas tem os locais “característicos”, igualmente detalhados com capricho, como o esconderijo do Chapeleiro, o esconderijo da Talia e Ra’s Al Ghul e etc. Cenários únicos, uma trama bastante interessante e um final surpreendente.

O jogo ainda conta com o modo “Desafios do Charada”, que são ambientes/cenários esquema “detetive” ou “combate”.
O esquema “detetive” normalmente é um cenário fechado cheio de guardas, e você tem que derrotar todos. Pra completar com mais pontos você tem que executar um total de 3 objetivos, que geralmente se resumem a derrubar o alvo com técnicas/equipamentos específicos.
O modo “combate” é mais simples que cair pra baixo: pancadaria maluca massacration death metal. Vão abarrotar um ambiente fechado de capangas e você tem que derrubar todo mundo com os melhores combos possíveis.
Temos as DLC da Mulher-Gato, que adicionam uns trechos e desafios jogáveis dentro do modo história principal usando a Mulher Gato. Suas próprias animações, falas, comandos, equipamentos… Tudo. Um lance bastante original e bacana, uma vez que a história dela mistura dentro da trama principal do jogo, e após zerar, você pode mudar pra Mulher Gato pra rodar a vontade por Gotham.
Tem a DLC das skins pro boneco morcegótico. Você veste ele com uniforme da tropa Sinestro, uniforme da Batman Incorporated, uniformes antigos e alguns outros.

Outra bem bacana que é uma continuação direta do final do jogo principal é a DLC “A Vingança de Arlequina” (“Harley Quinn Revenge”). Nessa você controla o Robin e o Batman, quase que meio a meio. Os comandos do Robin são relativamente parecidos com o do Batman, a diferença são os equipamentos. O Batman tem bolso até no siso pra guardar coisas, já o Robin não é tão profissional assim. Os equipamentos são menos numerosos, mas ainda assim muito eficientes se usados corretamente.
Ele possui um escudo que serve para segurar tiros, proteger de perigos dentro do ambiente e dar uns solavancos na vagabundagem igual a PM nos protestos. De onde ele tira aquele escuro é um mistério que paira nas mentes desde aquele seriado que o Batman tira aquele bat-escudo de trás da cueca.
Enfim… ele também carrega uns batarangues, uns explosivos adesivos, que você pode colocar em superfícies ou nos próprios oponentes e detonar a distancia. O spray explosivo igual o do Batman, uma Bat-garra que a ao invés de trazer os inimigos até você, puxa você até eles… O lendário bastão que ele usa em sequências normais de luta… Um modo detetive igual ao do morcego velho e é isso ai. Nada de “Oloco, faliu a WayneTech agora”.
Essa DLC é bacana, você tem de lidar diretamente com a Harley Quinn, que cá entre nós tá hiper forçada pro lado sensual, uns decotes loucos e dotes bem avantajados. Vale a pena jogar. Eu comprei o jogo na versão completa, vinha tudo junto. Não sei se eu pagaria separado pra ter essa DLC, mas é bacana sim.

Pra terminar, temos a DLC do Nightwing (Asa Noturna) que… Foi bacana pra quem é fã e tava louco pra fazer aquelas acrobacias no meio das lutas e tal. O problema é que só se usa o Asa durante os Desafios do Charada. Não fizeram falas pra ele, poucas animações e um modo detetive horroroso preto e branco que mais atrapalha do que ajuda.
O ponto bom é que o estilo de luta e equipamentos foram totalmente originais. Você arremessa os bastões, dá choque usando eles, tem os batarangues, bat-garra, combos e counters lindos de se aplicar… Movimentação única.
Mas ele não tem capa né, então ele não pode planar como o Batman e o Robin, eles tentaram compensar isso colocando o cara pra dar uns saltos meio sobrehumanos que provavelmente nem o próprio Dick Grayson poderia dar, mas em todo caso, vamos fingir que tá tudo certo.

O que esse jogo ficou devendo no geral? Alguns poucos pontos.

Primeiro: Os desafios do Charada são repetitivos e cansativos, e os troféus do Charada no jogo… Após resgatar o último refém ainda ficam sobrando mais alguns que se você catar ganha de brinde um lustroso e invejável N-A-D-A. É uma dificuldade do cacete pra não ter NADA em troca, só passar tempo.
Segundo: Depois que zera e termina todos objetivos, não tem replay. “Aaah que maneiro derrotar o Zsasz! Quero fazer de novo esse trecho!”. Não faz. Começa a jogar do zero, e quando chegar nesse exato ponto daqui uns dias, você repete.
Terceiro: Se puseram uma DLC que introduz trechos de ação da Mulher Gato e uma DLC que você joga um grande pedaço do jogo com o Robin… Porque raios não fizeram algo do gênero pro Asa Noturna ao invés de apenas uns desafios do Charada? O Dick Grayson é o segundo personagem mais velho e importante desse muquifo e só ganha umas salinhas extras nos desafios do Charada? Se puderam misturar a Mulher Gato na trama principal podiam ter misturado ele e/ou o Robin também. Ou um trecho a mais de história com o Asa Noturna igual fizeram com o Robin na “Harley Quinn Revenge”.

Ás vezes parece que nas reuniões de produção dos jogos o povo senta em circulo na mesa e se pergunta “E ai, como vamos perder dinheiro hoje? Torrar no cassino? Investir em lã de ovelhas tibetanas? Bater ponto na casa das primas? Financiar mais uma temporada de Barney, o Dinossauro? OOOU PODEMOS TAMBÉM CAGAR EM CIMA DO JOGO QUE ESTAMOS PRODUZINDO!!!!1!!”.
Sério, não é possível que só nós, os FÃS, saibam o que falta num jogo, ou que seria muito mais rentável e divertido se ao invés de DLC da Mulher Gato pusessem uma DLC do Asa Noturna misturada no modo história principal. E mesmo que só nós, os FÃS, soubéssemos disso, quantos quilos de farofa ia custar a eles procurar saber nossa opinião?
Não to dizendo que a DLC dela é ruim, pelo contrário, assim como o Asa Noturna, ela é cheia de novidades, tanto de movimentação quanto de equipamentos, mas porque logo ela? A mulher é semi-vilã. Que pusessem a Caçadora então. Ou se não fosse o Asa nem a Caçadora, o Robin mesmo, ELE é a dupla do Batman, não a Mulher Gato.
Mas tá, que seja. O jogo foi feito, terminado, lançado, vendeu uma barbaridade, ficou bom pra caramba e essas são as únicas critica que tenho dele.

Vale a pena comprar a edição completa. Distração e diversão a fio. Eu tinha comprado poucos dias antes de entrar de férias no trabalho. Teve dia que fritei a retina 8 horas sem pausa. É investimento dos bons, mas fica a dica: comecem pelo primeiro, depois não dá brilho pra voltar.

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“Lego Batman 2: DC Super Heroes” (2012)

Desenvolvedora: Traveller’s Tales
Publicadoras: Warner Bros. Interactive Entertainment / Feral Interactive (Mac OS X)
Plataformas: Microsoft Windows, PlayStation 3, PlayStation Vita, Nintendo 3DS, Wii,,Nintendo DS, Xbox 360,Wii U,,iOS, OS X

capaLançado no ano passado pela Traveller’s Tales, essa é a sequência do jogo de 2010, “Lego Batman: The Videogame”. Houve um upgrade muito grande nesse jogo; o número de personagens jogáveis é gigantesco.
O roteiro mostra Batman participando do prêmio de Homem do Ano em Gotham, e tudo ia bem até que os vilões do Batman resolvem dar as caras. Bruce corre pra se trocar e virar o Morcegão. Logicamente ele dá conta de todos, exceto de um, e eu te dou uma chance para adivinhar quem é. Sim, ele mesmo, o Coringa. Porrada vai, porrada vem, Batman consegue prender o Coringa no Arkham mas ele é solto por Lex Luthor, e é hora de descobrir o que o palhaço está aprontando agora. Só que o negócio começa a ficar feio pro lado da Dupla Dinâmica e eles precisam recorrer ao Superman para dar uma mãozinha.
É aí que o Robin fica descansando o bat-ass na mansão e quem encara a labuta são Batman e Superman. Complicações e mais complicações, aparece um robô de Coringa pra pisotear Gotham, também aparece umas pedrinhas de Kryptonita para deixar Clark Kent se sentindo mal. A Liga da Justiça também é acionada por causa do auê que está rolando em Gotham e decidem ajudar o Morcegão a impedir que o robô-Coringa faça o Godzilla em Gotham City. Se eles conseguem ou não eu não vou contar para vocês.
O sistema de Lego Batman 2 é de um open world, e você pode jogar com inúmeros personagens: Flash, Mulher Maravilha, Lanterna Verde – são 70 personagens jogáveis. Novos gadgets são utilizados em relação ao jogo anterior, bem como um modo cooperativo de 2 jogadores. A maioria das construções de Gotham pode ser quebrada em pedaços para construir novos objetos ou construir coisas que ajudam a resolver puzzles.

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#86 – Batman: Escuridão Profunda (“Batman: Renascido”– 7ª Parte)

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“Muitas coisas mudam. Cultura. Tendências. Massa corpórea. E pessoas… Pessoas mudam. Mas o Batman não. Ele é uma das poucas constantes do universo. O Batman não muda. Mas eu não tinha certeza… Até agora. Pois aqui estou! No interior do santuário! Uma caverna! A Batcaverna! Poético! Obscuro! Bela! Aqui era onde ele vivia! Mas agora ele se foi, e esse ponto está fechado! E o mais importante… Eu invadi. Ele nunca teria sido descuidado assim.”

Atenção, mortais. Deixamos o melhor para o final da coleção “Batman: Renascido”. Essa é a saga de estréia de uma nova era, de uma Gotham com um novo Batman. Bruce Wayne foi dado como morto, e após muitas lutas, discussões e argumentos, Richard Grayson assume o manto do morcego. O título original é “Long Shadows”, na tradução “Escuridão Profunda”, foi lançado em 2010.
A estréia nas primeiras páginas não parece ser boa, já que o Grayson entra apanhando, mas é claro que não dá pra julgar um livro pela capa (nem pelas primeiras páginas). O roteiro não é algo surpreendente. Digo, a “trama” não é daquelas que ao final você diz “Pelo amor das cabritinhas masoquequeisso”, MAS os diálogos, falas, caixas de pensamento pessoal… Isso sim merece prêmios, e no mais… É a primeira história de Dick Grayson oficialmente como Batman, que pra mim é cheat que conta ponto automaticamente.
De uma coisa podem ter certeza, o roteiro é ORIGINAL. Até porque, é um roteiro sem Bruce Wayne, se isso não for original em uma história do Batman, não sei mais o que é. E não vale citar a Queda do Morcego/Filho Pródigo, pois o Bruce estava VIVO, e no caso dessa história é “100% sem Bruce”.
E uma das coisas mais interessantes da saga é notar as diferenças entre o “Batman Bruce” e o “Batman Richard”, que são ressaltadas o tempo inteiro tanto nas preferências dos “detalhes” no uniforme e equipamentos quanto no método de combate ao crime nas ruas. Isso sim é lendário, diga-se de passagem uma das coisas mais incríveis, talvez o ponto principal de todas as sagas em que Bruce está ausente.
Acompanhar as diferenças entre eles deixa em evidência o quão marcantes são os personagens, e o quanto a personalidade e opinião dos dois são diferentes, mostrando assim o quanto cada um deles é único.
Uma equipe das boas entrou para produzir essa história de estréia, Judd Winick que já é burro velho em matéria de Batman, e Mark Bagley, um grande desenhista que passou um bom tempo nas histórias do Homem Aranha na Marvel, e sua participação na estréia do Grayson como Batman também foi sua estréia da série principal do Batman.
Peguem as lanternas, agora estamos sob “Escuridão Profunda”.

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Equipe boa? Não. Equipe ÓTIMA. Pra quem não conhece Mark Bagley: o sujeito foi desenhista da revista “Amazing Spider-man” e da “Ultimate Spider-man” por bastante tempo, então é óbvio que Mark é já tem uma instrução nível NASA de qualidade pra fazer desenhos de movimentos largos, saltos, contorções, posições de alta flexibilidade e acrobacias. Sem dúvida um dos desenhistas mais apropriados para desenhar Dick Grayson. Fora que ele também foi o desenhista da segunda série da “Trinity” (Superman, Batman e Mulher Maravilha).
001-1E o Judd Winick… Eu dispensaria os comentários que farei, mas a lista é tão interessante que merece vir a tona. Ele foi o responsável do retorno do Jason Todd, a transformação dele em Red Hood, também foi ele quem fez o casamento do Arqueiro Verde com a Canário Negro.
Eu colecionava a Ultimate Spider-man desde o dia de lançamento aqui no Brasil, e foi uma decepção quando vi que o Mark deixou de ser o desenhista. Mas a decepção virou surpresa alguns anos depois quando vi que o cara entrou como desenhista na série mensal do Batman, logo a história de estréia do Dick como Batman, a primeira da melhor época das histórias do Batman na minha opinião. Raramente tenho boas surpresas com a DC, essa foi uma das raras e super positivas.
O melhor da saga é ver a adaptação de um Asa Noturna para se tornar um Batman. Ele acertando abertura dos olhos da máscara, peso da capa… Não, ele não é o Edney Silvestre. E não, ele não é tão “meticuloso”. Lendo a história vão entender que certos detalhes que encaixam pro estilo de combate do Bruce, não batem pro estilo de combate do Grayson.
000As primeiro a páginas do novo Homem Morcego já trazem o Batman apanhando dentro da Bat-caverna. Que furo hein, Sr. Grayson, estreou levando porrada. Porradas sob um discurso que ficará um tanto batido um tempo a frente disso, em outras sagas posteriores, pois bateram muito nessa tecla de “o novo Batman” ser um “falso Batman”, pois o original é insubstituível.
Palhaçada, né. Apesar de termos fãs e leitores aqui que talvez concordem com isso, deixemos essa visão xiita de lado, pois o melhor leque que a DC poderia ter aberto nas histórias foi essa mudança generalizada, onde mudou-se em uma só tacada Batman, Robin e Batgirl.
Gryason apanha até cair sob a vitrine onde estava um dos uniformes mais tradicionais de seu pai e mentor, Bruce Wayne. Uma queda um tanto simbólica.
007A história muda de tempo e voltamos para as ruas de Gotham, onde Batman exerce as palavras do juramento feito na caverna. A narrativa da repórter fala sobre as “mudanças” de estilo do Batman, que pra eles ainda é o mesmo de sempre. Segundo as informações da repórter, vídeos do Batman eram raros e acreditava-se que o próprio Batman desabilitava as câmeras de segurança dos locais por onde passava, já esse… Se deixa ser filmado prendendo gangues inteiras.
Como a própria história diz, as cenas do crime ficam tão limpas que fica tudo mastigado pra polícia, ficando mais “rápido” pras leis funcionarem também, dando uma aberta impressão de que esse Batman está do lado da policia e que é SIM uma ajuda pra sociedade. Até mesmo o Pinguim, um dos maiores prejudicados pelo novo Morcego, reconheceu que antes o Batman era “um pouco cuidadoso”, e que esse parecia trabalhar pra mídia.
gordonOutro que sentiu a mudança foi o Comissário Jim Gordon. Junto com outro policial, por dias ele ia ao terraço só pra acender o bat-sinal e desligar. O policial questionou a razão disso, Gordon retrucou que era só pro Batman saber que eles estavam ali, e se mostrando um tanto entendido do que costuma a ocorrer ali no terraço, ele lembrou que geralmente Gordon encontra com o Morcego sozinho, mas Jim encerra o papo principal dizendo que o Batman “agora não ligaria pra isso”.
No bat-bunker, temos Dick Grayson reclamando do campo curto de visão que a máscara do morcego oferece, e do peso da capa que já foi diminuÍda 3x e ainda continua parecendo uma lona de circo. É citado por Alfred (sempre observador) que o estilo de luta do Grayson é mais aéreo, coisa que o do Bruce não era, e Grayson na revolta diz que não vai mudar o jeito de lutar por causa da roupa. Alfred apresenta a solução de mudar alguns materiais da roupa por outros mais leves porém não menos duráveis.
005É uma das partes mais ricas da adaptação. Nunca em momento algum foi apresentado esse tipo de questão. Bruce estava acostumado com aqueles uniformes e equipamentos, mas e alguém que viesse depois? Nada disso foi abordado quando Dick Grayson assumiu o manto no Filho Pródigo, mas agora… Temos um roteiro hiper realista onde foi lembrado que as pessoas não são iguais. Winick merecia uma medalha.
002Primeira participação de Damian foi em um treinamento com Grayson, de madrugada no bunker. Apesar do garoto ter sido treinado pela Liga dos Assassinos… ainda é um garoto diante do grande Asa Noturna, que é um guerreiro com experiência suficiente para ser o que é agora, o Batman.
A cena seguinte é o Duas-Caras e um capanga que ele julga ser mais inteligente que os demais, um tal de Benny. O plano é simples… Kill the Batman. Brincadeira? Na verdade nem tanto, mas isso seria a consequência final do plano, na verdade a ideia era por esse “falso Batman” atrás do Pinguim.
Como vocês sabem, o Duas-Caras e o Pinguim tem uma eterna richa por territórios do submundo, que já se estendem desde o “Terra de Ninguém”, e mais recentemente na “Batalha pelo Manto”.
004Temos mais uma investida do Homem Morcego em um antro de safadeza criminosa, e mais uma vez o Duas-Caras fica de olho. Não só de olho, mas também muito incomodado com o fato desse Morcego falseta sorrir demais.
Dick e Alfred tem conversado muito no bunker, eu estou lhes poupando dos detalhes, mas adianto que o Winick fez um trabalho de MESTRE. Como eu disse na introdução desse texto, a trama pode não ter sido a melhor, mas os diálogos merecem prêmios. Não estragarei a surpresa, até porque ler isso sem ver os desenhos do Mark Bagley junto não dá o mesmo ar.
O que posso dizer… O Comissário, a Polícia, o Alfred, todos estão adorando o novo Batman.
Pinguim bate um papo com Máscara Negra, que o incentiva a se tornar o novo rei do crime em Gotham, e lhe apresenta um soldado que foi vítima de experimentos do governo, uma máquina de guerra, um louco varrido super forte pra ajudar nessa empreitada.
003Nessa cena da conversa podemos ver um colorido que se assemelha bastante com o do Sandu Florea, que geralmente trabalha com o Tony Daniel. Um colorido forte onde todas as cores são bem definidas, sem parecer que tudo leva uma camada de alguma outra cor por cima de forma geral. Na verdade, esse é um estilo mais moderno de colorir. Há histórias onde tudo é puxado pro cinza, outras em que tudo é puxado pra sépia… E tem essas que tudo tem cores bem distintas.
Bom? Ruim? Depende da proposta da história, para uma dessas está ótimo. Ser colorido demais não bateria bem pra uma… Batman/Deathblow por exemplo, que ficou claramente puxado pro sépia, dando uma aparencia de… “quente”, ou papel amarelado igual aquelas bordas de uma folha que quase queimou. O que encaixa perfeitamente com a trama da Batman/Deathblow, uma vez que o caos principal é em torno do pirocinético Maxwell Kai.
008Voltando a história, Dick dá um exemplo do que esse novo (e horrível) Batmóvel pode fazer. Coisas como voar e apagar incêndios igual um caminhão de bombeiros voador. Durante esse papel de combatente de chamas, Batman dá de cara com o tal super soldado do Pinguim, e pra piorar tudo, também com o Cara de Barro.
Dick Grayson leva umas boas porradas, tem que usar alguns quilos de explosivos, bombas e um bom número de golpes, mas consegue sozinho derrubar o super soldado “Blanco” (que de alguma forma faz lembrar o Deathblow que citei há pouco). Mas havia mais gente envolvida naquela história, observando a luta ao longe.
012Alfred vê em seus sistemas que aconteceu uma invasão. Não no bat-bunker, mas sim na caverna. Pra quem se perdeu nesse rolo entre caverna e bunker ai vai a explicação: o Grayson não queria usar a mesma base do Bruce, preferiu começar em outro lugar, um bunker. A caverna ficou com tudo lá, intocado.
Grayson chega rapidamente na caverna para ver o que aconteceu, mas não encontra ninguém. Pelo menos não a princípio, apenas uma coisa que simbolicamente ficou incrível. A moeda gigante que Bruce mantinha na caverna estava descoberta, e com uma das faces riscada. Quem é que usa uma moeda com um dos lados riscado? Quem acertar vai ganhar um… “Não fez mais que sua obrigação como fã de Batman”. Isso ai, o Duas-Caras.009
Ao passar pro outro lado da moeda para ver os riscos, Grayson é atingido por dardos com algum alucinógeno, e então Harvey dá as caras (AS caras, literalmente) e então ele fica com uma aparência que é uma mistura do primeiro uniforme do Batman com o do Batman de Zur En Arrh. E a questão abordada por ele era simples. “Quem é você? Onde está o verdadeiro Batman?”.


Bem, esta é a parte onde a história começou com o Grayson apanhando na caverna. Ficou explicado, o sujeito estava dopado. Incrível como o Duas-Caras sempre acaba deixando o Grayson na pior. A primeira “queda” do Dick como Robin foi justamente pro Duas-Caras.
Vamos lá… Um detalhe que não saiu “perfeito” é que na capa do último número da Long Shadows, a moeda gigante aparece riscada no lado onde seria “cara”, e na história da revista anterior, Grayson vê os riscos na parte onde seria “coroa”. Mas ok.
Harvey faz uma longa fala sobre máscaras, identidades, acreditar em mentiras…O que foi de certa forma surpresa, e de outra forma algo já esperado. Já era esperado pois sabemos que o Harvey de alguma forma respeitava o Batman, respeitava tanto que quando teve oportunidade de descobrir sua identidade na one-shot “Jekyll & Hyde” ele não o fez, ainda ameaçou os capangas que queriam tirar a máscara dele. A parte “surpreendente” foi que essa obssessão pelo Batman fez ele entrar em ira por alguém estar tentando se passar por ele.
010É o típico respeito entre inimigos que eu adoro ver nas histórias. Coisas como o Silêncio (Thomas Elliot) “proteger” o Bruce para ninguém o matar antes dele. Isso do Harvey se preocupar com um farsante no lugar dele, ou do Bane preferir evitar confusões com o Batman (mesmo tendo chances de talvez vencer).
O mais trágico dessa cena do Grayson apanhando debaixo de perguntas sobre o “Batman original” é que o Grayson não entrega os pontos, ele em momento algum diz que o outro morreu, ele apenas diz “Sou eu”, “Eu sou o Batman”, “Eu mudei”. Acho que ninguém engoliria essa. Todo mundo faz de conta que foi isso, mas todos sabem que não foi. Não sei se por respeito ao original, ou consideração/apoio ao novo.
Tivemos um exemplo de uma situação como essa anteriormente, talvez o primeiro exemplo desse caso. Ocorreu durante a Batalha pelo Manto quanto Selina encontrou Tim Drake usando o uniforme do Batman, naquela bat-caverna improvisada do Jason Todd. Por alguns instantes ela tentou “fazer o jogo” fingindo que aquele era o Batman, talvez por achar que aquele entrou oficialmente o substituindo, sendo cortada pelo próprio Drake que a mandou parar com aquilo.
Mas neste caso atual, Grayson tinha assumido oficialmente e segurou a barra sozinho, dizendo ser o Batman. Foram casos distintos, claro. Selina sabia a identidade do Bruce e de todos os outros, coisa que o Harvey não sabe.
006Novamente temos um detalhe quanto a arte. Mark Bagley talvez tenha baseado os traços do Duas-Caras usando o filme “Batman Forever”, pois ele tá muito parecido com o Tommy Lee Jones facialmente. Não sei se era a intenção, mas ficou parecido.
O discurso que ele usou nessa cena da caverna foi aquele que pus no inicio do texto. Dramático, bota o Grayson como um projeto falho de Morcego, mas muita gente esquece que o Batman também cometeu seus erros ao longo do tempo. Esse é o Year One do Grayson, o Bruce errou bastante em seu Year One. Não vamos tachar o Grayson como um mau Batman, todos sabemos que é questão de tempo se tornar o Homem-Morcego plenamente.
A velha história da vaquinha. A família era muito pobre e sobrevivia apenas com a venda do pouco leite que a vaquinha dava. Um dia a vaquinha morreu. Pela lógica mais básica a família iria a falência, passar fome e etc… Mas aconteceu justamente o contrário. Por não ter a vaquinha ali, eles mudaram o estilo de sobrevivência, um estudou e virou isso, outro mudou de emprego e conseguiu aquilo, e a família cresceu. Às vezes a comodidade do “pouco garantido” nos impede de dar o passo arriscado que às vezes dá certo e nos faz crescer.
Claro que estamos falando de bilionários que não precisam de vacas ou leite, o exemplo encaixa no fato do Grayson sempre ter o Batman e sua metodologia perfeita cobrindo as possíveis falhas, talvez isso desse o 0,01% de relaxada que o permitia erros, Mas agora que a “vaquinha” que dava uma segurança a mais se foi e o Grayson precisou assumir o lugar o sujeito que cobre as falhas dos outros, a evolução começou. Uma hora ele consegue, ou até supera. O que mais me chocou mais nesse trecho foi que eu comparei o Batman a uma vaca. Mas vá, o exemplo foi bacana.
Harvey pergunta onde está o Batman verdadeiro. “Morto? Aleijado? Insano?”. Tudo bem que o Bruce já passou pelos 3 estágios, aleijado na “Queda do Morcego”, insano na “Luva Negra”, e morto agora, mas o que nesse mundo nunca aconteceu com o Batman? Até clonado ele já foi, e os clones se mataram assim que despertaram, pois não conseguiram lidar com todos os traumas e dores psicológicas do Bruce.

I am Batman
Grayson mantém a palavra de que é o Batman, mas isso não é suficiente. Dizer “I’m Batman” nem sempre é a passagem da vitória, mas miraculosamente… Um outro Batman aparece para o resgate, aparentemente o Bruce, ou alguém que sabe imitar sua escolha de palavras, pois esse segundo Morcego em cena põe um terror dos grandes no Duas-Caras.
Ele não só apaga a capanga do Harvey como atira dardos de antídoto no Dick, e este desce a porrada no invasor. O “segundo Batman” revela ser [Alerta de spoiler! Se deseja ler, selecione o texto a seguir]. Alfred, que pegou máscara e equipamentos que sobraram no arsenal da caverna [Fim do spoiler], e estes por fim chegam a conclusão óbvia de que não podem contar tanto com a sorte. Como os próprios disseram, foi um milagre o Duas-Caras não ter subido as escadas direto pra mansão Wayne.
A história encerra com [Alerta de spoiler! Se deseja ler, selecione o texto a seguir]. a caverna sendo esvaziada, tendo seus lendários itens como o T-Rex, a moeda gigante, a carta do Coringa e todo resto retirados de lá e guardados. Por último, ficou a vitrine com o manto do Bruce e com o manto do Jason. [Fim do spoiler] Dick decidiu levar a vitrine com o manto do Bruce para o bunker, e apenas guardar a do Jason. Mas quando ele foi soltar a vitrine do Jason… [Alerta de spoiler! Se deseja ler, selecione o texto a seguir]. Encontrou um fundo falso onde estava escondido um pendrive que Grayson abriu usando o painel do batmóvel. O que havia lá? Informações sobre o caso do assassinato de seus pais, os Grayson Voadores. [Fim do spoiler]
Como podem ver, uma continuação direta para a próxima história.
Essa foi a “Long Shadows”, a saga de estréia de Richard Grayson como o homem morcego. Um belo arco com diversas inovações e detalhes incríveis tanto de arte como de roteiro. Pontos de vista nunca abordados antes, uma verdadeira obra de arte dentro do material do Homem Morcego.
Esse período do Grayson como Batman deveria sair em capa dura. Aproveitem o download, e se o capitalismo lhes permitir, adquiram. Quem é fã de inovação terá um prato cheio.

CAPADownload no MEGA – Batman: Escuridão Profunda


#87- Batman: Vida Após a Morte

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“Eu não sou Bruce Wayne. Mas quando vidas foram perdidas… E a cidade estava em jogo… Eu fiz o que o Batman faria. Eu agi como o Cavaleiro das Trevas. A melhor de minhas habilidades – foi me tornar ele. E eu consegui. Não como Dick Grayson, e não como Bruce Wayne, mas como o Batman”.

Cidadãos honorários de Gotham, estamos hoje reunidos em razão do arco “Life After Death”, aqui no Brasil chamado de “Vida Após a Morte”, lançado no ano de 2010 pela DC (claro).
Como devem saber, Bruce morreu no confronto contra Darkseid, outrora chamado por mim e pelos chegados de “mano Uxas”. Dick Grayson assumiu o manto do morcego após uma série de fatos que vocês acompanham na “Batalha pelo Manto”, e também suas primeiras morcegagens por Gotham na “Escuridão Profunda”.
Com prazer anuncio que roteiro e desenhos são por contra de Tony S. Daniel. Já falei umas mil vezes que sou fã do cara, gosto da arte dele de graça, e os roteiros tem o ponto surpresa de sempre trazer algo bem das antigas a tona de novamente.
Admito que hoje em dia a arte dele mudou um pouco, eu preferia a época em que ele estava fazendo essas histórias do Batman, mas em todo caso é um desenhista/roteirista de mão cheia. Nessa história ele ainda está acompanhado de seu side-kick Sandu Florea, que por VÁRIAS histórias foi o colorista pros desenhos do Tony.
Época brilhante da DC, a série mensal saiu de Judd Winick e Mark Bagley (mesma dupla responsável por “Escuridão Profunda”) pra entrar novamente com Tony Daniel. Digo novamente porque ele também estava desenhando a “Batalha pelo Manto”, e algumas outras antes dessa.
Não encarem a história como algo “diferente” devido a ausência do Bruce. Às vezes as coisas parecem ter mudado… Mas quem muda somos nós. Mudamos nossos olhos que aceitavam o fato de que ele podia morrer para olhos que acreditavam que as habilidades do Batman o salvariam pra sempre. A história apenas seguiu o fluxo que a realidade seguiria, morte e recomeço, um ômega seguido de um alfa. Bruce seguido de Richard. Um novo Batman.
Não tem nada a ver com o Ra’s Al Ghul, mas entrem no clima: “Vida Após a Morte”.

Line

001A primeira página da história já é uma evidência da razão pela qual gosto da arte do Tony Daniel. Vejam o quão sombrio e ainda assim rico em detalhes está o desenho. Ele usa com maestria as sombras, e mesmo essas partes sendo monocromáticas, não é em qualquer lugar que se aplicam sombras, você tem que ter a malandragem, e ainda mantendo espaço para arte com detalhes como o movimento na água, a máscara do compadre nas mãos do Batman, os galhos das árvores secas e a cidade ao fundo… É arte. Se não for arte, não sei mais o que é.
Dick está fazendo o que foi treinado pra fazer, “detetivar”. Seu raciocínio o leva a crer que o camarada mascarado ali é um desertor do Máscara Negra, e seguindo para as coordenadas que o sujeito passou, ele vai rumo a Praça do Diabo, local onde o Máscara Negra supostamente está agindo. No caminho, Grayson põe seus sentidos para trabalhar ao seu lado, até o olfato o ajuda a anteceder o que está por vir.
008Os amigos do capanga arriado no início não demoram a aparecer. Quer dizer, o Batman não demora a encontrá-los, pois estes estavam mortos por ali, provavelmente vítimas de emboscada. Alguém trabalhando contra o Máscara Negra?
Jim Gordon chega na cena. Felizmente podemos ver que os papos dedutivos e trocas de informação entre Batman e Gordon estão vivas e saudáveis. Argumentam sobre o envolvimento de Duas-Caras, envolvimento do Pinguim… Mas nenhum deles parece estar envolvido. Grayson diz que gostaria de levar a máscara de um dos capangas para análise, e Gordon retruca com “O Batman não precisa de permissão”.
Ainda veremos muitos detalhes como este, Grayson age com uma… “educação”, ou “consideração” que o Bruce não tinha. Realmente, como foi dito no “Long Shadows”, esse Batman está preocupado com as cenas de crime e com a polícia.
002Mudando a cena, Torre Wayne. Dick Grayson e Selina Kyle curtindo uma piscina. Cena raríssima de se ver, e diálogo mais raro ainda. De certo a primeira vez que verão algo do gênero. É uma das razões pela qual essa é minha época preferida das histórias, veio a tona uma situação que nunca houve antes, a ausência total do Bruce.
Milhares de situações riquíssimas que exploram a complexidade de cada personagem e suas respectivas ligações entre si e com o finado Bruce, situações essas que antes seriam impossíveis e agora nos saltam diante dos olhos. Tipo o Batman marcar um encontro com a Mulher-Gato de dia, na beira de uma piscina, ela de biquíni e ele de sunga. Se fosse o Bruce nem teria posto ninguém atrás dela, ele mesmo teria cercado a mulher de noite em Gotham e já era. “Escrevi num leu o pau comeu”.
A conversa que inicialmente já revela ter sido marcada um tanto “a força” (já que Grayson pôs pessoas atrás de Selina nas ruas de Gotham), tem um desenrolar um tanto “afiado“, uma guerra silenciosa entre os olhos verdes de Selina e os azuis do Grayson. “Meias ameaças” partindo de ambos lados, Selina se garantindo de que aquele é só “o garoto do Bruce”, e Dick se garantindo no óbvio, “I am Batman”.
Selina compara Dick ao Bruce quando mais novo e afirma que só está ali em consideração ao Bruce, coisa que é deveras chata, pois o Grayson é extremamente competente e vive nessa imortal “sombra do Bruce” aos olhos de muitos. E já que cheguei nesse assunto… Uma frase que achei perfeita sobre essa influencia post-mortem do Bruce:

“Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma maneira bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratularmo-nos ou para pedir perdão, aliás, há quem diga que é isto a imortalidade de que tanto se fala.” (José Saramago)

Bruce é um caso límpido e inquestionável de homem imortalizado pelas ações. Colocação feita, seguimos com a história.
“Richard… você pode ter as chaves do Batmóvel, da mansão, agora da Torre Wayne… Mas não ache que isso te torna dono de todas as posses do Bruce.” Essa não foi do Saramago, foi da Selina mesmo. Particularmente eu teria ido embora depois dessa,mas ele é o goddamn Batman. A discussão segue, e no fim ficamos sabendo que Dick quer a Mulher-Gato extraindo informação sobre o esconderijo do Máscara Negra com a Hera Venenosa, pois esta esteve envolvida com o boi da cara preta. Selina cobra pelo “risco”, inicialmente Grayson reluta com essa negociação, mas… A gata sempre consegue o que quer. Parece que independente de quem seja o Homem-Morcego, as coisas sempre andam assim diante de Selina Kyle.
003O novo encontro da dupla é mais a caráter, um terraço de Gotham, de noite, um vestido de morcego e a outra de gata. Grayson pagou para Selina arrancar da Hera o que ele já sabia. Praça do Diabo. Ele questionou se poderia pedir devolução do dinheiro quase como quem faz uma piada. Incomum em alguém vestido de Batman. Mas a coisa não vai totalmente pelo ralo, Selina fala sobre algo grande, algo grande acontecendo em paralelo a Gotham.
Batman vai conferir de perto, e encontra o que sem dúvidas trouxe a morte daqueles capangas do Máscara Negra no inicio. Mafiosos. “Bruce livrou Gotham de todos os seus mafiosos, mas parece que eles querem voltar. Não no meu turno”.
Uma cena clássica da fúria do homem morcego, os dentes à mostra dentro da silhueta escura, como uma fera rosnando nas sombras. Um Batman rosnando no escuro no dicionário dos marginais deveria constar como “Corre. Não que isso adiante, mas tente”.
004Dick comete um erro e dispara uma armadilha explosiva, e como o próprio diz, já era o elemento surpresa. Ele vê Mario Falcone. Sim, mais uma vez os Falcone metidos em confusão. Apesar desse ser o “ovelha negra” entre os mafiosos e ter ajudado o lado do bem, agora ele aparentemente está “enrolado” também.
O Homem-Morcego vai derrubando quem está na frente, usando até a capa como artifício para tal, um estilo de luta aérea que reconhecemos claramente dos tempos de Asa Noturna, para finalmente então ficar cara a cara com Falcone.
Selina aproveitou-se da distração causada pelo Batman e assaltou o cofre dos Falcone, e que quadro lindo esse da Selina. Vejam os detalhes das jóias, dá pra ver que as pedras tem faces lisas e imaginar o formato das mesmas, permitindo assim vermos que se tratam de várias pedras diferentes. Quanta meticulosidade da parte do Tony Daniel em dar uma forma única a cada pedra desse quadro.

005Temos a saída de Selina… E a aparição de Kitrina. Quem é Kitrina? Kitrina Falcone, irmã de Mario Falcone. Essa é a futura Catgirl. Será pano pra manga mais a frente, e em outra saga a sua existência vai gerar um dos diálogos/quadros mais sinistros, esperem pra ver.
Já na Praça do Diabo, no esconderijo subterrâneo, Hugo Strange traz alguém de volta dos mortos. Como eu disse, roteiros do Tony Daniel sempre trazem algo das antigas.
006A situação é clara: O Máscara Negra está na mira da Força Nacional, do Batman, e dos Falcone. Batman e Robin encontram alguns capangas do Máscara Negra a uma distância curta das terras dos Falcone e todo mundo entra no cacete.
Ninguém é de ferro, após tanta ação, Dick Grayson foi descansar. Mansão Wayne? Não. Torre Wayne. Não bastou trocar a bat-caverna pelo Bat-bunker, Dick também mudou de residência. passando para um apartamento ao invés da mansão. Deitado na cama, com a capa jogada aos pés da mesma. Um Batman menos preocupado, clássico caso do filho que assume a empresa do pai.
Dick tinha de aparecer em um evento de ricassos daqueles que o Bruce ia quase que obrigado, e Alfred arrumou companhia para ele. Cá entre nós, com essa companhia que o Alfred arrumou, eu trabalharia o resto da vida para contratar o velho Alfie como mordomo também. Sujeito de bom gosto.
007Na página inicial de sua chegada à festa, em cada quadro apenas seus conhecidos apareciam devidamente coloridos, diferentes da massa. Muito interessante. Entre eles, Jim e Babara Gordon, e acompanhia do Grayson… Helena Bertinelli, a Caçadora. Dá-lhe Alfred.
Na festa também estão presentes o doutor Thomas Elliot, passando-se por Bruce Wayne, pois este fez uma plástica em si mesmo e está com o rosto do Bruce desde os eventos passados em “Coração do Silêncio”, Mario Falcone, e o Charada, que agora não é mais Charada, é apenas Edward Nigma, exercendo função de detetive. Que festa hein, quanta gente, quanta alegria. Todo mundo calibrado no equilíbrio, pois qualquer vacilo ali ia virar uma terceira guerra mundial.
009O “falso Bruce” some da vista de Richard, este tenta encontrá-lo mas comete uma pequena falha que iria entregá-lo, “Bruce” tinha parado para conversar com o Jeremiah Arkham, Helena agarrou o Grayson e aplicou um eficiente “beijo de camuflagem” para encobri-lo e não dar a parecer que estava seguindo alguém. Que idéia genial. Não dela, do Alfred em tê-la escolhido como companhia. Santo Alfie.
O plano não desmoronou, mas Bárbara estava com linha aberta com Helena e Richard, e obviamente ficou por dentro da técnica de camuflagem da Caçadora. Situação ficou meio incômoda. Os eventos se desenrolam e Kitrina consegue fugir, deixando duas pessoas desacordadas.


No porto de Gotham, os capangas do Falcone e suas metralhadoras foram vencidos por alguém que lutou usando apenas uma lâmina. Jim Gordon, Batman e o Bullock estavam por lá para conferir. E falando em Bullock, este estava meio sumido desde os eventos do arco “Cara a Cara”, onde o Batman (Bruce )“zera a conta” com o Bullock e seus erros do passado.
Batman volta a Praça do Diabo, derrubando snipers e qualquer coisa que possa matá-lo ou acionar alarme, e por fim interroga alguns garotos sobre a tal ladra da outra noite. Era Kitrina, mas a gente só sabe porque viu, até então nenhum deles sabe disso.
Um dos garotos diz ter visto essa menina numa moto, e que ela vai acabar morrendo nessas histórias de ir lá pra baixo. Mal sabia ele que a morte chegaria mais rápido para ele próprio… Uma bala o acertou nesse exato momento, Batman o segurou nos braços.
A história salta para uma noite chuvosa, na presença de Pinguim. Sei que já estou chato falando da arte dessa história, mas olhem a maquiagem das mulheres acompanhando o Pinguim. O Sandu Florea pos até sombra roxa esfumada e blush nas mulheres, cada uma com seus colares bem distintos. Arte NADA repetitiva, que trabalho impecável. Se eu fosse da DC colocava os dois definitivamente na série mensal, só cogitando mudar se fosse pelo David Finch.

Penguim
010Temos agora uma das cenas bacanas, a visita do Batman ao Pinguim. Muda o Batman, mas o estilo de abordagem é o mesmo. Afogamento e porrada. Batman queria saber do envolvimento do Pinguim no rolo todo, saber se a ladra (Kitrina Falcone) tinha algo a ver com ele, e realmente tinha alguma coisa. O Morcego acabou sendo surpreendido por uma segurança do Pinguim, mas livrou-se facilmente dela, podendo então terminar seu interrogatório.
Saindo da cena do Pinguim… Batman vai até o Hospital Infantil, onde o menino baleado repousa. Dick se culpa pelo ocorrido. De fato, os amigos do menino o advertiram que não deveria falar com o Morcego, o garoto não ouviu, mas Dick se culpa pois deveria ter ouvido. Se culpa pelo garoto agora estar lutando pela vida em um hospital. Em uma atitude bem a estilo Bruce Wayne, Grayson promete a si mesmo que não importa quanto custe, ele pagaria essa coragem do garoto com estudos, trabalho, um mentor… Uma segunda chance de uma vida melhor. Tirá-lo da Praça do Diabo. Lembram o final da one-shot “Noel”? Pois é. Não repetirei o discurso completo, apenas o principal: o Morcego faria mais do que salvá-lo, iria dar-lhe uma oportunidade.
011Máscara Negra se vê cercado e levando sérios prejuízos, mas ao menos descobre quem é a jovem ladra (Kitrina), e descobre que ela trabalha para o Pinguim. E podemos ver também o Ceifador solto nas ruas passando o rodo (ou a foice) em geral. Ele aparentemente tem alguma cisma de proteger crianças dos caras maus, o que é meio convergente em vista de a quem ele está associado. No melhor estilo Evil Dead, tipo a frase de Ash Williams, “Bom… Mal… Eu sou o cara com a arma” (ou foice, novamente).
Batman encontra com Gordon, e que maldito desenho fantástico. Se quiserem, voltem ao início do texto e leiam a descrição que dei ao primeiro quadro, encaixa por completo, exceto pelos detalhes citados que mudam. Agora eu poderia dizer “A iluminação diferente em algumas janelas ao fundo”, ou “A chuva que passa tanto pela frente quanto por trás da figura do Batman”, ou “Os três tipos diferentes de tijolos usados nas construções ao redor deles, não permitindo o cenário ficar com traço repetitivo”.
Algumas coisas acontecem bem rápido agora. Primeiro, Kitrina é pega pelos próprios parentes, posta em um caixão com correntes e jogada na água. A relação dela com a família não é das melhores pelo que podemos ver. Segundo, Batman retorna ao bat-bunker onde pede pra Damian analisar a tal máscara de gás de um dos capangas do Máscara Negra. Terceiro, um encontro entre Ceifador, Fright, Dr. Morte e Ceifador, e finalmente quarto: Pinguim abatido.
013Batman encontra com Caçadora, eles trocam informações importantes, mas não mais importante (simbolicamente) do que as linhas de pensamento do Grayson a respeito de Helena Bertinelli e Barbara Gordon, deixarei as colocações sobre essas linhas por conta de vocês. A conversa terminou trágica… O garoto baleado que o Grayson estava decidido a salvar, morreu. Grayson recua nas sombras e some, reaparecendo na página seguinte em um momento de fúria, daqueles dignos do Bruce. Como sabem, essas crises de culpa dos Morcegos terminam com um monte de gente com ossos quebrados.
Grayson parte para aqueles interrogatórios de jogar de uma grande altura amarrado pelos pés com o Dr. Singh tentando alguma informação sobre a jovem ladra (Kitrina), e ainda parte pra dentro dos Falcone e desce o porrete em todo mundo. Entrou TOTALMENTE estilo Bruce, pra não deixar pedra sobre pedra. Descobriu finalmente que a menina é Kitrina Falcone, irmã do Mario (alguém vai perguntar “que Mario?”), mas como a informação não veio completa…BOOOM. Grayson incendiou a porcaria toda. Quadro dos bons, a silhueta sombria do Batman com a mansão dos Falcone em chamas ao fundo.
014Kitrina tenta assaltar logo quem? Mulher Gato. É pega no flagra e rendida. Batman bate um papo com Jeremiah Arkham para tentar descobrir de quem é o rosto atrás da caveira do novo Máscara Negra, sem sucesso, os Falcone…fugindo da cidade com a Caçadora em seu encalço.
O que eles não esperavam é o Ceifador. Por um triz a foice não faz Mario como vítima, Caçadora jogou sua moto em cima do oponente, ganhando algum tempo. Batman chega e enfrenta o Ceifador enquanto Caçadora vai em cima de Mario Falcone. Uma linha engraçada do Grayson: “Primeiro o Máscara Negra e agora o Ceifador. Esses caras não podem achar identidades novas pra eles? … Quem sou eu pra falar, né?”.
Ceifador foge, Mario Falcone fica. Batman encontra Selina em busca de Kitrina, mas esta deu a volta na Mulher Gato e fugiu com os mapas. Oráculo rastreou a menina, e o paradeiro era um parque abandonado, bem a estilo do Coringa (vide “Piada Mortal”), mas na verdade não tem nada a ver com o palhaço, mas sim com [Alerta de spoiler! Se deseja ler, selecione o texto a seguir]. o Chapeleiro, que comprou o parque recentemente. E o Charada… nesse ponto da história descobrimos que ele estava trabalhando pro Pinguim, que está de conchavo com o Chapeleiro e captura Dick no tal parque [Fim do spoiler].
A história avança para um ponto onde Grayson está todo arrebentado no litoral de Gotham. O quadro é daqueles gigantes de página dupla, e de todo esse espaço de desenho, um espaço ínfimo é a areia do litoral, o resto é só o Batman. naquele tão pequeno espaço de areia, ainda houve a preocupação de colocar uma LATA amassada. Pense aí sozinho, você é um desenhista, vai desenhar um quadro enorme desses. Lhe ocorreria ter o trabalho de por uma lata naquele pequeno trecho de areia que talvez alguém mais “desligado” apenas iria mandar pintar com cor de areia? Foi um cuidado de ilustrar a famosa poluição de Gotham.

GothamBeach
012Robin (Damian) o resgata, e então a história retorna para o ponto após o encontro com o Pinguim. Colocam uma máscara controladora no Batman, e usando a máscara ele desce o cacete em alguns policiais, entra no gabinete do Prefeito, quebra os dedos dele e leva o que lhe interessa…
História avança de novo, agora Dick está na caverna, sendo cuidado por Bárbara, Damian e Alfred, e retorna de novo pro Grayson ainda sob controle da máscara, atacando Mulher-Gato e Kitrina, depois entrando na Praça do Diabo e detonando uma horda de bandidos, explodindo um dos prédios… E em seguida seguindo Kitrina, que aparentemente ainda está sob ordens do Pinguim (não à força como o Grayson), o fim da trilha foi Máscara Negra, Hugo Strange e Fright. O choque que ele levou do Máscara Negra detonou a máscara de controle.
015Batman tinha desenvolvido uma solução para toxina, e arrumado antídoto. Uma vez de volta ao controle de si, deu uma porrada na fuça do Máscara Negra e arremessou o Strange longe, mas ele leva um tiro e cai do alto da torre onde estava, direto no mar. O que explica seu paradeiro no litoral.
Agora com foco, a Rede do Batman avança pra cima do Máscara Negra. Pra quem não lembra, Dick Grayson e Cassandra Cain montaram um grupo de heróis chamado “A Rede” pra combater o crime em Gotham após o desaparecimento do Batman (vide “Batalha pelo Manto: Especiais”), e agora essa Rede entrou em ação novamente, com algumas mudanças, claro. Agora Tim Drake como Red Robin (vide “Red Robin: O Graal”), Damian Wayne como Robin, Cassandra não faz mais parte e Stephanie Brown é a nova Batgirl (vide “A Ascensão de Batgirl”), mas fora isso, os de sempre, e… OK, estou sendo repetitivo, mas o quadro de duas páginas está bom demais.
Dick deixou a “Rede” cuidando dos soldados do Máscara Negra, e ele foi atrás do general. Como o próprio disse, “Em condições iguais, eu SEMPRE venço”. Máscara Negra sentiu as baixas e tomou uma medida desesperada, liberar as toxinas, mas Oráculo invadiu o sistema e travou tudo deixando todo mundo na mão. Hugo Strange mandou um clássico “te vira aí, valeu” e já estava indo embora, porém deu de cara com o Grayson e entrou no couro também.
Pé na cara de um, voadora nas costas do outro, batarangue sem compromisso ali, tal de coisa, coisa e tal… E não mais que de repente uma corrente (rimou) se prende ao braço do Batman e o puxa. Acharam que o Ceifador ia ficar circulando por aí de bobeira? Nada disso. O morcego podia descer o cacete no Ceifador até a foice do cara virar algodão doce, mas ele preferiu ganhar tempo, jogou um batarangue banhado no antídoto, e o negócio deu uma clareada no raciocinio do zumbi, e aproveitando o minuto de entendimento, Grayson conta um mega-resumo do que o Dr. Morte e Hugo Strange fizeram com ele, o Ceifador então se volta contra os médicos e Batman se manda de lá.
016Dick é surpreendido numa armadilha, a Fright finge ser uma mulher morta e acaba atrapalhando o Grayson que até agora tava quase invicto. Logo o Máscara Negra se junta a festa. O novo homem morcego faz várias tiradas irônicas em cima de seus inimigos sem perder o balanço com a eficiência, consegue fazer Máscara Negra disparar contra Fright, tirando-a de ação e por fim entope a carcaça do Máscara Negra de porrada.
Ocorre uma explosão, o Máscara Negra pega fogo, Grayson abafa as chamas com sua capa e em agradecimento leva um murro no queixo, mas misteriosamente, esse Máscara Negra pede ao Batman para matá-lo. Durante essa ação toda o Morcego dá várias dicas de quem é esse Máscara Negra, a sua identidade secreta… Fala que ele conhece “bem” a sala acolchoada do Asilo Arkham, que dessa vez ele estava usando “balas de verdade”… E nós podemos lembrar facilmente quem foi a única pessoa que afirmou usar uma arma sem balas no decorrer da história.
017Modo revelations ativado: [Alerta de spoiler! Se deseja
ler, selecione o texto a seguir]. O Máscara Negra que tocou essa zona toda em Gotham desde os eventos em Batalha pelo Manto é ninguém mais ninguém menos do que o Dr. Jeremiah Arkham. [Fim do spoiler]
. Era meio óbvio até, quem não descobriu isso até ler a última revista talvez tenha perdido a atenção em algum momento, porque ficou bem fácil.
[Alerta de spoiler! Se deseja ler, selecione o texto a seguir]. Grayson quebra a máscara que o seu inimigo estava usando com um tapa muito bem dado, o agarra pelo colarinho e o chama pelo nome, com um fogaréu consumindo tudo, inclusive a máscara quebrada ao fundo da imagem [Fim do spoiler].
Por fim, Batman leva o sujeito pra cela acolchoada do Asilo Arkham na companhia de Jim Gordon. Grayson ainda vai encontrar com a Mulher Gato, que afirma que eles precisam confiar um no outro. Grayson não levou a sério mas deixou correr solto. Assim que ele deixa a cena, Kitrina Falcone surge ao lado da Mulher Gato, em seu novo manto, Catgirl, ou Moça Gato. Selina arrumou uma bela aprendiz.
Nas páginas seguintes temos reflexões sobre Gotham por parte do Grayson, bem ao estilo do Bruce, muito interessante. E para finalizar, Grayson leva a máscara de caveira do Máscara Negra para o batbunker. Parece que ele começou uma coleção de artefatos, assim como o Bruce tinha na bat-caverna, e começou em grande estilo.
Essa foi a ”Life After Death”, uma saga incrível e bem feita em todos os aspectos. Talvez a parte “mistério” tenha ficado devendo, pois era relativamente simples deduzir quem era o novo Máscara Negra. Uma pena, pois o Roman Sionis era muito mais divertido. Mais uma saga com Richard Grayson como Batman, com mais um vilão dos grandes derrotado.
Como de praxe, ai vai o meu “vale a pena comprar”. Se saísse em capa dura eu já estaria dormindo na porta da distribuidora pra garantir o meu.

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Download no MEGA – “Vida após a Morte”


O que nós achamos sobre Ben Affleck como Batman

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Olá, queridos!

No dia 22 de agosto foi anunciado que Batman seria interpretado pelo ator Ben Affleck no filme provisoriamente intitulado “Superman vs Batman”, a sequência do filme “Homem de Aço”, que será lançado em julho de 2015.

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Algumas das reações de pessoas famosas podem ser lidas aqui. Nas redes sociais, o assunto foi muito debatido. O site io9 fez uma compilação dos 50 melhores tweets sobre a escolha de Ben Affleck (em inglês), e segundo o site Youpix, no Twitter-BR foram postados 18522 tweets sobre Ben Affleck no período de 23 a 26 de agosto.
Numa entrevista ao talk-show americano “Late Night With Jimmy Fallon”, o ator revela que foi orientado pelo Warner Bros a evitar acessar a internet nos dias posteriores ao anúncio de seu papel, devido a avalanche de críticas que ele poderia receber (e, de fato, recebeu). Mas sobre isso, ele afirma: “Sou um cara crescido, posso lidar com qualquer coisa. Eu aguento essa merda.”


Outras “providências” também foram tomadas: foi criada no site Change.org uma petição solicitando que a Warner Brothers removesse Ben Affleck do papel de Batman. Até o momento em que escrevo esse texto, a petição já contava com 94.648 assinaturas.

PetiçãoForam feitas várias montagens sobre o assunto (que o Augusto gentilmente compilou no fim do post), e um Tumblr brasileiro intitulado Better Than Affleck reúne uma série de sugestões de atores que, na opinião deles, interpretaria Batman melhor que Affleck.
Bom, agora vem a nossa opinião sobre o assunto. Em primeiro lugar, consideramos ótimo o barulho que essa escolha fez no mundo pop. Comprova que os fãs do Morcego são pessoas criteriosas e que reconhecem que, para interpretar Batman, é necessário ter habilidades interpretativas bem específicas – e não apenas ser um monte de músculos com cara de playboy que saiba fazer voz grave. Isso é muito interessante.

Demoramos para falar no assunto porque estávamos num ponto importante da cronologia, que não deveria ser interrompido. Mas agora é o momento certo para esse post, com um detalhe: nós discordamos sobre a escolha do blog.  A Jéssica acha que Affleck será um ótimo Batman. Augusto acha que será horrível. E agora, vamos te contar porquê.

SIM

Texto por Jéssica Caroline

Benjamin Geza Affleck nasceu em Berkeley, na California, em 15 de agosto de 1972 – ou seja, tem 41 anos. Filho de um assistente social e uma professora infantil, ele sempre sonhou em ser ator, e seu primeiro trabalho foi para um comercial do Burger King aos 12 anos. Mais ou menos nessa época foi quando ele conheceu Matt Damon, que seria seu amigo até os dias atuais. Em 1993, ele estrelou seu primeiro filme, “Dazed and Confused” (traduzido como Jovens, Loucos e Rebeldes), em que interpretou Fred O’Bannion. Affleck fez uma série de filmes independentes que não emplacavam de jeito nenhum. Até que foi convidado pelo diretor Kevin Smith para o filme Gênio Indomável (Good Will Hunting, 1997), em que interpretou Chuckie Sullivan. Esse filme recebeu 9 indicações para o Oscar e alavancou a carreira de Affleck e Damon. Uma de suas características no cinema é interpretar personagens arrogantes e crueis, personagens levados a beira do controle.

Suas premiações foram as seguintes:

Oscar

  • 1998 – Melhor Roteiro (em parceria com Matt Damon), por “Gênio Indomável”
  • 2013 – Melhor filme, por “Argo”

Globo de Ouro

  • 2013 – Melhor Diretor, por “Argo”
  • 2007 – Indicado como melhor ator (coadjuvante/secundário), por “Hollywoodland”;
  • 1998 – Melhor roteiro (em parceria com Matt Damon), por “Good Will Hunting”

SAG Awards(Prêmio oferecido pela Screen Actors Guild‐American Federation of Television and Radio Artists (SAG-AFTRA) para as melhores performances televisivas e de cinema)

  • 1999 – Mellhor elenco, por “Shakespeare Apaixonado”
  • 2013 – Mellhor elenco, por “Argo”

BAFTA (O “Oscar britânico”, prêmio oferecido pela British Academy of Film and Television Arts para os destaques do cinema, televisão, filmes e em outras mídias)

  • 2013 – Melhor filme, por “Argo”
  • 2013 – Melhor diretor, por “Argo”
  • 2013 – Indicado como melhor ator, por “Argo”

César(O “Oscar francês”, apresentado pela Académie des arts et techniques du cinéma)

  • 2013 – Melhor filme estrangeiro, por “Argo”

Uma lista completa dos filmes em que Affleck participou (seja como ator, produtor, diretor ou roteirista) pode ser encontrada no IMDB. Para a análise, eu selecionei 5 filmes dessa lista (fique tranquilo, não vou fazer uma resenha sobre cada um deles, apenas comentar o desempenho de Affleck).

  • Demolidor – O Homem Sem Medo (Daredevil, 2003)
  • Contato de Risco (Gigli, 2003)
  • Atração Perigosa (The Town, 2010)
  • Argo (Argo, 2012)

Eu sei que, dessa lista, o que mais te chamou atenção foi “Demolidor”. E é por ele que vou começar.

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O maior medo dos fãs de Batman.

Indo direto ao ponto: Demolidor foi um fiasco. A sombra desse filme paira até hoje sobre as cabeças dos fãs de quadrinhos que perceberam um grande lapso na transposição de Matt Murdock das HQs para o cinema. O roteiro é cheio de buracos, diálogos constrangedores. A trama em si foi bastante previsível, principalmente a caracterização dos vilões. O Demolidor, que era para ser um personagem absolutamente destemido e enérgico, apareceu com um personagem inexpressivo e sem graça, sem nada de notável. Eles não conseguiram captar a essência do personagem. Não passou o clima noir que Murdock tem. Pelo contrário, o filme como um todo ficou com aquele climão “Sessão da Tarde”, um bom filme pra ver com sua família – sem retratar fielmente a dor e a raiva convertidas em fúria, que são características do Daredevil.
Certo, isso foi inquestionável. Demolidor não desceu pela garganta de nenhum fã de quadrinhos. Mas vamos aos fatos.

Até que ponto o fracasso de Demolidor foi culpa de Ben Affleck e não da equipe técnica, que não ofereceu um roteiro criativo e impactante, criado através de uma análise PROFUNDA da psiquê do personagem nas HQs, que permitisse que Ben Affleck explorasse as facetas corretas do Demolidor? Vale lembrar que o diretor de Demolidor, Mark Steven Johnson, só havia dirigido um filme antes desse (Pequeno Milagre, Simon Birch no original, de 1998). Se o roteiro do filme for medíocre, pode ser o melhor ator do mundo, e o filme ainda assim será um fiasco. Conversando com meu amigo Alexandre Bello Machado, que cursa Cinema na ULBRA, ele me disse que alguns filmes tem forças em outros pontos, tem uma linguagem bacana ou algumas vezes uma boa atuação pode segurar a barra de um roteiro ruim, mas isso é muitíssimo raro. Como cinema é uma arte multimídia, de convergência de vários sentidos, o roteiro é a espinha dorsal da coisa, então se for ruim o resto pode desandar também.

Mas que seja. Vamos supor que o roteiro tenha sido um primor e a culpa do fracasso do filme tenha sido de Affleck. Uma coisa que os críticos da escolha de Affleck parecem ignorar COMPLETAMENTE é o calendário. Sim, o calendário. Já se passaram 10 anos desde o lançamento de Demolidor. Demolidor é de 2003. Estamos em 2013. O que pode acontecer em 10 anos? Pense em quem você era há 10 anos atrás. Se você já trabalhava, o que você aprendeu nesse tempo na sua profissão? Ou então, se não trabalhava, o que você decidiu fazer da sua vida? Que viagens fez, que amigos conheceu, que amores teve? O que você aprendeu? Muita coisa, não?
Ok, estou sendo meio dramática, mas o ponto é: muita coisa pode acontecer em 10 anos. E o que aconteceu com Ben Affleck foi o seguinte: o cara melhorou.
Não no mesmo ano, devo ser justa. O filme Gigli foi outro tremendo fracasso. Ele atuou com Jennifer Lopes, sua namorada no filme. Mas Gigli foi tão mal recebido pela crítica que o casal entrou em crise e acabou terminando o relacionamento. Foi um filme decididamente ruim.
Mas vamos pegar o próximo filme que escolhi, “The Town”. O filme recebeu uma classificação 7,6/10 no IMDB. Seu roteiro (dirigido também por Affleck) é sólido e complexo, e a atuação do ator beira o impecável.

Argo é o mesmo caso. O The Guardian disse que o filme é “headspinning” (algo como “confunde a cabeça”), um filme esperto e interessante. O San Jose Mercury News disse que o filme é um triunfo de Ben Affleck. Como diretor e ator, ele conseguiu transformar o roteiro, baseado em fatos reais, em uma história palatável. O site de filmes do NY Times afirma sobre Affleck (minha tradução): “Affleck age, atrás e na frente das câmeras, com uma notável falta de auto-engrandecimento. Ele não se exibe (“se mostra”) na sua direção, mas prefere ficar nos detalhes mais realisticos, ao invés de olhares lânguidos, silêncios significativos e gestos trêmulos. [...]”

Screen-shot-2013-08-24-at-2.37.20-AM-300x201(Você consegue imaginar um Batman olhando languidamente para a câmera, tergiversando em silêncio, subjetivo, sentimental? Não.)
Os prêmios que Argo recebeu mostram a notável evolução de Affleck de 10 anos para cá. Quando Affleck começou a dirigir filmes, ele começou a perceber detalhes importantes sobre a sua própria atuação, novas perspectivas que o ajudaram a evoluir na frente das câmeras. E por ter estado no papel de diretor, é óbvio que ele vá entender melhor os pedidos da direção técnica em Superman vs Batman. Affleck amadureceu sua atuação ao longo dos anos.
E apenas um adicional antes que eu passe a palavra para Augusto, que nos trará sua visão sobre a questão que estamos tratando nesse post.
Os fãs são uma coisa inexplicável e absolutamente difíceis de agradar. Nem eu, nem muito de vocês eram nascidos nos anos 80, então não puderam ver a reação dos fãs quando quando Michael Keaton foi escolhido para ser Batman no filme de 1989; mas Mark Hughes, da revista Forbes, nos conta o que ocorreu (tradução minha).

“Eu lembro vivamente. Os fãs ficaram absolutamente loucos, ameaçando boicotes e criando petições para mudar o elenco, e o público mainstream riu e assumiu que o filme seria uma sátira ou um completo desastre”.

Exemplo que vocês provavelmente se lembrarão: a reação dos fãs quando foi anunciado que Heath Ledger seria o Coringa no filme “Batman: O Cavaleiro das Trevas” (2008). Foi chamada de “a pior decisão da história”, principalmente por fãs preconceituosos com o filme “O Segredo de Brokeback Mountain”, no qual ele interpreta um cowboy homossexual. Todo mundo estava furioso com a escolha. Leia abaixo alguns dos comentários (“terrível”, “envergonhante”, “bonitinho demais pra ser o Coringa”, um deles diz que Ledger tem o “carisma de uma alface”). Tem mais prints screens aqui.

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E bom, o resultado vocês já estão carecas de saber: a atuação de Heath Ledger foi primorosa, e o personagem hoje é um ícone da cultura pop.

Ano passado foi a vez de Anne Hathaway receber críticas por ter sido escolhida como a Mulher-Gato. Foi dito que ela não aguentaria o “tranco” de ser Batwoman, e que sua atuação seria sem sal. Deu no que deu, uma Selina Kyle sensual mas com muito poder de fogo.

Claro que o fato de Ledger e Hathaway terem tido um bom desempenho mesmo com as críticas não garante que Affleck será um bom Batman, mas nos prova o seguinte: mesmo decisões que nos parecem horríveis num primeiro momento com certeza podem nos surpreender.

NO

Texto por Augusto S.

Nananananananana… Ben Affleck? Batfleck? Demolidor? Tia do bátema?

Lá vou eu em mais um texto extremamente carregado de opiniões próprias e todos os absurdos que as pessoas pensam e não dizem por temer retaliações. Mas esse grande #od@-se dado em alto e bom tom faz parte de mim. Quem não gostar pode fazer um texto inverso, comprar uns pacotes de fraldas pampers pro Affleck e levar pra casa pra criar.

“Ele tem 2 Oscar! Ele é milionário! Ele é bom ator! Ele é simpático! Ele é o Batman e não tem mais volta!”. Sim, sim, sim e sim. Meu objetivo aqui não é dizer que o Affleck é um marginal maluco que bate carteiras durante pré-estreias de filmes. Não tô aqui pra dizer “ele é péssimo ator”, pelo contrário, ele é BOM ator. O problema é: o papel.
Tem bons atores pra cada TIPO de papel. Por exemplo, o Tom Hiddleston, que terminou de ficar famosíssimo depois de atuar como Loki nos filmes do Thor e Vingadores, é um ÓTIMO ator. Mas se fossem fazer uma remake do filme “Dirty Harry” colocando o Tom pra fazer papel estilo CLINT EASTWOOD, não dá. Haja paciência.
Ou colocar o sujeito que fez o Stifler do American Pie (que também é bom ator) pra ser Wolverine. Certas coisas são óbvias, não precisa o cachaça da esquina rindo sozinho dizendo “vai dá ruim isso dai” pra saber que vai ficar uma bosta. E esse é o caso do Affleck como Batman.

“Se o filme sair bom todo mundo quebra a cara”. Não necessariamente. Eu já me perguntei diversas vezes se o Val Kilmer, Michael Keaton ou George Clooney teriam sido excelentes Batmen SE contassem com um roteiro decente igual o do Nolan e efeitos de uma Warner moderna. Talvez o Christian Bale tenha dado SORTE de ser Batman em um roteiro realista ao invés de em roteiros imbecis como os dos filmes mais antigos.
Isto posto, é capaz do Affleck parecer melhor Batman que o Bale? Sim, é capaz. Repito: Graças a roteiro e efeitos, nunca por “encaixar” como Batman.
Muita gente fala do filme “Demolidor”, que ficou uma bosta. Ficou mesmo. Ou acham que o filme mereceria algo como “Mamy, água com açucar plis, minha pressão bateu no teto do segundo andar do nosso duplex de frente para a praia. O Affleck é tudooooo #partiu #bondedasafflecketes“.
Demolidor seria um bom filme de herói se não tivesse patavinas o que associar aos quadrinhos. Ver sem compromisso tipo “Opa, alguém fez um filme de um herói NUNCA usado antes em histórias. Demolidor! Parece legal, vamos ver o filme”. Isso é uma coisa. Agora, o maluco ter todo um histórico nos quadrinhos, detalhes e tal, nego pegar o cara e fazer aquela cagada? Ninguém merece.

Agora atendo-nos a factos:

“O astro também contou ao apresentador Jimmy Fallon (veja acima) como surgiu o convite para atuar no longa de Zack Snyder: “Me ligaram e disseram: ‘Você topa?’. Eu pensei: ‘Bem, não tenho mais 25 anos. Vocês têm certeza disso?’”. Depois que ficou sabendo que o diretor pretendia dar uma caracterização diferente da dispensada ao Batman da franquia de Christopher Nolan, Affleck embarcou no projeto.
Neste mês, o presidente da Warner Bros., Kevin Tsujihara, disse que o super-herói interpretado por Affleck será “cansado, exausto e experiente”.

Um Batman estilo Cavaleiro das Trevas do Frank Miller talvez. Um morcego velho que já não precisa correr nem pular tanto em razão de estar sinistro nas skillz morcegóticas.
Sobre altura, porte, peso… Acho tudo frescura. “AHA! Mas no quadrinho ele tem 1,87,5,4,2 (infinito igual a π) cm! O Affleck tem 1,86cm!”. Queridos, dane-se se o George Clooney tem 2 metros de altura, dane-se que o Bale tá 2 quilos acima do peso, dane-se que o Affleck tem cara de bobo. Até o traço e proporções do Batman nas histórias varia muito.
Na one-shot “Ankh” o Bruce tá até meio magrelo, na saga “Sob o Capuz” ele está bem equilibrado nas proporções, já o Batman de alguma saga como… Sei lá, a “Faces of Death” (ainda não está no blog, mas em breve estará) da Detective Comics, já mostra um Batman com o braço mais quadrado que o meio-fio da sua calçada de tão forte.

Logo, isso de se prender a um Batman maior ou menor uns centímetros ou quilos é besteira pura. Não preciso mencionar que o Verne Troyer (Mini-mim do Austin Powers) seria um péssimo Batman, mas nesses casos no mínimo EXTREMOS abre-se exceção.
O que quero dizer com isso tudo, é que o problema do Affleck ser o novo Batman não é ele ser forte ou magro, se é barrigudo, careca, péssimo ator, alto ou baixo. Ao meu ver ele simplesmente não encaixa no papel. Simples assim. Ele precisará de um auxílio enorme do roteiro pra isso passar bem.

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